Cuidando de Vocacionados e o Trabalho no Corpo de Cristo
Cuidar da vida de pessoas que estão sendo chamadas por Deus, que possuem um claro chamado vocacional, é uma tarefa que exige dedicação e sabedoria. No corpo de Cristo, é nosso papel auxiliar essas pessoas a amadurecerem, a compreenderem determinadas verdades e a se posicionarem corretamente.
Tenho como princípio compartilhar minhas experiências — tanto as positivas quanto as negativas — com elas. Reconheço que algumas coisas não podem ser desenvolvidas apenas por meio da teoria ou do ensino; é necessário viver certas situações. No entanto, dividir experiências pode poupar anos de erros ou de entendimentos equivocados, ajudando essas pessoas a se alinharem com a verdade de Deus mais rapidamente.
A ideia de não precisar de igrejas, pastores ou ministérios, enquanto se busca aprendizado espiritual por meio de vídeos no YouTube, livros, seminários e conferências, revela uma incoerência significativa. Isso porque essas pessoas estão, de certa forma, recorrendo a estruturas e lideranças para crescer na fé, mesmo que indiretamente. É essencial refletir sobre alguns pontos que evidenciam essa contradição:
1. A Natureza da Igreja
A igreja não é apenas um prédio ou uma instituição humana, mas o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:27). Participar da vida comunitária é um princípio bíblico fundamental. Quando alguém consome conteúdo espiritual em outras formas, como vídeos e livros, está reconhecendo a necessidade de ensino e edificação. No entanto, ao desprezar a igreja local, essa pessoa nega o espaço mais orgânico e próximo para viver a fé em comunhão.
2. A Importância dos Pastores
Pastores são um presente de Deus para a edificação da igreja (Efésios 4:11-12). Eles têm a função de ensinar, orientar e cuidar do rebanho. Ao aprender com pregações online, livros e seminários, essas pessoas estão se beneficiando do trabalho pastoral, mesmo que à distância. Isso mostra que, na prática, reconhecem a importância dos ministros da palavra, embora não admitam explicitamente.
3. A Comunidade e a Prática do Evangelho
A fé cristã não se vive isoladamente. Amar, perdoar, servir e edificar uns aos outros só é possível no contexto comunitário. Participar de conferências ou consumir conteúdo digital não substitui a interação real com irmãos na fé, onde o evangelho é vivido de forma prática. Essa incoerência surge porque, ao evitar a igreja, essas pessoas perdem a oportunidade de exercitar a fé em comunidade.
4. O Papel do Ministério
Os ministérios existem para capacitar os santos e edificar o corpo de Cristo (Efésios 4:12). Aqueles que buscam seminários ou conferências estão, na verdade, participando de iniciativas ministeriais, mesmo que não o reconheçam. Isso reforça a ideia de que ninguém cresce espiritualmente sozinho, mas sempre depende de alguém que ensina, lidera ou pastoreia.
5. A Contradição no Discurso
Ao afirmar que não precisam de igreja, pastores ou ministérios, mas se alimentam espiritualmente de fontes ligadas a esses mesmos elementos, essas pessoas ignoram a coerência lógica e teológica. Essa postura pode ser fruto de mágoas com instituições religiosas, orgulho espiritual ou uma visão superficial do papel da igreja.
A igreja local é imperfeita porque é composta por pessoas imperfeitas, mas é o modelo que Deus escolheu para Seu povo. Pastores e ministérios são ferramentas que Deus usa para edificar e conduzir os cristãos. Buscar aprendizado espiritual fora da igreja pode ser válido, mas nunca substitui a vivência comunitária, a submissão a lideranças bíblicas e o envolvimento em ministérios locais.
Se você se encontra nessa posição, é válido refletir: por que evitar a igreja local, mas consumir o que ela produz indiretamente? A reconciliação com a comunidade de fé pode ser um passo importante para alinhar discurso e prática, vivendo de forma mais plena os propósitos de Deus para Sua igreja.
O Convite ao Posicionamento
Quero compartilhar algo importante com vocês hoje, convidando-os constantemente a um posicionamento pautado no bom senso, na coerência e na sabedoria. É essencial compreender o caráter de Cristo e o verdadeiro significado da humildade. Muitas vezes, humildade é confundida com pobreza, e riqueza com orgulho, gerando interpretações equivocadas.
Vivemos em um tempo onde a comunicação tornou-se muito subjetiva, e o significado das palavras tem sido banalizado. Isso enfraquece a compreensão e gera confusão. Em meus conteúdos, procuro incentivar vocês a se animarem e se posicionarem na verdade, ao invés de desanimarem diante dos desafios e erros percebidos na realidade de algumas igrejas.
Nós não podemos nos deixar influenciar negativamente pelo que está errado. Muitas vezes, o sofrimento vem porque não nos posicionamos corretamente. Um exemplo disso é como lidamos com críticas em redes sociais. Eu aprendi que nem todos os comentários divergentes são construtivos; alguns apenas visam desqualificar ou desprezar. Por isso, excluo e bloqueio tais comentários ou pessoas sem hesitação, pois é uma perda de energia debater com quem não deseja acrescentar nada positivo.
Um tema frequentemente debatido é a questão financeira. Eu e minha esposa nos casamos em 2011, após nos conhecermos em uma viagem missionária. Desde antes do casamento, decidimos como geriríamos nossa vida financeira e ministerial, e permanecemos fiéis a esse propósito até hoje. Explicamos nossa missão àqueles que desejam apoiar, respondendo a qualquer dúvida com transparência. Contudo, pessoas que tentam controlar ou impor condições a seu suporte são, gentilmente, recusadas.
A internet trouxe grandes benefícios, mas também fez com que muitas pessoas perdessem o senso de respeito pelos limites da vida alheia. Seguir um perfil de um pastor ou de uma figura pública não dá o direito de emitir opiniões ofensivas ou desrespeitosas. É comum ver pessoas chamando outras de “ladrão” ou proferindo julgamentos públicos sem base. É fundamental resgatar o respeito e a reverência nas relações, mesmo em ambientes virtuais.
Um dos desafios que enfrentamos foi lidar com ofertas condicionadas. Pessoas se oferecem para ajudar financeiramente, mas tentam influenciar nossas decisões. Sempre optamos por não aceitar esse tipo de condição, mesmo que isso nos colocasse em situações difíceis. Ser firme em nosso chamado nem sempre é compreendido, mas é essencial para manter a integridade.
Muitos criticam o estilo de vida de pastores de grandes igrejas, como a posse de bens de alto valor, sem entender as dinâmicas por trás dessas situações. Ministérios maiores geralmente têm mais estrutura e transparência financeira, especialmente os que possuem história longa e estão sujeitos a assembleias anuais para prestar contas.
É importante lembrar que muitas das posses dos líderes são frutos de doações ou presentes, geralmente de pessoas influentes e gratas pelo impacto que o ministério teve em suas vidas. Criticar sem conhecer toda a história pode levar a julgamentos precipitados e injustos.
Estamos em um tempo onde precisamos resgatar o bom senso, o respeito e a reverência em nossas relações. Sejamos fiéis ao chamado de Deus, firmes em nossos posicionamentos e transparentes em nossas ações. Não permitamos que críticas infundadas ou opiniões externas nos desviem do propósito que o Senhor nos confiou. Lembremo-nos de que nosso compromisso é com Deus e com aqueles que Ele nos confiou para cuidar e servir.
Ao longo da vida, presenciei diversas situações em que pessoas alcançaram resultados surpreendentes através de orações e intervenções espirituais. Por exemplo, já vi pessoas milionárias que receberam cura de câncer mediante uma oração. Em outro caso, testemunhei alguém que estava prestes a perder seus bens devido a dificuldades financeiras. Essa pessoa recebeu uma palavra de sabedoria e orientação de um pastor que, através de oração e intercessão, ajudou-a a se posicionar de forma diferente, restaurando suas finanças de maneira impressionante.
Essas experiências frequentemente despertam gratidão nas pessoas. Elas sentem o desejo de retribuir, seja ofertando financeiramente, presenteando com um carro ou mesmo com um imóvel. É importante esclarecer que não cabe a nós julgar tais atos quando realizados de forma voluntária. Por exemplo, se alguém viesse até mim dizendo: “Léo, sua palavra tem transformado minha vida e sinto no coração de abençoar você com algo”, eu teria duas opções. Poderia recusar, agradecendo e reafirmando que o que fiz foi de coração. Ou poderia aceitar como uma bênção, entendendo que a pessoa se sentiu tocada para retribuir.
Porém, é comum que algumas pessoas critiquem esses gestos. Elas vêm, por exemplo, um pastor ganhando um carro novo e concluem que ele “se aproveita das pessoas” ou “vive às custas da fé alheia”. Contudo, precisamos refletir: quando você vai ao supermercado ou ao médico, você gasta dinheiro como quiser, sem que ninguém interfira. Por que então questionar as doações voluntárias feitas a um ministério ou a um pastor, desde que não sejam fruto de manipulação ou constrangimento?
Manipulação seria usar medo ou culpa para induzir alguém a ofertar. Isso é errado. Mas se alguém, de livre e espontânea vontade, decide abençoar um pastor ou líder por gratidão, não vejo problema. Muitos que criticam esses gestos agem movidos por uma certa “justiça própria”. Pensam: “Eu trabalho tanto, 8 a 12 horas por dia, e mal consigo comprar um carro. Por que esse pastor ganha um carro tão facilmente?” Essa mentalidade reflete um sentimento de injustiça que, no fundo, é obra da carne, inveja.
Além disso, há um ponto que muitos não consideram: o valor do trabalho de um pastor ou líder espiritual. Frequentemente, eles acompanham pessoas por meses, ouvindo áudios longos, oferecendo palavras de orientação, intercedendo em oração e dispondo tempo e energia para ajudar. Isso é um trabalho, ainda que não seja formalmente contratado ou remunerado. Muitas vezes, essas pessoas nem percebem o quanto o pastor se dedica a elas. Enquanto um bom terapeuta pode cobrar R$ 500 a R$ 1.000 por sessão, um pastor faz esse papel sem exigir nada em troca.
Quando uma pessoa decide abençoar financeiramente seu pastor, é comum que outros questionem: “Mas isso é justo?” Minha resposta é: sim, se for algo feito de maneira lícita e voluntária. Assim como em qualquer profissão, o trabalho de um pastor merece ser valorizado. Alguém que tem maior poder aquisitivo e decide contribuir em proporção à sua riqueza não está errando. Pelo contrário, está exercendo generosidade.
Às vezes, o incômodo em relação a essas doações está mais relacionado à comparação e à inveja do que à verdadeira preocupação com justiça. Cada um tem o direito de usar seus recursos como desejar, desde que seja de forma ética e legal. Quando um pastor recebe um presente, seja um carro ou qualquer outro bem, isso reflete a gratidão de alguém que foi impactado por seu ministério.
Por fim, quero reforçar que o ministério é algo intrinsecamente ligado à pessoa. Ele não existe sem o pastor. Valorizar o ministério é também valorizar o homem ou a mulher que dedica sua vida a ele. Se Deus chamou essa pessoa, Ele também proverá os recursos necessários para que ela cumpra sua missão, seja através de uma oferta, de um presente ou de outras formas.
Seja qual for a sua profissão – médico, advogado ou qualquer outra –, se você entende que é feliz nela porque crê que é o plano de Deus para sua vida, estamos iguais no que fazemos. Cada um cumpre seu chamado e se dedica com excelência.
No meu caso, como pastor, eu me considero um dos que buscam essa excelência. Não conheço centenas de pastores pessoalmente, talvez apenas dezenas, mas posso dizer que me aprofundo ao máximo no que faço. Dedico-me para oferecer algo que verdadeiramente faça diferença na vida das pessoas. Invisto meu tempo, minha energia e minha saúde para atender sem limite de horas ou dias, sem cobrança de consulta ou mensalidade. Essa disponibilidade total é parte da vocação pastoral.
Entretanto, é difícil para algumas pessoas compreenderem que isso também é um trabalho. Cuidar de pessoas demanda tempo, preparação e conhecimento. Assim como qualquer outro profissional, também preciso de uma casa, de transporte e de sustento. Mesmo assim, há quem acredite que o trabalho espiritual deveria ser apenas um hobby ou caridade, algo feito nas horas vagas. Essa perspectiva ignora a realidade e a dedicação integral exigida pelo ministério.
Às vezes, escuto críticas, como a de que pastores exploram as pessoas ou que “trabalho espiritual” não é um trabalho de verdade. Essas opiniões muitas vezes se baseiam em maus exemplos, mas não é justo usar casos isolados de má conduta para descredibilizar quem trabalha com seriedade e boa fé.
Toda profissão tem desafios éticos. Para o advogado, há dilemas na hora de decidir entre revelar ou ocultar uma verdade. Para o médico, há escolhas delicadas no cuidado com vidas. Para o pastor, o ponto delicado costuma ser a questão financeira. Isso porque o espiritual é algo intangível, etéreo. É difícil para muitos ultrapassar a barreira do subjetivo e compreender que o trabalho pastoral, embora espiritual, trata de realidades humanas.
Dedicar-se ao pastoreio significa optar por usar o tempo e os recursos de maneira a apoiar o crescimento espiritual e emocional das pessoas. A remuneração é baseada na generosidade e na honra. Como a Bíblia diz, cada um deve doar conforme a disposição do seu coração, não por obrigação ou constrangimento.
Se você não sente disposição para dar, não dê. Mas não use isso como argumento para atacar ou desrespeitar aqueles que escolheram esse caminho. A internet amplifica essas críticas, muitas vezes feitas sem bom senso ou coerência. Se você não concorda com algo, pode simplesmente optar por não participar.
Pior do que criticar é usufruir do trabalho pastoral sem valorizar. Muitos frequentam igrejas, utilizam o tempo e os recursos dos pastores, mas não contribuem ou ainda criticam a ideia de ofertas e dízimos. Eles esquecem que manter uma igreja envolve custos reais: aluguel, equipamentos, manutenção e funcionamento diário.
Aqueles que se opõem à ideia de dízimo podem substituí-la pelo conceito de oferta. Não importa o nome, importa o princípio: generosidade. Se mesmo assim a pessoa não quer contribuir, também é seu direito. Mas é importante entender que cada decisão tem consequências, sejam elas a curto ou longo prazo. A falta de suporte e comprometimento pode levar a uma desconexão com as comunidades e as verdades espirituais que sustentam a vida.
Por fim, o que percebo como um dos grandes problemas da nossa geração é a falta de bom senso e coerência. Muitas críticas ao trabalho pastoral são baseadas em narrativas sem fundamento, em raciocínios equivocados que desconsideram a dedicação e o impacto positivo desse ministério na vida das pessoas.
Se você acredita que não precisa de pastores ou igrejas, viva essa escolha com coerência, sem atacar quem segue outro caminho. E se você reconhece o valor desse trabalho, pratique a generosidade e o respeito, entendendo que o cuidado espiritual também é um trabalho digno e essencial para muitos.
Reflexões sobre o Dízimo, Críticas e a Participação na Comunidade Cristã
1. O Argumento sobre o Dízimo
É comum ouvir argumentos como: “o dízimo não era dinheiro, era alimento, grãos, ou algo voltado para os pobres, viúvas e órfãos”. Embora essa afirmação possa ter fundamento histórico, ela costuma ser usada como desculpa para não contribuir na atualidade. A questão não é se o dízimo era dinheiro ou não, mas sim sobre a postura de cada um diante da contribuição voluntária. Ninguém é obrigado a dar, mas, se não quiser, que também não busque justificar a omissão por meio de críticas infundadas.
2. Selecione de Quem Ouvir Opiniões
Não se deve dar espaço para opiniões de quem não caminha junto, não deseja o seu bem ou não compartilha da sua visão e propósito. Como disse a um casal pastoral recentemente: apenas considere as opiniões de quem está ao seu lado, lutando pela mesma causa e demonstrando preocupação genuína com você e seu ministério. Ouvir demanda muita energia, e ouvir incoerência demanda muito mais. Não desperdice a energia que você tanto precisa para exercer sua vocação ouvindo o que não edifica.
Àqueles que criticam com sarcasmo ou ironia, corte a interação. Essas formas de expressão são frequentemente indicativos de arrogância e de uma tentativa de descredibilização velada. Dando ouvidos a tais comentários, você se desgasta emocionalmente sem necessidade.
3. Críticas em Geral e a Postura de Cada Um
As críticas podem se aplicar às contribuições financeiras, mas também a muitos outros aspectos da vida cristã. Se alguém não concorda com congregar, que escolha outra forma de seguir sua fé, mas não invista energia em descredibilizar quem opta por uma abordagem diferente. Cada um é responsável por onde permanece e pelo que apoia.
Se você percebe injustiças na sua igreja, avalie por que você continua nela. Não faz sentido ficar onde não se sente bem ou não encontra propósito. Por outro lado, é importante também analisar suas emoções e críticas. Estão baseadas na razão e bom senso ou são apenas desabafos inflamados que ignoram as boas coisas já recebidas?
4. Participação Gera Direito a Opinião
Apenas participantes ativos têm o direito de expressar suas opiniões e divergências de forma coerente. Assim como em uma reunião de condomínio, onde apenas moradores e pagantes podem opinar, na igreja ou ministério também é assim. Quem não contribui, não se envolve ou não caminha junto perde o direito de ser levado a sério em críticas e sugestões.
Por outro lado, quem está junto no barco merece ser ouvido. Se uma pessoa participante aponta algo que não está certo, cabe ao líder ou pastor escutar com atenção e considerar a possibilidade de mudança.
5. A Incoerência de Muitas Críticas
Muitas pessoas criticam pastores e líderes dizendo que eles deveriam “arrumar um emprego” e parar de viver “às custas” dos outros. Contudo, essas mesmas pessoas não questionam o pagamento de consultas médicas, mensalidades escolares ou até mesmo gastos com entretenimento, como jogos e assinaturas de serviços. Por que então o trabalho ministerial é visto de forma diferente, como se não tivesse valor?
Talvez essas críticas venham de pessoas que nunca foram diretamente beneficiadas por um ministério, mas isso não invalida o impacto positivo que ele tem na vida de muitos outros. A incoerência é evidente: não se reconhece o trabalho realizado nem o custo que ele envolve.
6. O Propósito dos Ministérios
Os cinco ministérios são funções dadas por Deus para o amadurecimento do Corpo de Cristo. Eles não tornam seus líderes superiores, mas sim responsáveis por contribuir com o crescimento espiritual dos irmãos. Todos somos iguais diante de Deus, independente da função que exercemos.
É importante diferenciar entre criticar a mentalidade ultrapassada, muitas vezes marcada por controle e manipulação, e criticar a Igreja como um todo. A transição de uma mentalidade antiga para uma renovada em Cristo é um processo que exige paciência, discernimento e longanimidade.
Ao refletir sobre essas questões, devemos buscar uma postura de maior coerência, respeito e participação ativa na comunidade cristã. Antes de criticar, avalie seu papel na solução e considere o impacto de suas palavras. Contribuir, apoiar e caminhar juntos fortalece o Corpo de Cristo e promove um ambiente de crescimento para todos.
Quando me sinto para baixo, gosto de refletir sobre as palavras de Paulo. Ele é um exemplo de como, mesmo sendo humanos, com emoções e fragilidades, podemos confiar na força do Espírito. Somos espirituais, mas ainda lidamos com nossa humanidade, nossos sentimentos e limitações. Essa tensão me faz lembrar o que Paulo escreveu aos Coríntios, quando ele disse que falaria de sua "insensatez".
Paulo explicou que, naquele momento, não falaria de espiritualidade, mas de sua humanidade. Ele se colocou no nível de seus críticos, aqueles que duvidavam de sua autoridade como apóstolo. Ele disse algo como: "Se vocês querem se vangloriar, eu também posso". Ele mencionou suas credenciais: "Sou judeu, da tribo de Benjamim, irrepreensível perante a lei, passei por naufrágios e perigos...". Ou seja, Paulo estava mostrando que, se fosse para comparar méritos humanos, ele tinha de sobra. No entanto, ele deixou claro que não confiava nessas coisas. Ele preferia confiar na sabedoria e no poder de Deus.
Essa postura me inspira profundamente. Mesmo tendo habilidades e conquistas que Deus me deu, escolho não depender delas. Decidi, desde o momento em que aceitei o chamado de Deus, confiar plenamente n’Ele. Não faço alianças com pessoas apenas por sua influência ou recursos, nem cedo à tentação de diluir o evangelho para agradar outros. Minha confiança está no Senhor, que me sustentou mesmo antes de eu conhecê-Lo. Ele me livrou de tantas situações, da morte, de doenças e de perigos. Se Ele cuidou de mim antes, como não confiar agora que estou em Seus caminhos?
Hoje enfrento desafios que só Deus pode resolver. Não vou me apoiar em estratégias humanas, como manipular situações ou me desviar da verdade para conquistar benefícios. Prefiro confiar que Deus tem um plano perfeito para minha vida.
Refletir sobre a natureza da fé também é essencial. É fácil louvar a Deus quando tudo vai bem: saúde, contas pagas, a família em harmonia. Mas o verdadeiro teste de fé surge nos dias difíceis, quando olhamos ao redor e não vemos saídas. Nesses momentos, é crucial confiar em Deus e resistir à tentação de buscar soluções humanas que comprometem a verdade.
Tenho pensado muito sobre o valor das relações genuínas. Um verdadeiro amigo, disposto a ouvir seus problemas ou ajudar sem esperar nada em troca, é raro. Vivemos tempos em que muitos estão mais dispostos a criticar ou julgar do que a estender a mão. Eu e minha esposa decidimos que, se não podemos ajudar alguém, também não vamos atrapalhar com opiniões que não edificam ou ajudam. Nosso compromisso é contribuir positivamente com as pessoas ao nosso redor.
Como seguidores de Cristo, devemos ser luz no mundo. Isso significa que, onde quer que passemos, deixaremos marcas. Algumas pessoas agradecerão a Deus por nos conhecer, enquanto outras, por inveja ou outras razões, nos rejeitarão. Isso faz parte da caminhada, porque quem faz o bem e vive na verdade inevitavelmente desperta reações.
Já observei que pessoas íntegras enfrentam mais lutas do que aquelas que jogam o jogo do interesse. As que manipulam e buscam benefícios pessoais muitas vezes têm mais seguidores. Isso acontece porque muitos escolhem se aliar a quem parece estar "vencendo". Mas minha escolha é clara: prefiro a integridade, mesmo que o caminho seja mais difícil. Escolho pessoas que podem me ajudar a ser melhor em minha fé e caráter.
Minha história com minha esposa reflete essa escolha. Ao longo dos anos, vimos como algumas pessoas se aproximaram de nós discretamente, reconhecendo o conteúdo espiritual em nossas vidas, mas sem querer associar publicamente seu nome ao nosso. Talvez por julgarem que não ganhariam status com essa relação. Mesmo assim, seguimos confiando em Deus, certos de que Ele nos guia e nos sustenta.
No final, a reflexão que deixo é: quem você escolhe ser? Alguém que vive de acordo com a verdade e a fé, mesmo enfrentando desafios, ou alguém que cede às pressões do mundo em troca de ganhos passageiros? Eu escolho confiar no Senhor, que é fiel e nunca me abandona.
O que vou compartilhar agora é fruto de reflexões profundas e experiências vividas ao longo do tempo. Minha intenção é trazer à luz questões que muitas vezes são ignoradas ou silenciadas.
“Isso acontece com você? Já aconteceu com você? Você faz isso com alguém? Se faz, arrependa-se, saia dessa mentalidade! Deixe de ser trevas e seja luz. Seja luz!”. Essa exortação ecoa em meu coração. Pessoas que são luz não carregam uma mentalidade obscurecida. Elas não se aproximam de outros por interesse, buscando vantagens financeiras, sociais ou institucionais.
É comum ouvirmos justificativas como: “Eu vou àquela igreja porque é frequentada por pessoas importantes”, ou “Prefiro essa comunidade porque tem mais recursos”. Essas escolhas baseadas em status revelam algo sobre a condição espiritual e emocional daqueles que as fazem.
Quero compartilhar um exemplo vivido. Em 2014, viajei com minha esposa para a Albânia como missionário. Éramos membros da Igreja Presbiteriana, ainda que não consagrados formalmente como missionários. Apesar disso, participávamos ativamente do conselho de missões e, de maneira informal, realizávamos atividades missionárias. Durante esses três meses, fomos calorosamente recebidos por várias igrejas e organizações missionárias – presbiterianos, batistas, assembleianos. Tivemos oportunidades de pregar, almoçar com outros missionários e participar de eventos.
No entanto, em 2018, quando retornei à Albânia, algo havia mudado. Eu não era mais presbiteriano. Havia me desligado da denominação e agora fazia parte de um ministério diferente. Durante 15 dias, fiquei hospedado na casa de uma missionária da Missão Antioquia, a saudosa Najua Diba. Exceto por ela, nenhuma outra igreja ou liderança local nos procurou. Não fomos chamados para conversar, pregar ou sequer tomar um café. Aquela acolhida calorosa de 2014 havia desaparecido.
Refletindo sobre isso, percebi que, para muitos, minha nova identidade pentecostal era um obstáculo. Minha crença em orações em línguas e outros aspectos doutrinários era vista com reservas. Aceitação não deveria depender de etiquetas denominacionais, mas de nossa condição como irmãos em Cristo.
É importante destacar que denominações tradicionais como a Presbiteriana frequentemente conferem status a seus membros, especialmente quando lideranças influentes estão envolvidas. Esse tipo de tratamento baseado em posição social ou eclesiástica é algo que, como pastor e missionário, tenho observado em muitos lugares – no Brasil e no exterior.
Outra questão que gostaria de abordar é como a verdade é frequentemente silenciada sob o pretexto de evitar conflito. Quando você se posiciona de maneira franca, é comum ouvir respostas como: “Você precisa perdoar, está amargurado”. Mas desde quando falar a verdade é sinônimo de amargura?
Vou ilustrar isso com um caso grave que ganhou repercussão. Nos Estados Unidos, uma criança de apenas 6 anos foi vítima de abuso sexual dentro de um ambiente que deveria ser seguro: a casa de um pastor. Apesar das denúncias e do sofrimento da família, a mãe da vítima foi taxada de “rancorosa” por buscar justiça. Enquanto isso, o acusado voltou ao Brasil, e muitos líderes religiosos preferiram ignorar o ocorrido, promovendo seminários e eventos como se nada tivesse acontecido. Onde está o apoio a essa mãe? Onde está a justiça para essa criança?
Casos como esse revelam o quanto o status e a conveniência ainda pesam mais do que o caráter e a integridade em muitos contextos. Precisamos mudar essa mentalidade! Como cristãos, somos chamados a ser luz, a denunciar o erro e a abraçar os que sofrem, independentemente de conveniências institucionais. Que Deus nos dê a coragem de viver uma fé autêntica, baseada na verdade e na justiça, deixando para trás tudo aquilo que contradiz o chamado de sermos luz neste mundo.
O certo é errado e o errado é certo? Parece que vivemos em tempos em que o errado pode ser dito livremente, mas a verdade exige cuidado. Vivemos em um contexto onde é permitido ludibriar, persuadir, mentir, enganar, criticar e atacar. Entretanto, quando se trata de falar a verdade, precisamos de prudência, pois corremos o risco de perder credibilidade, reputação e apoio.
Por que a verdade provoca tanta resistência? Porque o que o inimigo usa para nos deter são os ataques, as acusações e as críticas. Muitas vezes, esses ataques partem daqueles que se dizem crentes, mas demonstram amargura, falta de perdão e rancor. Esses comportamentos mesquinhos servem como instrumentos para calar a verdade. Aquele que escolhe caminhar na verdade frequentemente é alvo de rejeição, mas não deve se intimidar.
A Bíblia já advertia sobre o aumento da iniquidade e o esfriamento do amor no fim dos tempos. Paulo descreveu em suas cartas a Timóteo um cenário de egoísmo, vaidade, ostentação, manipulação e controle. Esses comportamentos sempre existiram, mas nos últimos tempos eles se tornariam fora do comum, quase insuportáveis.
E isso não se refere apenas ao mundo, mas também àqueles que se dizem cristãos. Há entre nós um individualismo que enfraquece a unidade. Muitos buscam a igreja ou a companhia de outros cristãos apenas quando lhes convém, quando estão em busca de alívio ou status, mas não pela verdade. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Assim, apenas a verdade traz vida; a mentira, por sua vez, conduz às trevas.
É fundamental cercar-se de pessoas comprometidas com a verdade e com Jesus como centro de suas vidas. Essas pessoas estão dispostas a pagar o preço da humilhação, da rejeição e até mesmo do prejuízo para andar na verdade. O verdadeiro cristão não caminha por conveniência, mas por convicção. Infelizmente, muitos que se dizem crentes estão na igreja apenas por comodidade. Procuram um lugar que os faça sentir-se melhor, mas evitam encarar a verdade que transforma e confronta. Quando confrontados com a verdade, como ocorreu com os seguidores de Jesus ao ouvir que deveriam comer de sua carne e beber de seu sangue, muitos se afastam. Mas aqueles que permanecem reconhecem que apenas Ele tem as palavras de vida eterna.
Devemos escolher com sabedoria as pessoas com quem andamos. É necessário criar um ambiente de intenção baseado no que é certo. Isso inclui selecionar amizades que compartilham dos mesmos valores e estão dispostas a ajudar e a receber ajuda. Uma amizade verdadeira deve ser recíproca, em que ambas as partes estejam dispostas a apoiar uma à outra, especialmente nos dias maus.
Todos enfrentamos dias maus. Nessas ocasiões, é vital ter uma fé edificada e convicção no que acreditamos. Mas também é imprescindível contar com amigos que estejam ao nosso lado, oferecendo apoio, oração e encorajamento. Não são todos os que conhecemos que se enquadram nesse perfil. Muitas pessoas preferem julgar e criticar ao invés de ajudar. Por isso, devemos confiar única e exclusivamente em Deus, ao mesmo tempo em que construímos relacionamentos saudáveis e edificantes.
O amor de muitos esfriou, como Jesus predisse. No entanto, ainda há aqueles que permanecem fiéis e dispostos a caminhar na verdade. Esses são os amigos que devemos procurar e preservar, pois serão eles que nos ajudarão a suportar até o fim. Que possamos ser pessoas que edificam e que buscam a verdade acima de tudo.
Se você quiser entender mais sobre tudo o que foi falado aqui, leia as cartas de Paulo a Timóteo, tanto a primeira quanto a segunda. Nelas, você encontrará a base bíblica para estas reflexões e entenderá a profundidade do que foi compartilhado. Que Deus abençoe sua vida e que possamos continuar edificando uns aos outros na verdade e no amor.
Provérbios 17:17: "Em todo tempo ama o amigo, e na angústia nasce o irmão."
Eclesiastes 4:9-10: "Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante."
A amizade traz força, apoio e conforto, especialmente nos momentos de fraqueza.
Provérbios 4:23: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida."
Eclesiastes 3:1,4: "Para tudo há um tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar."
Guardar emoções é importante, mas também devemos reconhecer o momento certo de expressá-las, para que possamos viver plenamente.
Tiago 5:16: "Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos."
Salmos 34:18: "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito."
Mesmo quando guardamos nossas dores no coração, Deus conhece nossas emoções e está próximo para nos consolar.
Deus abençoe você
Leonardo Lima Ribeiro
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