Hoje, quero falar sobre nossa percepção, capacidade de avaliação e análise, que têm sido comprometidas pelo sistema de pensamento introduzido em muitas igrejas.
O Sistema de Pensamento e a Mentalidade do Reino
Você que ainda não conhece nosso conteúdo, recomendo que fale conosco. Se tem interesse em nosso discipulado para abrir sua mente em relação ao Reino de Deus e quebrar barreiras denominacionais, este é o caminho. Muitos me perguntam se sou contra igrejas ou denominações. Meu livro Destronando o Bezerro de Ouro trata claramente desse tema e você pode adquiri-lo através de nosso ministério
A questão central não é a instituição em si, mas o sistema de pensamento. A diferença entre unidade e uniformidade é crucial.
"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo." (1 Coríntios 12:4-5)
As denominações estabelecem padrões de pensamento, doutrina e até mesmo personalidade. Isso pode desconsiderar as diferenças individuais, a identidade ministerial e a vocação de cada um.
Os Cinco Ministérios e as Diferenças Individuais
A Palavra nos ensina que Deus concedeu cinco ministérios:
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo." (Efésios 4:11-12)
Pedro não era como Paulo, Tiago não era como André. Cada um tinha um estilo, um público e uma cultura diferente. Paulo plantou igrejas em Tessalônica, Filipos, Corinto e Éfeso, cada uma com sua realidade cultural. A fé nunca anula a personalidade ou a cultura de um povo.
O Perigo da Uniformização Religiosa
*Uniformização significa tornar algo uniforme, padronizado ou homogêneo. Esse conceito pode ser aplicado em diferentes contextos, como:
Organizacional: Quando uma empresa padroniza processos, regras ou vestimentas para garantir coerência e identidade.
Jurídico: Quando há uma padronização de interpretações de leis para evitar decisões contraditórias.
Educacional: Quando o ensino segue um currículo ou metodologia única para manter a qualidade e a igualdade.
Cultural: Quando costumes ou práticas se tornam mais homogêneos dentro de uma sociedade.
No geral, a uniformização busca reduzir variações para manter ordem, coerência e eficiência.
Quando uma denominação padroniza a fé, pode acabar ignorando o chamado individual. Muitas pessoas se sentem deslocadas porque a estrutura proposta não opera em suas vidas. Você já passou por isso? Talvez tenha tentado funcionar dentro de um ministério e sentiu que aquilo não fluía na sua vida.
Eu mesmo, em minha experiência, ouvi líderes dizendo: "Você pode aprender de tudo e servir em todas as áreas". Isso é uma meia verdade. Podemos aprender de tudo, mas operar com unção e eficiência só é possível naquilo para o qual fomos chamados.
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (1 Coríntios 12:7)
Quando a igreja se torna uma máquina, forçando as pessoas a se encaixarem em um molde, perde-se a dinâmica do Corpo de Cristo.
Fluir no Chamado de Deus
Hoje, no nosso ministério, ajudamos pessoas a entrar na vontade de Deus entendendo suas características específicas. Não impomos um modelo. Nosso papel é reconhecer a vocação de cada um e ajudá-los a florescer.
Esta semana, um pastor me perguntou se deveria seguir um certo padrão. Respondi: "Siga o que flui na sua vida". Sofremos resistências do mundo, do inimigo e da nossa velha natureza. Mas o que vem de Deus é espontâneo e flui com paz.
"Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mateus 11:30)
O que você faz para Deus precisa fluir naturalmente, não por esforço humano, mas porque é algo que faz parte de quem você é em Cristo.
Um amigo comentou algo muito pertinente: "As igrejas deveriam ensinar as pessoas a descobrirem suas identidades em Cristo para viverem os seus propósitos." Exatamente! Essa é a função da igreja. Os cinco ministérios que existem na Igreja de Cristo servem precisamente para isso. Conforme Efésios 4:11-13:
"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo."
A minha única função como pastor, na vida de alguém, é, enquanto essa pessoa ainda é "criança na fé", instruí-la na Palavra e ajudá-la na caminhada, até que alcance a maturidade espiritual. Quando a maturidade chega, a identidade de cada um em Cristo começa a florescer.
Por exemplo, há pessoas que são pastores, mas não de púlpito. Eles pastoreiam individualmente, cuidando das pessoas sem estarem em evidência. Outros, no entanto, têm chamado para o púlpito e precisam estar em evidência, pois são anunciadores da Verdade. São pregadores, evangelistas que fazem cruzadas, ensinam, escrevem e disseminam a Palavra. Cada um tem sua função específica, e não devemos estabelecer um padrão único para todos.
Infelizmente, as denominações, muitas vezes, criam moldes que não levam em consideração essas diferenças. Eu mesmo fiz parte de denominações reformadas e pentecostais e percebi que cada uma estabelece seu próprio padrão. Na tradição reformada, por exemplo, se alguém demonstra boa comunicação, raciocínio rápido e conhecimento acadêmico, logo é enviado para o seminário para se tornar pastor. Mas nem todos que possuem essas características foram chamados para o pastorado. Talvez Deus tenha dado a essa pessoa um talento para os negócios, para o ensino ou para outro ministério dentro do corpo de Cristo.
Essa padronização sufoca o propósito específico de cada um e desconsidera os dons e talentos distribuídos pelo Espírito Santo. Paulo nos ensina em 1 Coríntios 12:4-6:
"Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas é o mesmo Deus quem opera tudo em todos."
Além disso, temos visto uma tendência preocupante: muitos pastores sentem necessidade de fazer psicologia para entender as pessoas. Mas, quando os cinco ministérios foram estabelecidos após a ressurreição de Jesus, era o Espírito Santo quem capacitava os pastores a cuidar das pessoas. Não existia psicologia entre os apóstolos; eles eram completamente dependentes da direção do Espírito Santo.
Hoje, infelizmente, muitas igrejas se baseiam mais em habilidades humanas do que nos dons espirituais. Consequentemente, há uma escassez de palavras de conhecimento, palavras de sabedoria e discernimento espiritual. Em seu lugar, multiplicam-se profecias imaturas ou até mesmo falsas, que muitas vezes são dadas para agradar pessoas influentes, ao invés de transmitir a Verdade de Deus. Isso nos lembra Efésios 4:14:
"Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro."
Muitas pessoas buscam mestres segundo suas próprias vontades, conforme predito em 2 Timóteo 4:3-4:
"Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas."
Quando trazemos a verdade da Palavra de Deus, algumas pessoas se incomodam, pois não querem ser confrontadas. Elas preferem quem as "afague" e lhes diga apenas o que querem ouvir. A Bíblia chama isso de "lamber feridas", algo que nos lembra a metáfora dos cães mencionada em Filipenses 3:2:
"Cuidado com os cães, cuidado com os maus obreiros, cuidado com a falsa circuncisão!"
Assim como um bom médico ou veterinário precisa primeiro limpar uma ferida e até retirar tecidos mortos para que a cicatrização ocorra corretamente, a verdade da Palavra de Deus muitas vezes causa desconforto inicial. É um processo de poda espiritual que gera crescimento. Como Jesus disse em João 15:2:
"Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, ele o limpa, para que produza mais fruto ainda."
Portanto, precisamos de igrejas e líderes que ensinem a identidade em Cristo, respeitando os dons e chamados individuais, e que estejam dispostos a ministrar a verdade, mesmo que ela gere desconforto inicial. Somente assim o corpo de Cristo crescerá em maturidade e cumprirá o propósito de Deus nesta terra.
Uma vez aconselhei um pastor e disse a ele: "Olha, cuidado! Há pessoas que passaram por algum desconforto onde estavam e correm para você. Aí você pega e ainda entra num terreno perigoso de desonra, pois começa a ouvir as reclamações daquela pessoa sobre o pastor dela." Por exemplo, alguém diz: "Ah, eu fui falar com meu pastor e ele é muito duro, inflexível, não entende a minha dor". E você, sem perceber, começa a pensar: "Nossa, que cara ruim! Fica com a gente porque nós não somos ruins assim". Eu já fiz isso muitas vezes, e é um erro.
Acontece que, depois de um tempo, quando você começa a tratar aquela pessoa com a verdade e a conduzi-la ao crescimento, agora o ruim é você. Porque essa pessoa não quer cura, quer apenas alguém que lamba suas feridas. E, então, ela vai para outro pastor e falará mal de você.
Isso acontece porque algumas pessoas estão fechadas para a verdade. Elas não querem ser transformadas, mas sim encontrar alguém que as conforte sem confronto. A Palavra de Deus nos alerta sobre isso: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências" (2 Timóteo 4:3).
Por isso, sempre aconselho pastores que me procuram dizendo: "Pastor, tem problema se fulano saiu da igreja tal e veio falar comigo?" Eu digo: "Problema, não. Mas você precisa conhecer a versão do outro lado, a versão do pastor anterior." Muitas vezes, a pessoa chega contando uma história em que o pastor dela era rígido demais, insensível, e você acaba acreditando. Mas é questão de tempo para ela causar os mesmos problemas com você, porque o problema não estava no pastor anterior, mas na própria pessoa.
Infelizmente, há muitas igrejas sendo formadas a partir de dissidentes de outras igrejas. Isso, para mim, é uma maldição. Se a pessoa causou problemas lá, muito provavelmente causará problemas aqui também, porque não está interessada na transformação e no crescimento espiritual.
O pastor que apenas lambe feridas sempre terá ao seu redor pessoas que não querem mudança genuína. Já fui esse tipo de pastor em alguns momentos, sem perceber, até que entendi que meu papel não é agradar, mas falar a verdade em amor. Jesus disse: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). Verdade liberta, mas, antes, dói. A correção dói, mas gera fruto de justiça (Hebreus 12:11).
Muitos pastores começam seu ministério com base apenas na teoria, mas esquecem que o verdadeiro aprendizado vem da combinação de três fatores: teoria, prática e fruto. Só saber teoria não basta. É preciso aplicar, ver os resultados e aprender com eles. "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16).
Igrejas que se formam apenas com dissidentes de outras igrejas não prosperam no Reino. Já passei por isso. Já tive grupos onde, ao olhar, percebi que quase ninguém ali era novo convertido. Eram apenas pessoas que não se encaixavam em lugar nenhum, que saíam de igreja em igreja, procurando um pastor que dissesse o que queriam ouvir. Esse não é o evangelho! O evangelho é transformação, arrependimento e frutos dignos dessa mudança (Mateus 3:8).
Precisamos nos apegar à verdade e deixar que o Espírito Santo faça a obra. Se não há fruto do Espírito, não é evangelho. Pode ser psicologia, filosofia, boas ações – mas não é evangelho. O evangelho genuíno gera transformação e maturidade espiritual.
Que possamos sempre ensinar com amor, mas sem abrir mão da verdade. Pois é a verdade, e não a bajulação, que realmente liberta e traz vida abundante em Cristo.
Eu já cheguei a ouvir uma pessoa falar por quatro horas sem intervalo e sem me dar espaço para responder. Isso aconteceu na Alemanha. Imagine-se sentado, ouvindo alguém por quatro horas seguidas, sem pausas e sem a oportunidade de expor sua visão. Enquanto você se mantém nessa posição de ouvinte, a pessoa deseja estar com você. Mas no momento em que você diz: "Agora que te ouvi, permita-me falar", a situação muda. Quando você começa a trazer a verdade em amor (“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” – Efésios 4:15), muitos se afastam, porque não buscavam a verdade, mas apenas um ouvido disposto a escutá-los. Quando o remédio é oferecido, muitos rejeitam, pois não estavam interessados na cura, apenas em um alívio momentâneo.
Isso não ocorre apenas no contexto da igreja ou da conversão, mas no mundo de forma geral. Muitas pessoas não querem mudança ou transformação, apenas um espaço para desabafar. Ao longo dos ministérios por onde passei, cometi erros — é impossível conviver com pessoas sem falhar com elas — mas percebi que um dos maiores problemas das denominações é a necessidade de se enquadrar em um padrão que, muitas vezes, não condiz com a identidade e o chamado de cada um.
Hoje, no Brasil, há muitos apóstolos, apesar de a teologia reformada, que respeito como irmãos em Cristo, não reconhecer esse ministério. No entanto, biblicamente, o ministério apostólico também forma apóstolos, assim como Paulo formou Barnabé (“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” – Atos 13:2). No entanto, o que acontece hoje é que muitos apóstolos não formam outros apóstolos porque veem isso como uma ameaça, como uma competição por posição.
Essa falta de entendimento é um reflexo de uma mentalidade errada dentro das denominações, que transforma o ministério em um ambiente de competição. Em vez de treinar pessoas para serem excelentes, muitos acabam sabotando aqueles que possuem potencial, por medo de perderem sua própria posição. Isso é um reflexo do espírito do anticristo, pois “anticristo” pode significar tanto “oposto” quanto “no lugar de” Cristo (“Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora” – 1 João 2:18).
Muitos hoje estão cegos por ideologias, seja da direita ou da esquerda, sem perceberem que só existem dois reinos: o de Cristo e o do mundo (“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” – Mateus 12:30). Esse sistema mundial, independente de partidos ou ideologias, trabalha para que os cristãos não percebam a verdadeira batalha espiritual em curso.
Dentro das igrejas, muitos estão utilizando princípios de manipulação, como os descritos no livro "As 48 Leis do Poder" de Robert Greene. Esse livro é usado por políticos e líderes para gerir e manipular pessoas, e alguns pastores têm aplicado essas estratégias dentro da igreja, o que é um erro gravíssimo. A gestão da igreja não pode se basear em estratégias mundanas, mas sim na direção do Espírito Santo (“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” – Romanos 12:2).
Meu livro "Destronando Bezerros de Ouro" trata exatamente disso: a adoção de um sistema mundano dentro da igreja. Algumas pessoas, quando lancei meus livros anteriores, chegaram a me chamar de "desigrejado" e acusaram-me de querer criar uma seita. Mas a verdade é que muitas pessoas idolatram a estrutura e o CNPJ de suas igrejas, sem perceberem que estão colocando o sistema institucional acima do Reino de Deus. Quando a prioridade deixa de ser as pessoas e passa a ser a manutenção da estrutura, algo está profundamente errado.
A verdadeira batalha não é contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades (“Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” – Efésios 6:12). A igreja precisa despertar e compreender que sua luta é espiritual, e que precisamos voltar à simplicidade do evangelho, onde Cristo é o centro e não um sistema religioso que aprisiona seus membros.
É vital reavaliar onde estamos caminhando e lembrar que Jesus nunca precisou de estruturas humanas para operar. Ele nos chamou para sermos luz e sal (“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” – Mateus 5:14), e não para ficarmos presos a um sistema que muitas vezes impede o avanço do Reino de Deus.
O objetivo desta escrita é libertar as pessoas, não fechar as igrejas. O propósito não é o encerramento de congregações, mas sim a libertação dos indivíduos para que os vocacionados exerçam o chamado de Deus através do Espírito Santo. Quando se fala a verdade para alguém e essa verdade gera resistência e afastamento, qual espírito está operando nessa pessoa? Certamente, não o Espírito de Cristo, pois aquele que é de Deus ama e recebe a verdade (João 8:47). Em 2 Tessalonicenses 2:10-12, está escrito que Deus envia a operação do erro para aqueles que rejeitaram a verdade:
"E com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade." (2 Tessalonicenses 2:10-12)
Quando alguém rejeita a verdade repetidamente, Deus permite que essa pessoa seja entregue ao engano. Assim, aqueles que rejeitam a verdade acabam se unindo a falsos profetas que falam aquilo que lhes agrada. A própria Palavra já nos alerta sobre isso:
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2 Timóteo 4:3-4)
Não é à toa que hoje há tantos falsos profetas. Eles são levantados como juízo sobre aqueles que rejeitam a verdade. Deus não apenas permite, mas envia essa operação do erro para que os rebeldes sejam iludidos pelos enganos que escolheram seguir. Como está escrito em Mateus 24:24:
"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos."
Por isso, Paulo adverte Timóteo a cuidar da sua doutrina para que ele mesmo e aqueles que o ouvem sejam salvos:
"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem." (1 Timóteo 4:16)
Seguir a verdade pode trazer perdas materiais, amigos, apoiadores e até ofertas, mas o importante é perseverar até o fim:
"Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo." (Mateus 24:13)
Aqueles que rejeitam a verdade buscarão mestres que falem aquilo que querem ouvir. Eles encontrarão falsos profetas que ensinarão um evangelho distorcido, centrado em dogmas, regras e benefícios materiais, sem a verdadeira essência de Cristo.
Muitos desses líderes utilizam técnicas de manipulação e controle para manter as pessoas presas às suas igrejas e doutrinas. Em vez de serem guiados pelo Espírito Santo, usam estratégias humanas, como política e diplomacia, para controlar a mente e as emoções dos fiéis. Isso não vem de Deus, pois Jesus nos chamou para a liberdade:
"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão." (Gálatas 5:1)
A verdadeira Igreja de Cristo não está limitada a um prédio. Onde houver dois ou mais reunidos em nome de Jesus, ali Ele estará (Mateus 18:20). Isso não significa que não devemos congregar ou ter líderes espirituais. Pelo contrário, a comunhão e a liderança são princípios bíblicos fundamentais:
"Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas." (Hebreus 13:17)
O Espírito Santo não isola os crentes em suas convicções. Ele promove a unidade do Corpo de Cristo:
"Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Efésios 4:15-16)
Portanto, ninguém pode estar acima de Deus em sua vida. Devemos honrar e respeitar os nossos líderes, mas sem torná-los intermediários entre nós e Deus. Os verdadeiros líderes nos ajudam a crescer em Cristo, tornando-nos cada vez mais dependentes do Espírito Santo e menos deles mesmos:
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem." (1 Timóteo 2:5)
Muitos novos convertidos acabam caindo em grupos que pregam que não há necessidade de igreja, de liderança ou de comunhão. Isso gera um espírito de autossuficiência e orgulho que impede essas pessoas de se submeterem à correção e ao crescimento espiritual. O orgulho e a falta de submissão são evidências da carne, e não do Espírito:
"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo." (Filipenses 2:3)
Infelizmente, por motivos de uma mentalidade enraizada na imaturidade da vaidade, alguns ministérios são administrados com base em estratégias humanas e não pela direção do Espírito Santo. Há uma tentação constante de seguir atalhos para o crescimento ministerial, aceitando parcerias e métodos que não vêm de Deus. Mas a verdadeira obra de Deus deve ser guiada pelo Espírito e não por artimanhas humanas:
"Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." (1 Coríntios 3:9)
Portanto, precisamos ter discernimento espiritual para não cairmos no engano. Precisamos permanecer firmes na verdade, buscar a direção do Espírito Santo e rejeitar tudo o que não está alinhado com a Palavra de Deus. Sempre nos manter fiéis a Cristo, sendo luz neste mundo de trevas.
"Examinai tudo. Retende o bem." (1 Tessalonicenses 5:21)
O versículo 1 Tessalonicenses 5:21 – "Examinai tudo. Retende o bem." – faz parte das exortações finais que o apóstolo Paulo dá à igreja de Tessalônica. Para entender melhor o contexto, vamos analisar o trecho completo:
Contexto: 1 Tessalonicenses 5:19-22
"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal."
Paulo está orientando os cristãos a manterem uma postura equilibrada diante das manifestações espirituais, especialmente das profecias. Ele ensina que:
"Não extingais o Espírito" – Eles não deveriam resistir ou impedir a atuação do Espírito Santo.
"Não desprezeis as profecias" – As profecias eram uma forma de Deus comunicar Sua vontade, e os crentes não deveriam rejeitá-las sem discernimento.
"Examinai tudo. Retende o bem." – Os tessalonicenses deviam testar todas as coisas, julgando pela verdade bíblica, e segurar apenas aquilo que era bom e verdadeiro.
"Abstende-vos de toda aparência do mal." – Depois de examinar, deveriam evitar tudo o que fosse errado ou enganoso.
Esse versículo nos ensina sobre discernimento espiritual. Devemos:
Ouvir e aprender, mas sem aceitar tudo de forma cega.
Comparar qualquer ensinamento com a Palavra de Deus.
Guardar o que é bom e rejeitar o que não está alinhado com a verdade bíblica.
Essa orientação é muito útil nos dias de hoje, quando há tantas doutrinas e ensinamentos sendo espalhados. A Palavra de Deus nos convida a sermos criteriosos, buscando sempre a verdade em Cristo
Depois que você entra nesse caminho, muitas vezes não tem mais como voltar atrás sem um grande custo. A única opção pode ser começar do zero. Mas aí surge outro dilema: o que dizer às pessoas que você envolveu nesse sistema? Como explicar para elas que aquilo que você mesmo apresentou agora já não faz sentido? Muitas podem até duvidar de sua credibilidade, dizendo: "você me trouxe para isso e agora saiu? Como confiar em você?" Esse é o peso da responsabilidade. Por isso, não ceda! Permaneça firme até o fim.
Jesus nos alertou sobre a importância da perseverança: "Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:13). Pode haver momentos difíceis, portas que se fecham, mas manter-se na verdade é essencial. No fim, quando estivermos diante de Cristo, só poderemos apresentar aquilo que foi proposto por Ele. Nossa missão não é agradar os homens, mas cumprir a vontade de Deus.
Muitas vezes, tentamos fazer para Deus aquilo que Ele não nos pediu. Mas será que conseguimos impressionar Deus com isso? "Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade" (2 Coríntios 13:8). O grande perigo é que, no fundo, algumas dessas tentativas são motivadas pela vaidade. Todos gostamos de reconhecimento, de ser respeitados, de prosperar. Mas será que estamos realmente buscando a glória de Deus ou apenas nos tornando o reflexo de nossa vaidade expressa em "ostentação espiritual"?
É um autoexame constante. A alma pode tentar nos convencer de que há um atalho, uma maneira mais fácil, mais lucrativa, mais confortável. Mas "há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Provérbios 14:12). A verdadeira prosperidade não está em riquezas materiais ou status, mas na paz e na plenitude que vêm de andar em obediência a Deus.
Além disso, ter fé não significa ser soberano sobre Deus. O fato de jejuarmos, orarmos e declararmos a Palavra não nos torna senhores do nosso destino. Continuamos dependentes do nosso Senhor. "O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Provérbios 16:9). Fé não é ferramenta de manipulação; é confiança e submissão à vontade de Deus.
Há quem já tenha cruzado a linha para a feitiçaria sem perceber, usando princípios espirituais para controlar pessoas e circunstâncias. A Bíblia é clara: "Porque a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a iniquidade e idolatria" (1 Samuel 15:23). Quando a fé se torna uma ferramenta de manipulação em vez de uma expressão de confiança em Deus, estamos em perigo espiritual.
Então, o melhor caminho é sempre o relacionamento genuíno com o Espirito Santo, buscando saber exatamente o que Ele quer para nós, ao invés de tentarmos impor nossa própria vontade. "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5-6).
Leonardo Lima Ribeiro
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