sábado, 4 de maio de 2024

A verdadeira vida no Espírito (Pt3)

(Oslo Gardermoen, Noruega)

Você tem que nascer da água e do Espírito, e isso é realmente literal:

Colossenses 2:12 (NVI): "Quando vocês foram batizados, foram sepultados com ele na morte, e nele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos."

1 Coríntios 12:13 (NVI): "Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um único corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um único Espírito."

Gálatas 3:27 (NVI): "pois todos vocês que foram batizados em Cristo se revestiram de Cristo."

Marcos 16:16 (NVI): "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado."

Atos dos Apóstolos 2:38 (NVI): "Pedro respondeu: 'Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.'"

Temos que admitir algo que muitas vezes é difícil até para os crentes de aceitar e assimilar: Há uma mudança de realidades e naturezas do homem após o crer e ser batizado, se nossa antiga natureza ficou na cruz, a nossa nova agora ressuscitou, observemos isso a partir de Romanos 6:


Romanos 6 é um capítulo fundamental que explora a relação entre a morte e a ressurreição de Cristo e a nossa identificação com Ele através do batismo. Aqui está um resumo da conexão entre a ressurreição e o batismo, baseado em Romanos 6:

Morte para o pecado: O capítulo começa destacando que, assim como Cristo morreu para o pecado uma vez por todas, nós também morremos para o pecado quando nos tornamos cristãos (Romanos 6:2-3).

Sepultamento e ressurreição: O apóstolo Paulo usa a imagem do batismo para ilustrar essa morte para o pecado e a nova vida em Cristo. Quando somos batizados, é como se fôssemos sepultados com Cristo na morte e, assim como Ele ressuscitou dentre os mortos, também somos ressuscitados para uma nova vida (Romanos 6:4-5).

União com Cristo: O batismo não é apenas um símbolo externo, mas uma participação na morte e ressurreição de Cristo. Estamos unidos com Ele de tal forma que compartilhamos em sua morte e ressurreição, permitindo-nos viver uma nova vida em comunhão com Ele (Romanos 6:5).

Libertação do pecado: A partir do versículo 6 em diante, Paulo explica que nossa velha natureza pecaminosa foi crucificada com Cristo, para que possamos ser livres do poder do pecado e viver uma vida de santidade (Romanos 6:6-7).

Vida em Cristo: O restante do capítulo destaca que, assim como Cristo ressuscitou para viver uma nova vida, nós também devemos viver em obediência a Deus, oferecendo-nos como instrumentos de justiça (Romanos 6:11-14).

Confesso que talvez essa seja a realidade mais básica da vida nova do crente, e ao mesmo tempo a mais difícil de ser assimilada por revelação a partir de uma consciência renovada. Nossa mente está cheia de memórias naturais desde o ventre, e nossa alma esta moldada segundo os padrões desse mundo, e agora, que recebemos uma nova natureza, ficamos com uma suposta dualidade de pensamentos, e isso pode gerar grandes conflitos internos capazes de criar problemas com nossa personalidade e convicção de identidade. 

Vejamos alguns parâmetros dessa nova vida:

Romanos 8 é um capítulo rico que aborda a vida espiritual do cristão em profundidade. Aqui está um resumo da realidade de uma vida espiritual conforme descrita em Romanos 8:

Libertação do poder do pecado: Paulo começa destacando que não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, pois o Espírito de vida nos libertou da lei do pecado e da morte (Romanos 8:1-2).

Caminhar no Espírito: O capítulo continua enfatizando a importância de viver de acordo com o Espírito, e não segundo a carne. Quem vive de acordo com o Espírito tem sua mente voltada para as coisas do Espírito e experimenta vida e paz (Romanos 8:5-6).

Filhos de Deus: Paulo ressalta que aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus, e recebem o Espírito de adoção, pelo qual clamamos: "Aba, Pai!" (Romanos 8:14-15).

Herança e glória futura: O capítulo destaca que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, participando de seu sofrimento para compartilhar também da sua glória futura (Romanos 8:17).

Ação do Espírito Santo: Paulo enfatiza que o Espírito Santo intercede por nós e nos ajuda em nossa fraqueza, mesmo quando não sabemos como orar. Ele nos auxilia em nosso caminhar espiritual, de acordo com a vontade de Deus (Romanos 8:26-27).

Nada pode nos separar do amor de Deus: O capítulo conclui com uma poderosa declaração sobre o amor incondicional de Deus por nós. Nenhuma tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada pode nos separar do amor de Cristo (Romanos 8:35-39).

Chegando até aqui, já temos entendimento suficiente para chegarmos a uma conclusão de que o Evangelho não é uma religião a ser seguida. O Evangelho é uma noticia sobre uma vida nova, eterna e plena disponível a todos que crerem na obra consumada da morte e ressureição de Cristo. 

A vida Zoe é o que recebemos, e agora, através do que recebemos pelo Evangelho, vivemos a vida no espírito renascido. 


A expressão "vida zoe" refere-se à vida abundante ou plena que Jesus prometeu aos seus seguidores. Essa expressão é encontrada no Novo Testamento, especificamente no Evangelho de João, capítulo 10, versículo 10. Aqui está o versículo na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel:

"O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância."

Neste versículo, Jesus contrasta Sua missão com a missão do "ladrão" (referindo-se ao diabo), que busca roubar, matar e destruir. Em contraste, Jesus veio para trazer vida abundante aos seus seguidores.

Há também uma outra possível interpretação para a palavra lobo nesse texto:

É também uma interpretação comum entender o "ladrão" mencionado por Jesus como uma representação de falsos pastores ou líderes religiosos que buscam explorar, enganar e prejudicar as pessoas espiritualmente. Na passagem de João 10:10, onde Jesus fala sobre o ladrão que vem apenas para roubar, matar e destruir, Ele contrasta essa atitude com a Sua própria missão de trazer vida abundante.

A palavra "lobo" na passagem em grego é "λῃστής" (pronuncia-se "leistés"). Essa palavra é usada especificamente em João 10:10, onde Jesus se refere ao "ladrão" que vem para roubar, matar e destruir.

"λῃστής" (leistés) pode ser traduzido como "ladrão", "saqueador" ou "assaltante". É uma palavra que descreve alguém que comete crimes de roubo e violência, o que ressalta a natureza destrutiva daqueles que procuram explorar e prejudicar os outros, como é o contexto em que Jesus está usando essa metáfora para descrever aqueles que se opõem à Sua missão de trazer vida abundante.

Os falsos pastores são aqueles que, em vez de cuidar do rebanho e guiá-lo para a verdade e o bem-estar espiritual, agem em benefício próprio, buscando lucro, poder ou status. Eles distorcem a Palavra de Deus, exploram os fiéis e, em última instância, os levam para longe do verdadeiro caminho da fé.

Portanto, é uma interpretação válida considerar os "lobos" mencionados por Jesus como uma representação dos falsos pastores que surgem para enganar e prejudicar o rebanho espiritualmente. Essa interpretação destaca a importância de discernir e seguir líderes espirituais que estejam alinhados com os ensinamentos de Jesus e que genuinamente busquem o bem-estar espiritual das pessoas.

De qualquer forma, sendo o diabo ou falsos pastores, os dois acabam por ser sinônimos.

Dessa forma, o que os dois tentam te roubar é a vida que Jesus te oferece, a vida zoe, ou vida abundante, que Jesus oferece não se refere apenas a uma vida materialmente próspera, mas também a uma vida espiritual plena e satisfatória. Ela inclui perdão dos pecados, reconciliação com Deus, relacionamento íntimo com o Pai, transformação interior, propósito e significado na vida, esperança para o futuro e a promessa da vida eterna.

Essa vida abundante não está restrita às circunstâncias externas, mas é uma realidade que permeia todas as áreas da existência daqueles que seguem a Jesus, mesmo em meio a desafios e dificuldades. É uma vida caracterizada pela presença e pelo poder de Deus atuando de forma transformadora na vida do indivíduo, e tudo isso acontece em uma realidade criada pela realidade de viver no espírito. 

Vamos observar os escritos de João já no final de sua vida:

O livro de 1 João aborda vários aspectos da vida espiritual dos crentes. Aqui estão alguns temas relacionados à vida no Espírito Santo que são abordados no livro:

Comunhão com Deus: 1 João enfatiza a importância da comunhão íntima com Deus. Os crentes são encorajados a andar na luz, a confessar seus pecados e a manter uma relação íntima com o Pai (1 João 1:5-10).

O amor de Deus: O livro destaca o amor de Deus como o fundamento da vida cristã. Os crentes são exortados a amar uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama é nascido de Deus (1 João 4:7-8).

O papel do Espírito Santo: Embora o Espírito Santo não seja mencionado explicitamente em 1 João, o livro enfatiza a obra do Espírito na vida do crente. Ele capacita os crentes a viverem uma vida de obediência a Deus e os ajuda a discernir entre o espírito da verdade e o espírito do erro (1 João 4:1-6).

Vitória sobre o pecado: 1 João ensina que os crentes têm vitória sobre o pecado porque são nascidos de Deus e têm o Espírito Santo habitando neles. Eles são capacitados a viver uma vida de retidão e santidade, sendo transformados à imagem de Cristo (1 João 3:9).

Confiança na salvação: O livro oferece garantia da salvação para aqueles que creem em Jesus Cristo. Os crentes podem ter confiança de que são filhos de Deus e têm a vida eterna, pois creem no nome de Seu Filho (1 João 5:13).

No geral, 1 João retrata a vida no Espírito como uma vida de comunhão com Deus, caracterizada pelo amor, obediência, vitória sobre o pecado e confiança na salvação através de Jesus Cristo. É uma vida marcada pela presença e ação do Espírito Santo na vida do crente, capacitando-o a viver de acordo com a vontade de Deus.

Portanto, irmãos, é claro, transparente e explícito que o Evangelho não é uma religião, e não tem nada em comum com grande parte daquilo tudo que o homem criou, entre atividades e doutrinas a serem seguidas. O Evangelho é a boa noticia da salvação através de Jesus, a proposta de um novo nascimento que oferece uma nova vida e uma relação com pessoal com Jesus através do Espirito Santo que te leva a revelação da paternidade de Deus. 

A palavra "evangelho" em grego é "εὐαγγέλιον", transliterado como "euangelion". Essa palavra é comumente usada nos Evangelhos do Novo Testamento para se referir à boa nova ou mensagem de salvação através de Jesus Cristo. A palavra "euangelion" é composta por "eu", que significa "bom" ou "boa", e "angelion", que significa "mensagem" ou "notícia". Portanto, "evangelho" pode ser traduzido literalmente como "boa mensagem" ou "boa notícia".

Queridos irmãos, sejamos livres do sistema intelectual humano que criou uma mentalidade religiosa sobre a pessoa de Jesus e essa nova realidade proposta pelo novo nascimento através da fé. É por isso, que eu insisto em dizer que o Cristianismo não é o Evangelho, o cristianismo é a religião criada a partir da interpretação humana sobre a pessoa de Jesus e seus ensinamentos. 

O sufixo "ismo" é usado para formar substantivos que indicam uma doutrina, teoria, prática, sistema, condição, ou movimento associado a uma ideia, conceito ou prática específica.
Por exemplo:

Comunismo: uma teoria política e econômica baseada na propriedade coletiva dos meios de produção.

Capitalismo: um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na busca do lucro.

Humanismo: uma filosofia que enfatiza o valor e a dignidade da pessoa humana.

Feminismo: um movimento que defende a igualdade de direitos e oportunidades para mulheres em relação aos homens.

Realismo: uma técnica literária ou artística que busca retratar a realidade de forma objetiva e precisa.

Esses são apenas alguns exemplos, mas o sufixo "ismo" é amplamente utilizado na formação de palavras que descrevem ideologias, filosofias, movimentos sociais, sistemas políticos e outras abordagens relacionadas a várias áreas do conhecimento humano.

Em um contexto filosófico, o termo "cristianismo" se refere à religião, conjunto de crenças e sistema de valores baseados nos ensinamentos de Jesus Cristo. Esses ensinamentos, como registrados principalmente no Novo Testamento da Bíblia, formam a base da fé cristã e influenciaram significativamente o pensamento e a cultura ocidental.

O cristianismo é uma tradição religiosa que abrange uma ampla gama de doutrinas teológicas, éticas e filosóficas. Ele inclui conceitos como amor ao próximo, perdão, salvação, redenção, justiça, misericórdia, graça e esperança. Além disso, o cristianismo tem sido historicamente um ponto focal para debates filosóficos sobre a natureza de Deus, a existência do mal, o propósito da vida, a moralidade, a liberdade, entre outros temas.

No contexto filosófico, o cristianismo tem sido estudado e debatido por filósofos ao longo da história, desde os Padres da Igreja nos primeiros séculos até os filósofos contemporâneos. Eles exploram questões como a relação entre fé e razão, a natureza da fé religiosa, a validade de argumentos teológicos, a ética cristã e sua aplicação na sociedade, entre outros tópicos.

Assim, o cristianismo não é apenas uma religião, mas também uma área de estudo e debate dentro da filosofia, influenciando e sendo influenciado por diversas correntes filosóficas ao longo dos séculos.

Enquanto que Evangelho é boa noticia sobre a restauração de uma relação entre um Deus pai e seus filhos através da morte sacrificial de Jesus e a sua ressureição possibilitando a vivificação do nosso espírito pelo poder do Espirito Santo.

Em Romanos 8, o apóstolo Paulo aborda a obra do Espírito Santo na vida dos crentes, incluindo o conceito de vivificação espiritual. Aqui está uma explicação desse conceito neste contexto:

Contexto Geral de Romanos 8: O capítulo 8 de Romanos é uma passagem rica que trata da vida no Espírito Santo e da liberdade que os crentes têm em Cristo Jesus. Paulo descreve como aqueles que estão em Cristo não estão mais sujeitos à condenação, mas têm vida e paz no Espírito (Romanos 8:1-4)
.
Vivificação pelo Espírito: Em Romanos 8:10-11, Paulo fala sobre a vivificação espiritual que ocorre através do Espírito Santo. Ele diz: "Se, porém, Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também os seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês."

Vivificação do Corpo Mortal: Nesses versículos, Paulo destaca que, mesmo que nossos corpos físicos estejam sujeitos à mortalidade e à corrupção devido ao pecado, o mesmo Espírito Santo que ressuscitou Jesus dos mortos também vivificará nossos corpos mortais. Isso significa que, como crentes, temos a promessa da ressurreição e da vida eterna, não apenas para nossas almas, mas também para nossos corpos físicos.

Importância da Presença do Espírito: A vivificação espiritual que Paulo descreve em Romanos 8 está diretamente ligada à presença e à obra transformadora do Espírito Santo na vida dos crentes. É o Espírito Santo que habita em nós, nos capacitando a viver uma vida de retidão, nos dando esperança da ressurreição futura e nos ajudando a superar as fraquezas da carne.

em Romanos 8:14, onde Paulo escreve: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus."

Aqui está uma explicação do que significa "andar no Espírito" e como isso está relacionado a ser "filhos de Deus":

Andar no Espírito: "Andar no Espírito" refere-se a viver em comunhão com o Espírito Santo e ser guiado por Ele em todas as áreas da vida. Isso implica em submissão à vontade de Deus, obediência aos Seus mandamentos e conformidade com o caráter de Cristo. Quando alguém anda no Espírito, suas escolhas, motivações e ações são influenciadas e dirigidas pelo Espírito Santo.

Ser filhos de Deus: Paulo ensina que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são considerados filhos de Deus. Isso significa que aqueles que têm uma relação íntima com Deus, recebem a vida divina em seus corações e são herdeiros das promessas de Deus. Ser filho de Deus implica em pertencer à família espiritual de Deus, ter um relacionamento pessoal com Ele e desfrutar dos privilégios e benefícios dessa filiação.

Portanto, quando Paulo afirma que "aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus", ele está enfatizando a conexão íntima entre a vida no Espírito e a filiação divina. Andar no Espírito é uma marca distintiva dos filhos de Deus, pois demonstra uma vida transformada e alinhada com a vontade e os propósitos de Deus. Essa relação de filiação com Deus é uma realidade espiritual que traz segurança, identidade e pertencimento àqueles que confiam em Cristo e são guiados pelo Seu Espírito.

Deus abençoe suas vidas

Leonardo Lima Ribeiro 

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