terça-feira, 21 de julho de 2020

"Uma Jornada Espiritual Rumo ao Entendimento e à Maturidade"

(Täby, Suécia)

Existe uma grande divisão entre as denominações devido ao desequilíbrio no entendimento entre graça e lei. Algumas interpretam a Bíblia de forma literal, sem compreender plenamente sua mensagem e revelação. Por exemplo, o livro de Levítico é muitas vezes mal interpretado, levando a uma aplicação distorcida de suas leis e confundindo as pessoas. Por outro lado, há aqueles que abraçam uma visão de "graça libertina", interpretando erroneamente o perdão de Jesus como uma licença para viver em pecado sem consequências.

Entender a justiça de Deus requer compreender tanto a sua graça quanto a sua lei. Jesus veio para cumprir a lei, mas também veio para revelar o amor e a graça de Deus, oferecendo perdão e reconciliação aos pecadores. A justiça de Deus não se baseia apenas na observância da lei, mas também na graça e na misericórdia demonstradas através de Jesus Cristo. Em Cristo, somos justificados pela fé, não pelas obras da lei. É esse entendimento da justiça de Deus que nos liberta do legalismo e nos capacita a viver uma vida de fé, amor e obediência a Ele.

A história do Éden ilustra essa dinâmica entre a liberdade de escolha dada por Deus e a consequência da desobediência humana. No jardim, Deus deu ao homem a opção de obedecer ou desobedecer, demonstrando assim seu amor e respeito pela liberdade humana. No entanto, quando Adão e Eva escolheram desobedecer, eles experimentaram as consequências da separação de Deus e da introdução do pecado no mundo.

A lei foi dada por Deus para mostrar ao homem sua necessidade de um Salvador, não para justificá-lo. Ao observar a lei, o homem percebe sua própria imperfeição e a necessidade de redenção. A lei, portanto, aponta para Jesus Cristo como o único que pode justificar o homem diante de Deus.

Entender a justiça de Deus envolve reconhecer tanto sua graça quanto sua lei e compreender o papel de Jesus Cristo como o cumprimento da lei e o mediador da graça. É através de Cristo que somos reconciliados com Deus e justificados pela fé.

Em muitos aspectos, podemos dizer que conhecemos mais profundamente a graça de Deus à medida que amadurecemos espiritualmente. Aqui estão algumas maneiras pelas quais isso pode ser percebido:

Percepção da necessidade: À medida que crescemos espiritualmente, nossa percepção da nossa própria necessidade de graça se aprofunda. Reconhecemos mais claramente nossas fraquezas, pecados e limitações, o que nos leva a valorizar e buscar a graça de Deus de maneira mais profunda e sincera.

Experiência pessoal: Ao longo da vida, passamos por diferentes desafios, provações e momentos de arrependimento. Cada uma dessas experiências nos permite experimentar de maneira mais tangível a graça de Deus em nossas vidas. À medida que amadurecemos, acumulamos mais dessas experiências e podemos testemunhar como a graça de Deus tem sido fiel em todas as circunstâncias.

Compreensão da Palavra de Deus: À medida que estudamos e meditamos na Palavra de Deus ao longo dos anos, nossa compreensão da graça divina se aprofunda. Descobrimos novas camadas de significado nos ensinamentos bíblicos sobre a graça, e percebemos como ela permeia toda a história da redenção e transformação.

Resposta à graça: Conforme amadurecemos espiritualmente, nossa resposta à graça de Deus tende a se tornar mais madura e transformadora. Em vez de apenas aceitar a graça como um presente gratuito, começamos a responder com gratidão, adoração e um desejo renovado de viver de acordo com os princípios do Reino de Deus.

À medida que amadurecemos espiritualmente, nossa compreensão, apreciação e resposta à graça de Deus tendem a se aprofundar e se desenvolver. A graça de Deus é um oceano infinito de amor e misericórdia, e cada estágio do nosso crescimento espiritual nos permite mergulhar mais profundamente nesse oceano e experimentar mais plenamente suas maravilhas.

Romanos 3:20 - "Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseado na obediência à lei, pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado."

Romanos 3:21-22 - "Mas agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou, testemunhada pela Lei e pelos Profetas, isto é, a justiça de Deus por meio da fé em Jesus Cristo para todos os que crêem, pois não há distinção."

Romanos 6:14 - "Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça."

Gálatas 2:16 - "No entanto, sabendo que uma pessoa não é justificada pelas obras da lei, mas sim pela fé em Jesus Cristo, também temos crido em Cristo Jesus, a fim de sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da lei, porque pelas obras da lei ninguém será justificado."

Gálatas 3:24-25 - "Assim, a lei foi nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, que a fé veio, já não estamos mais sob o controle do tutor."

Efésios 2:8-9 - "Pois pela graça vocês foram salvos, por meio da fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie."

Esses versículos destacam a relação entre a lei, a graça e a justificação pela fé em Jesus Cristo, que são temas abordados no texto.

Santificar as pessoas significa que elas precisam cumprir toda a Lei para serem justificadas e santas. No entanto, a própria Lei revela a incapacidade do homem de cumpri-la, pois é perfeita e o homem é imperfeito. Assim, Deus apontou para Jesus instruindo o sacerdócio levítico a sacrificar animais. O sangue desses animais era usado como justificação para o povo, simbolizando o sacrifício futuro de Jesus.

O sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos e colocava o sangue dos animais como forma de justificação, prenunciando o sacrifício de Jesus que nos justificaria. O sangue do cordeiro, que precisava ser perfeito, era sacrificado, levado ao Santo dos Santos e usado para justificar o sumo sacerdote e o povo.

Deus sempre apontou para Jesus Cristo através da Lei, dos sacrifícios e do sangue. Isso levou o povo a entender o amor de Deus, pois a Lei mostrava a incapacidade humana de ser justo. O sacerdócio levítico não era suficiente para transformar ou salvar o homem, apenas para apontar o pecado e justificar temporariamente através dos sacrifícios de animais.

Quando Jesus veio, Ele cumpriu a justiça de Deus ao ser entregue como sacrifício. Seu sacrifício perfeito nos liberta do pecado. Deus, sendo justo e amando, ofereceu Seu próprio Filho para pagar a pena do pecado, proporcionando uma oportunidade de salvação através da fé em Jesus.

Por meio da fé em Jesus, somos justificados e libertados da condenação. Assim como Jesus assumiu nossa culpa, recebemos Sua justiça pela fé Nele. Portanto, quando cremos em Jesus como nosso Senhor e Salvador, somos salvos e justificados, trocando nossa condenação por Sua inocência e justiça."

Romanos 3:22 - "Esta justiça de Deus, pela fé em Jesus Cristo, é para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção."

Romanos 5:1 - "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,"

Romanos 8:1 - "Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus."

Gálatas 3:13 - "Cristo nos redimiu da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;"

2 Coríntios 5:21 - "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus."

Agora vamos para o Batismo:

Romanos 6:4 (NVI), que diz: "Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova."

É uma figura da justiça de Deus, quando representa a morte e ressureição.

Ao sermos batizados, profeticamente compartilhamos da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Nesse sentido, podemos interpretar o batismo como um ato de fé da justiça de Deus, em que Ele nos concede a oportunidade de participar espiritualmente da morte de Cristo para que possamos ter uma nova vida em comunhão com Ele.

O batismo não apenas representa uma figura, mas também uma realidade espiritual. É um ato de fé que resulta em uma transformação espiritual. Por exemplo, em muitos vídeos que já assisti, as pessoas tendem a justificar sua falta de crença em certas práticas, como o dízimo ou a frequência à igreja. No entanto, para mim, o evangelho é algo simples. À medida que nos relacionamos com Deus, compreendemos que tudo se resume a um relacionamento.

Marcos 16:16 (NVI) - "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado."

Gálatas 3:27 (NVI) - "Pois todos vocês que foram batizados em Cristo se revestiram de Cristo."

Colossenses 2:12 (NVI) - "Fomos sepultados com ele na ocasião do batismo na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova."

1 Pedro 3:21 (NVI) - "E isso, simbolizado pelo batismo, agora também salva vocês, não sendo a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus. Ela salva vocês pela ressurreição de Jesus Cristo."

Falando sobre o dízimo, por exemplo, eu o pratico como um ato de reconhecimento e gratidão. Não por obrigação legalista, mas como uma expressão sincera de minha fé. Dizimar é um ato de fé porque demonstra confiança na provisão de Deus e obediência à Sua Palavra, mesmo quando não podemos ver imediatamente os resultados. Ao dar o dízimo, os crentes demonstram sua fé de que Deus suprirá todas as suas necessidades e abençoará suas vidas abundantemente.

Embora o Novo Testamento não fale especificamente sobre o dízimo da mesma forma que o Antigo Testamento, Jesus menciona a prática da justiça, da misericórdia e da fé como princípios importantes. No entanto, podemos relacionar o ato de dizimar com princípios do Novo Testamento, como a generosidade, a contribuição para a obra do Senhor e o sustento da comunidade cristã. Aqui estão algumas maneiras de relacionar o ato de dizimar com o Novo Testamento:

2 Coríntios 9:6-7 (NVI) - "Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. "Neste versículo, Paulo fala sobre a importância da generosidade no dar. Embora não mencione especificamente o dízimo, o princípio de dar com alegria e generosidade pode ser aplicado ao ato de dizimar no Novo Testamento.

1 Coríntios 16:2 (NVI) - "No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, conforme a sua renda, reservando-a para que não seja necessário fazer coletas quando eu chegar." Aqui, Paulo instrui os coríntios a reservarem uma quantia de sua renda no primeiro dia da semana para a obra do Senhor. Embora não seja explicitamente sobre dízimo, demonstra a prática regular de contribuir financeiramente para a comunidade cristã.

Lucas 6:38 (NVI) - "Deem, e será dado a vocês: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês." Jesus enfatiza o princípio da generosidade e da recompensa ao dar. Ao dar com generosidade, podemos esperar que Deus nos abençoe abundantemente.

Embora o Novo Testamento não enfatize o dízimo da mesma maneira que o Antigo Testamento, esses princípios de generosidade, contribuição e fé podem ser aplicados ao ato de dizimar, demonstrando nossa confiança na provisão e fidelidade de Deus.

Da mesma forma, acredito na importância de sujeitar-se à autoridade espiritual. Reconhecer a autoridade de alguém é essencial para o crescimento espiritual. Pessoas que ofertaram em minha vida fizeram isso porque reconheceram minha autoridade espiritual e meu papel em guiá-las na jornada de fé, por um período de crescimento.

O Evangelho também nos ensina sobre a importância da humildade. A jornada espiritual envolve aprender a servir e sujeitar-se a uma autoridade legítima. Isso não implica em submissão cega, mas em reconhecer que todos nós temos muito a aprender. Eu mesmo passei por diversas igrejas e ministérios, buscando paternidade espiritual e aprendizado. A hierarquia de serviço não é sobre exercer poder, mas sobre orientação e liderança para ajudar os outros a crescerem.

Minha experiência pessoal me ensinou que confiar em uma autoridade espiritual é essencial para o crescimento espiritual. Aqueles que se recusam a se sujeitar geralmente têm dificuldade em admitir seus erros e em crescer espiritualmente. Por isso, acredito firmemente na importância de ter um pastor e uma comunidade de fé que nos oriente e nos ajude em nossa jornada espiritual.

1 Tessalonicenses 5:12-13 (NVI): "Agora, irmãos, rogamos que acolham com respeito os que se esforçam entre vocês para administrar as coisas do Senhor e que os estimem muito, com amor, por causa do trabalho que realizam. Vivam em paz uns com os outros."

Hebreus 13:17 (NVI): "Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês."

1 Timóteo 5:17 (NVI): "Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino."

Filipenses 2:29-30 (NVI): "Portanto, recebam-no no Senhor com grande alegria e honrem todos os que são assim. Pois ele quase perdeu a vida pelo trabalho de Cristo, arriscando a própria vida para suprir o que faltava no serviço que vocês me prestaram."

Sobre ser instruído por meus líderes: 

"Quando discordava do que acabara de ouvir, preferia ponderar em silêncio, refletindo para chegar às minhas próprias conclusões. Se julgasse que estava equivocado, confiava na minha própria convicção. Então, escolhia outro momento para discutir de maneira tranquila, consciente de que não estava lidando com qualquer pessoa. Essa é uma questão que toca o âmago de cada um. 

O propósito das minhas palavras é incitar a reflexão. Dificilmente alguém assistiria a um dos meus vídeos e concluiria: 'Ah, ele está impondo o que é correto'. Tenho opiniões pessoais, algumas baseadas na fé, mas meu objetivo é estimular a reflexão. Muitos líderes hipócritas carecem de liderança. Desejam influenciar os outros, serem reconhecidos como autoridades, demonstrar experiência e sabedoria, mas falham em ouvir. 

É simples assistir a um vídeo no YouTube, ouvir uma pregação, anotar os pontos concordantes e discordantes, e seguir em frente. No entanto, quando nos submetemos, o verdadeiro beneficiado não é o líder, que já está em sua jornada; somos nós. A mentalidade arrogante, a queda da soberba, confronta-se com a jornada de Jesus. Ele abdicou de toda glória, não reivindicou ser Deus, humilhou-se e morreu na cruz, recebendo, por isso, o nome acima de todos. 

A humilhação foi o caminho que Jesus nos mostrou, descendo até o ponto mais baixo, onde nós não poderíamos ir. Sem passarmos por esse processo, permaneceremos como filhos de Deus, mas não alcançaremos a maturidade. Deus fala com todos que creem, mas Sua comunicação conosco não indica maturidade; significa apenas que Ele está presente. As pessoas têm dificuldade em se submeter. Embora tenha saído do ministério, o que vivi lá contribuiu para minha vida e ministério. O que não contribuiu, não merece ser mencionado. Tudo o que passei foi enriquecedor para minha jornada. 

Jamais seria quem sou hoje se não tivesse passado por isso, aprendendo a me submeter e a enfrentar desafios. Conheço pessoas que nunca frequentaram uma congregação e aspiram à liderança, que nunca se submeteram a ninguém. Isso é incoerente, injusto. Muitas igrejas se intitulam missionárias, mas não têm missões. Se uma igreja realiza atividades missionárias, deveria refletir esse propósito em seu nome, apoiando ou enviando missionários. Muitas vezes, falta bom senso. 

Precisamos buscar o equilíbrio, mesmo que não compreendamos completamente. Existem igrejas que focam apenas em questões internas, outras que exigem o dízimo e a oferta, mas não praticam a doação. Isso demonstra falta de sensatez. É essencial agir com coerência. Mesmo sem pastor de uma congregação física hoje, auxilio pessoas que me consideram sua autoridade espiritual, contribuindo para suas vidas, enquanto as aconselho. Reconheço a autoridade dos líderes que Deus colocou em minha vida, pois apenas quem possui autoridade reconhece a unção da autoridade. Quem respeita, é respeitado. Sempre me coloquei em uma posição de humildade genuína, buscando compreender o coração de Deus. Toda graça que recebemos decorre da nossa fé, que resulta em uma transformação comportamental. Deus nos torna humildes quando nos submetemos."

Mateus 23:12 (NVI): "Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado."

Filipenses 2:3-4 (NVI): "Não façam nada por partidarismo ou vaidade, mas com humildade considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros."

Tiago 4:6 (NVI): "Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes’."

1 Pedro 5:5-6 (NVI): "Semelhantemente, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes’. Humilhem-se, portanto, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido."

Provérbios 22:4 (NVI): "A recompensa da humildade e do temor do Senhor é a riqueza, a honra e a vida."

Leonardo Lima Ribeiro 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Da Escuridão à Luz: Um Testemunho de Redenção e Segunda Chance

(Geiranger, Noruega)

Durante toda a minha adolescência, mantive uma vida bem desregrada. Aos 16 anos, comecei a ceder aos excessos, e aos 18 já estava imerso em um padrão de consumo abusivo de álcool. O uso de drogas, especialmente maconha, foi uma escalada natural, culminando no meu envolvimento com cocaína aos 18 anos.

Saltarei diretamente para o momento da intervenção divina em minha vida. Dos 16 aos 29 anos, mergulhei em um ciclo vicioso de consumo excessivo de substâncias, vivenciando uma existência sem rumo. Parecia não haver saída para mim, até que, aos 28 anos, em 2008, o Espírito Santo tocou meu coração, transformando-o por completo.

Naquele ano, residia na Nova Zelândia, após ter passado por um tratamento no Brasil, na cidade de Franca, no Hospital Psiquiátrico. A internação durou 27 dias, durante os quais aguardei, expectante, por uma possível extensão de seis meses. No entanto, algo surpreendente ocorreu no vigésimo quinto dia, quando fui chamado pelo psiquiatra responsável.

O Doutor que não me lembro o nome, do Hospital Allan Kardec, em Franca, São Paulo, elucidou que, além do vício químico, minhas raízes emocionais também necessitavam de cuidado. Enfatizou que a desintoxicação seria apenas o primeiro passo; os verdadeiros desafios residiam em minhas batalhas emocionais. Essa abordagem, posteriormente, tornou-se tema recorrente em meus vídeos e discursos, onde compartilho minha jornada de transformação em Cristo.

Após receber alta, decidi seguir para a Nova Zelândia em busca de um recomeço. Já possuía algum domínio do inglês, adquirido durante minha estadia no Canadá, e planejava permanecer na Nova Zelândia por seis meses, com a possibilidade de estender esse período. Durante esse tempo, não experimentei recaídas em relação ao consumo de drogas, mas voltei a me entregar ao álcool com a mesma intensidade prévia à internação.

Este relato apenas arranha a superfície dos distúrbios emocionais, psiquiátricos e psicológicos que permeavam minha existência. Os profissionais de saúde mental frequentemente destacavam que o vício era uma mera fuga, e que o verdadeiro caminho para a cura residia na exploração e compreensão das minhas emoções e pensamentos.

Na Nova Zelândia, porém, os velhos demônios retornaram com força total: depressão, ansiedade, euforia e ataques de pânico assolavam minha mente. Recordo-me vividamente de uma ocasião, enquanto navegava pelo Orkut, quando deparei-me com o perfil de uma conhecida de Ribeirão Preto. Uma foto publicada despertou minha atenção: ali estava um antigo colega da faculdade de Medicina veterinária.

A partir desse encontro virtual, fui informado sobre a conversão dele e de outros amigos em uma igreja local. Os relatos sobre suas transformações e o impacto de Cristo em suas vidas foram como uma luz em meio às trevas que me envolviam.

Decidi, então, regressar ao Brasil em busca de uma comunidade espiritual que pudesse oferecer suporte diante da minha luta contra a depressão e os desafios emocionais. Essa jornada de busca espiritual e cura interior culminou em minha decisão de frequentar uma igreja local. 

Sara Nossa Terra foi o local onde finalmente encontrei o Evangelho explicado de maneira clara e convincente, tocando profundamente meu coração e transformando minha vida. Decidi me entregar completamente a Cristo, sendo batizado e iniciando minha jornada nos caminhos de Deus.

No entanto, por conta de circunstâncias pessoais e fraquezas próprias, acabei me envolvendo em relacionamentos mesmo dentro da igreja, por eu ainda não estar apto por devido as minhas inconstâncias emocionais acabei novamente saindo do caminho correto. Tinha iniciado um negócio de representação de energéticos, e voltado para a faculdade de Medicina Veterinária, e voltei a morar sozinho. Dentro desse relacionamento, comecei novamente a sair para beber e me drogar. Realizei uma viagem para Fortaleza, onde percebi  que as coisas tinham realmente saído do controle. Ao retornar, afundei-me novamente, afastando-me aos poucos da igreja.

Essa vez, meu afastamento foi acompanhado por uma situação deplorável no uso de drogas, onde muitas das experiências vividas se perderam na névoa do vício. Por vezes, passava-se dias sem ter a noção de sua passagem, em um apartamento que minha família me deu. Mudei-me desse apartamento para outro, também dado pela minha família, enquanto alugava o anterior. Durante esses períodos, perdi completamente a noção do tempo e das atividades diárias.

Lembro-me claramente de um momento em que, tomando banho em meu apartamento, uma voz interior, que reconheci como a do Espírito Santo, insistia para que eu fosse à casa de minha mãe e permanecesse lá. Mesmo sem entender completamente essa instrução, entrei no carro e segui em direção à casa dela. Ao chegar lá, a situação só piorava. Permaneci por algum tempo na casa de minha mãe, enquanto a situação se deteriorava ainda mais.

Fiquei confinado em seu quarto por um período que pareceu interminável, quinze longos dias mergulhado em um turbilhão de pensamentos sombrios e angústia incontrolável. Foi então que, em meio à escuridão que me envolvia, conheci uma pessoa que se tornaria um catalisador para o meu declínio ainda maior: um traficante local.

Ele oferecia suas mercadorias na porta da casa da minha mãe, uma tentação que se revelou difícil de resistir. Comprava drogas, mergulhando mais fundo em um abismo de autodestruição. Logo, vi-me incapaz de manter-me funcional. Meus compromissos foram sendo deixados de lado, meu trabalho abandonado.

Desesperado, busquei amigos em busca de uma solução para minha angústia. Propostas de ajuda surgiram, mas eu já estava tão imerso em meu próprio desespero que mal conseguia enxergar uma saída. Era como se estivesse afundando em um pântano de vício e desespero, incapaz de encontrar uma saída.

Enquanto isso, os sinais de declínio se tornavam cada vez mais evidentes. Minha saúde física e mental sofria um declínio acentuado, refletido em um emagrecimento significativo e alucinações perturbadoras. Lembro-me vividamente de um episódio em que vi objetos se movendo diante de mim, uma manifestação clara do estado caótico da minha mente.

Um traficante, cujas mercadorias alimentavam meu vício, foi o mensageiro de um aviso sombrio: minha vida estava por um fio. Foi um alerta que ecoou profundamente em minha alma, despertando um arrependimento doloroso e uma súplica silenciosa por misericórdia divina.

Naquele momento de desespero, experimentei uma sensação de renovação, uma luz no fim do túnel em meio à escuridão que me envolvia. Foi como se uma mão invisível tivesse me erguido das profundezas do abismo, oferecendo-me uma segunda chance de vida. No entanto, mesmo diante desse milagre, eu hesitei em abandonar meus velhos hábitos. Apeguei-me à minha rotina autodestrutiva, incapaz de compreender plenamente a magnitude da graça que me foi concedida. Então, uma oportunidade surgiu, uma chance de recomeço em Porto de Galinhas, Pernambuco.

Então, com 25 quilos a menos eu estava deitado na cama, recordo-me claramente de estar com o notebook no colo, assistindo a alguns vídeos. Naquele momento, eu estava sofrendo alucinações; via fotos das pessoas nos vídeos, mas essas imagens eram estáticas, não vídeos propriamente ditos. Lembro-me distintamente das palavras do traficante, alertando-me para agir com cautela, pois meu corpo começaria a se contrair quando a overdose se aproximasse, e isso significaria o fim. 

E foi exatamente o que aconteceu: comecei a sentir minhas pernas contraindo, começando pelos pés e subindo pelo tronco até o pescoço. Quando meu rosto começou a se contrair, como ele havia previsto, pensei que era o fim. No entanto, um profundo arrependimento tomou conta de mim e, em um impulso, clamei por misericórdia ao Senhor, pedindo uma segunda chance, pois não queria morrer.

Foi então que toda a sensação de câimbra e contração que havia tomado meu corpo começou a retroceder. Acredito que, naquele momento, a morte estava prestes a me levar, como se o Anjo da Morte estivesse presente, mas meu pedido de socorro a Jesus reverteu aquela situação. Foi um momento de restauração incrível, onde a morte perdeu sua presa sobre mim.

Curiosamente, quando finalmente me senti restabelecido, sentei-me na cama, com uma cerveja gelada na mesa ao meu lado, acendi um cigarro e continuei bebendo, como se nada tivesse acontecido. Era como se eu estivesse insensível ao milagre que acabara de ocorrer. Nos dias seguintes, continuei bebendo e usando drogas, sem uma compreensão real do que havia acontecido.

E então, de repente, surgiu a oportunidade de ir para Porto de Galinhas. Não tenho ideia de como consegui comprar a passagem e lidar com todas as questões práticas, estando em um estado tão debilitado. Meus pais, possivelmente influenciados pelo Espírito Santo, permitiram que eu partisse, mesmo diante de um cenário tão sombrio. Ao chegar em Porto de Galinhas, encontrei um amigo com um negócio promissor e, embora ele não soubesse da minha situação, acreditei na oportunidade como uma possível salvação. Então, embarquei nessa jornada, mesmo estando fisicamente e emocionalmente abalado.

Esse amigo ofereceu-me a oportunidade de se juntar a ele em um empreendimento promissor. Era a oportunidade de escapar do ciclo vicioso que me aprisionava, mas, mais uma vez, minha determinação foi enfraquecida pela influência devastadora das drogas. Apesar dos meus esforços para mudar minha vida, percebi que estava numa encruzilhada. Precisava desesperadamente de uma mudança, mas parecia incapaz de dar o primeiro passo em direção à sobriedade e à redenção. Foi então que, num momento de clareza, decidi buscar ajuda divina.

Encontrei refúgio em uma igreja local, onde fui acolhido pelo diácono Amaro. Sob sua orientação amorosa, iniciei uma jornada de cura espiritual e renovação. Foi um processo árduo e doloroso, marcado por desafios e recaídas, mas, com o apoio da comunidade da igreja e minha fé inabalável, a condição que a graça de Deus me forneceu, encontrei força para superar a maior parte das minhas deformidades e conflitos internos. 

Todos os dias, de segunda a sexta-feira, às 5 da manhã, iniciava-se a reunião. Encontrei um apartamento cerca de uma hora a pé, pois estava sem carro em Porto de Galinhas. Pontualmente às 4:00 da manhã, partia de casa em direção à Igreja Presbiteriana de Porto de Galinhas, onde participava da reunião de oração das 5 às 6. Após o término da reunião, retornava para casa. O condomínio onde estava hospedado oferecia área de lazer com churrasqueira e piscina. Era frequente adquirir cerveja e cigarros para consumir após a reunião.

Um dia, durante esses encontros pós-reunião, conheci um grupo de pessoas de São Paulo. Em meio a conversas amigáveis, um deles, com origens italianas, brincou sobre minha mudança de hábitos desde que comecei a frequentar a igreja. Gradualmente, fui me afastando dos antigos padrões. Mesmo ao comprar cerveja e cigarros, após a reunião, percebia que algo havia mudado. O gosto já não era o mesmo, como se algo dentro de mim estivesse se transformando.

Numa reviravolta surpreendente, acabei me envolvendo cada vez mais com a igreja local. Deixei para trás os velhos hábitos e até mesmo desfiz uma sociedade que havia estabelecido anteriormente. Anos mais tarde, já casado, busquei reconciliação com aqueles com quem havia me desentendido, mas nem todos estavam dispostos a perdoar.

Essas experiências me fizeram refletir sobre o perdão e o peso do passado em nossas vidas. Embora não seja possível voltar atrás, reconheço o valor do perdão e da libertação que ele proporciona. A jornada espiritual que empreendi desde então foi marcada por encontros providenciais e transformações profundas.

Nessa época, fui acolhido por um irmão na fé, Amaro, um pescador local que se tornou uma verdadeira bênção em minha vida. Seu apoio e orientação foram fundamentais para minha caminhada espiritual. Através dele, compreendi a amplitude do amor de Deus, capaz de alcançar mesmo os mais perdidos e desgarrados.

Hoje, olho para trás e vejo como Deus usou cada pessoa e cada experiência para me conduzir a um novo caminho. Sou grato pela transformação que Ele operou em minha vida, tirando-me da escuridão do pecado e conduzindo-me a uma vida com propósito e significado. Sua graça e amor são reais, e sou testemunha viva disso em minha própria história.

Depois disso muita coisa aconteceu, e os detalhes serão contados em um livro no futuro. 

Hoje, olho para trás e vejo o quão longe cheguei desde aqueles dias sombrios. Sou grato pela segunda chance que me foi concedida e pela oportunidade de viver uma vida livre das correntes do vício. Minha história é um testemunho do poder transformador da fé e da redenção, e espero que possa inspirar outros a encontrarem sua própria jornada de cura e renovação.

Se olharmos para os relatos que compartilhei, é evidente como a narrativa demonstra a dependência total da graça de Deus. Em cada situação, desde os momentos de afastamento da fé até os períodos mais sombrios de vício e desespero, não há nada que sugira mérito próprio ou capacidade de saída por conta própria.

Desamparo nas Drogas: Eu descrevo como, mesmo com todas as tentativas de sair do vício, acabei ainda mais profundamente envolvido. Isso ilustra a incapacidade humana de se libertar de suas próprias correntes.

O Chamado de Deus: Mesmo quando tudo parecia perdido e a morte parecia iminente, é perceptível como o meu pedido de socorro não veio de uma posição de retidão ou mérito próprio. Eu estava completamente entregue ao vício, mas o clamor por ajuda veio como um reconhecimento da sua completa incapacidade de se salvar.

Provisão Divina: A oportunidade de recomeçar em Porto de Galinhas, o convite para um novo empreendimento e até mesmo a jornada até lá são todos exemplos da provisão divina. Não havia mérito ou capacidade própria em qualquer uma dessas situações, mas sim uma intervenção divina que abriu caminhos onde não havia saída.

Arrependimento e Restauração: Mesmo após receber a segunda chance, você reconhece que continuou a cair nas armadilhas do vício. Isso demonstra como a libertação e a restauração não foram conquistadas por esforço próprio, mas foram presentes da graça de Deus, que agiu apesar da sua fraqueza e falha contínuas.

Em resumo, meu testemunho destaca a realidade bíblica de que "não há um justo, nem um sequer" (Romanos 3:10) e que "toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto" (Tiago 1:17). Minha história é um testemunho poderoso da graça de Deus que opera mesmo nas situações mais desesperadoras e nas vidas mais fracas.

Leonardo Lima Ribeiro 

Jesus: Um Chamado à Compreensão Profunda e à Comunhão Autêntica

(Täby, Suécia)

Quando Jesus chegou à região de Cesaréia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: 'Quem os outros dizem que eu sou?' Eles responderam: 'Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas'. 'E vocês?', perguntou ele. 'Quem vocês dizem que eu sou?' Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo'. Jesus respondeu: 'Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isso não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. 

E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus'. Então ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo." (Mateus 16:13-20)

Cada grupo tinha sua própria interpretação, sua própria expectativa sobre quem Jesus era.

Porque Só o Espirito Santo pode mostrar Jesus como Ele é:

Mateus 16:15-16: "Mas e vocês?”, perguntou ele, “Quem vocês dizem que eu sou? ” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

Marcos 8:29: "E ele perguntou-lhes: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Pedro, respondendo, lhe disse: Tu és o Cristo."

Lucas 9:20: "Indagou-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: O Cristo de Deus."

E então Jesus, depois de ouvir as respostas dos discípulos sobre o que as pessoas pensavam dele, faz a pergunta mais crucial: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Essa é a pergunta que realmente importa. Não importa o que os outros dizem, importa o que você diz. Pedro, então, respondeu: "Tu és o Cristo".

Além da resposta de Pedro, outros discípulos também expressaram suas percepções sobre a identidade de Jesus em outros contextos. Aqui estão alguns exemplos:

João Batista: Em João 1:29-34, João Batista testifica que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e confirma sua identidade como o Filho de Deus.

Natanael: Em João 1:49, Natanael declara sua fé em Jesus, reconhecendo-o como o Filho de Deus e o Rei de Israel.

Marta: Em João 11:27, Marta expressa sua convicção de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, aquele que havia de vir ao mundo.

E essa é a resposta que Jesus espera de cada um de nós. Ele não quer apenas ser uma figura histórica, um líder sábio ou um milagreiro, Ele quer ser reconhecido como o Cristo, o Filho de Deus, o Salvador. Essa é a base da verdadeira comunhão entre os cristãos: reconhecer e aceitar Jesus como Ele é, como o Cristo, e viver de acordo com essa verdade.

Então, quando falamos sobre as divisões nas denominações e nas igrejas, muitas vezes isso decorre de diferentes interpretações e expectativas sobre quem Jesus é. Mas o cerne da questão é se reconhecemos e aceitamos a verdadeira identidade de Jesus Cristo como o Cristo, o Filho de Deus.

Toda essa compreensão não vem apenas pela carne e pelo sangue, mas pelo Espírito. É o Espírito Santo que nos revela quem Jesus realmente é, e é através dessa revelação que podemos nos unir no mesmo espírito. Então, por mais que nos esforcemos para entender as diferentes doutrinas e interpretações, a verdadeira comunhão e unidade entre os cristãos só podem ocorrer quando reconhecemos Jesus como Cristo, revelado pelo Espírito Santo. É através dessa revelação que somos capacitados a amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos, como Jesus nos amou.

Assim, o cerne da questão não está nas diferenças doutrinárias ou nas interpretações individuais, mas sim na revelação de Jesus pelo Espírito Santo, que nos une como um só corpo em Cristo.

Quando Jesus proclama 'Vinde a mim os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei', ele não está apenas oferecendo alívio para o peso que carregamos, mas também está convidando-nos a aprender com ele. Nessa declaração, Jesus revela não apenas sua compaixão infinita, mas também sua mansidão e humildade. Ele se apresenta como um mestre acessível, pronto para ensinar e orientar aqueles que reconhecem sua própria necessidade e buscam sua ajuda.

Ao fazer referência à sua própria mansidão e humildade, Jesus nos convida a adotar essas qualidades em nossas próprias vidas. Ele nos chama para seguir seu exemplo, mostrando-nos que o verdadeiro poder reside na gentileza e na humildade, e não na força ou na autoridade opressiva.

Além disso, Jesus nos lembra da importância de amar o próximo como ele nos amou. Ele nos ensina que o amor altruísta e sacrificial é o cerne de sua mensagem e exemplo de vida. Portanto, ao aceitar seu convite para aprender com ele, somos desafiados a cultivar um amor compassivo e abnegado pelos outros, seguindo o padrão estabelecido por Jesus.

Essa profundidade de significado por trás das palavras de Jesus nos lembra que seu convite vai além de um simples alívio para nossas cargas físicas e emocionais. Ele nos convida a uma jornada de transformação espiritual, moldando-nos à sua imagem de mansidão, humildade e amor incondicional."

Então, qual é a doutrina de Jesus? 

Essa é uma perspectiva profunda e transformadora sobre a doutrina de Jesus, quem Ele é?! 

A doutrina de Jesus é o amor. Quando compreendemos o amor que Jesus tem por nós, isso muda fundamentalmente nossa visão da igreja e do mundo ao nosso redor. Esse amor não apenas nos transforma individualmente, mas também nos capacita a enxergar as outras pessoas com os olhos de Cristo.

Esse amor de Jesus é pessoal e profundo, alcançando cada aspecto de quem somos. Ele nos ama incondicionalmente e deseja ter um relacionamento íntimo conosco. Quando nos rendemos a esse amor, somos transformados e capacitados a amar os outros da mesma maneira.

Como Ele nos ama incondicionalmente, somos chamados a amar os outros da mesma maneira. Esse amor transcende diferenças e preconceitos, nos capacitando a ver cada pessoa como alguém por quem Jesus morreu e deseja salvar. Aqueles que creem são salvos pela graça através da fé em Jesus Cristo, revelada pelo Espírito Santo.

Portanto, a essência da doutrina de Jesus é o amor que Ele demonstrou por nós na cruz, e é esse amor que nos capacita a viver de maneira transformada e a compartilhar esse amor com o mundo ao nosso redor, é aprofundar cada vez mais nosso entendimento e experiência desse amor transformador, permitindo que Ele nos molde à Sua imagem e nos capacite a viver uma vida cheia de amor, graça e verdade

O ponto de vista que estou apresentando destaca como as pessoas podem moldar suas crenças de acordo com os valores e as influências predominantes em suas vidas. Ao mencionar o "deus deste século", refere-se muitas vezes à ideia de idolatria das coisas materiais, do poder ou de outras formas de sucesso mundano. Nesse contexto, algumas pessoas podem reinterpretar a figura de Jesus para se alinhar com essas prioridades mundanas, criando uma versão de Jesus que justifica ou apoia suas ambições terrenas.

Da mesma forma, quando menciona aqueles que fazem da lei de Moisés o seu "Jesus", refere-se àqueles que seguem estritamente as prescrições e os mandamentos da lei, muitas vezes sem compreender o espírito por trás dessas leis ou sem considerar os ensinamentos mais amplos de compaixão e amor ao próximo.

A frase "tudo aquilo que você adora, você se torna" aponta para a ideia de que aquilo em que você investe sua devoção e energia acaba moldando quem você é como pessoa. Se alguém coloca sua devoção em valores materiais ou em regras religiosas rigorosas, isso pode influenciar sua identidade e suas ações de maneira significativa.

Em última análise, essa reflexão sugere a importância de uma busca sincera pela verdade espiritual e pelo entendimento mais profundo dos ensinamentos religiosos, a fim de evitar a armadilha de criar uma versão distorcida de Jesus ou de qualquer outra figura religiosa que sirva apenas aos nossos próprios desejos e expectativas.

E se formos mais além:

Essa observação destaca como nossas crenças e interpretações religiosas podem influenciar nossas atitudes e comportamentos em relação aos outros. Quando alguém idolatra Mamom, que representa a riqueza e o materialismo, é provável que sua perspectiva religiosa seja centrada no sucesso material e na prosperidade financeira. Eles podem interpretar o evangelho de acordo com esses valores, buscando a aprovação de Deus através da conquista de riquezas e bens materiais.

Por outro lado, aqueles que adotam uma abordagem legalista baseada na lei de Moisés podem se tornar mais propensos a julgar e condenar os outros com base em padrões rígidos de comportamento moral. Eles podem se concentrar mais em apontar o pecado e em julgar os outros do que em demonstrar amor e compaixão.

Essa dinâmica ressalta a importância de uma compreensão equilibrada e compassiva da fé religiosa. É fundamental evitar extremos, seja na busca obsessiva por riqueza material ou na aplicação severa e inflexível da lei religiosa. Em vez disso, o verdadeiro evangelho promove valores de amor, compaixão, perdão e justiça, convidando-nos a buscar uma conexão mais profunda com Deus e a viver de maneira a refletir esses valores em nossas interações com os outros.

"Cada pessoa cria sua própria imagem de Jesus. Há o Jesus da paz e do amor, que se diz ter morrido para nos libertar, mas muitos ainda se sentem aprisionados. É o Jesus filosófico, o Jesus da paz e do amor, cuja mensagem parece não ter impacto real na vida das pessoas. O Jesus que cada um de nós imagina é moldado pelas nossas próprias expectativas. Por isso, quando não estamos dispostos a abandonar essas expectativas, torna-se difícil enxergar Jesus como ele realmente é. Ao longo da história, especialmente nos tempos de Jesus, como os fariseus e até mesmo Judas, as pessoas esperavam um libertador que as tirasse de sua condição de opressão. Porém, quando Jesus foi preso, permaneceu calado e não desceu da cruz, essas expectativas foram frustradas. E essa frustração impediu que muitos vissem a verdadeira natureza dele."

"A decisão de conhecer verdadeiramente Jesus, como ele é, é crucial. Caso contrário, corremos o risco de construir uma versão dele que se encaixe em nossas próprias expectativas, intelecto ou interpretações doutrinárias.

Essa tendência à diversidade de percepções sobre Jesus frequentemente resulta na multiplicidade de igrejas e denominações, cada uma moldando sua própria compreensão e prática da fé. Embora possamos afirmar que seguimos o mesmo Espírito e adoramos o mesmo Jesus, a realidade é que nossas interpretações e entendimentos podem variar consideravelmente.

A verdadeira revelação de Jesus, iluminada pelo Espírito Santo, tem o poder de unir o corpo de Cristo, ao invés de dividi-lo. É quando nos permitimos ser guiados pelo Espírito que transcendemos as barreiras da carne, das interpretações humanas e das doutrinas sectárias que podem nos separar. Em vez disso, é a busca sincera pela verdade espiritual e a comunhão com o Espírito que nos ajuda a encontrar uma unidade genuína na fé."

"O Espírito de Deus tem o poder de unir todos aqueles que têm a revelação genuína de Cristo. Os apóstolos, ao disseminarem a mensagem em diferentes lugares, transmitiram a mesma doutrina impulsionados pelo Espírito Santo, formando discípulos de Jesus Cristo. Independentemente das diferenças culturais, essas comunidades se uniram como um só corpo, um só Espírito, uma só fé e um só batismo.

No entanto, ao longo do tempo, divisões surgiram não por influência do Espírito Santo, mas por intervenção humana e, possivelmente, influências malignas. As doutrinas introduzidas pelos homens, ao invés de serem fundamentadas em Cristo e no Espírito, começaram a fragmentar o corpo de Cristo. Essas divisões foram exacerbadas pelas interpretações individuais e pelas agendas teológicas, levando à desunião na comunidade cristã.

Portanto, é essencial retornar ao fundamento de Cristo e à orientação do Espírito Santo para superar essas divisões criadas pelo homem. A verdadeira unidade na fé deve ser buscada com base na revelação de Cristo e na inspiração do Espírito de Deus, transcendendo as interpretações e doutrinas humanas que nos separam."

Vejamos: 

Sobre a diversidade cultural sendo superada pela unidade em Cristo:

Gálatas 3:28: "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus."

Sobre a importância do Espírito Santo na unidade da fé:

Efésios 4:3: "Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz."

Sobre a importância de fundamentar nossa fé em Cristo:

Colossenses 2:6-7: "Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão."

Sobre o perigo das divisões causadas por doutrinas humanas:

Colossenses 2:8: "Cuidado que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se baseiam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, em vez de se basearem em Cristo."

Sobre a unidade na fé através do Espírito Santo:

1 Coríntios 12:13: "Pois todos nós fomos batizados por um só Espírito, a fim de sermos um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres, e a todos nós foi dado beber de um só Espírito."

"Quando nos aproximamos de Deus através da oração, do jejum, da meditação na Palavra e da comunhão com Ele, abrimos espaço para uma compreensão mais íntima de quem Ele é. Ele transcende a mera compreensão doutrinária e se revela como uma presença viva e pessoal em nossas vidas.

Ao cultivarmos essa relação pessoal com Deus, Ele nos conduz além das divisões criadas pelos homens e nos permite reconhecer a essência comum da fé em Jesus Cristo. Em vez de nos apegarmos rigidamente às nossas próprias interpretações doutrinárias ou expectativas pessoais, somos convidados a buscar uma comunhão autêntica com Ele.

Nesse espaço de comunhão íntima com Deus, somos capacitados a enxergar além das diferenças superficiais e a nos unir em amor e unidade com nossos irmãos e irmãs na fé. É através desse relacionamento transformador com Deus que encontramos a verdadeira fonte de comunhão e unidade entre os cristãos, independentemente de suas denominações

Sobre a importância da comunhão íntima com Deus:

Tiago 4:8: "Cheguem perto de Deus, e Deus se chegará a vocês. Lavem as mãos, pecadores; purifiquem o coração, vocês que são indecisos."

Sobre a unidade dos crentes em Cristo:

Efésios 4:3: "Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz."

Sobre a transcendência da compreensão doutrinária pela relação pessoal com Deus:

João 17:3: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."

Sobre o papel do Espírito Santo na unificação dos crentes:

1 Coríntios 12:13: "Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito."

Sobre o amor como vínculo de perfeição e unidade:

Colossenses 3:14: "E, sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição."

Essas reflexões são profundas e nos convidam a uma análise pessoal e espiritual sobre a natureza da nossa fé e adoração. O questionamento sobre qual Jesus estamos adorando é crucial, pois muitas vezes criamos uma imagem de Jesus que se alinha com nossas próprias expectativas e desejos, transformando nossas próprias necessidades e vontades em um ídolo.

A referência a adorar o próprio ventre, encontrada em Judas 1:16, destaca como podemos nos tornar escravos de nossos próprios desejos e expectativas, colocando-os acima do verdadeiro propósito de nossa adoração a Deus.

O livro de Judas é uma carta breve, composta por apenas 25 versículos, e aborda principalmente a questão da apostasia e da necessidade de permanecer firme na fé em meio à influência de falsos mestres e ensinamentos distorcidos dentro da comunidade cristã. Vou analisar o capítulo como um todo para aprofundar a compreensão sobre a referência à adoração do próprio ventre.

O capítulo de Judas começa com uma saudação padrão, onde Judas se identifica como servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, e então passa a abordar diretamente o propósito de sua carta. Ele expressa sua preocupação com a necessidade de exortar os crentes a lutar pela fé que foi entregue uma vez por todas aos santos, contra os falsos mestres que haviam se infiltrado entre eles (versículos 3-4).

Judas então descreve esses falsos mestres como pessoas ímpias que distorcem a graça de Deus para satisfazer seus próprios desejos sensuais e arrogantes. Ele os compara a pessoas que rejeitaram a autoridade de Deus no passado e foram destruídas por sua própria rebelião (versículos 5-7). Aqui já vemos a ideia de satisfazer os próprios desejos e a consequência de tal atitude.

Em seguida, Judas oferece uma série de exemplos de como esses falsos mestres se comportam, destacando sua falta de reverência por figuras de autoridade, sua arrogância e suas tendências imorais. Ele os compara a nuvens sem água e árvores sem frutos, sugerindo que são inúteis e infrutíferos espiritualmente (versículos 8-16).

É neste contexto que encontramos a referência à adoração do próprio ventre no versículo 16. Aqui, Judas está destacando a natureza egocêntrica e indulgente desses falsos mestres, que colocam seus próprios desejos e prazeres acima da vontade de Deus. Ao invés de buscar a santidade e a vontade divina, eles buscam apenas satisfazer seus próprios impulsos carnais, tornando-se escravos de seus próprios desejos.

Essa adoração do próprio ventre é uma forma de idolatria, onde os desejos pessoais e as necessidades físicas são colocados no lugar de Deus. Em vez de buscar a orientação e a vontade de Deus em suas vidas, esses falsos mestres seguem seus próprios instintos e apetites, colocando-se no centro de sua própria adoração e colocando seus próprios desejos acima dos princípios e valores espirituais.

Eu quero apontar corretamente que Jesus não veio para satisfazer nossas expectativas terrenas, mas para revelar o Pai e nos conduzir à verdadeira compreensão de quem Deus é. Às vezes, nossas expectativas podem ser frustradas, mas isso pode ser parte do amor de Deus por nós, permitindo-nos ver além de nossas próprias limitações e compreender a verdade mais profunda de Sua natureza e propósito.

Novamente eu digo: é essencial buscar uma relação autêntica e íntima com Deus, permitindo que Ele nos revele a verdade sobre Si mesmo, mesmo que isso signifique abandonar nossas próprias expectativas e desejos. Somente assim podemos conhecer a Deus como Ele é verdadeiramente e experimentar a plenitude de Sua graça e amor em nossas vidas.

Sobre a importância de conhecer a verdadeira natureza de Deus além de nossas expectativas pessoais:

João 4:24: "Deus é Espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade."

Sobre a vontade de Deus de nos revelar Sua verdadeira natureza:

João 14:9: "Jesus respondeu: ‘Filipe, eu estou há tanto tempo com vocês, e ainda não me conhece? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostre-nos o Pai’?"

Sobre a confiança em Deus mesmo quando nossas expectativas são frustradas:

Provérbios 3:5-6: "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas."

Sobre a busca pela verdadeira sabedoria e entendimento de Deus:

Provérbios 9:10: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento."

Sobre a importância de buscar a vontade de Deus acima de nossas próprias vontades:

Mateus 6:10: "Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu."

No contexto do livro de Judas, há uma ênfase na necessidade de discernimento espiritual e de evitar ser enganado por falsos mestres e doutrinas distorcidas. Isso se relaciona com a importância de conhecer Jesus como ele realmente é, em oposição a uma versão distorcida ou mal interpretada dele. Assim como Judas alerta contra a falsidade e a manipulação no contexto espiritual, reconhecer a verdadeira identidade e natureza de Jesus é fundamental para evitar ser conduzido ao erro ou à idolatria.

Leonardo Lima Ribeiro 

Geopolítica e Teologia da Terra(14)

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