Aula Mentoria
Semeadura e multiplicação financeira por princípios de fé
1. Princípio da Semeadura e Colheita
Gálatas 6:7-9 – “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.”
Contexto original:
Paulo está exortando os gálatas sobre vida cristã prática e responsabilidade pessoal. A metáfora agrícola era comum no mundo greco-romano e judaico: a colheita é proporcional e coerente com o tipo de semente. O foco principal do texto não é finanças, mas o princípio espiritual é aplicável à vida material, pois Paulo fala de “fazer o bem” (v.9), o que inclui ajudar financeiramente (cf. v.6, onde ele menciona compartilhar bens com mestres da Palavra).
Exegese: "De Deus não se zomba" → No grego, mukterizo significa “torcer o nariz, desprezar, tratar com escárnio”. Paulo afirma que não podemos “enganar” a lei espiritual estabelecida por Deus.
“Semear para a carne” → investir energia e recursos apenas nos desejos egoístas, resultando em perda.
“Semear para o Espírito” → investir no que promove o Reino e a vida de Deus, trazendo frutos eternos.
Aplicação financeira:
O texto ensina que o tipo e a motivação da oferta determinam a qualidade da colheita. Generosidade movida pelo Espírito gera retorno não apenas material, mas também espiritual.
2 Coríntios 9:6 – “E digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.”
Contexto original:
Paulo está incentivando a igreja de Corinto a contribuir para os santos pobres de Jerusalém. Ele usa a imagem da agricultura para mostrar a proporcionalidade: a quantidade de semente determina o tamanho da colheita.
Exegese: "Semeia" no grego (speirō) indica ação intencional e repetida, não ato ocasional.
“Ceifará” (therizō) traz a ideia de receber no tempo oportuno — não imediatamente após plantar.
O versículo está ligado ao v.7 (“cada um contribua conforme propôs no coração”), mostrando que a abundância não é por compulsão, mas por liberalidade e fé.
Aplicação financeira:
O retorno financeiro e espiritual está diretamente ligado à generosidade proporcional. É um princípio de Deus, não um sistema humano de troca.
2. Generosidade como ato de fé e obediência
Lucas 6:38 – “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.”
Contexto original:
No Sermão da Planície, Jesus está falando sobre misericórdia, perdão e generosidade como atitudes do Reino. A imagem é de uma medida de grãos sendo pressionada e sacudida para caber mais.
Exegese: “Boa medida” → no comércio agrícola, o vendedor honesto não enganava, mas enchia até o topo.
“Recalcada e sacudida” → indica generosidade extrema, garantindo que o comprador recebesse tudo que podia caber no recipiente.
“Vos deitarão no regaço” → referência à dobra da túnica usada para carregar grãos.
Aplicação financeira:
Jesus afirma que o padrão de generosidade que usamos será o padrão com que Deus (e as pessoas) nos medirá. Isso se aplica a finanças, relacionamentos e misericórdia.
Provérbios 11:24-25 – “Há quem dê generosamente e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá.”
Contexto original:
Provérbios é literatura de sabedoria hebraica. Este provérbio contraria a lógica humana: dar leva à abundância; reter leva à escassez.
Exegese: “Generosamente” (pāzar, no hebraico) significa “espalhar abundantemente, como semear semente”.
“Retém” → indica egoísmo ou medo de perder.
“O generoso prosperará” → no hebraico naphesh berakah, “alma de bênção”, pessoa cujo estilo de vida é abençoar.
Aplicação financeira:
Generosidade é vista na Bíblia como um investimento no próprio futuro, pois atrai a bênção de Deus e favor humano.
3. Multiplicação pela bênção de Deus
Malaquias 3:10-11 – “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal que dela vos advenha a maior abastança. E por causa de vós repreenderei o devorador...”
Contexto original:
O profeta Malaquias repreende Israel por negligenciar o dízimo, o que enfraquecia o sustento dos sacerdotes e o culto. Aqui, Deus convida a nação a testar Sua fidelidade.
Exegese: “Casa do tesouro” → câmara no templo onde se guardavam ofertas e dízimos para manutenção do culto.
“Abrir as janelas do céu” → metáfora agrícola para chuva abundante (essencial na Palestina).
“Repreenderei o devorador” → praga agrícola que destruía colheitas (gafanhotos, lagartas).
Aplicação financeira:
O princípio permanece: colocar Deus em primeiro lugar nas finanças libera Sua provisão e proteção sobrenatural sobre a renda.
Deuteronômio 28:8 – “O Senhor determinará que a bênção esteja nos teus celeiros e em tudo o que colocares a mão; e te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dá.”
Contexto original:
Parte das bênçãos prometidas a Israel por obedecer aos mandamentos (Dt 28:1-14). É um texto de aliança, ligado à fidelidade à Lei.
Exegese: “Determinará” → no hebraico tsāvāh, “ordenar com autoridade soberana”.
“Celeiros” → depósitos onde se guardava grão, símbolo de provisão estável.
“Tudo o que colocares a mão” → expressão idiomática para todo empreendimento ou trabalho realizado.
Aplicação financeira:
Embora o texto seja parte da antiga aliança, o princípio se mantém: obediência e integridade atraem bênção sobre o trabalho e sobre o que é armazenado.
4. Deus como fonte da provisão
Filipenses 4:19 – “O meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus.”
Contexto original:
Paulo agradece a oferta enviada pela igreja de Filipos para seu sustento ministerial (v.14-18) e declara que Deus retribuirá.
Exegese: “Suprirá” (plēroō, grego) significa “encher completamente, satisfazer plenamente”.
“Segundo as suas riquezas” → não “de” mas “segundo” → proporcional à riqueza infinita de Deus, não à nossa.
A promessa é dirigida a quem participa ativamente no sustento do ministério.
Aplicação financeira:
Quando participamos na obra de Deus com generosidade, podemos esperar provisão divina em todas as áreas.
2 Coríntios 9:10 – “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para alimento, também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça.”
Contexto original:
Ainda no mesmo contexto das ofertas para os cristãos de Jerusalém, Paulo cita Isaías 55:10 para mostrar que Deus é o provedor tanto da semente (recurso para semear) quanto do pão (sustento diário).
Exegese: “Dá a semente ao que semeia” → Deus provê recursos não apenas para o consumo, mas para gerar mais fruto.
“Multiplicará” (plēthynō, grego) → aumentar em número e intensidade.
“Frutos da vossa justiça” → aqui, “justiça” (dikaiosynē) se refere a boas obras e generosidade.
Aplicação financeira:
Deus nos dá recursos não só para suprir nossas necessidades, mas também para reinvestir no Seu Reino. Quem é fiel em semear terá mais semente para continuar multiplicando.
5. Semeadura intencional e colheita abundante
Eclesiastes 11:6 – “Pela manhã semeia a tua semente e à tarde não repouses a tua mão, porque não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas.”
Contexto original:
Salomão fala sobre a imprevisibilidade da vida e a necessidade de ação constante. A imagem da semeadura é aplicada à vida e ao trabalho.
Exegese: “Pela manhã... à tarde” → ideia de diligência e constância ao longo do dia.
“Não sabes” → no hebraico lo-yadá, reconhecendo que o futuro está nas mãos de Deus.
“Prosperará” (yashar) → será bem-sucedido, terá bom resultado.
Aplicação financeira:
Diversificar esforços e continuar semeando — em generosidade, trabalho e investimento — aumenta a possibilidade de colheita abundante.
Isaías 55:10-11 – “Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para lá sem regarem a terra... assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.”
Contexto original:
O profeta Isaías está transmitindo uma promessa de Deus ao povo exilado: Sua palavra é tão eficaz quanto os ciclos naturais da chuva que faz a terra produzir.
Exegese: “Chuva e neve” → elementos essenciais para fertilidade da terra na Palestina.
“Regarem” → no hebraico ravah, “saturar, encharcar até produzir fruto”.
“Prosperará” → no hebraico tsalach, avançar, ter sucesso, cumprir o propósito.
Aplicação financeira:
Assim como a chuva cumpre seu papel, a Palavra de Deus que ordena bênção financeira (dentro de princípios corretos) também se cumpre. A provisão e multiplicação acontecem quando confiamos e obedecemos.
Tarefas para adquirir o habito de andar na prosperidade proposta por Deus.
1. “Implemente um ritual semanal de cuidado: ligações/áudios intencionais para 5 pessoas-chave.”
Sentido: o céu está alinhando relacionamentos de aliança. O seu avanço virá também por conexões curadas e nutridas. Quando você honra e rega, Deus amplia seu campo de influência.
Ação: separe um horário fixo (ex.: toda 2ª, 30–40 min). Lista de 5 pessoas estratégicas (pais/mentoreados/intercessores/parceiros). Envie áudio de 60–90s com: 1) honra, 2) breve testemunho, 3) oração objetiva, 4) uma pergunta (“como posso orar por você esta semana?”). Registre as respostas.
2. “Ato profético: escreva 3 perdas que doeram e, ao lado, profetize a forma concreta de restauração. Agradeça antes de ver.”
Sentido: Deus está mudando a narrativa do “perdi” para “colhi de volta em dobro”. Gratidão antes da evidência quebra o luto e ativa fé criativa. (Jó 42:10; Hb 11:1)
Ação: escolha 3 perdas (relacionamento, recurso, oportunidade). Para cada uma, escreva: data da perda → promessa específica → ação de fé correspondente. Termine com “Obrigado, porque já vejo sinais”.
3. “O Senhor legitima seu estilo de vida de semeadura.”
Sentido: sua generosidade não é erro; é marca do seu chamado. Há validação e também ajuste de estratégia para colher melhor. (2Co 9; Sl 126:5–6)
Ação: continue semear, mas com alvos claros. Defina: tipo de semente (tempo, finanças, palavra), solo (pessoa/projeto), expectativa e prazo de acompanhamento. Peça sabedoria para não dispersar semente fora do seu campo.
4. “Registre sementes e respostas.”
Sentido: o céu está pedindo contabilidade de milagres. O que é contado, cresce.
Ação: crie um “Caderno de Sementes” com colunas: Data | Semente | Solo | Motivo | Palavra rema | Expectativa | Resposta/Testemunho | Colheita. Revise semanalmente e celebre cada resposta.
5. “Restauração do que foi perdido no ano passado; virada do lamento em alegria.”
Sentido: ciclo de perdas encerrado. O Senhor troca vestes (Sl 30:11). Expecte aceleração e oportunidades reabertas nos próximos ciclos.
Ação: feche portas de lamento (frases, memórias que você repete). Unja a agenda e reabra 1–2 projetos que ficaram parados. Procure o primeiro passo pequeno que reativa cada um.
6. “Pv 13:22 — legado e transferência: paternidade e herança espiritual/financeira.”
Financeiro: organize um “Plano de Legado”: orçamento, reservas, seguros, investimentos básicos, testamento/carta de intenções. Defina percentuais de doação/expansão do ministério.
Decretos para hoje:
“Minha semeadura é legítima e frutífera; colherei em dobro.”
“Tudo que se perdeu é restaurado com alegria e propósito.”
“Sou pai/mentor que deixa herança de valores, unção e provisão.”
“Minhas conexões de aliança são regadas e multiplicadas.”
Oração breve
“Pai, obrigado por legitimar minha semeadura. Sopra sobre meus relacionamentos, registra no céu cada semente e acelera as respostas. Veste-me de alegria e estabelece meu legado em Cristo — espiritual e financeiro — para as próximas gerações. Amém.”
Leonardo Lima Ribeiro
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