(Pomerode - Santa Catarina)
A Verdadeira Riqueza: Uma Nova Realidade em Cristo
O ensino de Jesus em Mateus 6:19-21 é um chamado para uma mudança de mentalidade. No Sermão da Montanha, Ele diz:
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." (Mateus 6:19-21)
Este ensino é revolucionário porque desafia um pensamento profundamente enraizado entre os judeus da época. Para muitos, a prosperidade material era vista como um sinal direto da bênção de Deus. As promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó estavam ligadas a uma herança tangível, e reis como Davi e Salomão foram exemplos de como a fidelidade a Deus poderia resultar em riquezas abundantes. Entretanto, Jesus não veio simplesmente para reafirmar a antiga aliança; Ele veio para inaugurá-la em sua plenitude, uma nova Aliança;
A Transição da Antiga para a Nova Aliança
Jesus viveu em um período de transição entre a Antiga e a Nova Aliança. Ele mesmo declarou:
"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para os abolir, mas para cumpri-los." (Mateus 5:17)
O cumprimento da Lei em Cristo significava que Ele seria a oferta perfeita, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Até Sua morte e ressurreição, os princípios da Lei mosaica ainda estavam em vigor. No entanto, Ele já preparava Seus discípulos para uma nova realidade.
O Verdadeiro Tesouro
O ensino de Jesus sobre não ajuntar tesouros na terra não significa que bens materiais são, por si só, maus. O próprio Salomão escreveu:
"Na casa do sábio há tesouro desejável e azeite, mas o homem insensato o dissipa." (Provérbios 21:20)
A questão não está na posse de bens, mas no lugar que eles ocupam no coração do homem. O problema surge quando o desejo por riquezas se torna a prioridade da vida. Paulo reforça esse ponto em sua carta a Timóteo:
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (1 Timóteo 6:10)
Jesus propõe um novo foco: não mais a busca pela riqueza terrena como sinal de bênção, mas sim a busca pelos tesouros celestiais. Esse novo paradigma se reflete na conversa que Ele teve com o jovem rico em Mateus 19:16-22. O jovem desejava a vida eterna, mas quando Jesus o desafiou a vender tudo e segui-Lo, ele se entristeceu porque possuía muitas riquezas. O problema não estava nos bens materiais, mas no fato de que seu coração estava preso a eles.
Uma Nova Prioridade: O Reino de Deus
A partir da ressurreição de Cristo, a Nova Aliança é plenamente estabelecida. O Espírito Santo passa a habitar nos crentes, permitindo-lhes viver segundo a vontade de Deus. Agora, a verdadeira prioridade não é mais a acumulação de riquezas terrenas, mas a busca pelo Reino:
"Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6:33)
Esse ensinamento não significa que Deus ignora nossas necessidades materiais, mas sim que Ele nos chama a confiar n'Ele. O apóstolo Paulo, que viveu tanto em abundância quanto em necessidade, declara:
"Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Filipenses 4:12-13)
O Reino de Deus traz uma nova perspectiva: agora vivemos por fé, investimos na eternidade e encontramos nossa satisfação em Cristo.
Onde Está o Nosso Tesouro?
Jesus nos convida a uma transformação de pensamento. Em um mundo que valoriza a ostentação e a busca incessante pelo sucesso material, Ele nos desafia a perguntar: Onde está o nosso tesouro? Se nossa vida está fundamentada nas riquezas terrenas, ela será passageira. Mas se nosso coração está voltado para o Reino de Deus, teremos um tesouro eterno.
O apóstolo Pedro reafirma essa verdade:
"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós." (1 Pedro 1:3-4)
Jesus, ao ensinar sobre as riquezas, trouxe uma nova perspectiva sobre a vida, sobre o coração humano e sobre as prioridades eternas. No Sermão da Montanha, especificamente em Mateus 6:19-21, Ele diz:
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
Essa afirmação de Jesus não se trata apenas de um alerta contra a idolatria ao dinheiro ou aos bens materiais, mas de uma revelação sobre o verdadeiro propósito da vida e o destino eterno do ser humano. O povo judeu, naquela época, via a prosperidade material como uma evidência da bênção divina. Isso tinha fundamento nas promessas do Antigo Testamento, onde Deus recompensava a fidelidade com fartura e segurança (Deuteronômio 28:1-14). No entanto, Jesus inaugura uma nova realidade, onde a ênfase não está na posse, mas no propósito.
O apóstolo Paulo reforça esse ensinamento em Colossenses 3:1-2: "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra." Aqui, Paulo reafirma que a vida do cristão deve estar ancorada no reino de Deus e não nas preocupações deste mundo.
Jesus não estava negando a importância do trabalho, da provisão ou do planejamento financeiro. Ele mesmo utilizou parábolas que falavam sobre a administração responsável dos recursos, como a Parábola dos Talentos (Mateus 25:14-30). No entanto, Ele estava ensinando que a prioridade do coração não pode estar nas riquezas passageiras, mas naquilo que tem valor eterno.
Muitas vezes, somos influenciados pela sociedade a medir nosso valor por aquilo que possuímos. As redes sociais potencializam essa comparação, gerando frustração, ansiedade e um desejo insaciável de status. No entanto, Jesus nos convida a confiar nEle como nossa verdadeira fonte de segurança e alegria. Como Ele mesmo declarou em Mateus 6:33: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
Isso não significa que Deus não abençoa materialmente Seus filhos, mas que a prioridade sempre deve ser espiritual. Em 2 Coríntios 8:9, Paulo diz: "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza vós enriquecêsseis." Esse enriquecimento, antes de ser financeiro, é espiritual, trazendo sabedoria, contentamento e uma nova perspectiva de vida.
A verdadeira prosperidade, então, não é medida pelo que acumulamos, mas pelo quanto nos tornamos semelhantes a Cristo. Quando entendemos essa verdade, vivemos livres da ansiedade pelo futuro e confiantes de que Deus suprirá todas as nossas necessidades, conforme Filipenses 4:19: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus."
O objetivo prático é alinhar nosso coração com as riquezas eternas, entendendo que nossa maior herança está nos céus e que nossa vida deve refletir essa esperança. Afinal, onde estiver nosso tesouro, ali estará também o nosso coração.
Você não precisa se preocupar ou colocar o seu coração nas riquezas da terra. As riquezas terrenas não são o sinal da bênção de Deus. Na antiga aliança, elas eram uma evidência da fidelidade de Deus ao povo judeu, mas, para nós, em Cristo, são apenas uma possível consequência da nossa fé incluída em nosso propósito.
As coisas espirituais se manifestam em nossa vida através da nova realidade da Nova Aliança. Romanos 8 fala sobre uma vida no Espírito, e essa realidade se expressa por meio do fruto do Espírito, descrito em Gálatas 5. Esse fruto reflete o caráter de Cristo e se manifesta em amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Jesus nos ensina sobre a relação entre o nosso coração e o tesouro em Mateus 6:21: "Onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração." Isso significa que aquilo que valorizamos e buscamos revela onde está o nosso coração. Se os nossos olhos estão fixos nas riquezas materiais, buscando incessantemente dinheiro, status e sucesso, então nosso coração pode estar distante de Deus.
Hoje, somos bombardeados por uma cultura que incentiva a comparação e a insatisfação. As redes sociais mostram apenas os momentos de conquistas das pessoas: a casa nova, o carro de luxo, as roupas de marca. Isso pode gerar frustração, pois muitos passam a medir sua bênção pela condição financeira.
No entanto, Jesus nos convida a uma nova perspectiva. Ele nos ensina a não acumular tesouros na terra, mas sim no céu. A verdadeira bênção não está nos bens materiais, mas na manifestação do Reino de Deus em nós. O nosso valor não está no que possuímos, mas em quem nos tornamos em Cristo. É muito fácil você desviar o foco de sua fé, e depois de um tempo estar vivendo em uma completa desilusão com tudo, confuso com suas convicções e o que acredita ser verdadeiro.
Isso não significa que é errado desejar uma vida próspera. Deus nos deu sabedoria e capacidade para prosperar, e não há problema algum em querer o melhor para nossa vida e nossa família. O problema está quando o coração se apega excessivamente a isso, gerando ansiedade, frustração e uma sensação de insuficiência. A fé verdadeira está no descanso. Filipenses 4:6-7 nos ensina a apresentar a Deus nossas petições com oração e ação de graças, confiando que Ele cuida de nós. Quando colocamos nossos sonhos diante de Deus, precisamos aprender a confiar e agradecer, mesmo antes de ver a resposta.
Nosso coração deve estar ancorado em Cristo. O verdadeiro tesouro é a presença de Deus em nossa vida. Quando compreendemos isso, conseguimos valorizar o que realmente importa: a paz, a justiça e a alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17).
O Reino de Deus se manifesta em nós através da nossa consciência de filiação, da revelação da paternidade de Deus e do amor de Cristo em nós. Se continuarmos acreditando que riqueza é sinônimo de bênção, ainda estaremos presos à mentalidade da antiga aliança. No entanto, em Cristo, entendemos que a maior herança que possuímos é a vida eterna e a plenitude da presença de Deus habitando em nós. Portanto, continue crendo que Deus tem o melhor para você, mas que o verdadeiro tesouro é viver na plenitude do Seu amor e propósito. Seja grato pelo que tem hoje, confie no cuidado de Deus e viva uma vida abundante no Espírito!
Você pode estar vivendo hoje em um estado de muita riqueza material, ou talvez passando por um momento de escassez, mas isso não define quem você é em Deus. Você pode ter muita coisa, mas estar completamente fora da vida com Deus, sem alinhamento com aquilo que Jesus propõe. Na nova aliança, não discernimos mais as pessoas por questões externas, pois nosso coração está ligado às coisas do alto, ao caráter de Cristo. Em Deuteronômio, quando se fala sobre bênção e maldição, vê-se que a prosperidade estava ligada à obediência. Jesus, porém, foi obediente até o fim e cumpriu tudo. Assim, quando cremos n'Ele, recebemos, por fé, as bênçãos propostas em Deuteronômio, pois Ele cumpriu o que não podíamos cumprir.
Mas o que significa crer? O que é fé? Fé é a certeza das coisas que não vemos. Se você crê em Jesus como Salvador, recebe a salvação. Se crê Nele como Senhor, entra numa vida de obediência. O Espírito Santo nos guia nessa obediência, pois a fé também é obediência. Ninguém pode dizer que crê em Jesus e, ao mesmo tempo, não segui-Lo.
Por isso, o batismo é a ação da fé. Se você crê, você se batiza. Alguns questionam se o batismo salva, mas a Bíblia é clara: somos justificados pela fé. No entanto, a fé sempre se manifesta em ação. O batismo é o revestimento de Cristo. O ladrão na cruz não se batizou, mas foi revestido pelo próprio Cristo quando ouviu: "Hoje estarás comigo no Paraíso."
Muitas pessoas, por falta de entendimento bíblico, não se batizam, baseando-se no caso do ladrão na cruz. Mas Colossenses afirma que o batismo é o revestimento de Cristo. Quando somos batizados, é como se nos vestíssemos com Cristo. O batismo simboliza a morte do velho homem e o nascimento do novo. Quando cremos, o batismo é imediato; é a expressão pública da nossa fé. Não há desculpas para não se batizar. Mesmo em situações extremas, como um deserto, sempre haverá um meio, nem que seja um copo d'água. O batismo está presente em toda a Bíblia. Muitas vezes, só percebemos algo quando passamos a procurá-lo, assim como quando decidimos comprar um modelo específico de carro e, de repente, o enxergamos por toda parte.
O discipulado antes do batismo é um erro comum. Discipular quem ainda não nasceu de novo é ensinar coisas espirituais a quem não pode compreendê-las. Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer da água e do Espírito para entender as coisas espirituais. A salvação não vem por intelecto ou argumentação, mas pelo Espírito Santo. Muitas pessoas acham que a conversão ocorre por pregação eloquente, boa argumentação ou teologia impecável. Mas a verdade é que ninguém pode chamar Jesus de Senhor sem que o Espírito Santo o revele.
Um exemplo ilustra bem isso. Uma história que li em um livro quando fazia o curso de missiologia: um conferencista da Nova Era, altamente respeitado, foi ao Vietnã para meditação. Conversando com um camponês, expôs toda sua sabedoria esotérica. O camponês ouviu atentamente e, no final, fez uma simples pergunta: "Esse deus de quem você fala se relaciona com você?" O conferencista ficou confuso e sem resposta. Então, o camponês acrescentou: "O Deus que eu conheço, eu posso chamar de Pai." Isso transformou a vida do conferencista, que passou a estudar sobre Jesus e se converteu. Hoje, ele prega o evangelho para outras pessoas da Nova Era. Isso prova que não é pela eloquência, mas pela verdade revelada pelo Espírito Santo.
A fé não é apenas um conceito, mas uma experiência real e transformadora. O batismo é a resposta da fé em ação. Quem crê, obedece. Quem obedece, vive a nova vida em Cristo.
Irmãos, muitas vezes o homem pensa que basta pegar um papel e falar sobre Deus. Mas a verdade é que o homem não tem capacidade de falar de Deus com propriedade. O que podemos compartilhar é a nossa experiência com aquilo que Ele nos revelou. Se pensarmos em um nível de conhecimento sobre Deus, e esse nível fosse de 100%, talvez eu tenha alcançado apenas 0,001%. Isso porque Ele permite que O conheçamos apenas na medida em que nossa relação com Ele se aprofunda. Deus se faz entender na proporção que deseja, e nós nunca O entenderemos por completo.
Por isso, quando vejo teólogos debatendo, nem perco meu tempo. Uma coisa é estudar a Bíblia, analisar o contexto, a história, a exegese, a hermenêutica – e eu faço isso. Mas conhecer Deus em Sua totalidade? Isso está além da nossa capacidade. Ele nos conhece 100%, enquanto nós O conhecemos apenas até onde Ele nos permite.
Aí vem o homem e cria um mestrado chamado "Mestrado em Divindade". Sei que são apenas disciplinas acadêmicas, mas o próprio nome já soa estranho. Como alguém pode ser mestre em divindade? O homem acha que pode explicar Deus com propriedade, mas não pode. O que podemos compartilhar é aquilo que nos foi revelado e aquilo que nossa fé já alcançou.
Muitas vezes, me fazem perguntas sobre Deus e, se eu não sei a resposta, simplesmente digo: "Não sei." Mas algumas pessoas, em vez de aceitar essa limitação, procuram respostas na internet, onde encontram teorias – interpretações humanas baseadas em estudo e raciocínio. Deus, porém, Se revela à medida que nos relacionamos com Ele e, antes de tudo, para nos transformar.
No contexto ministerial, sempre digo: se um ministério não revela aquilo que Deus está fazendo na vida da pessoa, é pura vaidade. Se alguém quer pregar sem ter vivido aquela transformação, está apenas tentando mostrar algo que não tem. O verdadeiro ministério deve revelar Cristo, e não a própria pessoa. Se eu era um viciado e fui liberto, eu posso testemunhar essa transformação. Se eu tinha problemas de rejeição e encontrei a paternidade de Deus, posso falar disso. Mas se eu falo sobre algo que ainda não vivi, estou apenas promovendo a mim mesmo, e não a Cristo.
Hoje em dia, vejo muitas pessoas querendo falar sobre a Bíblia após lerem um texto uma ou duas vezes, ou até mesmo depois de anos de leitura sem entendimento. E por quê? Por vaidade. Queremos reconhecimento, queremos ser vistos. Mas o verdadeiro chamado exige que mortifiquemos essa vaidade diariamente para que nosso ministério revele Cristo e não nossa própria imagem.
Isso me fez refletir sobre algo: quando buscamos ajuda para criar conteúdo na internet, sempre recebemos conselhos sobre postura, imagem, estratégias para atrair público. E sim, existem técnicas eficazes para isso. Mas se olharmos para a Bíblia, veremos que os maiores pregadores da história foram os apóstolos. Eles levaram a mensagem de Cristo a diversas nações do Império Romano.
E qual era a técnica deles? PNL? Oratória? Marketing de imagem? Nada disso. Eles apenas pregavam com verdade e unção. Muitos hoje seguem estratégias de crescimento digital, e pode ser que consigam seguidores, mas será que estão alcançando vidas para Deus? Porque o que realmente transforma é a unção, não a estética, o tom de voz ou o posicionamento de imagem. Quando Deus chama alguém, Ele já sabe como essa pessoa é, e é Ele quem capacita com poder sobrenatural.
Quando compreendemos isso, tudo muda. Paramos de tentar impressionar e de criar personagens para convencer os outros. Vejo muitos pregadores hoje que, no YouTube, são um personagem. Mas, no dia a dia, são pessoas completamente diferentes. Eles atraem as pessoas para si, e não para Cristo. Isso explica por que existe tanta idolatria no meio cristão. Muitos criam um posicionamento de imagem para prender os olhos e a alma das pessoas. E, se não tiverem conteúdo e unção, acabarão levando os outros a idolatrá-los em vez de conduzi-los à verdade de Cristo.
Se tiver dúvidas sobre isso, basta olhar para a situação das igrejas no Brasil. Muitos escândalos surgem, e as pessoas continuam seguindo líderes corruptos. Vejo casos de adultério, corrupção financeira, até crimes graves, e as pessoas ainda defendem certos líderes. O que eu sempre digo é: Jesus cuida da igreja d’Ele. O que nós temos que fazer é escolher onde vamos caminhar. Se o ambiente se corrompeu, agradeça a Deus pelo tempo que esteve ali e siga em frente.
Às vezes, situações difíceis ocorrem na igreja, e o pastor precisa lidar com elas. No entanto, quando essas situações envolvem a liderança, a complexidade aumenta. É importante lembrar que você tem o livre-arbítrio para escolher onde congregar. Como está escrito em Provérbios 16:9: "O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos". Se buscamos a verdade, Deus jamais nos negará esse conhecimento. Seja através de um livro, de uma pregação ou mesmo de um vídeo, a verdade chegará até nós, pois o próprio Jesus afirmou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).
Muitas vezes, quando ouvimos uma palavra profética, podemos reagir de diferentes formas. Alguns a recebem com alegria e edificação, enquanto outros a rejeitam por não quererem ser confrontados. O apóstolo Paulo nos ensina em 2 Timóteo 3:16-17 que "Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra". Isso significa que a Palavra também tem um papel corretivo, e aqueles que são sábios aceitam a correção, enquanto os tolos se iram (Provérbios 9:8-9).
Muitas vezes, aqueles que rejeitam a correção respondem com ironia, sarcasmo ou deboche. Isso ocorre porque o evangelho confronta nossas atitudes e nos convida ao arrependimento. Quando resistimos à transformação que Deus deseja operar em nós, acabamos sofrendo as consequências naturais de nossas escolhas.
A Bíblia nos ensina em Romanos 1:24-25: "Por isso Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seus corações, para a impureza sexual, para a degradação de seus corpos entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém."
Esse versículo não sugere que Deus pune arbitrariamente, mas sim que, quando uma pessoa persiste em rejeitar a verdade, Ele permite que siga seus próprios caminhos, colhendo as consequências naturais de suas escolhas. Quando nos afastamos de Deus, nos tornamos vulneráveis à ilusão do pecado e às suas repercussões. No entanto, Ele está sempre disposto a nos receber de volta quando escolhemos nos arrepender e retornar à Sua verdade.
Quando um pastor aconselha um irmão a perdoar, a agir com integridade nos negócios ou a viver em santidade, a pessoa tem a liberdade de escolher obedecer ou ignorar. No entanto, ao optar por ignorar esses conselhos, ela se coloca no caminho de consequências dolorosas. Deus, em Sua misericórdia, sempre envia Sua palavra de alerta — seja por meio das Escrituras, de um pastor, da família ou dos amigos. O verdadeiro problema ocorre quando a pessoa endurece seu coração diante desses avisos. Como está escrito em Provérbios 29:1: "O homem que muitas vezes é repreendido e endurece a cerviz será quebrantado de repente, sem que haja cura". Essa reação nos coloca na linha do risco de rejeitar repetidamente as correções divinas, o que pode resultar em uma queda irreversível, sem espaço para restauração.
Receber correção é essencial para o crescimento espiritual. A experiência de aprendizado sob uma liderança firme, que não tem medo de falar a verdade, é um presente. Hebreus 12:11 ensina: "Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porem, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados".
Muitas pessoas rejeitam a correção porque a interpretam como um ataque pessoal, mas, na verdade, a Palavra de Deus apenas revela áreas que precisam de transformação. Assim como o fogo refina o ouro, removendo as impurezas, a Palavra tem o poder de nos purificar e nos moldar, como está escrito em Zacarias 13:9. Quando alguém é corrigido em relação à vaidade, ganância ou soberba, a reação imediata pode ser de resistência e negação. No entanto, se houver humildade, com o tempo essa pessoa perceberá que a correção não é um castigo, mas um convite ao amadurecimento. A disciplina divina, longe de ser algo negativo, é um meio de nos tornar mais semelhantes a Cristo e mais preparados para viver segundo a Sua vontade.
É sábio ter um coração ensinável, aberto à transformação que vem pela Palavra e pelo Espírito Santo. Davi expressa essa atitude de rendição e disposição para a mudança no Salmo 139:23-24, quando clama: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas inquietações. Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno". Neste clamor, Davi nos ensina a importância de permitir que Deus examine nosso coração, identificando áreas que precisam de cura ou ajuste. A verdadeira sabedoria está em buscar constantemente a direção divina, reconhecendo que, ao nos submeter à Sua vontade, somos conduzidos ao caminho da vida plena e eterna.
Paulo nos ensina que nossas obras serão provadas pelo fogo (1 Coríntios 3:12-13). Se forem de ouro, prata e pedras preciosas, permanecerão, pois foram construídas em fé. Se forem de madeira, feno ou palha, serão consumidas, pois foram construídas na carne, na vaidade e no orgulho.
A melhor resposta para os altivos é seguir em frente e desejar-lhes a bênção de Deus. Como está escrito em Provérbios 15:1, "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira". Não precisamos nos preocupar em corrigi-los, pois o Espírito Santo é infinitamente mais eficiente para trabalhar em suas vidas do que qualquer um de nós.
Infelizmente, há muitos membros, líderes e até pastores que ainda vivem segundo a carne. No entanto, a obra da carne foi crucificada com Cristo (Gálatas 5:24). Quando nascemos de novo, tornamo-nos uma nova criação (2 Coríntios 5:17). Agora, somos espírito e nossa realidade é espiritual. Mas a nossa alma está em processo de renovação diária (Romanos 12:2).
Paulo instrui a não consagrar neófitos ao ministério (1 Timóteo 3:6), pois um imaturo pode cair em laças do inimigo por ainda não ter uma mente transformada. Por isso, ao estabelecer presbíteros, Tito recebeu orientações claras (Tito 1:5-9): deveriam ser irrepreensíveis, fiéis, moderados, conhecedores da Palavra e bons governantes do lar. Essas são características de maturidade e experiência com Deus.
O papel dos presbíteros era tomar decisões com sabedoria e misericórdia. Como podemos ter uma liderança eficaz se é composta por pessoas carnais e gananciosas? A igreja primitiva resolvia questões com oração e busca ao Espírito Santo (Atos 6:3-6). Hoje, muitas igrejas são tratadas como empresas, priorizando o lucro ao invés do crescimento espiritual.
No passado, Deus acrescentava os que haviam de ser salvos à igreja (Atos 2:47). Hoje, há estratégias humanas de marketing e persuasão para atrair pessoas. Jesus nos ensinou que o mundo reconhecerá os seus discípulos pelo amor que há entre eles (João 13:35). Se uma igreja precisa de técnicas de manipulação para manter seus membros, algo está errado.
De acordo com as Escrituras, é Deus quem acrescenta os salvos à Igreja. Em Atos 2:47, por exemplo, vemos que “o Senhor ia acrescentando, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Este versículo indica que, após o Pentecostes, a obra de salvação e o crescimento da Igreja eram diretamente obra de Deus, que, por meio do Espírito Santo, atraía e transformava corações, trazendo-os para a comunidade dos crentes.
A Igreja, como o Corpo de Cristo, não depende apenas de esforços humanos para crescer, mas é Deus quem chama e salva as pessoas. Ele utiliza diversos meios – como pregação, testemunho pessoal, e outros – para alcançar aqueles que Ele deseja salvar, mas é Ele quem realiza a obra de regeneração e os acrescenta à Sua Igreja.
Esse entendimento também é reforçado em 1 Coríntios 12:18, onde Paulo afirma: “Agora, Deus dispôs os membros no corpo, cada um deles, como lhe agradou”. Isso destaca que a inclusão de cada pessoa na Igreja é uma decisão soberana de Deus, que coloca cada um no lugar certo no Seu plano.
Assim como vimos ao longo deste capítulo, Deus é quem acrescenta os salvos à Igreja, guiando-os e moldando-os para cumprir Seus propósitos. Não é nossa tarefa forçar esse crescimento, mas estar sensíveis à Sua direção, permitindo que Ele nos coloque no Corpo de Cristo, de acordo com a Sua vontade. Em Atos 2:47, vemos que o Senhor ia acrescentando os salvos, mostrando que a obra da salvação e da edificação da Igreja é completamente Sua.
Essa verdade se conecta com o que Jesus ensina em Mateus 6:19-21: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde os ladrões roubam; mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não consomem, e onde os ladrões não roubam. Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração.” A acumulação de “tesouros no céu” não é uma busca por status ou bens materiais, mas pelo crescimento espiritual e pelo chamado que Deus nos dá na Sua Igreja. Quando somos acrescentados à Igreja de Cristo, nossa vida passa a ter um propósito eterno, e é nesse tesouro celestial que devemos investir — um tesouro que não é corrompido por coisas terrenas, mas que resiste à prova do tempo e da eternidade.
Portanto, ao refletirmos sobre nossa jornada espiritual e nossa inclusão no Corpo de Cristo, devemos sempre lembrar: o verdadeiro tesouro está em viver segundo a vontade de Deus, sendo moldados por Sua Palavra e pelo Espírito, e sendo acrescentados à Igreja, que é a Sua obra redentora na Terra. Onde nosso coração está investido nesse propósito eterno, aí estará também nossa verdadeira riqueza, que nunca será roubada nem corrompida.
Deus abençoe vocês
Leonardo Lima Ribeiro
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