Quero compartilhar com vocês uma história que aconteceu comigo, por volta de 2021. Naquele período, eu me encontrava profundamente abatido, completamente desanimado e indignado com algumas situações da vida. Era como se eu estivesse sem forças. Na época, eu morava no Mato Grosso, e um dia decidi ter uma conversa sincera com Deus.
Eu disse: “Senhor, eu já entendi o Evangelho, compreendo a Tua graça e sou grato por tudo o que o Senhor fez por mim. Reconheço que o Senhor transformou a minha vida. Contudo, não estou insatisfeito ou ingrato, mas estou exausto. Não tenho mais forças para continuar e sinto que não quero mais viver. Parece que tudo o que eu esperava que o Senhor realizasse na minha vida, o Senhor já realizou.”
Dentro de mim, existia uma convicção de que, de alguma forma, a minha fé me levaria a pisar em todos os países do mundo. Sempre acreditei nisso, mesmo que também reconheça que a vontade de Deus prevalece. No entanto, naquele momento, sentia-me como se já tivesse alcançado um limite. Era um cansaço profundo, e as palavras do apóstolo Paulo ressoavam em minha mente: “Gostaria de estar com o Senhor, mas, se for para edificação da igreja, aceito a missão.” O problema é que eu não estava com esse coração de Paulo. Meu coração estava pesado e cheio de desilusão.
Foi então que alguém me enviou um vídeo de um pastor americano. Ele compartilhava sua experiência com algo semelhante ao que eu estava passando. Muitas vezes, as pessoas tentam transmitir uma espiritualidade tão elevada que parece que elas não são mais humanas. Mas a verdade é que todos somos humanos e enfrentamos momentos de fragilidade.
No vídeo, o pastor contou que Deus havia falado com ele. E ao ouvir aquelas palavras, percebi que Deus estava falando comigo também: “Você acha que Eu fiz tudo isso na sua vida apenas por você? Não é por você, mas pelas pessoas que Eu quero alcançar.”
Essa mensagem mudou a minha perspectiva. É uma chave que transforma nossa compreensão do Evangelho. Muitos ainda acreditam que o que Deus faz em suas vidas é exclusivamente para eles, mas isso não é verdade. O que Deus realiza em nós é para que possamos ser instrumentos para alcançar outros.
Hoje, sendo sincero, não tenho grandes expectativas para minha vida. Deus já realizou coisas impossíveis em mim e através de mim. Não duvido do que Ele pode fazer. Contudo, em minha humanidade, existem dias em que me sinto distante desse fervor. Existem dias em que penso: “Senhor, o Senhor pode realizar tudo com um estalo. Não precisa de mim, então me deixa em paz ou me leva.” Esses dias existem, e acredito que outros também passam por isso, mesmo que não admitam.
Foi nesse momento que Deus me mostrou algo importante: “Agora é a sua vez de dar.” O que recebi é para ser compartilhado. Assim como meu tempo, minha saúde, meu dinheiro e minha sabedoria são dádivas, devem ser investidos no Reino. Encontre um ministério que você acredita ser efetivo na salvação de vidas e na edificação do corpo de Cristo. Invista sua oração, sua intercessão e seus recursos financeiros nele.
Não há como superar a generosidade de Deus. Nada que ofertemos é maior do que o que Ele já nos deu. Se investirmos em missões, na vida de pastores e missionários que trabalham integralmente para o Reino, certamente seremos abençoados, porque Deus multiplica tudo o que entregamos a Ele.
Recentemente, tive uma conversa com o pastor José Carlos, uma amigo e parceiro no Evangelho que me trouxe uma palavra de revelação profunda sobre dízimos e ofertas. Foi algo que virou uma chave dentro de mim. Ainda estou digerindo o que aprendi, porque as coisas espirituais precisam ser discernidas espiritualmente. Não adianta tentar compreender ou realizar algo de fé com base em justiça própria. Precisamos medir tudo pela justiça de Cristo.
Essa é a mensagem que desejo compartilhar com vocês: deixe Deus usar a sua vida. Recebemos para dar, fomos abençoados para abençoar. Que possamos ser instrumentos nas mãos Dele, contribuindo para que mais pessoas sejam alcançadas e edificadas.
Quero compartilhar uma reflexão com base no Evangelho de João 13. Abra sua Bíblia e acompanhe comigo. Esse texto é como uma semente que lanço em seu coração através desta mensagem, mas cabe a você regar e permitir que Deus dê os frutos.
Em João 13:3-17, lemos:
“Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado todas as coisas sob o seu poder e que viera de Deus e estava voltando para Deus, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura. Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura. (...) Depois de lhes lavar os pés, Jesus perguntou: 'Vocês entendem o que lhes fiz? Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’ e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. Digo-lhes verdadeiramente que nenhum servo é maior do que o seu senhor, como também nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês sabem destas coisas, felizes serão se as praticarem.'”
Dois Fundamentos para a Autoridade no Reino
Jesus nos apresenta dois fundamentos cruciais para entendermos a verdadeira autoridade:
O Servo Não É Maior do que o Seu Senhor: Jesus afirma que é Mestre e Senhor, mas demonstra sua autoridade através do serviço. Ele lava os pés dos discípulos, um ato reservado ao servo mais humilde. Ao fazer isso, Ele nos ensina que a verdadeira grandeza está em nos colocarmos como servos.
O Maior é Aquele que Se Faz Menor: Jesus, sendo Deus, despojou-se de toda glória, assumiu a forma humana, foi servo de todos e morreu na cruz como maldito. Por causa disso, Deus o exaltou e deu-lhe um nome que está acima de todo nome (Filipenses 2:5-11). A mensagem é clara: quem deseja ser grande no reino deve se humilhar e servir.
Humildade: Um Caráter Moldado por Cristo
Humildade não é apenas uma decisão, mas um caráter que nasce do relacionamento com Jesus. Ele nos convida: "Aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração." (Mateus 11:29).
Não se trata de forçar a humildade em outros ou humilhar alguém para “ensiná-lo”. Isso é agir segundo a carne, não segundo o Espírito. Humildade genuína é refletida em nosso comportamento, quando compreendemos nossa identidade em Cristo e seguimos o exemplo de serviço que Ele nos deu.
Autoridade no Reino: Um Paradoxo
Jesus nos apresenta um paradoxo: quem é grande no reino de Deus deve se tornar servo. Se você é pastor, líder ou ocupa qualquer posição de autoridade, lembre-se: essa vocação implica em ser menor do que aqueles que você lidera. Um verdadeiro líder não domina sobre outros, mas os serve com amor e dedicação.
O Perigo de Construir Impérios Terrenos
Muitos confundem sucesso terreno com valor no reino. Jesus nos alerta: é possível ser bem-sucedido, famoso e rico na terra, mas ser rejeitado no céu. Ele disse: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai." (Mateus 7:21).
No reino de Deus, as prioridades são diferentes. Aqui na terra, buscamos às vezes poder e reconhecimento. Mas no céu, o valor é determinado pela humildade, pelo amor e pela obediência.
Separando o Reino Terreno do Reino de Deus
Você quer construir um império terreno ou investir no reino de Deus? Cuidado com mensagens que misturam evangelho com técnicas de empreendedorismo. Embora não haja problema em aprender sobre negócios, lembre-se de que o evangelho segue princípios contrários aos do mundo:
Se te baterem na face, ofereça a outra.
Se pedirem sua túnica, dê também sua capa.
Esses princípios podem parecer insensatos aos olhos do mundo, mas são a base do reino de Deus.
O Caráter de Cristo em Você
O caráter de Cristo se revela em atitudes humildes e no desejo de servir. Se você exige honra ou submissão, está operando na carne. Mas se, como Jesus, você compreende sua vocação e escolhe servir, então está caminhando no Espírito.
Lembre-se: o maior é aquele que se faz menor. Devemos seguir o exemplo de Jesus e construir algo que tenha verdadeiro valor no reino dos céus.
Se você segue as filosofias do empreendedorismo ou as ciências exatas aplicadas a esse campo, amém. Que você prospere no que faz. Contudo, como cristão, é fundamental separar os princípios do mundo dos valores do Reino de Deus. Misturar ambas as abordagens pode nos tornar como a igreja de Laodiceia, descrita em Apocalipse 3:15-16:
"Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca."
A exortação a Laodiceia era clara: sua neutralidade espiritual e autossuficiência os afastavam de um relacionamento genuíno com Deus. Da mesma forma, quando tentamos viver divididos entre os valores do Reino e os valores do mundo, nossa fé pode se tornar morna e sem impacto.
O Contexto de Laodiceia
Laodiceia era uma cidade próspera, famosa por sua riqueza, indústria têxtil e avanços médicos, mas também sofria com a falta de água de boa qualidade. A água chegava através de aquedutos e era morna ao ser consumida, desagradando aos que bebiam. Jesus usa essa característica da cidade como uma metáfora para a espiritualidade deles: sem fervor e sem frescor. Eles eram espiritualmente autossuficientes, mas careciam da verdadeira riqueza que vem de Cristo.
Em Apocalipse 3:17-18, Jesus diz:
"Você diz: ‘Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada’. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Dou-lhe este conselho: compre de mim ouro refinado no fogo, e você se tornará rico; vista-se com roupas brancas para cobrir a sua vergonha nua e ponha colírio nos olhos para que você possa enxergar."
Isso nos alerta contra a tentação de confiar em nossas conquistas terrenas, sejam elas financeiras ou profissionais, sem buscar em Cristo o verdadeiro sentido da vida.
Quem Está em Cima do Muro?
Há um pensamento popular que diz: "Quem está em cima do muro pertence àquele que diz: 'O muro é meu'." Isso simboliza a indecisão e a neutralidade espiritual, a neutralidade te coloca no lado do diabo. Jesus nos chama a tomar uma posição clara. Em Mateus 6:24, Ele adverte:
"Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro."
Quando misturamos valores mundanos com os princípios do Reino, acabamos em uma posição de neutralidade que enfraquece nossa fé e testemunho. Deus nos chama a um compromisso total e inegociável com Ele.
Fidelidade em Tudo o Que Fazemos
O empreendedorismo pode ser uma ferramenta poderosa para glorificar a Deus, desde que o façamos sob Sua direção e princípios. Colossenses 3:23-24 nos encoraja:
"Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo."
Empreender não é um problema em si, mas o perigo está em permitir que ele ocupe o lugar de Deus em nossas vidas. A verdadeira prosperidade não é apenas material, mas inclui paz, alegria e satisfação que vêm de uma vida alinhada com os propósitos de Deus.
Portanto, tenha cuidado para não cair na armadilha de tentar agradar a Deus e ao mundo simultaneamente. Seja fervoroso no seu relacionamento com Cristo e deixe que Ele guie todos os aspectos de sua vida, inclusive os negócios. Lembre-se das palavras de Jesus em Mateus 22:37:
"‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.’"
Coloque Deus no centro de tudo o que você faz, para que sua vida e seu trabalho reflitam o Reino de Deus e inspirem outros a seguir o mesmo caminho. Que você prospere, mas sempre com os pés firmados na rocha que é Cristo!
Se você realmente serve a Deus, isso é uma questão do Governo do Espírito. Em um lugar onde as pessoas andam pelo Espírito, a única competição existente é para ver quem ama mais o outro. E aqui uso o termo "competição" apenas como figura de linguagem, pois nas coisas do Espírito, essa palavra não tem cabimento. Paulo nos ensina: "A única dívida que devemos ter com as pessoas é o amor."
Alguém com o coração em Deus sempre olha para o outro como maior. Recentemente, tive uma experiência que exemplifica isso. Fui à igreja do José Carlos. Eu sabia que ele tem coisas que viveu e aprendeu que eu não sei, assim como eu tenho experiências e conhecimentos que ele não possui. Mas em vez de chegar achando que tinha algo para ensinar, fui disposto a aprender. E foi o que aconteceu. Durante nossa conversa, ele compartilhou uma pérola de sabedoria espiritual que mudou minha perspectiva.
Aprendi que, quando você abaixa a cabeça para ouvir, você só ganha. Seja numa briga, numa disputa judicial ou em qualquer situação, ao se humilhar, você já venceu. E Deus é quem justifica. Não para mostrar que você está certo ao outro, mas para lhe dar paz e alegria por ter feito a coisa certa.
Muitas vezes, em nossas vidas, Deus fala conosco todos os dias, mas nem sempre estamos dispostos a ouvir. Ele nos instrui, mas preferimos ignorar. Por exemplo, ao orar em línguas, você transforma sua vida. Isso não é para agradar a outros ou à religião, é para seu próprio crescimento. Quando queremos algo, encontramos um jeito. O mesmo vale para a oração.
Pessoas autoritárias, por outro lado, estão presas em suas próprias paixões. Elas são impositivas e não conseguem dialogar. Muitas vezes, ao perceber isso, prefiro ouvir e aproveitar o que posso, pois sei que tenho muito a ensinar também. Quem está "cheio" de si não tem espaço para aprender. Essas pessoas querem formar "discípulos" de si mesmas, e não de Cristo. Isso é vaidade, orgulho, uma egolatria disfarçada de humildade.
O verdadeiro discipulado aponta para Cristo, não para o ego. Paulo dizia: "Sede meus imitadores como eu sou de Cristo". Ele não queria que as pessoas fossem como ele, mas como Cristo. Hoje, muitos querem formar seguidores à sua própria imagem. Isso é idolatria, e o fruto da idolatria é claro: imoralidade sexual, adultério, cobiça, vaidade, orgulho, inveja — todas obras da carne. Onde há idolatria, esses frutos aparecem.
Portanto, tome cuidado com a egolatria de querer formar pessoas que sejam uma extensão do seu ego. Nosso papel é apontar para Cristo, permitindo que outros se tornem como Ele. Quando alguém me elogia ou tenta me colocar em um pedestal, costumo dizer: "Não olhe para mim, olhe para Cristo. Sem Ele, sou grotesco; é a luz de Cristo que brilha em mim."
Por fim, acredito no princípio da paternidade espiritual. Esse princípio é verdadeiro e está fundamentado na palavra de Deus. Embora alguns o abusem para manipular, controlar e prejudicar pessoas, isso não invalida o princípio em si. Precisamos aprender a separar o mau uso de algo de sua essência. A paternidade espiritual é algo natural e do Espírito. Não se trata de um mecanismo de controle, mas de uma relação que aponta para Cristo e edifica a vida daqueles que caminham sob essa liderança.
Que possamos viver como filhos e filhas espirituais, buscando a semelhança de Cristo e rejeitando qualquer forma de idolatria ou egocentrismo. O verdadeiro discipulado sempre glorifica a Deus e não o homem.
O Caráter de Filho e a Paternidade Espiritual
É importante compreender o que significa ter um caráter de filho. O Espírito Santo revelou-me algo profundo enquanto eu me preparava para esta reflexão: muitas vezes acreditamos que nossos filhos biológicos são exclusivamente nossos, mas a Palavra nos ensina que os filhos são uma herança do Senhor (Salmos 127:3). Como pais, somos apenas mordomos, treinadores e apontadores para Deus, o verdadeiro Pai.
O Papel dos Pais Biológicos e Espirituais
Assim como na paternidade biológica, onde conduzimos nossos filhos à maturidade espiritual e os direcionamos para Cristo, o mesmo se aplica à paternidade espiritual. Somos chamados não para possuir ou controlar as pessoas, mas para discipulá-las, orientá-las e apontá-las para Jesus, como mordomos daquilo que Deus nos confiou. A Palavra de Deus ensina que os filhos, sejam biológicos ou espirituais, são herança do Senhor.
Em Salmos 127:3, está escrito:
"Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá."
Isso deixa claro que os filhos pertencem a Deus, e nós somos apenas administradores responsáveis por guiá-los no caminho certo.
Papel do Pai e da Mãe na Paternidade Biológica
A paternidade biológica é uma oportunidade divina para ensinar os princípios do Reino e demonstrar o amor de Deus. Não é um chamado para o controle, mas para a orientação com amor. Provérbios 22:6 afirma:
"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, mesmo quando for idoso, não se desviará dele."
Nosso papel é preparar os filhos para viverem na liberdade que Cristo oferece, confiando que a semente da Palavra dará frutos em suas vidas. Contudo, a autoridade na vida de um filho não deve ser opressiva ou autoritária. Efésios 6:4 adverte:
"Pais, não irritem seus filhos; antes, criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor."
Isso nos ensina que a criação de filhos deve ser um reflexo do caráter de Deus — compassivo, justo e paciente.
A Paternidade Espiritual no Contexto Bíblico
A paternidade espiritual segue os mesmos princípios. Como Paulo descreveu em sua relação com os crentes, o discipulado é um ato de amor e sacrifício. Em 1 Coríntios 4:15, ele diz:
"Mesmo que vocês tivessem dez mil tutores em Cristo, não têm muitos pais, pois em Cristo Jesus eu os gerei por meio do evangelho."
Paulo reconhecia seu papel como um pai espiritual, não para controlar, mas para guiar os novos convertidos até a maturidade em Cristo.
Essa orientação também é exemplificada em Gálatas 4:19, onde Paulo declara:
"Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até que Cristo seja formado em vocês."
Ele mostra o desejo profundo de ver o caráter de Cristo sendo formado nos crentes, algo que só pode ser feito pela obra do Espírito Santo, com o apoio e a oração do pai ou mãe espiritual.
Paternidade como Mordomia
Quando entendemos que nossos filhos não nos pertencem, mas são confiados por Deus, nosso foco muda de controle para mordomia. Tanto na paternidade biológica quanto na espiritual, somos como jardineiros que cuidam da terra e regam as plantas, mas é Deus quem dá o crescimento. 1 Coríntios 3:6-7 ressalta:
"Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer. De modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento."
Isso significa que o resultado final não depende de nós, mas de Deus. Nosso papel é semear com amor, instrução e oração, apontando sempre para Cristo como o centro de tudo.
A Centralidade de Cristo na Formação
Assim como Jesus revelou o Pai a nós, somos chamados a revelar Jesus aos filhos. Eles precisam entender que nossa dependência está n'Ele e que Ele é a fonte de toda transformação e maturidade. João 14:6 nos lembra que Jesus é "o caminho, a verdade e a vida." Quando apontamos para Cristo, estamos conduzindo-os ao único que pode salvá-los e restaurá-los.
Além disso, a transformação que buscamos nos filhos, sejam biológicos ou espirituais, não vem pela imposição ou pela força, mas pelo Espírito de Deus. Zacarias 4:6 declara:
"Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos."
A paternidade, tanto biológica quanto espiritual, é um chamado santo para moldar vidas à semelhança de Cristo. Nosso papel é discipular, cuidar, ensinar e conduzir, mas sempre com a consciência de que a obra final pertence ao Senhor. Ao sermos fiéis na semeadura, confiamos que Deus, em Seu tempo, trará a colheita.
Que possamos ser instrumentos da graça de Deus, refletindo Seu amor e Sua verdade àqueles que Ele nos confiou, para que, um dia, todos possam declarar como Josué:
"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor." (Josué 24:15)
Autoridade Espiritual e Equilíbrio
Temos dois extremos prejudiciais quando se trata de autoridade espiritual. O primeiro é a rejeição completa da autoridade, acreditando que não precisamos de pastores ou líderes espirituais. O segundo é a submissão cega, permitindo que alguém controle nossas vidas espirituais. Ambos são erros. O pastor, apóstolo ou mestre não é dono de ninguém, mas um serviçal de Deus, chamado para apascentar, ensinar, ministrar e orar pelos outros.
Recentemente, conversei com amigos que afirmam não acreditar em liderança espiritual, mas, paradoxalmente, acabam assumindo posições de autoridade em meio a seus grupos de influência. Outros rejeitam o conceito de ofertas ou dízimos, mas, ao iniciarem suas próprias igrejas, passam a aceitar e incentivar essas práticas. Isso demonstra incoerência. Se você não acredita em autoridade espiritual, então não discipule ou ensine. Permaneça fiel ao que prega.
Eu, por exemplo, tenho um pastor que reside na Noruega, com quem mantenho contato frequente por videoconferência. Também busco aprendizado com outros líderes, como o Pastor José Carlos, que recentemente me ensinou lições preciosas sobre dízimos e ofertas. Isso mudou minha perspectiva e me ajudou a alinhar meu coração com os princípios bíblicos.
A Importância do Discernimento
Vivemos tempos de grande engano, onde muitos são levados aos extremos. Por um lado, grupos isolados rejeitam qualquer forma de liderança, enquanto outros permitem que pastores ou líderes assumam controle excessivo sobre suas vidas. Precisamos encontrar o equilíbrio, reconhecendo que pastores são instrumentos de Deus para apascentar, e não para governar a alma das pessoas. A verdadeira liderança aponta para Cristo, não para si mesma.
Quero encerrar com uma oração por você. Se há algo em sua vida que está travado – seja financeiro, emocional ou espiritual – e que você acredita ser justo, entregue isso a Deus agora.
"Pai, te louvamos por tua graça revelada em Cristo. Obrigado pelos teus princípios que nos conduzem em justiça e verdade. Oramos para que os teus filhos compreendam a fidelidade à tua Palavra e vivam plenamente no teu propósito. Destrava situações impossíveis, cura corações feridos e traz provisão onde há necessidade. Que cada vida seja um reflexo da tua glória. Em nome de Jesus, amém."
Que Deus te abençoe grandemente. Continue buscando crescer nos fundamentos da Palavra, permitindo que o Espírito Santo te guie em toda verdade. Lembre-se: o evangelho é para ser vivido aqui, onde podemos ser luz e sal neste mundo.
Leonardo Lima Ribeiro
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