segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

A benção da contribuição voluntária

 


O Novo Testamento apresenta diversas passagens que abordam o sustento financeiro dos apóstolos e daqueles que dedicavam suas vidas ao ministério. A Bíblia ensina que aqueles que pregam o evangelho têm o direito de receber sustento, mas também destaca a importância da integridade, do desprendimento e da confiança em Deus para prover.

1. O Direito ao Sustento Ministerial

O apóstolo Paulo ensina claramente que aqueles que trabalham na obra de Deus têm o direito de receber sustento material da comunidade cristã:

1 Coríntios 9:7-14 – Paulo usa exemplos da vida cotidiana (soldados, agricultores e pastores) para mostrar que aqueles que servem têm o direito de receber sustento. Ele afirma:

“Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1 Coríntios 9:14)

Lucas 10:7 – Jesus instrui os discípulos enviados a não levarem provisões, pois aqueles a quem pregassem deveriam sustentá-los:

"Permanecei naquela mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o trabalhador do seu salário."

1 Timóteo 5:17-18 – Paulo reforça que aqueles que ensinam a Palavra devem ser bem tratados:

“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.”

2. O Exemplo de Paulo: Trabalho e Renúncia

O apóstolo Paulo, em suas epístolas, deixa claro que os ministros do evangelho têm o direito de serem sustentados pela igreja. No entanto, ele mesmo, em diversas ocasiões, escolheu abrir mão desse direito para não ser um peso para os fiéis e para dar um exemplo de trabalho e dedicação. Essa postura é evidenciada em passagens como 1 Coríntios 9:14-18 e 2 Tessalonicenses 3:7-9.

Em 1 Coríntios 9, Paulo argumenta que aqueles que pregam o evangelho devem viver do evangelho, citando o exemplo dos sacerdotes do Antigo Testamento, que recebiam sustento do altar. No entanto, ele ressalta que, embora tivesse esse direito, optou por não usá-lo para evitar qualquer obstáculo à propagação da mensagem de Cristo. Seu objetivo não era enriquecer com a pregação, mas garantir que o evangelho fosse anunciado sem suspeitas de interesses financeiros.

Em 2 Tessalonicenses 3:7-9, Paulo reforça sua decisão ao lembrar aos crentes que ele e seus companheiros trabalharam arduamente para não serem um peso para a igreja. Ele destaca que, mesmo tendo o direito ao sustento, escolheu trabalhar para dar um exemplo de diligência e responsabilidade. Seu desejo era incentivar os crentes a valorizarem o trabalho e a ajudarem uns aos outros, sem se tornarem dependentes desnecessariamente.

Essa postura de Paulo ensina princípios importantes para os ministros do evangelho e para os fiéis. Em primeiro lugar, mostra que o sustento ministerial é bíblico e legítimo, mas deve ser exercido com discernimento e responsabilidade. Em segundo lugar, destaca a importância de evitar escândalos ou situações que possam prejudicar o testemunho cristão. Por fim, ensina que o ministério pastoral não deve ser visto como uma fonte de lucro, mas como um chamado divino que requer sacrifício e compromisso.

Portanto, a escolha de Paulo de abrir mão do sustento em certas ocasiões demonstra seu compromisso com a causa de Cristo e serve como um modelo de integridade, trabalho e dedicação ao evangelho. Seu exemplo permanece relevante para os dias de hoje, incentivando um ministério centrado na missão e na edificação da igreja.

Atos 18:3 – Paulo trabalhava como fabricante de tendas para se sustentar enquanto pregava.

1 Coríntios 9:12 – Ele diz que não fez uso do direito ao sustento para não colocar impedimento ao evangelho.

2 Tessalonicenses 3:7-9 – Paulo ensina que trabalhou dia e noite para não ser pesado a ninguém, mostrando um exemplo de autossustento.

3. A Generosidade das Igrejas no Sustento Apostólico

Muitas igrejas ajudaram financeiramente os apóstolos e missionários:

A sustentação dos ministros do evangelho por meio de ofertas voluntárias é um princípio bíblico fundamentado na honra e na fé no propósito divino. Desde os tempos antigos, Deus estabeleceu que aqueles que dedicam suas vidas à obra espiritual devem ser sustentados por aqueles que se beneficiam de seu ministério.

O Princípio da Honra: A Bíblia nos ensina que a honra deve ser concedida àqueles que trabalham na seara do Senhor. Em 1 Timóteo 5:17-18, o apóstolo Paulo declara:

"Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. Porque diz a Escritura: Não atarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário."

Esse texto revela que aqueles que servem fielmente ao Senhor, pregando e ensinando a Palavra, são dignos de sustento. A "duplicada honra" mencionada não se refere apenas ao respeito, mas também à provisão material. Quando um ministro do evangelho é honrado com sustento digno, a igreja reconhece o valor do seu trabalho e cumpre um princípio espiritual essencial.

A Fé no Propósito Divino: O sustento ministerial também está enraizado na fé no propósito divino. Deus chama pessoas para se dedicarem integralmente ao ministério, e a manutenção financeira por meio de ofertas permite que esses servos cumpram seu chamado sem distrações. Em 1 Coríntios 9:13-14, Paulo reforça esse princípio:

"Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho."

Aqui, Paulo faz uma analogia com os sacerdotes do Antigo Testamento, que eram sustentados pelas ofertas trazidas ao templo. No Novo Testamento, Jesus reafirma esse princípio ao enviar os discípulos para pregar, dizendo-lhes para não levarem suprimentos porque seriam sustentados pelos que os recebessem (Lucas 10:7).

O Papel das Ofertas Voluntárias: O sustento dos ministros deve vir das ofertas voluntárias, fruto do coração generoso dos crentes. A contribuição financeira à igreja e aos seus ministros não deve ser vista como um fardo, mas como um ato de gratidão e obediência a Deus. Em 2 Coríntios 9:7, Paulo ensina:

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

A prática da generosidade não apenas supre as necessidades dos ministros, mas também libera bênçãos sobre os ofertantes. Quando alguém semeia na obra de Deus, colhe frutos espirituais e materiais, pois está investindo no Reino de Deus.

Sustentar os ministros do evangelho por meio de ofertas não é apenas uma necessidade prática, mas um princípio divino baseado na honra e na fé no propósito de Deus. Quando os crentes reconhecem a importância desse princípio, contribuem com alegria, sabendo que estão fortalecendo a obra do Senhor e garantindo que Seus servos possam continuar a cumprir seu chamado. Dessa forma, a igreja cresce espiritualmente e a Palavra de Deus é propagada com eficácia.

Filipenses 4:15-17 – A igreja de Filipos ajudou financeiramente Paulo mais de uma vez:

“Nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão vós somente.”

Romanos 15:26 – Paulo menciona ofertas levantadas por igrejas da Macedônia e Acaia para ajudar os irmãos pobres em Jerusalém.

4. O Perigo do Amor ao Dinheiro e a Piedade como Fonte de Lucro

O Novo Testamento alerta contra o uso do evangelho como meio de enriquecimento pessoal:

Mateus 10:8 – Jesus instrui os discípulos: "De graça recebestes, de graça dai."

1 Timóteo 6:5-10 – Paulo adverte sobre aqueles que usam a piedade como fonte de lucro e sobre o amor ao dinheiro como raiz de todos os males.

Atos 8:18-21 – Simão, o mago, tenta comprar o dom do Espírito Santo, e Pedro o repreende severamente.

O Novo Testamento ensina que os apóstolos e ministros do evangelho têm direito ao sustento, mas esse sustento deve ser oferecido voluntariamente pelas igrejas e administrado com integridade. O exemplo de Paulo mostra que, embora o sustento seja legítimo, o ministério não deve ser visto como meio de enriquecimento. A ênfase está na dependência de Deus e na generosidade da comunidade cristã para suprir as necessidades dos que servem ao Senhor.

A Responsabilidade dos Fiéis em Sustentar o Ministério

No Novo Testamento, encontramos uma clara ênfase no princípio da reciprocidade espiritual e material dentro da comunidade cristã. A ideia central é que aqueles que recebem bênçãos espirituais através do ministério devem, em gratidão e responsabilidade, contribuir para o sustento da obra de Deus. No entanto, muitas pessoas desejam usufruir dos benefícios do ministério sem assumir a responsabilidade de apoiá-lo financeiramente ou de outra forma.

1. O Princípio Bíblico da Reciprocidade

A Bíblia ensina que há uma relação de mutualidade entre aqueles que ensinam e aqueles que são ensinados:

Gálatas 6:6 "E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui."

Aqui, Paulo destaca que quem recebe ensino deve contribuir materialmente para o sustento daquele que ensina. Isso não é uma troca comercial, mas um princípio de gratidão e apoio mútuo no Corpo de Cristo.

Romanos 15:27 "Isto lhes pareceu bem, e devedores são para com eles; porque, se os gentios têm sido participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais."

Neste versículo, Paulo mostra que os gentios, que receberam benefícios espirituais, tinham a obrigação moral de contribuir financeiramente com os judeus crentes em Jerusalém que passavam necessidade.

2. O Exemplo dos Macedônios: Contribuição com Alegria e Generosidade

Paulo exalta a igreja da Macedônia como um modelo de generosidade, apesar das dificuldades financeiras:

2 Coríntios 8:2-4 "Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria e a sua profunda pobreza superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima delas, deram voluntariamente, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos."

Isso mostra que a disposição de contribuir não deve depender de riqueza material, mas de um coração generoso.

3. O Problema da Ingratidão e da Negligência no Sustento do Ministério

Embora a Bíblia ensine sobre a importância de sustentar a obra de Deus, muitos se beneficiam do ministério sem contribuir para ele. Essa atitude pode ser fruto de egoísmo, falta de entendimento ou negligência espiritual.

Malaquias 3:8-10 "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas."

Embora este texto esteja no contexto do Antigo Testamento, o princípio continua relevante: reter aquilo que pertence ao sustento da obra de Deus é visto como um ato de infidelidade.

1 Coríntios 9:11 "Se nós semeamos para vós as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as materiais?"

Paulo confronta diretamente a mentalidade de quem quer receber benefícios espirituais sem estar disposto a apoiar financeiramente a obra.

4. O Perigo do Consumo Espiritual sem Compromisso

O apóstolo Paulo, em suas cartas, frequentemente abordava a necessidade de um compromisso genuíno com a fé cristã. Um dos aspectos mais delicados dessa responsabilidade era o apoio financeiro à obra de Deus. Em passagens como 1 Coríntios 9:13-14 e Gálatas 6:6, ele confronta a mentalidade daqueles que desejam receber benefícios espirituais sem contribuir para a sustentação dos ministros e da missão da Igreja. Esse problema não era exclusivo de sua época, mas persiste até hoje, refletindo uma atitude de consumo espiritual sem envolvimento real.

1. O Evangelho Não Deve Ser Tratado Como Um Serviço Gratuito

Muitos se aproximam da fé buscando apenas bênçãos, consolo e ensino, mas sem o desejo de assumir compromissos práticos. Assim como qualquer estrutura organizacional necessita de recursos para funcionar, a obra de Deus também requer sustento para avançar. Paulo argumenta que "o trabalhador é digno do seu salário" (1 Tm 5:18) e que aqueles que ensinam a Palavra devem ser apoiados por aqueles que a recebem (Gl 6:6). Quando alguém consome a vida espiritual sem investir nela, demonstra ingratidão e falta de responsabilidade para com a comunidade cristã.

2. A Falta de Compromisso Financeiro Revela Uma Postura de Coração

A maneira como uma pessoa lida com seus recursos financeiros revela muito sobre suas prioridades espirituais. Jesus ensinou que "onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mt 6:21). Se alguém valoriza verdadeiramente o crescimento espiritual, naturalmente desejará contribuir para que outras pessoas também tenham acesso ao ensino e ao discipulado. O contrário também é verdadeiro: quem apenas recebe e nunca dá, demonstra uma fé centrada no próprio benefício e não no Reino de Deus.

3. A Mentalidade de Consumidor Enfraquece a Igreja

Quando os cristãos veem a fé apenas como algo a ser consumido e não como um compromisso a ser assumido, a Igreja se torna fraca e sem estrutura para cumprir sua missão. O envolvimento financeiro não é apenas uma questão administrativa, mas uma expressão prática do amor e da participação ativa na obra de Deus.

Enfim, a espiritualidade verdadeira exige compromisso, e isso inclui a disposição de contribuir para a expansão do Reino. Paulo não hesitou em corrigir aqueles que queriam apenas usufruir dos benefícios espirituais sem assumir responsabilidades. A fé genuína nos chama a sermos participantes ativos, e não apenas consumidores passivos, pois a obra de Deus avança por meio do engajamento e da generosidade de seu povo.

Nos tempos modernos, essa questão se manifesta de diversas formas:

Pessoas que frequentam igrejas, assistem a cultos online e recebem ensinamentos, mas nunca contribuem financeiramente.

Crentes que esperam que a igreja esteja sempre disponível para ajudá-los em momentos difíceis, mas não investem no crescimento da própria comunidade.

Indivíduos que querem pastores disponíveis para aconselhamento, discipulado e visitação, mas não se preocupam com a subsistência desses líderes.

Essa atitude demonstra uma visão utilitarista da fé, onde o cristianismo é visto apenas como um serviço gratuito ao invés de um compromisso comunitário.

5. A Bênção da Contribuição Voluntária

A Bíblia ensina que aqueles que dão generosamente não apenas sustentam a obra de Deus, mas também recebem bênçãos espirituais e materiais:

A contribuição voluntária, segundo os ensinamentos bíblicos, é mais do que um simples ato de generosidade material; ela é uma manifestação de fé e confiança em Deus, que promete recompensar aqueles que compartilham com os necessitados e com a obra do Reino. A Bíblia revela que, ao oferecer com um coração disposto e alegre, o crente não só contribui para o avanço da missão divina, mas também experimenta uma abundância de bênçãos espirituais e materiais.

Em 2 Coríntios 9:6-8, o apóstolo Paulo faz uma afirmação clara sobre os frutos da generosidade:

“Quem semeia pouco, pouco também colherá; e quem semeia com abundância, com abundância também colherá. Cada um dê conforme tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre em tudo o que é necessário, abundeis em toda boa obra.”

Este trecho revela um princípio fundamental: a doação voluntária não deve ser feita por obrigação, mas sim por alegria, refletindo uma atitude de coração disposto. Deus, por sua vez, garante que aqueles que contribuem generosamente experimentarão a abundância de Suas bênçãos. A promessa é de que Ele suprirá todas as necessidades daqueles que semeiam no Seu Reino, de modo que eles terão mais do que o suficiente para continuar a obra e para viver de forma abundante.

Além disso, em Lucas 6:38, Jesus reforça o caráter de reciprocidade divina ao dizer:

"Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordante, vos darão na vossa bolsa; porque com a medida com que medirdes também vos medirão de novo."

Aqui, a promessa de Jesus não é apenas sobre a recompensa material, mas também sobre a forma generosa como Deus responde à nossa generosidade. Ele não se limita a devolver o que foi dado, mas faz isso de forma abundante, transbordante, mostrando que, ao dar, o crente abre a porta para uma multiplicação das bênçãos de Deus em sua vida.

Além das bênçãos materiais, a Bíblia também destaca a abundância espiritual que vem da prática generosa. Em Atos 20:35, o apóstolo Paulo relembra uma palavra de Jesus: "Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber". A verdadeira alegria não reside em acumular bens, mas em compartilhar com os outros, especialmente no contexto da fé. Quando alguém contribui para a obra de Deus, essa pessoa não apenas toca a vida de outros, mas também cresce espiritualmente, pois está se alinhando com a vontade divina de ajudar e servir.

Em Filipenses 4:19, Paulo assegura aos cristãos que, ao apoiar a obra do Senhor, podem ter plena confiança em que Deus suprirá todas as suas necessidades:

“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus cada uma de vossas necessidades.”

Há uma certeza de que a generosidade não é uma perda, mas um investimento no Reino de Deus, que traz consigo a promessa de que Deus irá prover tudo o que for necessário para os Seus filhos.

Portanto, a Bíblia ensina que a contribuição voluntária não apenas sustenta a obra de Deus, mas também traz uma multiplicação de bênçãos, tanto no campo material quanto espiritual. Aquele que dá com generosidade e alegria experimenta a fidelidade de Deus em suprir suas necessidades e, mais do que isso, se aproxima de Deus, tornando-se mais semelhante a Ele, que é o maior exemplo de generosidade. Em sua generosidade, o crente não apenas abençoa os outros, mas também se torna alvo de abundantes bênçãos divinas.

2 Coríntios 9:6-7 "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

Lucas 6:38 "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque, com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo."

A contribuição não é uma obrigação legalista, mas uma oportunidade de participar da obra de Deus e experimentar sua provisão abundante.

O Novo Testamento ensina claramente que aqueles que são beneficiados pelo ministério devem contribuir para seu sustento. Essa contribuição deve ser feita com gratidão, generosidade e alegria, e não por obrigação ou coação. O maior problema não é a falta de dinheiro, mas a falta de compromisso e visão espiritual.

Leonardo Lima Ribeiro 

A pergunta que cada cristão deve fazer é: "Estou apenas recebendo do ministério ou também estou contribuindo para que a obra de Deus avance?"

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Meu antidenominacionalismo

 


Hoje, quero falar sobre nossa percepção, capacidade de avaliação e análise, que têm sido comprometidas pelo sistema de pensamento introduzido em muitas igrejas.

O Sistema de Pensamento e a Mentalidade do Reino

Você que ainda não conhece nosso conteúdo, recomendo que fale conosco. Se tem interesse em nosso discipulado para abrir sua mente em relação ao Reino de Deus e quebrar barreiras denominacionais, este é o caminho. Muitos me perguntam se sou contra igrejas ou denominações. Meu livro Destronando o Bezerro de Ouro trata claramente desse tema e você pode adquiri-lo através de nosso ministério

A questão central não é a instituição em si, mas o sistema de pensamento. A diferença entre unidade e uniformidade é crucial.

"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo." (1 Coríntios 12:4-5)

As denominações estabelecem padrões de pensamento, doutrina e até mesmo personalidade. Isso pode desconsiderar as diferenças individuais, a identidade ministerial e a vocação de cada um.

Os Cinco Ministérios e as Diferenças Individuais

A Palavra nos ensina que Deus concedeu cinco ministérios:

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo." (Efésios 4:11-12)

Pedro não era como Paulo, Tiago não era como André. Cada um tinha um estilo, um público e uma cultura diferente. Paulo plantou igrejas em Tessalônica, Filipos, Corinto e Éfeso, cada uma com sua realidade cultural. A fé nunca anula a personalidade ou a cultura de um povo.

O Perigo da Uniformização Religiosa

*Uniformização significa tornar algo uniforme, padronizado ou homogêneo. Esse conceito pode ser aplicado em diferentes contextos, como:

Organizacional: Quando uma empresa padroniza processos, regras ou vestimentas para garantir coerência e identidade.

Jurídico: Quando há uma padronização de interpretações de leis para evitar decisões contraditórias.

Educacional: Quando o ensino segue um currículo ou metodologia única para manter a qualidade e a igualdade.

Cultural: Quando costumes ou práticas se tornam mais homogêneos dentro de uma sociedade.

No geral, a uniformização busca reduzir variações para manter ordem, coerência e eficiência.

Quando uma denominação padroniza a fé, pode acabar ignorando o chamado individual. Muitas pessoas se sentem deslocadas porque a estrutura proposta não opera em suas vidas. Você já passou por isso? Talvez tenha tentado funcionar dentro de um ministério e sentiu que aquilo não fluía na sua vida.

Eu mesmo, em minha experiência, ouvi líderes dizendo: "Você pode aprender de tudo e servir em todas as áreas". Isso é uma meia verdade. Podemos aprender de tudo, mas operar com unção e eficiência só é possível naquilo para o qual fomos chamados.

"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (1 Coríntios 12:7)

Quando a igreja se torna uma máquina, forçando as pessoas a se encaixarem em um molde, perde-se a dinâmica do Corpo de Cristo.

Fluir no Chamado de Deus

Hoje, no nosso ministério, ajudamos pessoas a entrar na vontade de Deus entendendo suas características específicas. Não impomos um modelo. Nosso papel é reconhecer a vocação de cada um e ajudá-los a florescer.

Esta semana, um pastor me perguntou se deveria seguir um certo padrão. Respondi: "Siga o que flui na sua vida". Sofremos resistências do mundo, do inimigo e da nossa velha natureza. Mas o que vem de Deus é espontâneo e flui com paz.

"Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mateus 11:30)

O que você faz para Deus precisa fluir naturalmente, não por esforço humano, mas porque é algo que faz parte de quem você é em Cristo.

Um amigo comentou algo muito pertinente: "As igrejas deveriam ensinar as pessoas a descobrirem suas identidades em Cristo para viverem os seus propósitos." Exatamente! Essa é a função da igreja. Os cinco ministérios que existem na Igreja de Cristo servem precisamente para isso. Conforme Efésios 4:11-13:

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo."

A minha única função como pastor, na vida de alguém, é, enquanto essa pessoa ainda é "criança na fé", instruí-la na Palavra e ajudá-la na caminhada, até que alcance a maturidade espiritual. Quando a maturidade chega, a identidade de cada um em Cristo começa a florescer.

Por exemplo, há pessoas que são pastores, mas não de púlpito. Eles pastoreiam individualmente, cuidando das pessoas sem estarem em evidência. Outros, no entanto, têm chamado para o púlpito e precisam estar em evidência, pois são anunciadores da Verdade. São pregadores, evangelistas que fazem cruzadas, ensinam, escrevem e disseminam a Palavra. Cada um tem sua função específica, e não devemos estabelecer um padrão único para todos.

Infelizmente, as denominações, muitas vezes, criam moldes que não levam em consideração essas diferenças. Eu mesmo fiz parte de denominações reformadas e pentecostais e percebi que cada uma estabelece seu próprio padrão. Na tradição reformada, por exemplo, se alguém demonstra boa comunicação, raciocínio rápido e conhecimento acadêmico, logo é enviado para o seminário para se tornar pastor. Mas nem todos que possuem essas características foram chamados para o pastorado. Talvez Deus tenha dado a essa pessoa um talento para os negócios, para o ensino ou para outro ministério dentro do corpo de Cristo.

Essa padronização sufoca o propósito específico de cada um e desconsidera os dons e talentos distribuídos pelo Espírito Santo. Paulo nos ensina em 1 Coríntios 12:4-6:

"Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas é o mesmo Deus quem opera tudo em todos."

Além disso, temos visto uma tendência preocupante: muitos pastores sentem necessidade de fazer psicologia para entender as pessoas. Mas, quando os cinco ministérios foram estabelecidos após a ressurreição de Jesus, era o Espírito Santo quem capacitava os pastores a cuidar das pessoas. Não existia psicologia entre os apóstolos; eles eram completamente dependentes da direção do Espírito Santo.

Hoje, infelizmente, muitas igrejas se baseiam mais em habilidades humanas do que nos dons espirituais. Consequentemente, há uma escassez de palavras de conhecimento, palavras de sabedoria e discernimento espiritual. Em seu lugar, multiplicam-se profecias imaturas ou até mesmo falsas, que muitas vezes são dadas para agradar pessoas influentes, ao invés de transmitir a Verdade de Deus. Isso nos lembra Efésios 4:14:

"Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro."

Muitas pessoas buscam mestres segundo suas próprias vontades, conforme predito em 2 Timóteo 4:3-4:

"Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas."

Quando trazemos a verdade da Palavra de Deus, algumas pessoas se incomodam, pois não querem ser confrontadas. Elas preferem quem as "afague" e lhes diga apenas o que querem ouvir. A Bíblia chama isso de "lamber feridas", algo que nos lembra a metáfora dos cães mencionada em Filipenses 3:2:

"Cuidado com os cães, cuidado com os maus obreiros, cuidado com a falsa circuncisão!"

Assim como um bom médico ou veterinário precisa primeiro limpar uma ferida e até retirar tecidos mortos para que a cicatrização ocorra corretamente, a verdade da Palavra de Deus muitas vezes causa desconforto inicial. É um processo de poda espiritual que gera crescimento. Como Jesus disse em João 15:2:

"Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, ele o limpa, para que produza mais fruto ainda."

Portanto, precisamos de igrejas e líderes que ensinem a identidade em Cristo, respeitando os dons e chamados individuais, e que estejam dispostos a ministrar a verdade, mesmo que ela gere desconforto inicial. Somente assim o corpo de Cristo crescerá em maturidade e cumprirá o propósito de Deus nesta terra.

Uma vez aconselhei um pastor e disse a ele: "Olha, cuidado! Há pessoas que passaram por algum desconforto onde estavam e correm para você. Aí você pega e ainda entra num terreno perigoso de desonra, pois começa a ouvir as reclamações daquela pessoa sobre o pastor dela." Por exemplo, alguém diz: "Ah, eu fui falar com meu pastor e ele é muito duro, inflexível, não entende a minha dor". E você, sem perceber, começa a pensar: "Nossa, que cara ruim! Fica com a gente porque nós não somos ruins assim". Eu já fiz isso muitas vezes, e é um erro.

Acontece que, depois de um tempo, quando você começa a tratar aquela pessoa com a verdade e a conduzi-la ao crescimento, agora o ruim é você. Porque essa pessoa não quer cura, quer apenas alguém que lamba suas feridas. E, então, ela vai para outro pastor e falará mal de você.

Isso acontece porque algumas pessoas estão fechadas para a verdade. Elas não querem ser transformadas, mas sim encontrar alguém que as conforte sem confronto. A Palavra de Deus nos alerta sobre isso: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências" (2 Timóteo 4:3).

Por isso, sempre aconselho pastores que me procuram dizendo: "Pastor, tem problema se fulano saiu da igreja tal e veio falar comigo?" Eu digo: "Problema, não. Mas você precisa conhecer a versão do outro lado, a versão do pastor anterior." Muitas vezes, a pessoa chega contando uma história em que o pastor dela era rígido demais, insensível, e você acaba acreditando. Mas é questão de tempo para ela causar os mesmos problemas com você, porque o problema não estava no pastor anterior, mas na própria pessoa.

Infelizmente, há muitas igrejas sendo formadas a partir de dissidentes de outras igrejas. Isso, para mim, é uma maldição. Se a pessoa causou problemas lá, muito provavelmente causará problemas aqui também, porque não está interessada na transformação e no crescimento espiritual.

O pastor que apenas lambe feridas sempre terá ao seu redor pessoas que não querem mudança genuína. Já fui esse tipo de pastor em alguns momentos, sem perceber, até que entendi que meu papel não é agradar, mas falar a verdade em amor. Jesus disse: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). Verdade liberta, mas, antes, dói. A correção dói, mas gera fruto de justiça (Hebreus 12:11).

Muitos pastores começam seu ministério com base apenas na teoria, mas esquecem que o verdadeiro aprendizado vem da combinação de três fatores: teoria, prática e fruto. Só saber teoria não basta. É preciso aplicar, ver os resultados e aprender com eles. "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16).

Igrejas que se formam apenas com dissidentes de outras igrejas não prosperam no Reino. Já passei por isso. Já tive grupos onde, ao olhar, percebi que quase ninguém ali era novo convertido. Eram apenas pessoas que não se encaixavam em lugar nenhum, que saíam de igreja em igreja, procurando um pastor que dissesse o que queriam ouvir. Esse não é o evangelho! O evangelho é transformação, arrependimento e frutos dignos dessa mudança (Mateus 3:8).

Precisamos nos apegar à verdade e deixar que o Espírito Santo faça a obra. Se não há fruto do Espírito, não é evangelho. Pode ser psicologia, filosofia, boas ações – mas não é evangelho. O evangelho genuíno gera transformação e maturidade espiritual.

Que possamos sempre ensinar com amor, mas sem abrir mão da verdade. Pois é a verdade, e não a bajulação, que realmente liberta e traz vida abundante em Cristo.

Eu já cheguei a ouvir uma pessoa falar por quatro horas sem intervalo e sem me dar espaço para responder. Isso aconteceu na Alemanha. Imagine-se sentado, ouvindo alguém por quatro horas seguidas, sem pausas e sem a oportunidade de expor sua visão. Enquanto você se mantém nessa posição de ouvinte, a pessoa deseja estar com você. Mas no momento em que você diz: "Agora que te ouvi, permita-me falar", a situação muda. Quando você começa a trazer a verdade em amor (“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” – Efésios 4:15), muitos se afastam, porque não buscavam a verdade, mas apenas um ouvido disposto a escutá-los. Quando o remédio é oferecido, muitos rejeitam, pois não estavam interessados na cura, apenas em um alívio momentâneo.

Isso não ocorre apenas no contexto da igreja ou da conversão, mas no mundo de forma geral. Muitas pessoas não querem mudança ou transformação, apenas um espaço para desabafar. Ao longo dos ministérios por onde passei, cometi erros — é impossível conviver com pessoas sem falhar com elas — mas percebi que um dos maiores problemas das denominações é a necessidade de se enquadrar em um padrão que, muitas vezes, não condiz com a identidade e o chamado de cada um.

Hoje, no Brasil, há muitos apóstolos, apesar de a teologia reformada, que respeito como irmãos em Cristo, não reconhecer esse ministério. No entanto, biblicamente, o ministério apostólico também forma apóstolos, assim como Paulo formou Barnabé (“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” – Atos 13:2). No entanto, o que acontece hoje é que muitos apóstolos não formam outros apóstolos porque veem isso como uma ameaça, como uma competição por posição.

Essa falta de entendimento é um reflexo de uma mentalidade errada dentro das denominações, que transforma o ministério em um ambiente de competição. Em vez de treinar pessoas para serem excelentes, muitos acabam sabotando aqueles que possuem potencial, por medo de perderem sua própria posição. Isso é um reflexo do espírito do anticristo, pois “anticristo” pode significar tanto “oposto” quanto “no lugar de” Cristo (“Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora” – 1 João 2:18).

Muitos hoje estão cegos por ideologias, seja da direita ou da esquerda, sem perceberem que só existem dois reinos: o de Cristo e o do mundo (“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” – Mateus 12:30). Esse sistema mundial, independente de partidos ou ideologias, trabalha para que os cristãos não percebam a verdadeira batalha espiritual em curso.

Dentro das igrejas, muitos estão utilizando princípios de manipulação, como os descritos no livro "As 48 Leis do Poder" de Robert Greene. Esse livro é usado por políticos e líderes para gerir e manipular pessoas, e alguns pastores têm aplicado essas estratégias dentro da igreja, o que é um erro gravíssimo. A gestão da igreja não pode se basear em estratégias mundanas, mas sim na direção do Espírito Santo (“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” – Romanos 12:2).

Meu livro "Destronando Bezerros de Ouro" trata exatamente disso: a adoção de um sistema mundano dentro da igreja. Algumas pessoas, quando lancei meus livros anteriores, chegaram a me chamar de "desigrejado" e acusaram-me de querer criar uma seita. Mas a verdade é que muitas pessoas idolatram a estrutura e o CNPJ de suas igrejas, sem perceberem que estão colocando o sistema institucional acima do Reino de Deus. Quando a prioridade deixa de ser as pessoas e passa a ser a manutenção da estrutura, algo está profundamente errado.

A verdadeira batalha não é contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades (“Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” – Efésios 6:12). A igreja precisa despertar e compreender que sua luta é espiritual, e que precisamos voltar à simplicidade do evangelho, onde Cristo é o centro e não um sistema religioso que aprisiona seus membros.

É vital reavaliar onde estamos caminhando e lembrar que Jesus nunca precisou de estruturas humanas para operar. Ele nos chamou para sermos luz e sal (“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” – Mateus 5:14), e não para ficarmos presos a um sistema que muitas vezes impede o avanço do Reino de Deus. 

O objetivo desta escrita é libertar as pessoas, não fechar as igrejas. O propósito não é o encerramento de congregações, mas sim a libertação dos indivíduos para que os vocacionados exerçam o chamado de Deus através do Espírito Santo. Quando se fala a verdade para alguém e essa verdade gera resistência e afastamento, qual espírito está operando nessa pessoa? Certamente, não o Espírito de Cristo, pois aquele que é de Deus ama e recebe a verdade (João 8:47). Em 2 Tessalonicenses 2:10-12, está escrito que Deus envia a operação do erro para aqueles que rejeitaram a verdade:

"E com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade." (2 Tessalonicenses 2:10-12)

Quando alguém rejeita a verdade repetidamente, Deus permite que essa pessoa seja entregue ao engano. Assim, aqueles que rejeitam a verdade acabam se unindo a falsos profetas que falam aquilo que lhes agrada. A própria Palavra já nos alerta sobre isso:

"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2 Timóteo 4:3-4)

Não é à toa que hoje há tantos falsos profetas. Eles são levantados como juízo sobre aqueles que rejeitam a verdade. Deus não apenas permite, mas envia essa operação do erro para que os rebeldes sejam iludidos pelos enganos que escolheram seguir. Como está escrito em Mateus 24:24:

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos."

Por isso, Paulo adverte Timóteo a cuidar da sua doutrina para que ele mesmo e aqueles que o ouvem sejam salvos:

"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem." (1 Timóteo 4:16)

Seguir a verdade pode trazer perdas materiais, amigos, apoiadores e até ofertas, mas o importante é perseverar até o fim:

"Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo." (Mateus 24:13)

Aqueles que rejeitam a verdade buscarão mestres que falem aquilo que querem ouvir. Eles encontrarão falsos profetas que ensinarão um evangelho distorcido, centrado em dogmas, regras e benefícios materiais, sem a verdadeira essência de Cristo.

Muitos desses líderes utilizam técnicas de manipulação e controle para manter as pessoas presas às suas igrejas e doutrinas. Em vez de serem guiados pelo Espírito Santo, usam estratégias humanas, como política e diplomacia, para controlar a mente e as emoções dos fiéis. Isso não vem de Deus, pois Jesus nos chamou para a liberdade:

"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão." (Gálatas 5:1)

A verdadeira Igreja de Cristo não está limitada a um prédio. Onde houver dois ou mais reunidos em nome de Jesus, ali Ele estará (Mateus 18:20). Isso não significa que não devemos congregar ou ter líderes espirituais. Pelo contrário, a comunhão e a liderança são princípios bíblicos fundamentais:

"Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas." (Hebreus 13:17)

O Espírito Santo não isola os crentes em suas convicções. Ele promove a unidade do Corpo de Cristo:

"Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Efésios 4:15-16)

Portanto, ninguém pode estar acima de Deus em sua vida. Devemos honrar e respeitar os nossos líderes, mas sem torná-los intermediários entre nós e Deus. Os verdadeiros líderes nos ajudam a crescer em Cristo, tornando-nos cada vez mais dependentes do Espírito Santo e menos deles mesmos:

"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem." (1 Timóteo 2:5)

Muitos novos convertidos acabam caindo em grupos que pregam que não há necessidade de igreja, de liderança ou de comunhão. Isso gera um espírito de autossuficiência e orgulho que impede essas pessoas de se submeterem à correção e ao crescimento espiritual. O orgulho e a falta de submissão são evidências da carne, e não do Espírito:

"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo." (Filipenses 2:3)

Infelizmente, por motivos de uma mentalidade enraizada na imaturidade da vaidade, alguns ministérios são administrados com base em estratégias humanas e não pela direção do Espírito Santo. Há uma tentação constante de seguir atalhos para o crescimento ministerial, aceitando parcerias e métodos que não vêm de Deus. Mas a verdadeira obra de Deus deve ser guiada pelo Espírito e não por artimanhas humanas:

"Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." (1 Coríntios 3:9)

Portanto, precisamos ter discernimento espiritual para não cairmos no engano. Precisamos permanecer firmes na verdade, buscar a direção do Espírito Santo e rejeitar tudo o que não está alinhado com a Palavra de Deus. Sempre nos manter fiéis a Cristo, sendo luz neste mundo de trevas.

"Examinai tudo. Retende o bem." (1 Tessalonicenses 5:21)

O versículo 1 Tessalonicenses 5:21 – "Examinai tudo. Retende o bem." – faz parte das exortações finais que o apóstolo Paulo dá à igreja de Tessalônica. Para entender melhor o contexto, vamos analisar o trecho completo:

Contexto: 1 Tessalonicenses 5:19-22

"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal."

Paulo está orientando os cristãos a manterem uma postura equilibrada diante das manifestações espirituais, especialmente das profecias. Ele ensina que:

"Não extingais o Espírito" – Eles não deveriam resistir ou impedir a atuação do Espírito Santo.

"Não desprezeis as profecias" – As profecias eram uma forma de Deus comunicar Sua vontade, e os crentes não deveriam rejeitá-las sem discernimento.

"Examinai tudo. Retende o bem." – Os tessalonicenses deviam testar todas as coisas, julgando pela verdade bíblica, e segurar apenas aquilo que era bom e verdadeiro.

"Abstende-vos de toda aparência do mal." – Depois de examinar, deveriam evitar tudo o que fosse errado ou enganoso.

Esse versículo nos ensina sobre discernimento espiritual. Devemos:

Ouvir e aprender, mas sem aceitar tudo de forma cega.

Comparar qualquer ensinamento com a Palavra de Deus.

Guardar o que é bom e rejeitar o que não está alinhado com a verdade bíblica.

Essa orientação é muito útil nos dias de hoje, quando há tantas doutrinas e ensinamentos sendo espalhados. A Palavra de Deus nos convida a sermos criteriosos, buscando sempre a verdade em Cristo

Depois que você entra nesse caminho, muitas vezes não tem mais como voltar atrás sem um grande custo. A única opção pode ser começar do zero. Mas aí surge outro dilema: o que dizer às pessoas que você envolveu nesse sistema? Como explicar para elas que aquilo que você mesmo apresentou agora já não faz sentido? Muitas podem até duvidar de sua credibilidade, dizendo: "você me trouxe para isso e agora saiu? Como confiar em você?" Esse é o peso da responsabilidade. Por isso, não ceda! Permaneça firme até o fim.

Jesus nos alertou sobre a importância da perseverança: "Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:13). Pode haver momentos difíceis, portas que se fecham, mas manter-se na verdade é essencial. No fim, quando estivermos diante de Cristo, só poderemos apresentar aquilo que foi proposto por Ele. Nossa missão não é agradar os homens, mas cumprir a vontade de Deus.

Muitas vezes, tentamos fazer para Deus aquilo que Ele não nos pediu. Mas será que conseguimos impressionar Deus com isso? "Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade" (2 Coríntios 13:8). O grande perigo é que, no fundo, algumas dessas tentativas são motivadas pela vaidade. Todos gostamos de reconhecimento, de ser respeitados, de prosperar. Mas será que estamos realmente buscando a glória de Deus ou apenas nos tornando o reflexo de nossa vaidade expressa em "ostentação espiritual"?

É um autoexame constante. A alma pode tentar nos convencer de que há um atalho, uma maneira mais fácil, mais lucrativa, mais confortável. Mas "há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Provérbios 14:12). A verdadeira prosperidade não está em riquezas materiais ou status, mas na paz e na plenitude que vêm de andar em obediência a Deus.

Além disso, ter fé não significa ser soberano sobre Deus. O fato de jejuarmos, orarmos e declararmos a Palavra não nos torna senhores do nosso destino. Continuamos dependentes do nosso Senhor. "O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Provérbios 16:9). Fé não é ferramenta de manipulação; é confiança e submissão à vontade de Deus.

Há quem já tenha cruzado a linha para a feitiçaria sem perceber, usando princípios espirituais para controlar pessoas e circunstâncias. A Bíblia é clara: "Porque a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a iniquidade e idolatria" (1 Samuel 15:23). Quando a fé se torna uma ferramenta de manipulação em vez de uma expressão de confiança em Deus, estamos em perigo espiritual.

Então, o melhor caminho é sempre o relacionamento genuíno com o Espirito Santo, buscando saber exatamente o que Ele quer para nós, ao invés de tentarmos impor nossa própria vontade. "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5-6).

Leonardo Lima Ribeiro 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Será que entendemos do que falamos?

 


Nos últimos tempos, temos ouvido falar muito sobre teologias diversas, principalmente em meio a escândalos e divergências. Como cristãos, infelizmente, muitas vezes temos nos tornado motivo de constrangimento perante o mundo, em vez de sermos um verdadeiro testemunho do Evangelho. Isso nos leva a refletir: o que temos transmitido como Igreja?

Sabemos que as notícias ruins se espalham mais rápido e que os ministérios de grande alcance acabam sendo mais expostos quando ocorre algum escândalo. No entanto, isso não significa que não existam frutos bons sendo produzidos. A grande questão é: e nós, que não estamos em evidência midiática? Como tem sido o nosso testemunho no lar, no trabalho e na comunidade? (Mateus 5:16)

Este capítulo é para você, cristão comum, que tem sua vida cotidiana, seu trabalho, sua igreja local e o desejo sincero de conhecer a verdade e andar nela. Também é para aqueles que têm um chamado ministerial, sejam pastores, líderes ou pessoas buscando amadurecimento e entendimento sobre a maturidade cristã.

Nas redes sociais, temos observado quatro pontos divergentes ou antagônicos:

Graça e Lei;

Religião e Vida no Espírito;

Coerência entre discurso e ações;

Realidade e Idealismo.

Graça e Lei

O Evangelho da Graça enfatiza a obra consumada de Cristo, enquanto alguns o interpretam erroneamente como "Hipergraça", sugerindo que é uma permissão para o pecado (Romanos 6:1-2). Por outro lado, há aqueles que ainda se apegam aos rudimentos da Lei, esquecendo-se de que Jesus cumpriu a Lei e estabeleceu uma Nova Aliança (Hebreus 8:6-13).

A questão não é apenas discutir qual doutrina é correta, mas refletir: qual é o nosso testemunho para a sociedade? O mundo não entende teologia, mas observa nossas atitudes. Podemos falar sobre a graça, mas se ainda agimos conforme um legalismo interior, demonstramos incoerência (Tiago 1:22).

Testemunho e o Mundo

Muitas vezes, tentamos ensinar conceitos complexos sem primeiro estabelecer os fundamentos. Para um novo convertido, conceitos como "Lei" e "Graça" são desconhecidos. Ele precisa ser acompanhado em fundamentos como arrependimento, fé, amor e identidade em Cristo (Hebreus 6:1-2).

A questão essencial é: quem nos tornamos após conhecer a Cristo? "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2 Coríntios 5:17). Nosso testemunho fala mais alto do que nossa pregação. Podemos ter um vasto conhecimento doutrinário, mas se nossas atitudes não refletem Cristo, nossa mensagem perde força (Mateus 7:16-20).

Caráter e Vida no Espírito

O verdadeiro cristianismo não é apenas argumentação teológica, mas uma transformação de caráter. O apóstolo Paulo nos ensina que o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22-23). O primeiro traço do novo nascimento é um caráter benigno, ou seja, inclinado para o bem.

Jesus nos alertou que seríamos conhecidos pelo amor que demonstramos uns pelos outros (João 13:35). Um coração regenerado transparece essa realidade em suas atitudes, e não apenas em discursos eloquentes.

O desafio que lanço é este: ao invés de nos preocuparmos apenas em defender um ponto de vista teológico, que possamos refletir sobre como nossa vida tem expressado a graça de Deus. Que possamos crescer na compreensão das Escrituras, mas também amadurecer no testemunho. A doutrina é essencial, mas sem uma vida transformada, ela se torna vazia (Tiago 2:17).

Portanto, seja você um líder ou um cristão comum, lembre-se: nosso maior chamado é refletir a imagem de Cristo ao mundo (Romanos 8:29). Como Paulo disse: "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo." (1 Coríntios 11:1). Que possamos viver não apenas em palavras, mas em espírito e em verdade (João 4:24).

Deus é bom, Ele é benigno, e o Seu caráter é benigno. Assim, a pessoa que é nascida de novo e verdadeiramente convertida manifestará, em primeiro lugar, a benignidade. Como está escrito em Gálatas 5:22-23: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança; contra estas coisas não há lei."

Não adianta apenas ter conhecimento teológico se esse conhecimento não resulta em transformação de vida. Muitos se apoiam na teologia da graça, mas, na prática, não expressam essa graça através de um comportamento transformado. O apóstolo Paulo enfatiza isso em Romanos 6:1-2: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum! Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?"

O comportamento é o reflexo do que realmente cremos. Existe uma grande diferença entre a benignidade e a autoindulgência. Alguns podem afirmar que entenderam a graça, mas, na realidade, justificam suas falhas e pecados sem arrependimento verdadeiro. Entretanto, o verdadeiro arrependimento envolve mudança de mente e comportamento, conforme Romanos 12:2: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."

A religiosidade muitas vezes leva ao legalismo, onde a pessoa tenta alcançar justiça própria, esquecendo que a justificação vem somente por Cristo (Efésios 2:8-9). No entanto, um grande perigo é usar a teologia da graça como um pretexto para não viver uma vida de transformação genuína. Tiago 1:22 adverte: "E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos."

O verdadeiro convertido não apenas entende intelectualmente a graça, mas a manifesta em sua vida diária. Um dos maiores sinais de uma vida transformada é a disposição para reconhecer erros e pedir perdão. A humildade para admitir falhas e buscar reconciliação demonstra maturidade espiritual. Como está escrito em Mateus 5:23-24: "Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta."

A benignidade se manifesta na ausência de malícia, na integridade e na coerência entre o que se prega e o que se vive. Jesus disse em Mateus 7:16: "Por seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" Portanto, devemos buscar não apenas conhecer a graça, mas vivê-la, permitindo que o Espírito Santo produza em nós os frutos que testificam da nossa nova vida em Cristo.

A mensagem da graça é poderosa e transformadora, pois revela o amor imensurável de Deus e a justificação que temos em Cristo (Efésios 2:8-9). No entanto, a verdadeira compreensão da graça se reflete no comportamento, e não apenas no discurso. Quando se observa malícia, má fé, arrogância, mentira e autoindulgência sob o pretexto de viver a graça, há uma distorção grave do evangelho (Gálatas 5:13).

A fé nos leva à semelhança com Cristo, que é benigno e imutável (Hebreus 13:8). Jesus ensinou claramente: “Amai ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12:30-31). Essa expressão do amor é incompatível com uma vida de engano, orgulho e dureza de coração. O verdadeiro arrependimento, que é uma mudança de mente (metanoia), implica transformação de vida e frutos visíveis (Mateus 3:8).

Muitos se apropriam do discurso da graça, mas não demonstram os frutos do Espírito, como amor, bondade e benignidade (Gálatas 5:22-23). A justificação em Cristo não anula a necessidade de pedir perdão quando erramos, pois a reconciliação é essencial nas relações cristãs (Mateus 5:23-24). Não se trata de viver em culpa, mas de compreender que a graça nos ensina a renunciar à impiedade e viver de forma justa (Tito 2:11-12).

Infelizmente, o que se vê são relações superficiais e falta de responsabilidade interpessoal. Poucos chegam e dizem: "Me perdoa, eu errei" (Tiago 5:16). Em vez disso, vê-se autojustificação mascarada como entendimento da graça. Mas Cristo nos chama à verdade e à humildade (Filipenses 2:3-5).

A hipergraça, mal compreendida, leva alguns a negligenciarem os princípios básicos da ética e moral. No entanto, Paulo orienta que líderes espirituais devem ter um caráter irrepreensível, ser sensatos e justos (Tito 1:7-9). A ética e o respeito nas relações são expressões práticas do amor ao próximo.

Essa falta de responsabilidade relacional tem feito com que muitos busquem nos pregadores da lei e nos "coachs" seculares aquilo que deveria ser encontrado na comunidade cristã: integridade e maturidade. A igreja deveria ser o lugar onde se ensina não só a justificação pela fé, mas também a vivência da nova vida em Cristo (2 Coríntios 5:17).

O desafio é claro: se a graça verdadeiramente nos alcançou, ela deve nos tornar pessoas mais humildes, reconciliadoras e dispostas a pedir e oferecer perdão (Colossenses 3:13). A graça não nos isenta de responsabilidade, pelo contrário, ela nos chama à maturidade e à verdade (Efésios 4:15).

Assim, que cada um reflita: há alguém que precisamos procurar para pedir perdão? Há algo que devemos corrigir? Se a resposta for sim, então que a graça nos leve ao quebrantamento e à restauração, pois "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (Tiago 4:6).

A pessoa adultera, trai a esposa e tenta usar a justificação do Evangelho para tal ato, esquecendo que o adultério, mesmo fora do contexto do Evangelho, continua sendo um erro. Socialmente e em termos de relações, permanece errado. Assim, mesmo que a pessoa não fosse crente, ela precisaria se retratar e restaurar a situação.

No entanto, alguns entram no Evangelho e dizem: "Agora estou coberto, posso fazer o que quero porque estou sob a graça". Mas isso é uma confusão, pois a graça não permite o pecado. Como está escrito: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum! Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (Romanos 6:1-2).

O problema se agrava quando as atitudes daqueles que pregam e ensinam mostram uma incongruência com o que é ensinado. Todo ensino precisa ser justificado em uma realidade; do contrário, ele é apenas uma teoria. Assim como a lei da gravidade foi provada e é uma realidade, a verdade do Evangelho também precisa ser manifesta na vida dos que o seguem. "Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" (Mateus 7:16).

Se o Evangelho que pregamos é verdadeiro, ele deve ser eficaz em nossa vida a ponto de nos tornar mais humildes, quebrantados e respeitosos. Se, ao contrário, ele nos torna mais prepotentes, inflexíveis e orgulhosos em nossas convicções teológicas, algo está errado. Como disse Tiago: "Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma" (Tiago 2:17). A justificação é pela fé, mas a prova de que a fé é verdadeira se dá através das obras.

Muitos dizem que a justificação não é por obras, mas por fé, e está correto. Contudo, as obras testificam a fé verdadeira. Jesus comparou aqueles que têm apenas aparência de piedade a "nuvens sem água" (Judas 1:12). Assim, um crente que apenas crê, mas não produz frutos, é como uma árvore estéril: "Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo" (Mateus 7:19).

O que temos visto são pessoas que dizem ter fé, mas não apresentam transformação. Como pode o Evangelho não mudar nem mesmo o mensageiro? A graça verdadeira gera frutos, caso contrário, trata-se apenas de um discurso vazio. "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:36).

A verdade, quando transmitida, primeiramente transforma o mensageiro. Se a verdade passa por alguém e não produz frutos, então ou o coração dessa pessoa está endurecido ou o que ela está ouvindo não é a verdade. "O que caiu na boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão fruto com perseverança" (Lucas 8:15).

A transformação é o que testifica o verdadeiro Evangelho. O mundo conhecerá os cristãos pelo amor que existe entre eles (João 13:35). Não é através de pirotecnia, luzes, efeitos sensoriais ou discursos intelectualmente sofisticados que o Evangelho será reconhecido. "Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder" (1 Coríntios 4:20).

A intelectualidade pode embriagar, mas a verdade liberta. O que converte não é um discurso bem elaborado ou uma falsa unção produzida por artifícios humanos. "Se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber" (1 Coríntios 8:2).

Por fim, precisamos sair do idealismo e viver a realidade que Cristo nos oferece. O idealismo é a projeção de nossas expectativas e carências em alguma ideologia. A realidade é Cristo e a nova vida que Ele nos proporciona. "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2).

O alvo deve ser sempre colocar nossa completa dependência em Jesus para que, pelo Espírito Santo, sejamos guiados à verdade que transforma e frutifica. Essa é a realidade que Ele nos oferece. Jesus não nos proporciona idealismo, mas sim uma realidade transformadora e concreta.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

A proposta para você hoje é: saia do idealismo e entre na realidade do Evangelho verdadeiro. Pergunte a si mesmo: Você é benigno? As pessoas te reconhecem pela sua benignidade, pelo seu amor, pelo seu testemunho de Cristo? Ou você é mais conhecido por sua intelectualidade e capacidade argumentativa?

“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mateus 7:16)

Muitas vezes podemos nos apegar tanto à lógica e ao conhecimento teológico que nos esquecemos do essencial: os frutos do Espírito em nossa vida. O conhecimento por si só, sem transformação e sem frutos dignos de arrependimento, torna-se vazio.

“Se eu tivesse o dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tivesse amor, nada seria.” (1 Coríntios 13:2)

Talvez você assista a algum vídeo, leia um livro ou ouça uma pregação e pense: “Isso está errado, não concordo.” Mas a pergunta que devemos nos fazer é: qual é o fruto dessa mensagem? Nenhum teólogo ou pastor na Terra conseguirá expor 100% correto todo o conselho de Deus, pois estamos todos aprendendo e sendo moldados por Ele.

Devemos nos apegar aos fundamentos inegociáveis da fé: a obra da cruz, a ressurreição de Cristo, a justificação pela fé. Esses pontos são claros nas Escrituras e nos conduzem à verdade.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)

Mas e quanto à nossa vida? O Evangelho que pregamos está gerando fruto? A Graça de Deus tem transformado o nosso coração?

O verdadeiro arrependimento (metanoia) é a mudança de mente, da mente do orgulho para a mente de Cristo. E o que significa ter a mente de Cristo? Significa viver em humildade, quebrantamento, amor e disposição para servir e perdoar.

“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Filipenses 2:5-7)

Se a Graça não está produzindo frutos em sua vida, talvez você esteja apenas acumulando conhecimento e não permitindo que a Palavra transforme seu coração. O Evangelho verdadeiro produz amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22-23).

“Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.” (Filipenses 4:5)

Reflita: a Graça de Deus está transformando sua vida? Sua caminhada com Cristo tem sido marcada por frutos do Espírito? Se não, talvez seja o momento de deixar o conhecimento descer da mente para o coração, permitindo que Ele realmente mude sua vida.

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

Assista a esta mensagem mais de uma vez, leia, medite, ore, e permita que o Espírito Santo guie você à verdade plena. Deus abençoe sua vida e que você viva a realidade do Evangelho de Cristo!

Leonardo Lima Ribeiro 

Líderes Ricos, Ovelhas Pobres: Hipocrisia ou Chamado Divino?(L11)

O fato de líderes religiosos receberem ofertas gera controvérsia por vários motivos, que variam conforme a perspectiva de cada pessoa. Aqui ...