sábado, 3 de junho de 2023

A responsabilidade dos líderes

(Chapada dos Guimarães-MT)

A tendência humana costuma delegar culpa, desde o Éden quando o primeiro homem pecou, ele delegou a culpa a sua mulher, e a mulher responsabilizou a serpente. E assim, até hoje continuamos a ter que lidar com isso. Dessa forma, através dessa evidência da antiga realidade, pois os nascidos da água e do Espírito receberam uma nova natureza, justificada pelo sangue de Jesus, podemos apontar para uma mudança de comportamento, se utilizando dessa justificação para assumir responsabilidades pelos nossos pecados e erros, e nos apropriar do sangue para receber pela fé o perdão de Jesus. 

É uma mudança completa, é uma nova e não reformada natureza, e assim, nosso comportamento e reações as situações e circunstâncias. tendem a ser completamente diferentes também. Por isso, hoje enquanto eu meditava sobre nossa responsabilidade como líderes, pensei que Jesus não nos deixou sem respaldo ou condições de exercer tal encargo. Ele nos deu a palavra e o Espírito Santo, que são suficientes para nos encaminhar para a verdade e transformar nossa mente da mentira para a nova natureza de Cristo. 

"Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.

Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.

Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente;" (1 Timóteo 1:5-8)

Veja bem, Paulo, em Romanos nos da uma pista da vida cristã madura: "...Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro..." Ele não fala que o mandamento é ensinar nem pregar, e isso mostra que alguns pontos estão um pouco confusos na vida da liderança cristã atual, pois o ensino, e o cumprimento da lei vem de uma vida transformada, que foi tão preenchida de amor, que se tornou transbordante e dessa forma, cumpriu-se a lei, pois assim também foi com Jesus, quando Ele se entregou a morte por nós, e por esse ato, nos deu a condição de sermos salvos. Observe atentamente, a vida cristã não fala sobre o pregar e ensinar, mas a ser transformado, gerando assim uma mensagem. 

"...e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida..." (1 Timóteo 1:5)

Uma boa consciência brota de um coração puro, que não está em condenação e por isso não condena. Pessoas desconfiadas e cheias de malícias, não desfrutam de uma boa consciência, não tem um coração puro, e não estão inocentadas pelo sangue, porque não desfrutam da fé que recebe essa justificação e se apropria dessa nova condição de mentalidade. A mentalidade sem condenação, não condena. Por isso, Jesus que era puro e inocente. 

É por isso, que Paulo chama de fé fingida, uma "fé" que não tem substância par crer na justificação de forma a ser transformada pela graça que está incluído nela. Vou tentar ser mais claro. As pessoas que tem ciúmes por exemplo, uma obra da carne, essas pessoas tem a mentalidade da insegurança que é derivado do medo, que veio da queda junto com a culpa e a vergonha, e por isso, lhes falta a pureza no coração que vem da justificação pelo sangue, recebida pela fé concreta no perdão de Jesus Cristo. A mesma coisas acontece com a malicia e a desconfiança, obras da carne, que brotam da condenação e da incapacidade de confiar no cuidado de Deus e no beneficio da justificação simplesmente pela graça; 

Essa fé, substanciada, concreta, que te proporciona a revelação do perdão e da justificação pelo sangue do cordeiro, te dá a purificação do coração, e assim, através dessa pureza, uma boa consciência. O que Jesus chama de "olhos bons". 

Agora vamos adiante, no entendimento da maturidade: 

"...Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam..." (1 Timóteo 1:6-7)

"...Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas;..." desviaram-se de quê? dá fé obviamente, desviaram-se da verdade, e por isso, o fruto disso foi a futilidade e a contenda, as divisões e o sectarismo. Percebe que a divisão do corpo através das divergências teológicas e a vaidade de seus mestres, é apenas mais um derivado da obra da carne? Paulo, já na nas primeiras gerações de cristãos, encontrava essa aberração no corpo de Cristo. 

Observe, e agora se atente ao detalhe da palavra "vãs" (vão: adjetivo; 1. que não tem eficácia; inútil, infrutífero. "esforços vãos" 2. que não tem conteúdo; vazio, oco.)

Então no texto, Paulo está afirmando que aqueles que não estão firmados na fé, estão por isso, desviados de Cristo, pois somente pela fé nos mantemos Nele, e a consequência disso é a vã contenda; traduzindo para uma expressão mais clara; debates teológicos, criação de centenas de teologias e doutrinas ao longo dos anos. Percebe quanta vantagem o diabo tira de quem anda na carne? Pois o fruto do Espírito é: "Amor....", e por isso Paulo diz: 

"Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida." (1 Timóteo 1:5)

Ainda não acabei essa parte, quero reforçar: 

"Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. (1 Pedro 4:8) 

É o amor de Cristo revelado em nós através do Espírito que nos dá essa boa consciência, e por conseguinte a pureza de coração, e isso vem pela fé. Uma fé não fingida. Veja as peças funcionando entre elas. Uma engrenagem. O amor cobre os pecados, e assim, alguém que se sente justificado, não condena, não desconfia, não julga. Pois seu coração é puro, e ele tem "olhos bons". Pessoas desconfiadas, ciumentas, competitivas, facciosas com certeza não estão andando na maturidade do Espírito, e é sugerível que não sejam colocadas em posição de liderança e responsabilidade até que o fruto do Espírito seja aperfeiçoado em suas vidas. 

 "...porque o amor cobrirá a multidão de pecados..." (1 Pedro 4:8) 

A convicção teológica correta, ou seja, a verdade absoluta do evangelho vai produzir em seu fim o amor de Cristo em nós, e essa é uma forma simples de você identificar se suas certezas são a verdade de Jesus, pois o fruto sempre vai ser o mesmo, o amor que cobre multidão de pecados. A suposta apologética ao longo dos anos não tem sido enraizada na verdade, porque os frutos tem sido apenas divisões, e vãs contendas. 

"...Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam..." 
(1 Timóteo 1:7)

Continuando: "...Querendo ser mestres da lei...", você sabe a diferença entre ser e querer ser? Quem é, não quer ser, porque já é, no fim, o que Paulo está dizendo é que esse desejo vinha da vaidade, mais uma obra da carne, e que por causa dessa vaidade essas pessoas que estavam desviadas da fé, e portanto, não tinha pureza e boa consciência, acabando por gerar vãs contendas e divisões na verdade nem sabiam do que estavam falando, não entendiam da suposta verdade que tanto queriam ensinar, pois o fruto dessa "verdade" mostrava em suas vidas que não era a verdade de Cristo. 

"...e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam..."  (1 Timóteo 1:7b

Irmãos, conseguem agora ver que a verdade em nossas vidas produz um fruto, e se não vemos esse fruto é porque não estamos na verdade? Foi por isso que Jesus disse: 

"Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. (Mateus 12:33,34)

É dessa forma que olhamos e identificamos as pessoas no corpo de Cristo, e não através de julgamentos pessoais, ou de desconfianças fundamentadas na obra da carne, na inveja, na competição ou simplesmente na divergência de posicionamento teológico. Jesus nos deu o termômetro, e a medida é Ele mesmo e seu coração que nos é dado através do Espírito Santo. 

Por isso, não temos desculpas, nem justificativas para não atuar na prudência e na responsabilidade do encargo. Diante dele, no dia do juízo, podemos ter vários argumentos como; "Eu não sabia"; "meu pastor me disse que era assim"; "fui enganado pela serpente", Mas a resposta de Jesus será a mesma que Ele esta te dando agora através desse texto:

"Eu te dei a minha palavra e o meu Espírito que a revela"

A nossa falha é não nos apropriarmos da meditação na palavra e da relação com o Espírito através da oração no espírito e do tempo gasto na presença do Pai, a sós, e atentos às suas direções e instruções. 

Espero que tenha te auxiliado através desse alimento que me foi dado, afim de ser compartilhado. 

Deus vos abençoe

Leonardo Lima Ribeiro 







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