Existe um princípio muito forte nas culturas orientais, porém fraco no ocidente, e vamos aqui tentar trazer a você um entendimento afim de oferecer possibilidade para que você tome um posicionamento de mudança;
Passagens bíblicas em que alguém oferece presentes a uma autoridade (reis, profetas, governantes ou líderes espirituais) como forma de honra ou respeito, não apenas como pagamento ou tributo.
1. Gênesis 32:13‑21 – Jacó envia presentes a Esaú
Contexto geral: Jacó está voltando de Padan‑Arã (onde trabalhara para Labão) para sua terra natal e para encontrar-se com Esaú, seu irmão, de quem fugira anos antes depois de ter obtido a bênção do pai e enganado Esaú. Ele sabe que Esaú pode ainda guardar rancor e vir com um exército de homens para atacá‑lo.
O presente: Jacó prepara um grande rebanho — diversas categorias de animais (cabras, ovelhas, camelos etc.) — e manda esses animais adiante como presente. Ele organiza os grupos e os distanciar dos uns aos outros, instruindo seus servos sobre o que dizer a Esaú (“É um presente para teu senhor Esaú; Jacó está atrás”) para apaziguar Esaú, diminuindo sua ira, buscando reconciliação.
Propósito além do presente: O gesto é de humildade, reconhecimento da autoridade (ou da posição) de Esaú, reconhecimento do relacionamento quebrado, desejo de restabelecer paz. Jacó espera que Esaú o receba bem.
2. Provérbios 18:16 – “O presente que o homem faz alarga-lhe o caminho e leva‑o perante os grandes”
Contexto do provérbio: É parte de um livro de sabedoria. Provérbios fala muito sobre sabedoria prática, justiça, conduta, relacionamentos humanos. Esse versículo está num bloco de versículos que fala sobre justiça, pleitos, fala, contendas, como apresentar causas, etc.
O que literalmente diz: Que ao dar um presente, alguém pode abrir portas, ganhar acesso ou “abrir caminho” para estar diante de pessoas importantes ou grandes. Não necessariamente por manipulação, mas como um gesto que suaviza, honra, faz com que o outro olhe favoravelmente.
Outros exemplos possíveis (resumidos, sem tanto detalhe):
Gênesis 43:11‑25 – Os irmãos de José enviam presentes ao governador do Egito (José, sem saber) como parte de negociações por alimento e segurança. Aqui há honra, submissão, mas também reconhecimento da autoridade, para apaziguar, para estabelecer relação favorável.
1 Reis 10:1‑13 – A Rainha de Sabá visita Salomão com presentes de ouro, especiarias, pedras preciosas, numa atitude de reconhecimento da sabedoria e da glória de Salomão, e também da prosperidade do reino, honrando sua autoridade como rei. (Esse caso é claramente honra, não mero tributo obrigatório.)
Mateus 2:1‑12 – Os magos oferecem ouro, incenso e mirra ao menino Jesus, reconhecendo‑O como rei (e celebrando Sua realeza, ainda que não totalmente entendido, mas certamente com reverência). É presente de honra, adoração. Não uma obrigação legal ou tributária.
Lucas 7:37‑38 / João 12:3 – A mulher/perfume caro que unge Jesus: gesto de honra, amor, reconhecimento, sacrifício. Também não pagamento, mas expressão de respeito, adoração ou devoção.
Princípio de Provérbios 18:16 – análise e aplicação para hoje
Vamos destrinchar esse princípio e pensar como ele se aplica num contexto moderno.
O que significa “alargar o caminho” / “levar perante os grandes”
“Alargar o caminho”: tornar o acesso mais fácil, remover obstáculos. Metaforicamente, significa abrir portas de oportunidade, suavizar relacionamentos, criar posicionamentos favoráveis.
“Levar perante os grandes”: obter audiência com pessoas em posição de autoridade/influência; ser notado por quem decide, quem lidera. Pode ser um líder político, empresa, governo, liderança espiritual, liderança comunitária, etc.
Em que situações esse princípio aparecia no Antigo ou Novo Testamento
Presentes que funcionam como gestos de reconciliação (Jacó a Esaú).
Presentes que manifestam honra, gratidão, devoção (Rainha de Sabá a Salomão; Mulher perfumando Jesus; Magos a Jesus).
Quando alguém reconhece autoridade espiritual ou moral e oferece algo de valor para expressar esse reconhecimento.
Cuidados e distinções
Não confundir presente legítimo de honra com suborno: a motivação é importante. Se o presente visa manipular ilegalmente, corromper, obter algo injusto ou enganoso, não é o que a Bíblia aprova.
Contexto cultural: no mundo bíblico, presentes a reis e autoridades eram costume bastante aceito socialmente, e muitas vezes esperado em relações diplomáticas etc. Hoje, em muitas sociedades, presentes têm regulação (ética, leis de corrupção, conflito de interesses).
Valor do presente: se for um gesto sincero e proporcional à situação, reconhecendo alguém com respeito, sem opressão ou abuso, é mais possível que esteja dentro do que é admirável.
Aplicações práticas hoje:
Aqui vão formas de aplicar esse princípio num mundo contemporâneo, tanto pessoal como comunitário/igreja/etc.:
Honra às autoridades espirituais ou líderes
Presentear alguém que serviu de mentoria, pastor, professor, líder na igreja, com algo significativo que demonstre gratidão (livro, obra de arte, algo que ele/ela goste), transmitindo reconhecimento.
Pode abrir portas para fortalecer relacionamento, colaboração, apoio mútuo.
Reconciliação de conflitos
Quando há desavença, um gesto simbólico de boa vontade pode “alargar o caminho” para reconciliação. Um presente ou gesto de gentileza, humildade, admissão de erro.
Networking / relações profissionais
Em ambientes profissionais, gestos de cortesia, cuidado, reconhecimento (um presente, um brinde, ainda algo socialmente apropriado) podem ajudar a construir confiança, mostrar apreço, gerar boa reputação.
Mas sempre com atenção a ética: não para corromper, mas para expressar valor humano, respeito.
Atos de generosidade social
Presentear comunidades, instituições, pessoas que exercem liderança que impacta a comunidade (professores, organizações comunitárias, etc.). Esses gestos podem facilitar parcerias, apoios, fortalecimento da comunidade.
Culto e devoção
No contexto espiritual, oferecer algo de valor — tempo, talento, recursos — pode ser uma forma de honrar Deus ou manifestações divinas, reconhecendo autoridade de Deus, líderes espirituais ou pessoas que representam princípios espirituais.
Possíveis perigos / como fazer bem
Verificar as intenções: que o presente seja motivado por honra, gratidão, reconciliação, respeito — não por desejo de manipular ou “comprar” favores indevidos.
Ser proporcional: dar algo que seja significativo, mas que não cause prejuízo a quem dá, ou seja exagerado ou impróprio no contexto.
Conformidade ética: muitos lugares (empresas/governo/igreja) têm normas sobre presentes, conflitos de interesse, transparência. Respeitar isso.
Humildade: reconhecer que o presente é gesto pessoal, não exigido. Nem sempre as pessoas grandes (ou autoridades) aceitam presentes; às vezes o mais importante é o espírito.
O princípio de Provérbios 18:16 mostra que gestos de honra podem “abrir caminhos” em relacionamentos humanos, em reconciliações, em reconhecimento social ou espiritual.
Na prática, isso significa que nossas ofertas de honra — presentes, gestos de gratidão, reconhecimento — têm poder: para amolecer corações, construir reputação, restaurar laços, gerar oportunidades.
Isso não significa que devemos usar presentes como ferramenta manipulativa, mas reconhecer que, ao demonstrar respeito e honra, frequentemente nos tornamos mais receptivos ou somos recebidos por pessoas de influência.
O Princípio da Honra e a Prosperidade das Igrejas:
Baseado em Provérbios 18:16 – “O presente do homem alarga-lhe o caminho e leva-o à presença dos grandes.”
O papel da honra na vida e no crescimento da igreja
O princípio de Provérbios 18:16 é claro: gestos de honra abrem portas. Não se trata de bajulação ou troca de favores, mas de reconhecer corretamente as pessoas e autoridades instituídas por Deus, agindo com generosidade, respeito e intenção pura.
Ao longo da Bíblia, vemos que a honra — tanto a Deus quanto às autoridades espirituais e líderes humanos — prepara o caminho para favor, direção e bênçãos. Quando esse princípio é praticado, há fluidez, unidade e crescimento. Quando é ignorado, surgem bloqueios visíveis e invisíveis.
O que acontece quando a honra é negligenciada?
A ausência da honra dentro de uma igreja pode gerar sérias consequências. Ela se manifesta de diferentes formas e pode afetar todas as áreas do ministério:
1. Desonra à liderança espiritual
Quando os pastores, líderes e ministros não são honrados pelo povo (seja com palavras, atitudes ou apoio prático), isso cria uma barreira espiritual. Não é uma questão de idolatrar pessoas, mas de respeitar quem Deus levantou para pastorear o rebanho. Quando líderes são constantemente criticados, ignorados ou sobrecarregados sem apoio, a unção que está sobre eles não flui com liberdade.
2. Contribuição fraca ou inexistente
A falta de generosidade na igreja é uma expressão de desonra ao próprio Deus. Isso inclui a negligência com os dízimos, ofertas e também com tempo, serviço e dedicação. Quando os membros tratam a obra de Deus com indiferença ou dão de maneira relutante, a igreja empobrece — não só financeiramente, mas espiritualmente.
3. Falta de honra mútua entre os membros
O apóstolo Paulo ensinou que devemos dar honra uns aos outros (Romanos 12:10). Quando isso é ignorado, surgem divisões, fofocas, competição e inveja. A comunidade perde sua força, e o ambiente torna-se pesado e tóxico. Onde não há honra, não há unidade. E sem unidade, não há manifestação do poder de Deus.
4. Desrespeito pelo sagrado
Muitas igrejas caem na informalidade excessiva e na banalização das coisas santas. Cultos viram eventos sociais. O altar vira palco. A Palavra de Deus é tratada como palestra motivacional. Isso é falta de temor do Senhor — e o temor é o princípio da sabedoria e da prosperidade espiritual (Provérbios 9:10). Quando o sagrado é tratado com reverência, Deus se manifesta. Quando é tratado com irreverência, Deus se afasta.
Mas a honra sozinha basta?
Não. A honra é um alicerce essencial, mas não é tudo. Ela precisa ser acompanhada de outros pilares espirituais e práticos. Uma igreja pode ser honrosa, mas se falhar em outras áreas fundamentais, também corre risco de estagnação. Aqui estão outras áreas que influenciam diretamente a prosperidade de uma igreja:
Falta de visão clara
Sem uma direção definida, a igreja vive na confusão ou se acomoda. Uma visão clara, dada por Deus, mobiliza, motiva e guia. Quando a visão não é comunicada ou aplicada, as pessoas se dispersam.
Falta de oração e jejum
Sem vida de oração, a igreja se torna carnal e programática. Faltam discernimento espiritual, poder e sensibilidade à voz de Deus. A intercessão é a engrenagem invisível do avanço do Reino.
Liderança imatura ou em pecado
Quando quem lidera não tem caráter, não se arrepende ou age com orgulho, cedo ou tarde a igreja sofre. Isso leva à desconfiança, escândalos, divisões e até à apostasia de muitos.
Falta de discipulado e ensino bíblico
Igrejas que não formam discípulos maduros espiritualmente acabam cheias de membros fracos, que vivem de eventos, mas não crescem. O ensino sólido gera raízes profundas e frutos verdadeiros.
Tradições religiosas que sufocam o Espírito
Algumas igrejas insistem em formas, estruturas ou métodos que Deus já deixou para trás. Quando o Espírito Santo não tem liberdade para agir, a igreja pode parecer viva, mas está espiritualmente morta.
Isolamento do Corpo de Cristo
Igrejas que se fecham em si mesmas, não se relacionam com outras e não cooperam com o restante do Corpo, perdem a força do apoio mútuo. Deus valoriza a unidade da Igreja como um todo.
Falta de ação social e evangelismo
Igrejas que não se importam com a dor do mundo ao seu redor perdem relevância. Se a igreja não é sal e luz, ela está em desobediência ao seu chamado. Isso também impede a bênção de Deus.
Honra como parte de um edifício maior
Podemos imaginar o crescimento saudável de uma igreja como a construção de uma casa espiritual:
A honra é o alicerce. Sem ela, nada permanece firme.
A comunhão com Cristo que produz santidade é a estrutura. É o que sustenta tudo diante das pressões.
A oração é o telhado. Protege e cobre a igreja com o poder e a direção de Deus.
O amor é o ambiente interior. É o que torna o lugar habitável, acolhedor e vivo.
A visão é o projeto. É o plano pelo qual tudo é edificado.
Se algum desses elementos está faltando, a igreja sofre. Mas sem o alicerce da honra, nada disso se sustenta por muito tempo.
Funciona um pastor tratar seu pastor (líder espiritual) apenas como parceiro ou amigo, sem reconhecer sua autoridade e honra?
Não funciona como deveria.
Esse tipo de relacionamento pode limitar ou até anular o fluxo da unção que vem por meio da autoridade espiritual.
Fundamento bíblico
1. Autoridade espiritual é dada por Deus, não por afinidade
A Bíblia deixa claro que as autoridades espirituais são estabelecidas por Deus (Romanos 13:1, Efésios 4:11-12). Quando alguém é colocado como “pastor do pastor” — ou seja, um líder sobre outro — essa posição não é apenas organizacional, é espiritual.
“E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres.” (Efésios 4:11)
Mesmo que haja amizade, o princípio de honra precisa prevalecer. Quando o relacionamento é reduzido apenas à “amizade” ou “parceria ministerial”, corre-se o risco de tornar comum o que é sagrado.
2. Jesus não pôde operar milagres onde era tratado como comum
“E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas [...]” (Marcos 6:3–5)
Jesus era o Filho de Deus, mas foi tratado como “o filho de Maria”, “o carpinteiro”.
O resultado? A falta de honra impediu o fluir da unção.
Isso mostra que quando alguém em posição de autoridade espiritual é tratado como “igual”, “amigo”, “parceiro comum”, a graça que Deus derramou sobre ele pode ser bloqueada no relacionamento.
3. "Quem recebe um profeta na qualidade de profeta..."
"Quem recebe um profeta no caráter de profeta, receberá galardão de profeta..." (Mateus 10:41)
A unção que recebemos está ligada à forma como reconhecemos a pessoa que carrega essa unção.
Se tratamos um profeta como apenas um amigo, receberemos o que se recebe de um amigo — mas não o que se recebe de um profeta.
O mesmo vale para apóstolos, pastores, mestres, etc.
O perigo da “familiaridade espiritual”
Há um ditado que diz:
“A familiaridade produz desprezo.”
Isso acontece quando alguém se acostuma tanto com a presença de um líder, que para de honrar a unção e passa a enxergar só a humanidade. É natural ver defeitos, fraquezas e limites humanos — todos os líderes têm — mas quando isso obscurece a posição espiritual que Deus deu àquela pessoa, o fluir da unção é bloqueado.
Aplicação prática
O que seria a postura correta?
Se você é pastor e tem um líder espiritual acima de você (apóstolo, bispo, pastor sênior):
Pode sim ter amizade, parceria, liberdade — mas sem perder a consciência da posição espiritual que ele ocupa.
Reconheça publicamente e em seu coração a autoridade que ele carrega.
Evite vulgarizar a relação. O altar que te alimenta não pode virar sala de bate-papo comum.
Honre com palavras, atitudes, presença, finanças, e obediência espiritual — isso não é idolatria, é honra bíblica.
Quando a honra é perdida, o que acontece?
A unção é enfraquecida.
O relacionamento se torna raso ou disfuncional.
O pastor se expõe a ataques espirituais desnecessários.
A igreja liderada por esse pastor sofre, pois a unção flui de cima para baixo (Salmo 133).
O ambiente espiritual perde o peso da glória e da autoridade.
Tratar seu pastor (ou autoridade espiritual) apenas como parceiro ou amigo é perigoso.
Isso reduz a percepção da unção e pode bloquear o que Deus quer liberar através dele.
A honra ativa o acesso ao que está sobre a vida de alguém.
Amizade é saudável, mas nunca deve substituir o reconhecimento da unção e autoridade espiritual
Honra Diplomática: Uma Ponte Entre o Mundo Natural e o Espiritual
Parte 1 – O que é honra diplomática do ponto de vista científico?
No campo das Relações Internacionais, a honra não é apenas um valor subjetivo, mas um componente estratégico e cerimonial que regula como nações e autoridades interagem. Honra, nesse contexto, está ligada ao reconhecimento formal da dignidade, soberania e posição hierárquica de um líder ou Estado. Por isso, protocolos diplomáticos foram desenvolvidos ao longo da história para garantir que essa honra seja expressa corretamente.
A diplomacia moderna é baseada em normas que envolvem precedência (ou seja, quem entra primeiro ou fala primeiro em uma reunião), linguagem de tratamento (como "Excelência", "Majestade", "Senhor Embaixador"), uso de símbolos (bandeiras, hinos, vestimentas), e também trocas de presentes formais entre autoridades. Um chefe de Estado nunca é tratado como um cidadão comum; ele representa uma nação, uma cultura, uma soberania. E qualquer erro no protocolo pode ser entendido como ofensa grave, mesmo sem palavras.
Esses protocolos de honra diplomática não são apenas formas de etiqueta — são manifestações visíveis daquilo que, no fundo, é uma relação de autoridade. A ciência política entende que manter esses símbolos de honra ajuda a preservar o equilíbrio, o respeito mútuo e a fluidez das relações entre os governos. Isso é ensinado nas academias diplomáticas e é fundamental para a convivência entre nações.
Parte 2 – Como isso se conecta ao mundo espiritual?
No mundo espiritual, os princípios são surpreendentemente semelhantes. A Bíblia revela que o Reino de Deus é extremamente organizado e hierarquizado. Há um Rei (Jesus Cristo), há um trono (como descrito em Apocalipse 4), há ministros (os anjos), sacerdotes (os salvos), e há regras de protocolo espiritual. O céu tem liturgia, ordem, reverência, e formas específicas de se aproximar de Deus.
Assim como em um palácio real ou numa cúpula diplomática, ninguém entra de qualquer jeito na presença do Rei dos reis. O salmista nos ensina: “Entrai pelas portas dele com ações de graças, e em seus átrios com louvor” (Salmo 100:4). Em outras palavras, há uma forma correta de se apresentar diante de Deus: com honra, reverência e reconhecimento da Sua autoridade.
Além disso, a maneira como tratamos os líderes espirituais que Deus levanta na Terra reflete esse mesmo princípio. Jesus mesmo ensinou que quem recebe um profeta como profeta, receberá galardão de profeta (Mateus 10:41). O valor da unção que carregamos está diretamente ligado ao reconhecimento que recebemos — e isso não por vaidade humana, mas por ordem espiritual. Quando uma autoridade espiritual é tratada como um parceiro comum, ou um amigo qualquer, sem o devido reconhecimento do seu papel, a unção que flui por meio dele pode ser travada.
Jesus viveu isso. Quando voltou à sua terra natal, em Nazaré, foi tratado apenas como “o filho de Maria”, o carpinteiro. O povo se escandalizou com a ideia de que Ele tivesse autoridade espiritual. E o texto em Marcos 6 diz claramente: “E não pôde fazer ali obras maravilhosas”. A falta de honra impediu o milagre. A familiaridade os cegou espiritualmente.
O mesmo ocorre nas igrejas hoje. Quando um pastor trata seu líder apenas como um igual, um colega, um parceiro de ministério, e perde a consciência espiritual da autoridade que repousa sobre ele, a conexão espiritual se rompe. Aquilo que poderia fluir — revelação, proteção, cobertura, graça, sabedoria — se torna inacessível. A honra não é bajulação, é a chave que abre acesso à unção de alguém.
Parte 3 – Quando o protocolo espiritual é ignorado
Assim como um país que desrespeita a diplomacia pode sofrer sanções, perder acordos ou ser isolado, uma igreja ou ministério que ignora os protocolos de honra espirituais pode sofrer consequências graves. A Bíblia está cheia de exemplos disso.
Mical, esposa de Davi, zombou dele quando ele dançava diante do Senhor com alegria e reverência. Como resultado, foi estéril até o fim de seus dias. Corá, Datã e Abirão se levantaram contra Moisés, querendo igualar sua autoridade espiritual — e foram tragados pela terra, porque desprezaram a ordem divina. Os filhos de Eli trataram o culto com irreverência, e Deus os matou. Ananias e Safira mentiram diante da autoridade do Espírito Santo presente na igreja primitiva, e caíram mortos.
Esses exemplos mostram que o mundo espiritual leva a honra muito a sério. Desonra não é apenas má educação espiritual — é quebra de aliança. E ela tem consequências.
Conclusão – A ciência confirma o espírito
Tanto no plano natural quanto no espiritual, a honra é mais do que um gesto: é um protocolo que estabelece ordem, libera acesso e permite fluidez nos relacionamentos — com pessoas e com Deus.
Na diplomacia, os ritos, presentes e palavras são usados para afirmar dignidade e facilitar comunhão entre nações. No mundo espiritual, usamos reverência, obediência, ofertas, palavras e atitudes para honrar a Deus e às autoridades que Ele instituiu.
Por isso, uma igreja, uma liderança, ou até mesmo uma pessoa que quer crescer espiritualmente precisa restaurar esses protocolos. Honrar a Deus corretamente. Honrar a autoridade espiritual que está sobre si. Honrar o próximo com humildade. Honrar o altar com zelo. Honrar a Palavra com obediência. Honrar o chamado com integridade.
Aonde há honra, há unção. Aonde há honra, há liberação de destino. Aonde há honra, há presença manifesta de Deus.
Devemos honrar as autoridades mesmo que elas sejam más e corruptas?
Essa é uma das perguntas mais desafiadoras e delicadas quando falamos de honra e autoridade à luz da Bíblia, especialmente quando as autoridades são injustas, corruptas ou imorais.
A resposta bíblica é sim, devemos honrar a posição de autoridade — mesmo que a pessoa que a ocupa seja falha ou corrupta — mas não devemos ser cúmplices do mal.
Vamos entender isso com profundidade e equilíbrio.
O que a Bíblia ensina sobre honrar autoridades?
1. Romanos 13:1-2
“Toda pessoa esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus…”
Paulo escreve isso enquanto o império romano era governado por César — um imperador pagão e cruel. Ainda assim, ele ensina que a autoridade, como princípio, vem de Deus, mesmo que o homem que a exerça esteja longe da vontade divina.
2. 1 Pedro 2:13-17
“Sujeitai-vos, pois, a toda instituição humana por causa do Senhor: quer ao rei, como soberano; quer aos governadores... Honrai a todos. Amai os irmãos. Temei a Deus. Honrai o rei.”
Pedro também fala em honrar o rei — provavelmente Nero, um dos imperadores mais perversos da história. E ele diz: “Honrai a todos” — ou seja, mantenha uma postura respeitosa, não por merecimento humano, mas “por causa do Senhor”.
3. Exemplo de Davi com Saul (1 Samuel 24 e 26)
Saul era um rei rejeitado por Deus, corrupto, desobediente, e tentava matar Davi.
Mesmo assim, quando Davi teve oportunidade de matá-lo, não o fez. Disse:
“Não estenderei minha mão contra o ungido do Senhor.” (1 Sm 24:6)
Davi honrou a unção e a posição, mesmo com um homem que estava claramente fora da vontade de Deus.
O que significa, então, honrar uma autoridade má?
Honrar não é concordar. Honrar não é obedecer cegamente. Honrar não é encobrir injustiça.
Honra aqui significa:
Respeitar a posição, não necessariamente a pessoa.
Não atacar com desrespeito ou rebeldia.
Evitar murmuração, sarcasmo, ou rebelião pública que desonre a ordem espiritual.
Agir com prudência, intercessão e firmeza moral.
Confrontar o mal — mas com espírito correto, não com rebelião.
Quando NÃO devemos obedecer a autoridades?
Quando as ordens de uma autoridade vão contra os princípios de Deus, obedecer a Deus é a prioridade.
Exemplos bíblicos:
Daniel se recusou a parar de orar, mesmo com decreto do rei (Daniel 6).
Os apóstolos disseram: “Importa obedecer a Deus antes que aos homens” (Atos 5:29).
As parteiras do Egito desobedeceram a Faraó para não matar os bebês hebreus — e foram abençoadas por Deus (Êxodo 1).
Portanto, devemos honrar a autoridade sem nos tornarmos cúmplices da injustiça.
Podemos discordar, protestar com respeito, denunciar, e até resistir — mas sem cair no espírito de rebelião, desonra ou vingança.
Sim, honramos a autoridade, mesmo que a pessoa seja corrupta, porque a autoridade vem de Deus.
Não, não aceitamos nem apoiamos o pecado, a opressão ou a injustiça.
Sim, podemos resistir ao mal — mas com espírito de honra, não de rebelião.
Sim, oramos pelas autoridades, mesmo que não gostemos delas. (1 Timóteo 2:1-2)
Deus abençoe sua vida
Leonardo Lima Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário