Na Bíblia, existem várias palavras em hebraico e grego que indicam a riqueza espiritual que temos em Cristo. Aqui estão algumas delas:
1. Hebraico (Antigo Testamento)
עָשַׁר (ashar) – "ser rico, tornar-se rico"
Referência: Provérbios 10:22 – "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores com ela."
חֵפֶץ (chefets) – "prazer, desejo, bem-estar" (riqueza no sentido de satisfação em Deus)
Referência: Salmo 37:4 – "Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá os desejos do teu coração."
שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, bem-estar"
Referência: Jeremias 29:11 –
"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal..."
2. Grego (Novo Testamento)
πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância, plenitude"
Referência: Efésios 1:7 – "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça."
πλουτίζω (ploutizó) – "enriquecer, ser feito rico"
Referência: 2 Coríntios 8:9 – "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis."
χάρις (charis) – "graça, favor imerecido" (como fonte de riqueza espiritual)
Referência: Efésios 2:7 – "Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça..."
πλήρωμα (plērōma) – "plenitude, preenchimento completo"
Referência: Colossenses 2:10 – "E estais completos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade."
Essas palavras demonstram que a verdadeira riqueza em Cristo não é apenas material, mas inclui a graça, a paz, a plenitude e a vida eterna que Ele nos oferece.
Mesmo assim:
A Bíblia ensina que a riqueza em Cristo abrange tanto aspectos espirituais quanto materiais. Embora a ênfase esteja na riqueza espiritual, há várias passagens que indicam que Deus também pode prover recursos materiais para suprir as necessidades de Seus filhos e transbordar para que exerçam a generosidade. Aqui estão algumas palavras em hebraico e grego que mostram essa verdade:
1. Hebraico (Antigo Testamento)
עָשַׁר (ashar) – "ser rico, tornar-se rico, prosperar materialmente"
Referência: Provérbios 10:22 – "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores com ela."
Gênesis 13:2 – "Abrão era muito rico em gado, em prata e em ouro."
חוֹסֶן (chosén) – "riqueza, bens materiais, recursos"
Referência: Provérbios 8:18 – "Riquezas e honra estão comigo; bens duráveis e justiça."
שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, bem-estar material e espiritual"
Referência: Jeremias 29:11 – "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz (prosperidade) e não de mal."
רְכוּשׁ (rekhush) – "bens, posses, propriedades materiais"
Referência: Gênesis 12:5 – "E tomaram Abrão e Sarai sua mulher, e toda a sua riqueza que haviam adquirido..."
2. Grego (Novo Testamento)
πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância material e espiritual"
Referência: Filipenses 4:19 – "O meu Deus, segundo as suas riquezas em glória, suprirá todas as vossas necessidades em Cristo Jesus."
πλουτίζω (ploutizó) – "enriquecer, fazer abundante materialmente"
Referência: 2 Coríntios 9:11 – "Para que em tudo enriqueçais para toda a generosidade, a qual faz que por nós se deem graças a Deus."
χρημα (chrēma) – "dinheiro, recursos financeiros"
Referência: Marcos 10:23 – "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!" (referindo-se às riquezas materiais)
εὐοδόω (euodoó) – "ser próspero, bem-sucedido"
Referência: 3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."
A Bíblia ensina que, em Cristo, somos abençoados tanto espiritualmente quanto materialmente, conforme Sua vontade e propósito. Deus supre nossas necessidades materiais, concede prosperidade e nos chama a administrar os recursos com sabedoria, gratidão e generosidade.
Jesus disse que "é difícil um rico entrar no Reino de Deus" em passagens como Mateus 19:23-24, Marcos 10:23-25 e Lucas 18:24-25, onde Ele afirmou:
"Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus. E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus." (Mateus 19:23-24)
Essa afirmação de Jesus foi feita após o encontro com o jovem rico, que queria seguir a Cristo, mas não quis abrir mão de suas riquezas. Jesus não estava condenando a riqueza em si, mas sim a dependência das riquezas e o perigo de colocar os bens materiais acima de Deus.
Razões pelas quais Jesus disse que é difícil para os ricos entrarem no Reino de Deus:
Apego às riquezas
A riqueza pode criar um sentimento de autossuficiência, levando a pessoa a confiar mais nos bens materiais do que em Deus.
O jovem rico (Mateus 19:16-22) demonstrou que suas posses eram mais importantes do que seguir Jesus.
Tendência ao orgulho e à autoconfiança
As riquezas podem expressar o que estava oculto no coração da pessoa, o orgulho, fazendo com que a pessoa acredite que não precisa de Deus.
Em Provérbios 18:11, está escrito: "A riqueza do rico é sua cidade forte, e como um muro alto na sua imaginação."
Prioridade equivocada
Jesus ensinou que "onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mateus 6:21).
Os ricos podem ser tentados a colocar as riquezas em primeiro lugar, em vez de buscar o Reino de Deus.
Dificuldade em ser generoso e desprendido
Jesus chama Seus seguidores a serem generosos e desapegados (Lucas 12:33), algo que pode ser mais difícil para quem tem muito.
A parábola do rico insensato (Lucas 12:16-21), que acumulou para si, mas não era "rico para com Deus".
Falsa sensação de segurança
A riqueza pode dar uma falsa sensação de controle sobre a vida, fazendo a pessoa se esquecer de sua dependência de Deus (1 Timóteo 6:17 – "Não confiem na incerteza das riquezas").
Jesus condena as riquezas?
Não. A Bíblia não ensina que ser rico é pecado. Na verdade, Deus pode abençoar as pessoas com recursos materiais. O problema é o amor ao dinheiro, como está escrito em 1 Timóteo 6:10:
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé."
Cristo ensina que a verdadeira riqueza é a espiritual, e que devemos ser mordomos fiéis dos recursos que Deus nos confia.
Jesus alerta sobre o perigo das riquezas porque elas podem facilmente tornar-se um obstáculo à fé, promovendo o orgulho, a autossuficiência e a ganância. No entanto, os ricos que colocam Deus em primeiro lugar e usam seus bens para glorificá-Lo podem, sim, entrar no Reino de Deus, como foi o caso de figuras bíblicas como Abraão, Davi e Jó, que eram ricos e fiéis a Deus.
A Bíblia ensina que Deus deseja abençoar Seu povo em todas as áreas da vida, incluindo a prosperidade material e espiritual. Embora o conceito de "unção de prosperidade" não seja encontrado diretamente nas Escrituras, há diversas palavras em hebraico e grego que indicam a provisão abundante de Deus para Seu povo. Essas palavras mostram que a prosperidade é uma manifestação da graça divina, mas sempre em conexão com a fidelidade e obediência a Deus.
1. Hebraico (Antigo Testamento): A prosperidade como bênção de Deus
מָשַׁח (mashach) – "ungir, consagrar com óleo" (Unção divina para propósitos específicos)
Referência: Salmo 23:5 – "Unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda."
Este versículo sugere uma unção que resulta em abundância e provisão.
בָּרַךְ (barak) – "abençoar, conceder prosperidade"
Referência: Deuteronômio 28:2-6 – "E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus."
A bênção de Deus inclui prosperidade material para aqueles que seguem Seus caminhos.
שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, plenitude, bem-estar"
Referência: Jeremias 29:11 – "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança."
A prosperidade divina inclui não apenas bens materiais, mas também um estado de bem-estar completo.
חֵן (chen) – "graça, favor imerecido"
Referência: Provérbios 3:4 – "Assim acharás favor e boa compreensão aos olhos de Deus e dos homens."
A prosperidade também vem como resultado do favor divino.
2. Grego (Novo Testamento): A prosperidade em Cristo
χρίσμα (chrisma) – "unção, capacitação divina"
Referência: 1 João 2:27 – "E a unção que dele recebestes permanece em vós..."
A unção capacita o crente em todas as áreas da vida, inclusive para prosperar.
πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância"
Referência: Efésios 1:18 – "Para que saibais quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos."
Em Cristo, recebemos riquezas espirituais e materiais para cumprir o propósito de Deus.
εὐοδόω (euodóō) – "ter sucesso, prosperar"
Referência: 3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."
João expressa o desejo divino de prosperidade integral para os crentes.
χάρις (charis) – "graça, favor divino que resulta em bênçãos"
Referência: 2 Coríntios 9:8 – "E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra."
A graça de Deus capacita o crente a prosperar para que ele seja generoso.
αὐξάνω (auxanō) – "crescer, aumentar, multiplicar"
Referência: 2 Coríntios 9:10 – "Ora, aquele que dá semente ao que semeia também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça."
Deus promete multiplicação como resultado da fidelidade em semear.
A Unção de Prosperidade para o Corpo de Cristo
A Bíblia revela que a prosperidade é um princípio divino, e Deus deseja que Seus filhos prosperem para cumprirem Seus propósitos. Essa prosperidade inclui:
Unção para provisão material, conforme as promessas de bênçãos em Deuteronômio 28.
Unção para crescimento espiritual, garantindo riquezas eternas em Cristo (Efésios 1:18).
Unção para generosidade, permitindo que os crentes sejam canais de bênção (2 Coríntios 9:8-10).
Portanto, a prosperidade no corpo de Cristo não é apenas material, mas abrange uma vida completa de abundância, crescimento e impacto positivo para o Reino de Deus.
Muitos cristãos rejeitam a ideia de que podem ser ricos e prósperos mantendo seus valores por uma série de razões teológicas, culturais e históricas. Essas razões incluem interpretações erradas das Escrituras, crenças sobre a humildade cristã e uma visão negativa sobre o dinheiro. Vamos analisar algumas dessas razões em detalhes:
1. Má interpretação das Escrituras
Alguns cristãos acreditam que a Bíblia condena a riqueza com base em passagens mal interpretadas, como:
Mateus 19:24 – "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus."
Essa passagem não condena a riqueza em si, mas sim o apego às riquezas que impedem uma vida de dependência de Deus.
1 Timóteo 6:10 – "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males."
Muitos leem erroneamente como "o dinheiro é a raiz de todos os males", quando na verdade a ênfase está no amor ao dinheiro, que pode levar à idolatria.
A Bíblia ensina que a prosperidade é uma bênção de Deus (Deuteronômio 8:18), mas deve ser administrada com sabedoria e para a glória d'Ele.
2. Influência do ascetismo e da tradição religiosa
Ao longo da história, movimentos cristãos influenciados pelo ascetismo (práticas de negação material para buscar a santidade) promoveram a ideia de que a verdadeira espiritualidade exige pobreza ou renúncia total dos bens materiais.
Alguns líderes e monges nos primeiros séculos do cristianismo enfatizavam uma vida de simplicidade extrema, o que moldou a visão de que a riqueza era incompatível com a fé.
Essa mentalidade perdurou e influenciou até mesmo denominações modernas, que enxergam a riqueza como uma possível distração da fé.
3. Medo de cair na idolatria e na corrupção
Muitos cristãos temem que, se forem ricos, acabarão se desviando dos princípios bíblicos e se tornando materialistas. Esse temor é justificado por passagens como:
Mateus 6:24 – "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas."
Contudo, essa passagem ensina que Deus deve ser prioridade, e não que as riquezas sejam intrinsecamente más. Cristãos podem ser prósperos e manter Deus no centro de suas vidas, usando os recursos para o bem.
4. Visão limitada da prosperidade
Alguns cristãos limitam a definição de prosperidade apenas ao aspecto material, enquanto a Bíblia ensina que a verdadeira prosperidade é integral:
3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."
A verdadeira prosperidade bíblica envolve:
Saúde espiritual e emocional
Provisão financeira suficiente para cumprir o propósito de Deus
Generosidade e impacto positivo no Reino de Deus
5. Falsas dicotomias entre pobreza e espiritualidade
Alguns cristãos acreditam que há apenas duas opções:
Ser rico e pecador
Ser pobre e santo
No entanto, a Bíblia apresenta exemplos de pessoas que foram ricas e justas, como:
Abraão – Um homem extremamente rico, mas chamado "amigo de Deus" (Gênesis 13:2; Tiago 2:23).
Jó – Próspero e íntegro, mesmo após ser testado (Jó 1:1-3).
Salomão – Recebeu riquezas de Deus, mas sua queda foi resultado de desobediência, não das riquezas em si (1 Reis 3:13).
Isso mostra que é possível ser próspero e fiel a Deus.
6. Influência de ensinos extremos sobre prosperidade
Muitos cristãos rejeitam a prosperidade porque associam a ideia com os excessos da chamada "teologia da prosperidade", que ensina que todos devem ser ricos e que a prosperidade é sinal exclusivo da bênção de Deus.
Alguns pregadores distorcem a mensagem bíblica, enfatizando riquezas materiais acima de valores espirituais.
Isso causa rejeição por parte de cristãos sinceros, que não querem cair em um evangelho centrado apenas em bens terrenos.
7. Falta de ensino equilibrado sobre mordomia
A Bíblia ensina que Deus nos dá recursos para administrarmos com sabedoria e generosidade:
Deuteronômio 8:18 – "Antes te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas."
Provérbios 3:9-10 – "Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente."
Um ensino equilibrado mostra que a riqueza é uma ferramenta para servir a Deus e ao próximo, e não um fim em si mesma.
Cristãos podem ser prósperos e manter seus valores?
Sim, cristãos podem ser prósperos financeiramente e manter uma vida piedosa, desde que:
Coloquem Deus em primeiro lugar (Mateus 6:33).
Sejam bons mordomos e generosos (2 Coríntios 9:6-7).
Não façam do dinheiro um ídolo, mas usem-no para glorificar a Deus (1 Timóteo 6:17-18).
Tenham uma visão equilibrada da prosperidade, que envolve saúde, relacionamentos, crescimento espiritual e recursos materiais.
A prosperidade não deve ser vista como um obstáculo à fé, mas como uma ferramenta para expandir o Reino de Deus e abençoar outras pessoas.
Outros motivos pelos quais a prosperidade é motivo de desconfiança de muitos cristãos:
O gnosticismo, uma antiga corrente filosófico-religiosa que influenciou o pensamento cristão primitivo, teve um impacto significativo na forma como muitos cristãos passaram a enxergar a riqueza material como algo negativo. Essa influência gnóstica ajudou a moldar uma mentalidade de dualismo, onde o mundo material era visto como mau e o mundo espiritual como bom. Esse pensamento foi absorvido, direta ou indiretamente, por alguns segmentos do cristianismo ao longo dos séculos.
1. O que é o gnosticismo?
O gnosticismo era um sistema de crenças que floresceu nos primeiros séculos da era cristã e ensinava que:
O mundo material foi criado por um "demiurgo" (um deus inferior) e, portanto, é imperfeito e maligno.
A salvação vinha por meio de um conhecimento secreto (gnosis) que libertava o espírito da prisão do corpo material.
A matéria era considerada um obstáculo ao crescimento espiritual, e, portanto, os bens materiais eram vistos como uma distração ou até mesmo uma corrupção da alma.
Embora os pais da Igreja tenham rejeitado o gnosticismo como heresia, suas ideias infiltraram-se na cultura cristã, influenciando a visão de muitos crentes sobre riqueza e prosperidade.
2. Influências do gnosticismo na visão cristã sobre a riqueza
A influência gnóstica levou muitos cristãos a desenvolverem certas crenças erradas sobre o dinheiro e os bens materiais, tais como:
Dualismo espiritual versus material
O gnosticismo ensinava que o espírito é puro e divino, enquanto a matéria é corrupta e pecaminosa.
Essa ideia fez com que muitos cristãos acreditassem que buscar prosperidade ou desfrutar dos bens materiais fosse errado, pois desviaria a atenção da busca espiritual.
No entanto, a Bíblia ensina que Deus criou o mundo material e chamou tudo de "muito bom" (Gênesis 1:31), e que os bens materiais podem ser usados para glorificá-Lo (1 Timóteo 6:17).
Ascetismo extremo (desprezo pelo mundo material)
Influenciados pela ideia gnóstica de que o corpo e os bens materiais são maus, surgiram práticas ascéticas no cristianismo, onde monges e líderes religiosos rejeitavam qualquer forma de riqueza.
Essa influência levou à ideia de que o verdadeiro cristão deveria viver em pobreza extrema para alcançar a santidade, algo que não é uma exigência bíblica para todos (1 Timóteo 5:8, Provérbios 10:22).
A ideia de que a riqueza é uma tentação inevitável
Para os gnósticos, a riqueza era vista como uma forma de aprisionamento da alma, impedindo-a de alcançar a iluminação.
Essa ideia levou muitos cristãos a acreditarem que o dinheiro, por si só, é uma fonte de corrupção, esquecendo-se de que o problema não é a riqueza, mas o amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10).
Fuga do mundo e desprezo pelo trabalho
O pensamento gnóstico via a vida neste mundo como algo a ser evitado e rejeitado. Assim, o trabalho e os negócios eram considerados indignos para os verdadeiros buscadores da espiritualidade.
No entanto, a Bíblia valoriza o trabalho honesto e ensina que Deus abençoa aqueles que trabalham diligentemente (Provérbios 22:29; Colossenses 3:23-24).
3. O ensino bíblico sobre a riqueza e o mundo material
A Bíblia se opõe à visão gnóstica, pois ensina que:
Deus criou o mundo material para ser desfrutado com gratidão (1 Timóteo 4:4 – "Porque tudo o que Deus criou é bom").
A riqueza, quando administrada com sabedoria e generosidade, é uma bênção (Deuteronômio 8:18 – "Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque é ele que te dá força para adquirir riquezas").
O dinheiro deve ser uma ferramenta para servir a Deus e ao próximo, e não um fim em si mesmo (Lucas 16:9).
4. Como o pensamento gnóstico ainda influencia os cristãos hoje?
Embora o gnosticismo tenha sido rejeitado como heresia pela Igreja, suas ideias ainda aparecem nas seguintes formas:
Cristãos que acreditam que pobreza é sinônimo de santidade
Alguns acreditam que viver sem bens materiais é a única maneira de demonstrar humildade e espiritualidade.
Desconfiança em relação a cristãos prósperos
Há uma crença de que um cristão rico necessariamente comprometeu seus valores para alcançar sua riqueza.
Resistência ao ensino sobre prosperidade bíblica
Muitos rejeitam os ensinamentos sobre prosperidade, pois os associam ao materialismo, sem perceber que a Bíblia tem princípios claros sobre riqueza.
Superando a mentalidade gnóstica sobre prosperidade
Para superar essa visão errada, os cristãos precisam ter uma perspectiva bíblica e equilibrada sobre a prosperidade:
Entender que a riqueza é neutra – Ela pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo do coração de quem a possui (Lucas 12:34).
Ser bons mordomos – Deus nos confia recursos para que os administremos com sabedoria (Mateus 25:14-30).
Buscar primeiro o Reino de Deus – A prosperidade deve ser uma ferramenta para cumprir os propósitos divinos, não uma obsessão pessoal (Mateus 6:33).
Portanto, a riqueza material não é algo ruim em si, mas precisa ser compreendida e utilizada dentro dos princípios de Deus. Ao rejeitar as influências gnósticas e abraçar o ensino equilibrado da Bíblia, os cristãos podem prosperar mantendo sua fé e integridade.
Sem recursos, a capacidade de ajudar os outros fica limitada. A Bíblia ensina que a prosperidade tem um propósito, que é suprir nossas necessidades e permitir que sejamos generosos com os outros.
1. A generosidade e a prosperidade andam juntas
A Palavra de Deus mostra que ser generoso é uma responsabilidade do cristão, mas para ser generoso, é necessário ter algo para oferecer. Veja alguns versículos que apoiam essa ideia:
2 Coríntios 9:8-11 – “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra.”
Deus deseja que tenhamos suficiência para abundar em boas obras, ou seja, ajudar outras pessoas.
Efésios 4:28 – “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.”
O trabalho e a prosperidade nos capacitam a repartir com os necessitados.
Provérbios 11:25 – “A alma generosa prosperará, e aquele que atende também será atendido.”
A generosidade e a prosperidade formam um ciclo de bênção.
2. A pobreza limita a generosidade
Embora uma pessoa pobre possa ajudar de outras formas (com tempo, amor, encorajamento), a ajuda prática muitas vezes exige recursos materiais, como:
Alimentos para quem tem fome
Apoio financeiro para quem está em crise
Investimento em projetos do Reino de Deus
Se o cristão vive em escassez, sua capacidade de contribuir é severamente reduzida. Por isso, a Bíblia incentiva o trabalho, a sabedoria financeira e a prosperidade para que possamos ser canais de bênção.
3. O propósito da prosperidade na Bíblia
A Bíblia não ensina prosperidade apenas como um benefício pessoal, mas como uma ferramenta para:
Sustentar a própria família – "Mas, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos da sua própria casa, tem negado a fé e é pior que o infiel." (1 Timóteo 5:8)
Apoiar os necessitados – "Há mais felicidade em dar do que em receber." (Atos 20:35)
Financiar a obra de Deus – "Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa." (Malaquias 3:10)
Expandir o Reino de Deus – Exemplo da igreja primitiva, que vendia propriedades para ajudar os irmãos (Atos 4:34-35).
4. Generosidade não depende apenas de riqueza, mas riqueza amplifica o impacto
Mesmo pessoas com poucos recursos podem ser generosas, mas aqueles que prosperam financeiramente têm mais condições de impactar positivamente um número maior de pessoas.
Um outro olhar também:
A viúva pobre que deu duas moedas (Lucas 21:1-4) foi generosa, mas sua contribuição foi pequena em comparação ao impacto que homens ricos podem causar quando são generosos.
O relato da viúva pobre e suas duas moedas, encontrado em Lucas 21:1-4 e Marcos 12:41-44, tem um contexto espiritual profundo, que envolve temas como sacrifício, confiança em Deus, hipocrisia religiosa e verdadeira adoração. Vamos analisar esse episódio à luz do contexto histórico e espiritual.
1. O texto bíblico
Lucas 21:1-4 (ARA): "Jesus, levantando os olhos, viu os ricos deitarem as suas ofertas no gazofilácio; viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos; porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza, deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.”
2. Contexto histórico cultural
No tempo de Jesus, o gazofilácio era uma espécie de caixa de ofertas localizada no Templo de Jerusalém, onde os judeus depositavam contribuições para sustentar as despesas do Templo e ajudar os pobres.
As moedas da viúva: As "duas pequenas moedas" (no grego: "λεπτόν" – leptón) eram as menores unidades monetárias da época, de valor quase insignificante.
As ofertas dos ricos: Os ricos davam grandes quantias, muitas vezes em busca de reconhecimento público e status.
A situação da viúva: Viúvas eram uma das classes mais vulneráveis na sociedade judaica, pois não tinham marido para sustentá-las, dependendo muitas vezes da caridade.
3. O contexto espiritual do texto
Esse relato tem um significado espiritual profundo, revelando princípios importantes sobre o coração de Deus e a verdadeira adoração.
A. A fé e a confiança em Deus
A viúva demonstrou uma fé radical, pois deu tudo o que tinha, confiando totalmente em Deus para o sustento.
Hebreus 11:6 – "Sem fé é impossível agradar a Deus."
A viúva confiava que Deus supriria suas necessidades, colocando sua dependência n'Ele, enquanto os ricos davam apenas do que lhes sobrava, sem risco ou fé genuína.
B. Sacrifício e entrega total
Jesus ensina que a verdadeira oferta não é medida pelo valor absoluto, mas pelo custo pessoal e pela intenção do coração.
O sacrifício da viúva reflete o princípio do amor sacrificial, semelhante ao que Cristo ensinou e viveu.
Deus valoriza mais uma oferta feita de coração do que grandes quantias dadas sem entrega verdadeira (Salmo 51:17 – "O coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.").
C. Humildade vs. orgulho religioso
Jesus frequentemente confrontava a hipocrisia dos fariseus, que faziam suas obras publicamente para serem vistos pelos homens. Este episódio contrasta a humildade da viúva com o orgulho dos ricos religiosos.
Mateus 6:1-4 – Jesus ensina que as ofertas devem ser feitas em segredo, sem buscar reconhecimento humano.
A viúva deu em segredo e com humildade, enquanto os ricos buscavam autopromoção.
D. O Reino de Deus valoriza o interior, não o exterior
Esse evento ilustra um princípio fundamental do Reino de Deus: Deus olha para o coração, não para a aparência exterior.
1 Samuel 16:7 – "O Senhor não vê como o homem: o homem olha para a aparência, mas o Senhor olha para o coração."
O mundo mede o valor pelas posses e status, mas Deus mede pela intenção e fidelidade.
E. A Soberania de Deus no sustento dos Seus
A ação da viúva demonstra sua confiança na soberania de Deus, lembrando-nos que Deus é o provedor fiel.
Mateus 6:25-34 – Jesus ensina que não devemos nos preocupar com o sustento, pois Deus cuida de nós.
A viúva aplicou esse princípio na prática, confiando que Deus supriria suas necessidades.
Este relato continua sendo relevante, ensinando-nos que:
A generosidade deve vir do coração, não da abundância.
Deus se agrada mais da intenção do que da quantia.
Deus honra aqueles que confiam Nele completamente.
A entrega total, mesmo em pequenas coisas, tem grande valor para Deus.
O coração humilde e sacrificial é precioso diante de Deus.
Deus vê e recompensa o sacrifício genuíno, mesmo quando o mundo não valoriza.
Nossa dependência deve estar em Deus, e não em recursos materiais.
Precisamos confiar que Ele provê, mesmo quando temos pouco.
A Viúva é um exemplo de fé e entrega total
O exemplo da viúva pobre nos ensina que:
Deus valoriza mais a qualidade da oferta do que a quantidade.
A verdadeira generosidade vem de um coração dependente de Deus, e não de riquezas.
Jesus exalta a viúva como um modelo de entrega total e confiança em Deus, mostrando que o verdadeiro tesouro está no céu.
O que oferecemos a Deus – seja tempo, recursos ou talentos – deve ser feito com um coração sincero e cheio de fé, confiando Nele para o nosso sustento.
Mediante o esclarecimento desse conceito, voltemos à prosperidade material:
Prosperidade é um meio para a generosidade eficaz
1. A pobreza limita o alcance da generosidade.
2. Deus deseja que prosperemos para sermos uma bênção para os outros.
3. A riqueza é uma ferramenta que deve ser usada para glorificar a Deus e ajudar o próximo.
Portanto, a generosidade sem recursos financeiros tem limitações. Cristãos prósperos podem fazer mais pelo Reino de Deus e pelas pessoas necessitadas.
O espírito de engano do gnosticismo entrou no cristianismo afim de gerar confusão sobre o caráter de Deus e a realidade de quem somos em Cristo
A ideia de que o gnosticismo é um espírito se baseia na compreensão de que ele representa um "espírito de engano" que se opõe à verdade de Deus. Na Bíblia, o termo "espírito" é frequentemente usado para descrever ideologias, filosofias e influências malignas que desviam os crentes da fé genuína em Cristo.
Embora a Bíblia não mencione o gnosticismo explicitamente (pois o movimento se desenvolveu mais fortemente após o período do Novo Testamento), suas ideias já estavam presentes nos tempos apostólicos, e os escritores bíblicos alertaram contra elas.
1. O gnosticismo como "espírito do erro"
A Bíblia ensina que existem espíritos de erro e engano que tentam desviar os cristãos da verdade. O gnosticismo, com sua ênfase na rejeição do mundo material e busca de conhecimento secreto, pode ser visto como parte desses espíritos mencionados.
1 João 4:1-3 – “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus; este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”
O gnosticismo negava que Jesus veio em carne, pois considerava a matéria como má. Isso demonstra que essa doutrina falsa estava alinhada ao espírito do anticristo, ou seja, uma força espiritual que se opõe à verdade de Deus.
2. O apóstolo Paulo combate o espírito gnóstico
Paulo combate diretamente as influências gnósticas emergentes, chamando-as de "filosofias vãs" e advertindo os crentes a não se deixarem enganar por essas ideias:
Colossenses 2:8 – “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.”
O gnosticismo promovia uma filosofia baseada em "rudimentos do mundo" e conhecimentos humanos, desviando os crentes da simplicidade do evangelho.
1 Timóteo 4:1 – “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.”
O gnosticismo, como doutrina de engano, pode ser considerado uma dessas "doutrinas de demônios" que distorcem a verdade do evangelho.
3. O gnosticismo e o espírito do anticristo
O gnosticismo ensina que:
O mundo material é mau e criado por um "deus inferior".
A salvação vem por meio de conhecimento secreto (gnose), não por fé em Cristo.
Jesus não veio realmente em carne, mas era um ser espiritual.
Essas crenças refletem o espírito do anticristo, que tenta negar a obra redentora de Cristo na carne e apresenta um "falso evangelho".
2 Tessalonicenses 2:9-10 – “A vinda desse iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem.”
O gnosticismo promove uma falsa espiritualidade, negando a suficiência de Cristo, e assim opera como um engano satânico.
4. Como identificar e resistir ao espírito gnóstico
A Bíblia nos chama a testar os espíritos e nos revestir da verdade para não sermos enganados:
Testar os ensinamentos à luz da Palavra de Deus (1 João 4:1).
Permanecer firmes na fé simples do evangelho (Colossenses 2:6-7).
Rejeitar doutrinas que negam a encarnação de Cristo e a bondade da criação (Gênesis 1:31).
O gnosticismo é um espírito de engano
O gnosticismo não é apenas uma filosofia humana, mas um espírito de engano que trabalha contra o evangelho de Cristo.
Ele nega verdades centrais do cristianismo, como a encarnação e a bondade da criação de Deus, e a nossa identidade como filhos atuantes através da materialidade também.
Os cristãos devem estar alertas contra esse espírito, firmando-se na Palavra de Deus e rejeitando toda doutrina que se opõe à verdade de Cristo.
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:32)
Deus vos abençoe com a revelação da Verdade
Leonardo Lima Ribeiro
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