sábado, 25 de janeiro de 2025

Pastorear é fazer "acepção" de pessoas

 


Nosso tempo é, sem dúvida, o bem mais valioso que possuímos. Ele é um recurso finito e insubstituível, que, uma vez perdido, jamais poderá ser recuperado. Cada instante que vivemos é uma oportunidade concedida por Deus, um presente divino que devemos administrar com sabedoria. Diante dessa realidade, é fundamental que aprendamos a valorizar mais aqueles que respeitam e reconhecem o valor do nosso tempo, pois isso demonstra apreço, consideração e amor genuíno.

A Bíblia nos ensina que o tempo deve ser usado com propósito e discernimento. Em Efésios 5:15-16, o apóstolo Paulo adverte: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus." Esse conselho nos incentiva a refletir sobre como investimos nossos momentos e com quem os compartilhamos, escolhendo sabiamente as pessoas e atividades que agregam valor às nossas vidas.

Valorizar aqueles que respeitam nosso tempo é, também, uma demonstração de amor-próprio e de maturidade. Jesus, em sua vida terrena, exemplificou essa sabedoria ao dedicar tempo àqueles que estavam dispostos a ouvir, aprender e se transformar, enquanto se afastava daqueles que rejeitavam a verdade. Em Provérbios 13:20, lemos: "Quem anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal." Assim, devemos buscar relacionamentos que nos edifiquem e que reconheçam o valor do tempo mútuo, promovendo crescimento espiritual e emocional.

Além disso, valorizar o tempo significa viver de acordo com os propósitos de Deus para nós. Cada segundo deve ser empregado com um propósito divino, seja no trabalho, na família ou nos momentos de descanso. Em Eclesiastes 3:1, encontramos a sabedoria atemporal de Salomão: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu." Esse versículo nos lembra que devemos viver em harmonia com o plano de Deus, entendendo que há momentos para cada aspecto da vida, e devemos escolher sabiamente onde e com quem os investimos.

É nossa responsabilidade ser bons administradores do tempo que Deus nos confiou, buscando a companhia de pessoas que compartilham dos mesmos valores, que nos inspiram e nos motivam a crescer. É maduro que nossas escolhas diárias reflitam a importância que damos ao tempo, para que, no final de nossa jornada, possamos olhar para trás com a certeza de que cada momento foi vivido com propósito, gratidão e amor.

Salmos 90:12 nos ensina uma oração poderosa: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." Que possamos, então, aplicar essa sabedoria em nossa vida, honrando a Deus por meio da forma como usamos nosso tempo e com quem o compartilhamos.

Se concordamos que o tempo é o bem mais precioso que temos, então é justo e coerente dedicarmos mais tempo àqueles que o valorizam, em vez de desperdiçá-lo com quem o despreza. A boa administração do tempo é um princípio bíblico de sabedoria e mordomia, e Jesus nos deixou exemplos claros de como devemos aplicá-lo com discernimento.

Infelizmente, muitas pessoas subestimam o valor do tempo de um pastor, acreditando, de forma equivocada, que sua dedicação ao ministério é menos importante ou menos digna de reconhecimento do que o tempo de outros profissionais, que, além de tudo, são remunerados por seus serviços. No entanto, o chamado pastoral é um dos mais nobres e exigentes, pois lida com aquilo que é eterno: as almas das pessoas.

A Bíblia nos ensina que todo trabalhador é digno de honra e recompensa pelo seu esforço. Em 1 Timóteo 5:17, está escrito: "Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino." Esse versículo deixa claro que os líderes espirituais merecem reconhecimento e respeito, não apenas por suas palavras, mas pelo tempo e dedicação que investem em cuidar das vidas sob sua responsabilidade.

Jesus, durante seu ministério terreno, soube administrar seu tempo com sabedoria. Ele dedicava tempo às multidões, mas investia ainda mais em seus discípulos, aqueles que realmente valorizavam seus ensinamentos e estavam dispostos a segui-lo.  "E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra, senão na sua pátria, entre os seus parentes e na sua casa. E não podia fazer ali nenhuma obra poderosa; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos." (Marcos 6:4-5, ARA)

Esse trecho mostra que a falta de honra e fé limitou o que Jesus poderia realizar entre eles, pois não estavam dispostos a recebê-lo com o devido reconhecimento e respeito.

A falta de valorização do tempo pastoral revela, muitas vezes, uma mentalidade que não compreende o verdadeiro propósito do chamado ministerial. O pastor não é apenas alguém que presta serviços religiosos, mas um guia espiritual, conselheiro e intercessor. Quando seu tempo é desvalorizado, o próprio Reino de Deus é tratado com desdém. Em Hebreus 13:17, encontramos a exortação: "Obedecei a vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma como quem deve prestar contas." Isso mostra a grande responsabilidade que os líderes espirituais carregam e o respeito que lhes é devido.

Portanto, é justo e necessário que aprendamos a investir nosso tempo onde ele é mais frutífero e valorizado. O próprio Jesus nos ensina em João 15:16: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça." Para que o fruto do nosso tempo permaneça, devemos aplicá-lo sabiamente, priorizando aqueles que reconhecem sua importância e têm um coração disposto a receber.

Valorizar o tempo pastoral é, acima de tudo, reconhecer a importância da obra de Deus em nossas vidas. Que possamos ser gratos e conscientes, honrando aqueles que dedicam suas vidas ao serviço do Senhor, entendendo que, ao respeitar seu tempo, estamos honrando a Deus e Sua obra. Afinal, como nos lembra Eclesiastes 3:1, "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu."

Infelizmente, pessoas egocêntricas tendem a criticar, exigir atenção constante e buscar incessantemente serem o centro das atenções. Elas colocam suas próprias necessidades acima das dos outros, raramente oferecendo reciprocidade ou valorizando aqueles que as servem com dedicação. Essa postura egoísta e desrespeitosa revela uma falta de maturidade e empatia, tornando-se um grande desafio para líderes espirituais, como os pastores, que são chamados para servir com amor, mas também com discernimento.

A Bíblia nos alerta sobre a necessidade de sabedoria ao lidar com esse tipo de comportamento. Em Provérbios 9:7-8, lemos: “Quem repreende o zombador atrai sobre si mesmo o insulto; quem corrige o ímpio recebe afronta. Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” Isso nos ensina que é preciso prudência para investir tempo e esforços apenas naqueles que realmente estão dispostos a aprender e crescer espiritualmente.

Os pastores, como mordomos do rebanho de Deus, devem ter sabedoria extrema para não desperdiçar seu tempo e unção com aqueles que desprezam e desonram seu serviço. Jesus nos deixou um exemplo claro disso ao focar seu ministério em pessoas de coração receptivo e disposto, evitando discussões infrutíferas com aqueles que resistiam à verdade. Em Mateus 10:14, Ele instruiu seus discípulos: “Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, sacudi o pó dos vossos pés ao sairdes daquela casa ou cidade.” Esse ensinamento mostra que é legítimo, e até necessário, seguir adiante quando encontramos resistência e desvalorização.

Além disso, a liderança espiritual exige discernimento para não cair nas armadilhas da manipulação emocional. Muitas vezes, aqueles que exigem prioridade e atenção constantes fazem isso por motivações egoístas, sem reconhecer o valor do tempo pastoral ou a responsabilidade que um líder carrega. Em Provérbios 4:7, somos lembrados de que “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento.” A sabedoria é uma ferramenta essencial para identificar quais investidas são genuínas e quais são apenas uma tentativa de desviar o foco da missão.

Os pastores, como servos de Deus, não estão isentos do cansaço emocional causado por essas demandas desequilibradas. Por isso, é crucial lembrar das palavras de Jesus em Mateus 11:28-29: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Assim, devem buscar descanso no Senhor e manter o equilíbrio entre servir com amor e estabelecer limites saudáveis.

Além de tudo, um pastor deve concentrar-se em edificar aqueles que demonstram verdadeiro desejo de mudança e crescimento espiritual. 2 Timóteo 2:2 instrui: “E o que de mim ouviste diante de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” Isso significa que o tempo e os ensinamentos devem ser direcionados àqueles que, de fato, valorizam e multiplicam o conhecimento recebido.

Portanto, é fundamental que os pastores tenham discernimento para não se deixarem consumir por demandas injustas e por pessoas que desonram seu chamado. Seu tempo deve ser direcionado àqueles que realmente buscam a Deus com sinceridade, permitindo que seu ministério seja frutífero e abençoado. Como afirma Colossenses 4:5, “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, aproveitando bem cada oportunidade.” Que cada minuto investido no ministério pastoral seja um reflexo da sabedoria divina e do propósito maior do Reino de Deus.

É evidente que há uma graça especial concedida por Deus para cada vocação, pois Ele distribui dons conforme Sua vontade soberana. No entanto, qualquer vocação, por mais divina que seja, precisa ser exercida com sabedoria, discernimento e humildade. Sem esses pilares, o chamado pode ser comprometido pelo orgulho e pela falta de maturidade espiritual.

Uma das formas de identificar pessoas que ainda não desenvolveram essa sabedoria é por meio de certas características em sua conduta. Muitas vezes, elas apresentam uma postura exacerbada de liderança, demonstrando uma incapacidade de se posicionarem como aprendizes, mesmo quando claramente ainda o são. A Palavra de Deus nos ensina que o verdadeiro crescimento começa com a humildade, como está escrito em Provérbios 15:33: "O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra." Aqueles que se recusam a aprender revelam um coração endurecido, que prioriza a autopromoção em vez do aprendizado genuíno.

Além disso, essas pessoas costumam demonstrar uma falta de lealdade e fidelidade para com aqueles que investem em suas vidas espirituais. Não permanecem firmes sob uma liderança pastoral, mas estão sempre em busca de novos mestres e influências, segundo sua conveniência e interesses momentâneos. O apóstolo Paulo adverte sobre essa atitude em 2 Timóteo 4:3-4, dizendo: "Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos, juntarão para si mestres, e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas." Essa inquietação e instabilidade espiritual demonstram um coração que busca satisfação pessoal em vez de compromisso com a verdade de Deus.

O verdadeiro discípulo, por outro lado, entende a importância da constância e da fidelidade no aprendizado. Jesus disse em Lucas 16:10: "Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito." O caráter de um servo fiel se revela na disposição de permanecer sob autoridade, mesmo nos momentos de dificuldade, aprendizado ou correção.

Outro sinal característico dessa postura imatura é a busca constante por ambientes e lideranças que apenas confirmam suas próprias opiniões, em vez de desafiarem seu crescimento espiritual. Essas pessoas escolhem mestres segundo sua própria concordância, rejeitando a correção e a exortação necessárias para o amadurecimento. No entanto, a Bíblia nos ensina que é através da correção que encontramos o caminho da vida, como diz Provérbios 12:1: "Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido."

O pastor, como líder espiritual, deve estar atento a essas atitudes e ter discernimento para lidar com aqueles que não valorizam seu tempo e ministério. Em Hebreus 13:17, somos exortados a obedecer aos líderes espirituais com um espírito de submissão: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." Aqueles que desprezam essa orientação demonstram uma falta de compreensão sobre a seriedade do cuidado espiritual.

Portanto, é essencial que cada vocação seja exercida com sabedoria, humildade e respeito pela autoridade estabelecida por Deus. A maturidade espiritual se manifesta não apenas no desejo de liderar, mas também na capacidade de ser liderado, aprender e crescer sob a direção divina. Afinal, como ensina Tiago 4:10, "Humilhai-vos diante do Senhor, e Ele vos exaltará." Somente aqueles que se submetem ao processo de aprendizado com humildade poderão ser usados poderosamente no tempo certo por Deus.

Confesso que, quando era mais novo na fé, cometi muitos erros semelhantes. Na minha imaturidade espiritual, achava que alguns pastores faziam acepção de pessoas, escolhendo a quem dar mais atenção por interesses pessoais. Contudo, à medida que cresci na caminhada com Deus e fui chamado para o ministério pastoral, comecei a enxergar as coisas sob uma nova perspectiva.

Percebi que, de fato, há líderes que agem com parcialidade por motivações erradas, buscando apenas benefícios próprios, e a Bíblia nos alerta contra isso. Em Tiago 2:1, somos advertidos: "Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas." A verdadeira liderança deve ser pautada pela justiça e pelo amor ao próximo, sem distinção por interesses egoístas.

No entanto, com o tempo e a experiência ministerial, compreendi que muitos pastores não estavam agindo com acepção, mas sim com discernimento. Eles aprendiam a valorizar aqueles que, por sua vez, os valorizavam, reconhecendo sua função como líderes espirituais. Passei a entender que há uma diferença entre acepção injusta e o princípio de honra, que é algo bíblico e legítimo. Em 1 Samuel 2:30, o Senhor declara: "Aos que me honram, honrarei; porém os que me desprezam serão desprezados." Assim, honrar um líder espiritual é uma atitude que atrai bênçãos e não deve ser vista como interesse pessoal por parte do pastor, mas sim como um reflexo do princípio divino de honra mútua.

Vi que esses pastores estavam dando mais atenção àqueles que recebiam o ensino com respeito e consideração, que valorizavam a unção presente em suas vidas. Eles estavam investindo tempo naqueles que demonstravam fome pela Palavra e ofereciam honra, não apenas em palavras, mas também em ações, ajudando a suprir as necessidades do ministério. Como ensina Gálatas 6:6, "Aquele que está sendo instruído na Palavra deve repartir todas as coisas boas com aquele que o instrui."

Comecei a perceber que a honra genuína é acompanhada pelo desejo sincero de ver o ministro bem, de contribuir para que ele continue cumprindo seu chamado com alegria e sem limitações. Em Filipenses 4:16-17, o apóstolo Paulo expressa gratidão pelos irmãos que o sustentaram: "Porque até mesmo quando eu estava em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Não que eu procure ofertas, mas o que realmente me interessa é que vocês sejam recompensados pelo que têm feito." Esse princípio mostra que o ato de contribuir com aqueles que nos ensinam é uma semente que gera frutos espirituais tanto para quem dá quanto para quem recebe.

Hoje entendo que essa valorização não se trata de favoritismo, mas de reconhecer onde há terreno fértil para o crescimento espiritual. Assim como Jesus dedicava tempo aos discípulos mais próximos, que estavam dispostos a aprender e a caminhar com Ele, os pastores também devem focar em quem tem um coração ensinável e uma postura de honra. Em Mateus 13:12, Jesus ensina: "Pois a quem tem, mais será dado, e terá em abundância; mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado." Isso demonstra que aqueles que valorizam o ensino, a liderança e a unção, naturalmente receberão mais, pois seu coração está alinhado com os princípios do Reino.

Assim, compreendi que a verdadeira sabedoria ministerial está em discernir quem realmente valoriza a unção e quem apenas deseja usufruir dela sem compromisso. O pastor deve ter um coração aberto para todos, mas investir tempo e energia naqueles que honram, pois são esses que ajudam a edificar o corpo de Cristo de maneira saudável e equilibrada.

Aprendi que a honra não é apenas uma questão de dinheiro ou presentes, mas de atitude, respeito e reconhecimento do papel que Deus concede a cada um em Sua obra. Como está escrito em 1 Tessalonicenses 5:12-13, "Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles."

Hoje sou grato por ter crescido e compreendido que valorizar os pastores e líderes espirituais é, acima de tudo, um princípio de Reino. É por meio dessa valorização que a obra de Deus avança e que todos, tanto os que ensinam quanto os que aprendem, são edificados para a glória de Cristo.

Você, que é pastor ou tem um pastor, já parou para refletir: a quem ele deve dedicar seu tempo e cuidado? Àqueles que realmente desejam crescer espiritualmente ou àqueles que permanecem indiferentes? Àqueles que o honram e reconhecem seu chamado, ou àqueles que desprezam sua vida, sua unção e seu ensino?

Sejamos justos em nossa consideração. O pastor é um mordomo dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4:1), chamado para apascentar o rebanho, mas sua responsabilidade exige discernimento sobre onde investir seu tempo e esforço. Assim como o bom agricultor sabe onde lançar a semente para colher frutos, o pastor deve priorizar aqueles que demonstram um coração ensinável e uma atitude de honra.

A Bíblia nos ensina em Mateus 7:6: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.” Esse princípio nos mostra que o ensino e o tempo pastoral devem ser direcionados àqueles que realmente valorizam o que é sagrado, pois de nada adianta investir em quem não reconhece o valor da instrução espiritual.

Além disso, o próprio Jesus estabeleceu um padrão claro de priorização em Seu ministério. Embora Ele amasse a todos, Ele escolheu investir mais tempo em doze discípulos, e dentre eles, três receberam uma atenção ainda mais especial. Isso nos ensina que o tempo deve ser direcionado com sabedoria, focando nos que estão dispostos a seguir o caminho do discipulado com compromisso. Em Marcos 4:10-11, vemos que os mistérios do Reino eram explicados com mais profundidade apenas àqueles que buscavam entendimento: "Quando Jesus ficou sozinho, os que estavam junto dele, com os doze, o interrogaram acerca da parábola. Ele lhes disse: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas aos de fora tudo se ensina por parábolas."

Então, por que se esperaria que um pastor gastasse sua energia com aqueles que não valorizam sua missão, seu tempo e seu ensino? A sabedoria bíblica nos ensina a priorizar aqueles que demonstram honra e compromisso. Em 1 Timóteo 5:17, está escrito: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina." A honra é um princípio divino, e aqueles que entendem esse princípio naturalmente atraem mais investimento pastoral.

A questão financeira também reflete esse princípio de valorização. Quando alguém oferta ao pastor, está não apenas suprindo suas necessidades, mas demonstrando apreço pelo seu ministério e pela unção que carrega. Em Gálatas 6:6, Paulo ensina: "Aquele que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui." Esse ato de contribuição não é uma simples troca, mas uma expressão de honra e reconhecimento pelo papel espiritual exercido pelo líder.

Por outro lado, aqueles que não se importam com a vida do pastor e seu chamado, muitas vezes não percebem que, ao desprezarem o mensageiro, desprezam também a mensagem e, consequentemente, o próprio Deus que o enviou. Jesus declarou em Lucas 10:16: "Quem vos ouve, a mim me ouve; quem vos rejeita, a mim me rejeita."

Diante disso, cabe refletirmos: a quem o pastor deve dar mais atenção? Aos que o desprezam ou aos que o honram? Aos que ignoram seu esforço ou àqueles que demonstram gratidão e reconhecimento? A resposta é clara. O pastor deve investir naqueles que valorizam seu chamado, pois é com essas pessoas que o Reino de Deus avança de forma frutífera e eficaz.

Que possamos, como igreja, valorizar aqueles que Deus colocou como líderes sobre nós, honrando seu tempo, sua vida e seu ministério, conforme ensina Hebreus 13:17: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas como quem há de prestar contas, para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil."

Lembre-se: honrar seu pastor é honrar a Deus, e aqueles que entendem esse princípio desfrutam da bênção que vem por meio da autoridade espiritual estabelecida pelo Senhor.

Pessoas desonrosas não têm como receber o que você tem a oferecer, porque a honra é uma característica do caráter de Cristo. Quem não tem esse princípio formado em sua consciência jamais entenderá o verdadeiro significado do que estamos falando aqui. A honra não é apenas uma atitude externa, mas uma postura do coração que reflete maturidade espiritual e compreensão do Reino de Deus. Como está escrito em Romanos 13:7, devemos "dar a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra."

Infelizmente, aqueles que não compreendem a honra muitas vezes vivem de forma egocêntrica, utilizando as pessoas conforme seus interesses momentâneos. Estão presos à consciência do seu ego e ainda não foram libertos pelo verdadeiro entendimento do Evangelho. Pensam que tudo gira em torno de suas próprias vontades, opiniões e conveniências, esquecendo-se de que o Evangelho é sobre Cristo, Sua vontade e Seu propósito.

A Bíblia nos alerta sobre essa mentalidade egoísta em Filipenses 2:3-4, onde o apóstolo Paulo nos exorta: "Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros." A verdadeira fé em Cristo nos conduz ao serviço e à humildade, e não à exploração ou manipulação dos outros.

Nem todos os pastores fazem acepção de pessoas. Muitos, na verdade, amadureceram espiritualmente ao longo dos anos e aprenderam a discernir com sabedoria a quem devem dedicar seu tempo, dons e cuidado. Eles compreendem que sua missão é servir, mas com discernimento, para que seus esforços não sejam desperdiçados em solo infértil. Provérbios 4:7 nos ensina: "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento." O verdadeiro pastor, guiado pelo Espírito Santo, entende que deve investir onde há um coração aberto para aprender, crescer e frutificar.

Aqui, não estamos nos referindo aos perdidos, pois, por ainda estarem cegos espiritualmente, não compreendem esses princípios. Como disse o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4:4, "o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo." Devemos ter paciência e amor com os que ainda não conhecem a verdade.

No entanto, estamos falando daqueles que já foram alcançados pela graça de Deus, que são considerados irmãos na fé. Esses, por já terem recebido a revelação da verdade, deveriam andar em maturidade, valorizando a liderança espiritual que Deus estabeleceu. Hebreus 5:12 nos adverte sobre a falta de crescimento: "Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, ainda precisais de que alguém vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; e vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido."

Aqueles que não honram seus líderes espirituais revelam uma imaturidade persistente, tornando-se um peso em vez de serem cooperadores na obra do Senhor. 1 Tessalonicenses 5:12-13 nos instrui: "Agora vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra."

O pastor sábio aprendeu, com o tempo, que sua atenção deve ser dedicada àqueles que honram, aprendem e valorizam o chamado que Deus lhe confiou. Ele entende que seu papel não é agradar a todos, mas ser fiel ao Senhor e cuidar bem daqueles que têm um coração disposto a seguir os caminhos de Deus.

Que possamos refletir sobre isso e entender que a honra é um princípio divino. Quem aprende a honrar a liderança espiritual está, na verdade, honrando o próprio Deus, pois foi Ele quem instituiu autoridades em nosso meio para nosso crescimento e edificação. Como Jesus disse em Mateus 10:41, "Quem recebe um profeta em qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo receberá galardão de justo."

Que possamos, portanto, ser reconhecidos como aqueles que valorizam, honram e caminham em humildade, para que Deus continue derramando Suas bênçãos sobre nossas vidas.

Irmãos, pastores, não gastem seu tempo com pessoas que não valorizam princípios básicos como honra, respeito, lealdade e fidelidade. Essas qualidades são fundamentais na vida cristã e revelam o caráter de uma pessoa. Jesus disse: “Pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:16), ou seja, observando atentamente como alguém trata seu cônjuge, seus familiares e aqueles ao seu redor, podemos discernir muito sobre quem essa pessoa realmente é.

Muitas vezes, essas pessoas chegam mostrando grande interesse e entusiasmo, mas com o tempo tornam-se críticas e começam a desprezar sutilmente aquilo que você ensina e faz. Esse desprezo pode não ser manifestado diretamente em palavras, mas se revela em atitudes. A Bíblia nos alerta sobre aqueles que têm aparência de piedade, mas negam o poder de Deus em suas vidas. 2 Timóteo 3:5 diz: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.”

Essas pessoas desconsideram princípios fundamentais do Reino, como o princípio das ofertas, o valor do tempo dedicado a elas e a importância da honra aos seus líderes espirituais. Elas acreditam que o pastor deve estar sempre disponível para atender exclusivamente aos seus interesses, sem reconhecer a necessidade de equilíbrio e a prioridade daqueles que verdadeiramente valorizam o ministério. Em Hebreus 13:17, a Palavra nos ensina: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas como quem há de prestar contas, para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.”

Esses indivíduos, por falta de maturidade e entendimento, acusam injustamente os pastores de fazerem acepção de pessoas quando percebem que sua atenção está voltada para aqueles que valorizam e respeitam o seu chamado. Eles não compreendem que a liderança cristã envolve mordomia e sabedoria na administração do tempo e dos recursos espirituais. Como ensina Provérbios 9:8, “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” O pastor deve focar em quem está disposto a ouvir, aprender e crescer na graça.

O próprio Jesus demonstrou esse princípio em seu ministério. Ele dedicava atenção especial àqueles que demonstravam fé e compromisso. Em Marcos 6:5-6, lemos que Jesus não pôde realizar muitos milagres em sua própria terra devido à incredulidade do povo, mostrando que a honra e a fé são essenciais para recebermos o que Deus deseja nos dar.

Pastores, saibam que investir tempo e energia em pessoas que desprezam a unção, a Palavra e os princípios do Reino é desperdiçar um recurso precioso. Jesus nos ensinou em Mateus 10:14: “Se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.” Isso demonstra que devemos avançar e focar em terrenos férteis, onde a semente da Palavra pode gerar frutos duradouros.

Lembrem-se de que há aqueles que honram, respeitam e compreendem a seriedade do ministério pastoral. Estes são os que realmente merecem atenção e cuidado. Como Paulo instruiu em Gálatas 6:9, “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Portanto, perseverem em servir com sabedoria, discernindo a quem investir e confiando que Deus recompensa aqueles que exercem seu ministério com fidelidade.

Novos convertidos não têm a responsabilidade de ensinar a Palavra ou os fundamentos do Evangelho; seu papel é simplesmente anunciar a salvação, compartilhando seu testemunho de transformação. Eles devem, antes de tudo, crescer na fé, se aprofundar no conhecimento das Escrituras e viver uma vida de obediência antes de se tornarem aptos a ensinar. O apóstolo Paulo instruiu Timóteo a ter cuidado com a liderança prematura, dizendo em 1 Timóteo 3:6, "Não seja neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo." A maturidade espiritual é um processo, e aqueles que são recém-chegados à fé precisam primeiro ser ensinados antes de tentarem ensinar os outros.

Hoje, vivemos em uma época em que a internet está repleta de “teólogos” formados por cortes de redes sociais, pessoas que absorvem trechos isolados de pregações sem uma compreensão profunda e contextual da Palavra. Essas ideias fragmentadas e misturadas geram confusão e afastam do verdadeiro propósito do Evangelho. A Bíblia nos adverte em 2 Timóteo 4:3-4, "Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si mestres segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas."

Muitos desses autoproclamados mestres podem tomar seu tempo precioso, tentando consolidar suas ideias confusas, sem um verdadeiro desejo de aprender e crescer na graça. Provérbios 18:2 diz: "O insensato não tem prazer no entendimento, mas sim em expor os seus pensamentos." Essas pessoas frequentemente estão mais preocupadas em debater e impor suas opiniões do que em submeter-se à verdade da Palavra de Deus.

É fundamental que os líderes e cristãos maduros fiquem atentos a esse tipo de armadilha. O próprio Jesus alertou em Mateus 7:6, "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem." Ou seja, devemos discernir onde investir nosso tempo e esforço, para que não sejam desperdiçados em solos inférteis.

Falo por experiência: envolver-se nessas discussões infrutíferas e tentar corrigir aqueles que não estão realmente abertos ao aprendizado sincero quase sempre termina em frustração e desgaste. O apóstolo Paulo escreveu em Tito 3:9, "Mas evita questões tolas, genealogias e contendas, e debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs." Em outras palavras, não devemos nos perder em discussões que não produzem frutos espirituais.

Nosso foco deve estar em discipular aqueles que realmente têm fome e sede de justiça, aqueles que estão dispostos a serem ensinados e transformados pelo poder do Espírito Santo. Como disse Jesus em Mateus 5:6, "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos."

Portanto, invista seu tempo naquilo que edifica e contribui para o avanço do Reino de Deus. Efésios 5:15-16 nos exorta: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus."

Diante de tudo o que foi refletido, fica claro que o tempo é um recurso valioso que precisa ser investido com sabedoria. A Palavra de Deus nos ensina a sermos mordomos responsáveis, discernindo a quem devemos dedicar nosso tempo, dons e esforços. É necessário compreender que a honra, o respeito, a lealdade e a fidelidade são princípios fundamentais no Reino de Deus, e aqueles que os desprezam acabam se tornando obstáculos ao avanço da obra.

Nem todos estão prontos para receber o que temos a oferecer, e não devemos nos desgastar tentando convencer aqueles que não valorizam a unção, o ensino e o tempo investido. Jesus mesmo nos ensinou a priorizar aqueles que estão dispostos a aprender e crescer, dizendo em Mateus 10:14, "Se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés." Assim, devemos seguir em frente, investindo em solos férteis que darão frutos para a glória de Deus.

A verdadeira maturidade cristã envolve saber diferenciar entre aqueles que têm um coração ensinável e aqueles que apenas desejam discutir e impor suas opiniões. Como ensina Provérbios 9:9, "Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo, e ele crescerá em entendimento."

Portanto, irmãos, sejamos sábios na administração do nosso tempo e ministério. Foquemos naqueles que honram, valorizam e demonstram um desejo genuíno de crescimento espiritual. Que possamos, como orienta Efésios 5:16, "remir o tempo, porque os dias são maus," dedicando-nos ao que realmente edifica e glorifica ao Senhor.

No final, o mais importante é permanecermos fiéis ao nosso chamado, servindo com amor, mas também com discernimento, e confiando que Deus honrará aqueles que O honram.

Leonardo Lima Ribeiro 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Por que tenho certeza que somos ricos em Cristo?


Na Bíblia, existem várias palavras em hebraico e grego que indicam a riqueza espiritual que temos em Cristo. Aqui estão algumas delas:

1. Hebraico (Antigo Testamento)

עָשַׁר (ashar) – "ser rico, tornar-se rico"

Referência: Provérbios 10:22 – "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores com ela."

חֵפֶץ (chefets) – "prazer, desejo, bem-estar" (riqueza no sentido de satisfação em Deus)

Referência: Salmo 37:4 – "Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá os desejos do teu coração."

שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, bem-estar"

Referência: Jeremias 29:11 –

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal..."

2. Grego (Novo Testamento)

πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância, plenitude"

Referência: Efésios 1:7 – "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça."

πλουτίζω (ploutizó) – "enriquecer, ser feito rico"

Referência: 2 Coríntios 8:9 – "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis."

χάρις (charis) – "graça, favor imerecido" (como fonte de riqueza espiritual)

Referência: Efésios 2:7 – "Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça..."

πλήρωμα (plērōma) – "plenitude, preenchimento completo"

Referência: Colossenses 2:10 – "E estais completos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade."

Essas palavras demonstram que a verdadeira riqueza em Cristo não é apenas material, mas inclui a graça, a paz, a plenitude e a vida eterna que Ele nos oferece.

Mesmo assim:

A Bíblia ensina que a riqueza em Cristo abrange tanto aspectos espirituais quanto materiais. Embora a ênfase esteja na riqueza espiritual, há várias passagens que indicam que Deus também pode prover recursos materiais para suprir as necessidades de Seus filhos e transbordar para que exerçam a generosidade. Aqui estão algumas palavras em hebraico e grego que mostram essa verdade:

1. Hebraico (Antigo Testamento)

עָשַׁר (ashar) – "ser rico, tornar-se rico, prosperar materialmente"

Referência: Provérbios 10:22 – "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores com ela."

Gênesis 13:2 – "Abrão era muito rico em gado, em prata e em ouro."

חוֹסֶן (chosén) – "riqueza, bens materiais, recursos"

Referência: Provérbios 8:18 – "Riquezas e honra estão comigo; bens duráveis e justiça."

שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, bem-estar material e espiritual"

Referência: Jeremias 29:11 – "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz (prosperidade) e não de mal."

רְכוּשׁ (rekhush) – "bens, posses, propriedades materiais"

Referência: Gênesis 12:5 – "E tomaram Abrão e Sarai sua mulher, e toda a sua riqueza que haviam adquirido..."

2. Grego (Novo Testamento)

πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância material e espiritual"

Referência: Filipenses 4:19 – "O meu Deus, segundo as suas riquezas em glória, suprirá todas as vossas necessidades em Cristo Jesus."

πλουτίζω (ploutizó) – "enriquecer, fazer abundante materialmente"

Referência: 2 Coríntios 9:11 – "Para que em tudo enriqueçais para toda a generosidade, a qual faz que por nós se deem graças a Deus."

χρημα (chrēma) – "dinheiro, recursos financeiros"

Referência: Marcos 10:23 – "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!" (referindo-se às riquezas materiais)

εὐοδόω (euodoó) – "ser próspero, bem-sucedido"

Referência: 3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."

A Bíblia ensina que, em Cristo, somos abençoados tanto espiritualmente quanto materialmente, conforme Sua vontade e propósito. Deus supre nossas necessidades materiais, concede prosperidade e nos chama a administrar os recursos com sabedoria, gratidão e generosidade.

Jesus disse que "é difícil um rico entrar no Reino de Deus" em passagens como Mateus 19:23-24, Marcos 10:23-25 e Lucas 18:24-25, onde Ele afirmou:

"Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus. E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus." (Mateus 19:23-24)

Essa afirmação de Jesus foi feita após o encontro com o jovem rico, que queria seguir a Cristo, mas não quis abrir mão de suas riquezas. Jesus não estava condenando a riqueza em si, mas sim a dependência das riquezas e o perigo de colocar os bens materiais acima de Deus.

Razões pelas quais Jesus disse que é difícil para os ricos entrarem no Reino de Deus:

Apego às riquezas

A riqueza pode criar um sentimento de autossuficiência, levando a pessoa a confiar mais nos bens materiais do que em Deus.

O jovem rico (Mateus 19:16-22) demonstrou que suas posses eram mais importantes do que seguir Jesus.

Tendência ao orgulho e à autoconfiança

As riquezas podem expressar o que estava oculto no coração da pessoa, o orgulho, fazendo com que a pessoa acredite que não precisa de Deus.

Em Provérbios 18:11, está escrito: "A riqueza do rico é sua cidade forte, e como um muro alto na sua imaginação."

Prioridade equivocada

Jesus ensinou que "onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mateus 6:21).

Os ricos podem ser tentados a colocar as riquezas em primeiro lugar, em vez de buscar o Reino de Deus.

Dificuldade em ser generoso e desprendido

Jesus chama Seus seguidores a serem generosos e desapegados (Lucas 12:33), algo que pode ser mais difícil para quem tem muito.

A parábola do rico insensato (Lucas 12:16-21), que acumulou para si, mas não era "rico para com Deus".

Falsa sensação de segurança

A riqueza pode dar uma falsa sensação de controle sobre a vida, fazendo a pessoa se esquecer de sua dependência de Deus (1 Timóteo 6:17 – "Não confiem na incerteza das riquezas").

Jesus condena as riquezas?

Não. A Bíblia não ensina que ser rico é pecado. Na verdade, Deus pode abençoar as pessoas com recursos materiais. O problema é o amor ao dinheiro, como está escrito em 1 Timóteo 6:10:

"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé."

Cristo ensina que a verdadeira riqueza é a espiritual, e que devemos ser mordomos fiéis dos recursos que Deus nos confia.

Jesus alerta sobre o perigo das riquezas porque elas podem facilmente tornar-se um obstáculo à fé, promovendo o orgulho, a autossuficiência e a ganância. No entanto, os ricos que colocam Deus em primeiro lugar e usam seus bens para glorificá-Lo podem, sim, entrar no Reino de Deus, como foi o caso de figuras bíblicas como Abraão, Davi e Jó, que eram ricos e fiéis a Deus.

A Bíblia ensina que Deus deseja abençoar Seu povo em todas as áreas da vida, incluindo a prosperidade material e espiritual. Embora o conceito de "unção de prosperidade" não seja encontrado diretamente nas Escrituras, há diversas palavras em hebraico e grego que indicam a provisão abundante de Deus para Seu povo. Essas palavras mostram que a prosperidade é uma manifestação da graça divina, mas sempre em conexão com a fidelidade e obediência a Deus.

1. Hebraico (Antigo Testamento): A prosperidade como bênção de Deus

מָשַׁח (mashach) – "ungir, consagrar com óleo" (Unção divina para propósitos específicos)

Referência: Salmo 23:5 – "Unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda."

Este versículo sugere uma unção que resulta em abundância e provisão.

בָּרַךְ (barak) – "abençoar, conceder prosperidade"

Referência: Deuteronômio 28:2-6 – "E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus."

A bênção de Deus inclui prosperidade material para aqueles que seguem Seus caminhos.

שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, plenitude, bem-estar"

Referência: Jeremias 29:11 – "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança."

A prosperidade divina inclui não apenas bens materiais, mas também um estado de bem-estar completo.

חֵן (chen) – "graça, favor imerecido"

Referência: Provérbios 3:4 – "Assim acharás favor e boa compreensão aos olhos de Deus e dos homens."

A prosperidade também vem como resultado do favor divino.

2. Grego (Novo Testamento): A prosperidade em Cristo

χρίσμα (chrisma) – "unção, capacitação divina"

Referência: 1 João 2:27 –  "E a unção que dele recebestes permanece em vós..."

A unção capacita o crente em todas as áreas da vida, inclusive para prosperar.

πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância"

Referência: Efésios 1:18 – "Para que saibais quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos."

Em Cristo, recebemos riquezas espirituais e materiais para cumprir o propósito de Deus.

εὐοδόω (euodóō) – "ter sucesso, prosperar"

Referência: 3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."

João expressa o desejo divino de prosperidade integral para os crentes.

χάρις (charis) – "graça, favor divino que resulta em bênçãos"

Referência: 2 Coríntios 9:8 – "E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra."

A graça de Deus capacita o crente a prosperar para que ele seja generoso.

αὐξάνω (auxanō) – "crescer, aumentar, multiplicar"

Referência: 2 Coríntios 9:10 – "Ora, aquele que dá semente ao que semeia também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça."

Deus promete multiplicação como resultado da fidelidade em semear.

A Unção de Prosperidade para o Corpo de Cristo

A Bíblia revela que a prosperidade é um princípio divino, e Deus deseja que Seus filhos prosperem para cumprirem Seus propósitos. Essa prosperidade inclui:

Unção para provisão material, conforme as promessas de bênçãos em Deuteronômio 28.

Unção para crescimento espiritual, garantindo riquezas eternas em Cristo (Efésios 1:18).

Unção para generosidade, permitindo que os crentes sejam canais de bênção (2 Coríntios 9:8-10).

Portanto, a prosperidade no corpo de Cristo não é apenas material, mas abrange uma vida completa de abundância, crescimento e impacto positivo para o Reino de Deus.

Muitos cristãos rejeitam a ideia de que podem ser ricos e prósperos mantendo seus valores por uma série de razões teológicas, culturais e históricas. Essas razões incluem interpretações erradas das Escrituras, crenças sobre a humildade cristã e uma visão negativa sobre o dinheiro. Vamos analisar algumas dessas razões em detalhes:

1. Má interpretação das Escrituras

Alguns cristãos acreditam que a Bíblia condena a riqueza com base em passagens mal interpretadas, como:

Mateus 19:24 – "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus."

Essa passagem não condena a riqueza em si, mas sim o apego às riquezas que impedem uma vida de dependência de Deus.

1 Timóteo 6:10 – "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males."

Muitos leem erroneamente como "o dinheiro é a raiz de todos os males", quando na verdade a ênfase está no amor ao dinheiro, que pode levar à idolatria.

A Bíblia ensina que a prosperidade é uma bênção de Deus (Deuteronômio 8:18), mas deve ser administrada com sabedoria e para a glória d'Ele.

2. Influência do ascetismo e da tradição religiosa

Ao longo da história, movimentos cristãos influenciados pelo ascetismo (práticas de negação material para buscar a santidade) promoveram a ideia de que a verdadeira espiritualidade exige pobreza ou renúncia total dos bens materiais.

Alguns líderes e monges nos primeiros séculos do cristianismo enfatizavam uma vida de simplicidade extrema, o que moldou a visão de que a riqueza era incompatível com a fé.

Essa mentalidade perdurou e influenciou até mesmo denominações modernas, que enxergam a riqueza como uma possível distração da fé.

3. Medo de cair na idolatria e na corrupção

Muitos cristãos temem que, se forem ricos, acabarão se desviando dos princípios bíblicos e se tornando materialistas. Esse temor é justificado por passagens como:

Mateus 6:24 – "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas."

Contudo, essa passagem ensina que Deus deve ser prioridade, e não que as riquezas sejam intrinsecamente más. Cristãos podem ser prósperos e manter Deus no centro de suas vidas, usando os recursos para o bem.

4. Visão limitada da prosperidade

Alguns cristãos limitam a definição de prosperidade apenas ao aspecto material, enquanto a Bíblia ensina que a verdadeira prosperidade é integral:

3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."

A verdadeira prosperidade bíblica envolve:

Saúde espiritual e emocional

Provisão financeira suficiente para cumprir o propósito de Deus

Generosidade e impacto positivo no Reino de Deus

5. Falsas dicotomias entre pobreza e espiritualidade

Alguns cristãos acreditam que há apenas duas opções:

Ser rico e pecador

Ser pobre e santo

No entanto, a Bíblia apresenta exemplos de pessoas que foram ricas e justas, como:

Abraão – Um homem extremamente rico, mas chamado "amigo de Deus" (Gênesis 13:2; Tiago 2:23).

Jó – Próspero e íntegro, mesmo após ser testado (Jó 1:1-3).

Salomão – Recebeu riquezas de Deus, mas sua queda foi resultado de desobediência, não das riquezas em si (1 Reis 3:13).

Isso mostra que é possível ser próspero e fiel a Deus.

6. Influência de ensinos extremos sobre prosperidade

Muitos cristãos rejeitam a prosperidade porque associam a ideia com os excessos da chamada "teologia da prosperidade", que ensina que todos devem ser ricos e que a prosperidade é sinal exclusivo da bênção de Deus.

Alguns pregadores distorcem a mensagem bíblica, enfatizando riquezas materiais acima de valores espirituais.

Isso causa rejeição por parte de cristãos sinceros, que não querem cair em um evangelho centrado apenas em bens terrenos.

7. Falta de ensino equilibrado sobre mordomia

A Bíblia ensina que Deus nos dá recursos para administrarmos com sabedoria e generosidade:

Deuteronômio 8:18 – "Antes te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas."

Provérbios 3:9-10 – "Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente."

Um ensino equilibrado mostra que a riqueza é uma ferramenta para servir a Deus e ao próximo, e não um fim em si mesma.

Cristãos podem ser prósperos e manter seus valores?

Sim, cristãos podem ser prósperos financeiramente e manter uma vida piedosa, desde que:

Coloquem Deus em primeiro lugar (Mateus 6:33).

Sejam bons mordomos e generosos (2 Coríntios 9:6-7).

Não façam do dinheiro um ídolo, mas usem-no para glorificar a Deus (1 Timóteo 6:17-18).

Tenham uma visão equilibrada da prosperidade, que envolve saúde, relacionamentos, crescimento espiritual e recursos materiais.

A prosperidade não deve ser vista como um obstáculo à fé, mas como uma ferramenta para expandir o Reino de Deus e abençoar outras pessoas.

Outros motivos pelos quais a prosperidade é motivo de desconfiança de muitos cristãos:

O gnosticismo, uma antiga corrente filosófico-religiosa que influenciou o pensamento cristão primitivo, teve um impacto significativo na forma como muitos cristãos passaram a enxergar a riqueza material como algo negativo. Essa influência gnóstica ajudou a moldar uma mentalidade de dualismo, onde o mundo material era visto como mau e o mundo espiritual como bom. Esse pensamento foi absorvido, direta ou indiretamente, por alguns segmentos do cristianismo ao longo dos séculos.

1. O que é o gnosticismo?

O gnosticismo era um sistema de crenças que floresceu nos primeiros séculos da era cristã e ensinava que:

O mundo material foi criado por um "demiurgo" (um deus inferior) e, portanto, é imperfeito e maligno.

A salvação vinha por meio de um conhecimento secreto (gnosis) que libertava o espírito da prisão do corpo material.

A matéria era considerada um obstáculo ao crescimento espiritual, e, portanto, os bens materiais eram vistos como uma distração ou até mesmo uma corrupção da alma.

Embora os pais da Igreja tenham rejeitado o gnosticismo como heresia, suas ideias infiltraram-se na cultura cristã, influenciando a visão de muitos crentes sobre riqueza e prosperidade.

2. Influências do gnosticismo na visão cristã sobre a riqueza

A influência gnóstica levou muitos cristãos a desenvolverem certas crenças erradas sobre o dinheiro e os bens materiais, tais como:

Dualismo espiritual versus material

O gnosticismo ensinava que o espírito é puro e divino, enquanto a matéria é corrupta e pecaminosa.

Essa ideia fez com que muitos cristãos acreditassem que buscar prosperidade ou desfrutar dos bens materiais fosse errado, pois desviaria a atenção da busca espiritual.

No entanto, a Bíblia ensina que Deus criou o mundo material e chamou tudo de "muito bom" (Gênesis 1:31), e que os bens materiais podem ser usados para glorificá-Lo (1 Timóteo 6:17).

Ascetismo extremo (desprezo pelo mundo material)

Influenciados pela ideia gnóstica de que o corpo e os bens materiais são maus, surgiram práticas ascéticas no cristianismo, onde monges e líderes religiosos rejeitavam qualquer forma de riqueza.

Essa influência levou à ideia de que o verdadeiro cristão deveria viver em pobreza extrema para alcançar a santidade, algo que não é uma exigência bíblica para todos (1 Timóteo 5:8, Provérbios 10:22).

A ideia de que a riqueza é uma tentação inevitável

Para os gnósticos, a riqueza era vista como uma forma de aprisionamento da alma, impedindo-a de alcançar a iluminação.

Essa ideia levou muitos cristãos a acreditarem que o dinheiro, por si só, é uma fonte de corrupção, esquecendo-se de que o problema não é a riqueza, mas o amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10).

Fuga do mundo e desprezo pelo trabalho

O pensamento gnóstico via a vida neste mundo como algo a ser evitado e rejeitado. Assim, o trabalho e os negócios eram considerados indignos para os verdadeiros buscadores da espiritualidade.

No entanto, a Bíblia valoriza o trabalho honesto e ensina que Deus abençoa aqueles que trabalham diligentemente (Provérbios 22:29; Colossenses 3:23-24).

3. O ensino bíblico sobre a riqueza e o mundo material

A Bíblia se opõe à visão gnóstica, pois ensina que:

Deus criou o mundo material para ser desfrutado com gratidão (1 Timóteo 4:4 – "Porque tudo o que Deus criou é bom").

A riqueza, quando administrada com sabedoria e generosidade, é uma bênção (Deuteronômio 8:18 – "Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque é ele que te dá força para adquirir riquezas").

O dinheiro deve ser uma ferramenta para servir a Deus e ao próximo, e não um fim em si mesmo (Lucas 16:9).

4. Como o pensamento gnóstico ainda influencia os cristãos hoje?

Embora o gnosticismo tenha sido rejeitado como heresia pela Igreja, suas ideias ainda aparecem nas seguintes formas:

Cristãos que acreditam que pobreza é sinônimo de santidade

Alguns acreditam que viver sem bens materiais é a única maneira de demonstrar humildade e espiritualidade.

Desconfiança em relação a cristãos prósperos

Há uma crença de que um cristão rico necessariamente comprometeu seus valores para alcançar sua riqueza.

Resistência ao ensino sobre prosperidade bíblica

Muitos rejeitam os ensinamentos sobre prosperidade, pois os associam ao materialismo, sem perceber que a Bíblia tem princípios claros sobre riqueza.

Superando a mentalidade gnóstica sobre prosperidade

Para superar essa visão errada, os cristãos precisam ter uma perspectiva bíblica e equilibrada sobre a prosperidade:

Entender que a riqueza é neutra – Ela pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo do coração de quem a possui (Lucas 12:34).

Ser bons mordomos – Deus nos confia recursos para que os administremos com sabedoria (Mateus 25:14-30).

Buscar primeiro o Reino de Deus – A prosperidade deve ser uma ferramenta para cumprir os propósitos divinos, não uma obsessão pessoal (Mateus 6:33).

Portanto, a riqueza material não é algo ruim em si, mas precisa ser compreendida e utilizada dentro dos princípios de Deus. Ao rejeitar as influências gnósticas e abraçar o ensino equilibrado da Bíblia, os cristãos podem prosperar mantendo sua fé e integridade.

Sem recursos, a capacidade de ajudar os outros fica limitada. A Bíblia ensina que a prosperidade tem um propósito, que é suprir nossas necessidades e permitir que sejamos generosos com os outros.

1. A generosidade e a prosperidade andam juntas

A Palavra de Deus mostra que ser generoso é uma responsabilidade do cristão, mas para ser generoso, é necessário ter algo para oferecer. Veja alguns versículos que apoiam essa ideia:

2 Coríntios 9:8-11 – “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra.”

Deus deseja que tenhamos suficiência para abundar em boas obras, ou seja, ajudar outras pessoas.

Efésios 4:28 – “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.”

O trabalho e a prosperidade nos capacitam a repartir com os necessitados.

Provérbios 11:25 – “A alma generosa prosperará, e aquele que atende também será atendido.”

A generosidade e a prosperidade formam um ciclo de bênção.

2. A pobreza limita a generosidade

Embora uma pessoa pobre possa ajudar de outras formas (com tempo, amor, encorajamento), a ajuda prática muitas vezes exige recursos materiais, como:

Alimentos para quem tem fome

Apoio financeiro para quem está em crise

Investimento em projetos do Reino de Deus

Se o cristão vive em escassez, sua capacidade de contribuir é severamente reduzida. Por isso, a Bíblia incentiva o trabalho, a sabedoria financeira e a prosperidade para que possamos ser canais de bênção.

3. O propósito da prosperidade na Bíblia

A Bíblia não ensina prosperidade apenas como um benefício pessoal, mas como uma ferramenta para:

Sustentar a própria família – "Mas, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos da sua própria casa, tem negado a fé e é pior que o infiel." (1 Timóteo 5:8)

Apoiar os necessitados – "Há mais felicidade em dar do que em receber." (Atos 20:35)

Financiar a obra de Deus – "Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa." (Malaquias 3:10)

Expandir o Reino de Deus – Exemplo da igreja primitiva, que vendia propriedades para ajudar os irmãos (Atos 4:34-35).

4. Generosidade não depende apenas de riqueza, mas riqueza amplifica o impacto

Mesmo pessoas com poucos recursos podem ser generosas, mas aqueles que prosperam financeiramente têm mais condições de impactar positivamente um número maior de pessoas.

Um outro olhar também:

A viúva pobre que deu duas moedas (Lucas 21:1-4) foi generosa, mas sua contribuição foi pequena em comparação ao impacto que homens ricos podem causar quando são generosos.

O relato da viúva pobre e suas duas moedas, encontrado em Lucas 21:1-4 e Marcos 12:41-44, tem um contexto espiritual profundo, que envolve temas como sacrifício, confiança em Deus, hipocrisia religiosa e verdadeira adoração. Vamos analisar esse episódio à luz do contexto histórico e espiritual.

1. O texto bíblico

Lucas 21:1-4 (ARA): "Jesus, levantando os olhos, viu os ricos deitarem as suas ofertas no gazofilácio; viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos; porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza, deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.”

2. Contexto histórico cultural

No tempo de Jesus, o gazofilácio era uma espécie de caixa de ofertas localizada no Templo de Jerusalém, onde os judeus depositavam contribuições para sustentar as despesas do Templo e ajudar os pobres.

As moedas da viúva: As "duas pequenas moedas" (no grego: "λεπτόν" – leptón) eram as menores unidades monetárias da época, de valor quase insignificante.

As ofertas dos ricos: Os ricos davam grandes quantias, muitas vezes em busca de reconhecimento público e status.

A situação da viúva: Viúvas eram uma das classes mais vulneráveis na sociedade judaica, pois não tinham marido para sustentá-las, dependendo muitas vezes da caridade.

3. O contexto espiritual do texto

Esse relato tem um significado espiritual profundo, revelando princípios importantes sobre o coração de Deus e a verdadeira adoração.

A. A fé e a confiança em Deus 

A viúva demonstrou uma fé radical, pois deu tudo o que tinha, confiando totalmente em Deus para o sustento.

Hebreus 11:6 – "Sem fé é impossível agradar a Deus."

A viúva confiava que Deus supriria suas necessidades, colocando sua dependência n'Ele, enquanto os ricos davam apenas do que lhes sobrava, sem risco ou fé genuína.

B. Sacrifício e entrega total

Jesus ensina que a verdadeira oferta não é medida pelo valor absoluto, mas pelo custo pessoal e pela intenção do coração.

O sacrifício da viúva reflete o princípio do amor sacrificial, semelhante ao que Cristo ensinou e viveu.

Deus valoriza mais uma oferta feita de coração do que grandes quantias dadas sem entrega verdadeira (Salmo 51:17 – "O coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.").

C. Humildade vs. orgulho religioso

Jesus frequentemente confrontava a hipocrisia dos fariseus, que faziam suas obras publicamente para serem vistos pelos homens. Este episódio contrasta a humildade da viúva com o orgulho dos ricos religiosos.

Mateus 6:1-4 – Jesus ensina que as ofertas devem ser feitas em segredo, sem buscar reconhecimento humano.

A viúva deu em segredo e com humildade, enquanto os ricos buscavam autopromoção.

D. O Reino de Deus valoriza o interior, não o exterior

Esse evento ilustra um princípio fundamental do Reino de Deus: Deus olha para o coração, não para a aparência exterior.

1 Samuel 16:7 – "O Senhor não vê como o homem: o homem olha para a aparência, mas o Senhor olha para o coração."

O mundo mede o valor pelas posses e status, mas Deus mede pela intenção e fidelidade.

E. A Soberania de Deus no sustento dos Seus

A ação da viúva demonstra sua confiança na soberania de Deus, lembrando-nos que Deus é o provedor fiel.

Mateus 6:25-34 – Jesus ensina que não devemos nos preocupar com o sustento, pois Deus cuida de nós.

A viúva aplicou esse princípio na prática, confiando que Deus supriria suas necessidades.

Este relato continua sendo relevante, ensinando-nos que:

A generosidade deve vir do coração, não da abundância.

Deus se agrada mais da intenção do que da quantia.

Deus honra aqueles que confiam Nele completamente.

A entrega total, mesmo em pequenas coisas, tem grande valor para Deus.

O coração humilde e sacrificial é precioso diante de Deus.

Deus vê e recompensa o sacrifício genuíno, mesmo quando o mundo não valoriza.

Nossa dependência deve estar em Deus, e não em recursos materiais.

Precisamos confiar que Ele provê, mesmo quando temos pouco.

A Viúva é um exemplo de fé e entrega total

O exemplo da viúva pobre nos ensina que:

Deus valoriza mais a qualidade da oferta do que a quantidade.

A verdadeira generosidade vem de um coração dependente de Deus, e não de riquezas.

Jesus exalta a viúva como um modelo de entrega total e confiança em Deus, mostrando que o verdadeiro tesouro está no céu.

O que oferecemos a Deus – seja tempo, recursos ou talentos – deve ser feito com um coração sincero e cheio de fé, confiando Nele para o nosso sustento.

Mediante o esclarecimento desse conceito, voltemos à prosperidade material:

Prosperidade é um meio para a generosidade eficaz

1. A pobreza limita o alcance da generosidade.

2. Deus deseja que prosperemos para sermos uma bênção para os outros.

3. A riqueza é uma ferramenta que deve ser usada para glorificar a Deus e ajudar o próximo.

Portanto, a generosidade sem recursos financeiros tem limitações. Cristãos prósperos podem fazer mais pelo Reino de Deus e pelas pessoas necessitadas.

O espírito de engano do gnosticismo entrou no cristianismo afim de gerar confusão sobre o caráter de Deus e a realidade de quem somos em Cristo

A ideia de que o gnosticismo é um espírito se baseia na compreensão de que ele representa um "espírito de engano" que se opõe à verdade de Deus. Na Bíblia, o termo "espírito" é frequentemente usado para descrever ideologias, filosofias e influências malignas que desviam os crentes da fé genuína em Cristo.

Embora a Bíblia não mencione o gnosticismo explicitamente (pois o movimento se desenvolveu mais fortemente após o período do Novo Testamento), suas ideias já estavam presentes nos tempos apostólicos, e os escritores bíblicos alertaram contra elas.

1. O gnosticismo como "espírito do erro"

A Bíblia ensina que existem espíritos de erro e engano que tentam desviar os cristãos da verdade. O gnosticismo, com sua ênfase na rejeição do mundo material e busca de conhecimento secreto, pode ser visto como parte desses espíritos mencionados.

1 João 4:1-3 – “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus; este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”

O gnosticismo negava que Jesus veio em carne, pois considerava a matéria como má. Isso demonstra que essa doutrina falsa estava alinhada ao espírito do anticristo, ou seja, uma força espiritual que se opõe à verdade de Deus.

2. O apóstolo Paulo combate o espírito gnóstico

Paulo combate diretamente as influências gnósticas emergentes, chamando-as de "filosofias vãs" e advertindo os crentes a não se deixarem enganar por essas ideias:

Colossenses 2:8 – “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.”

O gnosticismo promovia uma filosofia baseada em "rudimentos do mundo" e conhecimentos humanos, desviando os crentes da simplicidade do evangelho.

1 Timóteo 4:1 – “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.”

O gnosticismo, como doutrina de engano, pode ser considerado uma dessas "doutrinas de demônios" que distorcem a verdade do evangelho.

3. O gnosticismo e o espírito do anticristo

O gnosticismo ensina que:

O mundo material é mau e criado por um "deus inferior".

A salvação vem por meio de conhecimento secreto (gnose), não por fé em Cristo.

Jesus não veio realmente em carne, mas era um ser espiritual.

Essas crenças refletem o espírito do anticristo, que tenta negar a obra redentora de Cristo na carne e apresenta um "falso evangelho".

2 Tessalonicenses 2:9-10 – “A vinda desse iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem.”

O gnosticismo promove uma falsa espiritualidade, negando a suficiência de Cristo, e assim opera como um engano satânico.

4. Como identificar e resistir ao espírito gnóstico

A Bíblia nos chama a testar os espíritos e nos revestir da verdade para não sermos enganados:

Testar os ensinamentos à luz da Palavra de Deus (1 João 4:1).

Permanecer firmes na fé simples do evangelho (Colossenses 2:6-7).

Rejeitar doutrinas que negam a encarnação de Cristo e a bondade da criação (Gênesis 1:31).

O gnosticismo é um espírito de engano

O gnosticismo não é apenas uma filosofia humana, mas um espírito de engano que trabalha contra o evangelho de Cristo.

Ele nega verdades centrais do cristianismo, como a encarnação e a bondade da criação de Deus, e a nossa identidade como filhos atuantes através da materialidade também. 

Os cristãos devem estar alertas contra esse espírito, firmando-se na Palavra de Deus e rejeitando toda doutrina que se opõe à verdade de Cristo.

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:32)

Deus vos abençoe com a revelação da Verdade

Leonardo Lima Ribeiro 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

O real significado da palavra Honra


No grego bíblico, a palavra "honra" é traduzida como τιμή (timḗ), que tem uma variedade de significados relacionados ao valor, respeito e reconhecimento.

Significados principais de "τιμή" no contexto bíblico:

Valor ou preço: Representa algo precioso, o valor atribuído a um objeto ou pessoa.

Exemplo: Em 1 Pedro 2:7, "timḗ" é usada para indicar o valor da pedra rejeitada pelos homens, mas preciosa para Deus.

Respeito ou estima: Refere-se ao reconhecimento da dignidade ou posição de alguém.

Exemplo: Em Efésios 6:2, "timḗ" é usada no mandamento "Honra teu pai e tua mãe" (citando Êxodo 20:12).

Glória ou prestígio: No sentido de conferir honra ou exaltar alguém.

Em Apocalipse 4:11, os anciãos adoram a Deus, dizendo que Ele é digno de "glória, honra e poder".

Formas derivadas: Além de τιμή, existem outras palavras gregas associadas ao conceito de honra:

τιμάω (timáō): Verbo que significa "honrar" ou "dar valor".

Em Mateus 15:4, Jesus cita o mandamento: "Honra teu pai e tua mãe."

ένδοξος (éndoxos): Relacionado a "glorioso" ou "honroso".

Em 1 Coríntios 15:43, falando sobre a ressurreição, "é semeado em desonra, é ressuscitado em glória."

Essas palavras refletem um conceito central na cultura e teologia bíblica: o reconhecimento do valor intrínseco de Deus, das pessoas, e das coisas criadas.

Quando analisamos o conceito de honra (τιμή, timḗ) no contexto de autoridades espirituais na Bíblia, percebemos que a Escritura exorta os cristãos a demonstrarem respeito, submissão e reconhecimento aos líderes espirituais, considerando sua posição e responsabilidade na condução do rebanho de Deus.

Aspectos-chave sobre honrar autoridades espirituais, fundamentados no texto bíblico:

1. Reconhecimento do valor e da posição dada por Deus

A palavra grega τιμή implica reconhecer o valor intrínseco de uma pessoa, especialmente em função da sua posição ou serviço. Autoridades espirituais, como pastores, bispos, presbíteros e líderes, desempenham um papel importante no cuidado, ensino e orientação espiritual da comunidade cristã.

1 Timóteo 5:17, "Os presbíteros que governam bem sejam considerados merecedores de dupla honra [τιμῆς διπλῆς, timḗs diplḗs], principalmente os que trabalham na pregação e no ensino."

Aqui, "dupla honra" se refere tanto ao respeito devido à sua posição quanto ao sustento material que a comunidade deve oferecer, reconhecendo a importância de seu trabalho para o bem-estar espiritual da igreja.

2. Submissão e obediência em respeito à sua liderança

Honrar líderes espirituais também envolve submissão voluntária e obediência às suas orientações, desde que estejam alinhadas com a Palavra de Deus. O grego bíblico enfatiza a importância de seguir aqueles que cuidam das almas.

Hebreus 13:17 "Obedeçam aos seus líderes e submetam-se a eles, pois cuidam das suas almas como quem deve prestar contas; para que façam isso com alegria e não gemendo, pois isso não seria útil para vocês."

A submissão aos líderes espirituais é uma forma de reconhecer a autoridade que Deus lhes conferiu. Isso não significa veneração excessiva, mas um respeito sincero e apoio às suas funções.

3. Cuidado em não difamar ou criticar injustamente

Honrar também significa proteger a reputação dos líderes espirituais, evitando fofocas, acusações infundadas ou desrespeito público. O Novo Testamento ressalta a gravidade de levantar acusações contra um líder sem evidências claras.

1 Timóteo 5:19 "Não aceite acusação contra um presbítero, senão com duas ou três testemunhas."

Contexto: Esse mandamento reflete a seriedade de tratar com justiça e respeito aqueles que lideram espiritualmente. Honra envolve discernimento e cuidado em como se fala sobre os líderes.

4. Sustento material como expressão de honra

A honra a líderes espirituais também é expressa pelo cuidado material, reconhecendo que muitos dedicam suas vidas integralmente ao ministério.

Gálatas 6:6 "Aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui."

Contexto: A comunidade cristã é incentivada a apoiar financeiramente seus líderes espirituais como expressão de gratidão e reconhecimento por seu trabalho no ministério.

5. Respeito à vocação divina

A honra às autoridades espirituais vai além do indivíduo; está relacionada à obediência a Deus, que é quem institui a liderança. Rejeitar ou desrespeitar um líder espiritual, quando este age em conformidade com a Palavra, é considerado um ato de desonra ao próprio Deus.

1 Tessalonicenses 5:12-13 "Agora, lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que trabalham arduamente entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima [ὑπερεκπερισσοῦ, hyperekperissou, em grande honra] com amor, por causa do trabalho deles."

A igreja é exortada a reconhecer o peso e o esforço do trabalho espiritual realizado pelos líderes, tratando-os com respeito e amor:

Aplicações práticas: Respeito público e privado: Demonstrar honra através de palavras e ações, tanto na presença quanto na ausência do líder espiritual.

Apoio emocional e espiritual: Orar pelos líderes e oferecer encorajamento em tempos de desafios.

Sustento material: Contribuir para que possam servir sem preocupações com sustento básico.

Evitar críticas destrutivas: Ser cuidadoso ao abordar falhas percebidas, promovendo diálogo respeitoso em vez de confronto público.

No grego bíblico, "τιμή" encapsula o valor de reconhecer, respeitar e sustentar aqueles que Deus estabeleceu como autoridades espirituais. Honrá-los reflete um coração que deseja cumprir os mandamentos de Deus com integridade e gratidão.

A afirmação de que ofertar e honrar financeiramente um líder espiritual é equivalente a honrar a Deus pode ser interpretada de forma correta, desde que seja contextualizada com equilíbrio e baseada nos princípios bíblicos. Vamos esclarecer como isso pode ser afirmado biblicamente e onde estão os limites para evitar mal-entendidos.

1. Reconhecendo o papel do líder espiritual como representante de Deus

A Bíblia ensina que honrar líderes espirituais é, de certa forma, honrar a Deus, pois eles foram instituídos por Ele para cuidar de Sua obra. Quando os apoiamos, reconhecemos a autoridade e o propósito divino em suas vidas.

Mateus 10:40-42 "Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou."

Jesus ensina que honrar aqueles que são enviados em Seu nome é o mesmo que honrá-lo. Esse princípio se aplica também a líderes espirituais, pois são enviados para ministrar à igreja.

1 Tessalonicenses 5:12-13 "Agora, lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que trabalham arduamente entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima com amor, por causa do trabalho deles."

O reconhecimento e o respeito aos líderes espirituais são ligados diretamente ao serviço que eles prestam em nome de Deus.

2. Sustento financeiro como parte da honra

O Novo Testamento afirma que apoiar financeiramente os líderes espirituais é uma forma legítima de honrá-los, e isso agrada a Deus.

Gálatas 6:6 "Aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui."

Este versículo estabelece um vínculo direto entre receber instrução espiritual e contribuir financeiramente como expressão de gratidão.

1 Timóteo 5:17-18 "Os presbíteros que governam bem sejam considerados merecedores de dupla honra, principalmente os que trabalham na pregação e no ensino. Pois a Escritura diz: 'Não amordace o boi enquanto ele está debulhando o cereal' e 'O trabalhador é digno do seu salário.'"

A "dupla honra" inclui o sustento financeiro, reforçando que isso é um princípio justo e bíblico.

3. Ofertar como uma expressão de adoração e honra a Deus

A oferta, independentemente do destinatário, é vista na Bíblia como uma forma de adoração a Deus. Quando contribuímos para líderes espirituais, estamos apoiando a obra de Deus e demonstrando gratidão pelo cuidado espiritual que Ele proveu por meio deles.

Filipenses 4:18 "Recebi tudo, e o que tenho é mais do que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os dons que vocês enviaram. Eles são uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus."

Paulo compara as ofertas recebidas a um sacrifício agradável a Deus, enfatizando que o sustento dos líderes espirituais é uma forma de honrar o próprio Deus.

4. Limites e precauções

Embora seja verdade que honrar financeiramente líderes espirituais é uma forma de honrar a Deus, é essencial lembrar que:

A intenção importa: A oferta deve ser feita com um coração genuíno, não por obrigação ou para obter favor humano (2 Coríntios 9:7).

Evitar idolatria: Honrar um líder espiritual não significa colocá-lo no lugar de Deus. Eles são servos de Deus, e toda honra deve, em última instância, apontar para Ele.

Uso adequado das ofertas: Líderes espirituais devem administrar os recursos com responsabilidade, para que a honra financeira realmente sirva à obra de Deus.

Ofertar e honrar financeiramente um líder espiritual pode ser visto como honrar a Deus, pois é um reconhecimento da autoridade e da obra de Deus na vida daquele líder. No entanto, essa prática deve ser equilibrada, feita com discernimento e com o propósito de glorificar a Deus, não de exaltar pessoas ou compra de benefícios pessoais.

É coerente afirmar que o princípio de honrar autoridades espirituais, especialmente por meio de ofertas e reconhecimento, é um dos fundamentos mais atacados pelo inimigo. Isso se deve à sua importância estratégica no crescimento espiritual dos crentes, na edificação da Igreja e no avanço do Reino de Deus.

Por que esse princípio é tão atacado?

Ataques à Unidade e à Ordem Espiritual

O inimigo busca semear divisões entre líderes espirituais e suas comunidades, gerando desconfiança, críticas e desonra. Isso enfraquece a autoridade dos líderes, prejudica a harmonia da igreja e mina o impacto espiritual da liderança.

Hebreus 13:17 "Obedeçam aos seus líderes e submetam-se a eles, pois cuidam das suas almas como quem deve prestar contas."

O diabo ataca essa submissão porque ela é essencial para o crescimento espiritual.

Desvalorização da Unção e da Liderança

O reconhecimento do valor espiritual dos líderes está diretamente ligado à capacidade de receber da unção sobre suas vidas. Quando a honra é comprometida, a autoridade espiritual e a unção que fluem por meio deles também são menos eficazes.

Mateus 13:57-58 "E escandalizavam-se dele. Mas Jesus lhes disse: 'Um profeta só não é estimado em sua própria terra e em sua própria casa.' E não realizou muitos milagres ali, por causa da incredulidade deles."

A falta de honra impede o mover de Deus, um padrão que o inimigo tenta perpetuar.

Distorção do Princípio da Honra

O diabo busca distorcer o princípio da honra, promovendo dois extremos:

Desonra: Negligência, críticas e rejeição dos líderes.

Idolatria: Exaltação excessiva, que desvia a glória de Deus e promove abusos espirituais.

O equilíbrio da honra é crucial para que o princípio seja eficaz e permaneça alinhado aos propósitos de Deus.

Bloqueio ao Crescimento Pessoal e Coletivo

Honrar líderes espirituais com palavras, atitudes e recursos financeiros desbloqueia bênçãos e crescimento espiritual, tanto no nível individual quanto comunitário. Ataques a esse princípio buscam impedir esse avanço.

1 Timóteo 5:17-18 "Os presbíteros que governam bem sejam considerados merecedores de dupla honra."

O inimigo sabe que enfraquecer o respeito por essa estrutura prejudica o funcionamento saudável da igreja.

Como os ataques se manifestam?

Críticas e murmurações: Espalhar fofocas, desconfiança ou acusações infundadas contra líderes.

Cultura de desonra: Desvalorização da autoridade espiritual em nome de uma falsa igualdade ou rebeldia.

Materialismo e avareza: Distorcer a percepção sobre o sustento financeiro dos líderes, promovendo críticas a ofertas e dízimos.

Egoísmo espiritual: Resistência à submissão e ao apoio aos líderes, ignorando que isso faz parte do plano de Deus.

Estratégias para proteger esse princípio:

Ensinar sobre honra à luz da Bíblia: Promover o entendimento correto do princípio de honrar autoridades espirituais como uma prática que glorifica a Deus.

Viver em humildade e obediência: Reconhecer que líderes são imperfeitos, mas instituídos por Deus para edificar a igreja.

Orar pelos líderes espirituais: Fortalecer sua autoridade e protegê-los de ataques espirituais.

Promover a cultura do Reino: Encorajar um ambiente de respeito e apoio mútuo, evitando a crítica destrutiva e a murmuração.

O princípio da honra, especialmente relacionado às autoridades espirituais, é, sem dúvida, um dos alvos prioritários do diabo, porque está profundamente conectado ao crescimento espiritual, à unidade da igreja e ao fluir da unção de Deus. Como cristãos, é essencial proteger e praticar esse princípio com equilíbrio e sabedoria, entendendo que honrar os líderes é uma forma poderosa de fortalecer a Igreja e glorificar a Deus.

Sendo assim, devemos também:

Honrar e respeitar autoridades civis e militares, assim como autoridades espirituais, pois toda autoridade é instituída por Deus para manter a ordem, promover a justiça e servir ao bem comum. No entanto, o contexto e os limites dessa honra são importantes, especialmente quando se trata de agir em conformidade com a vontade de Deus.

Fundamentos Bíblicos para Honrar Autoridades Civis e Militares:

1. Reconhecer que a autoridade é instituída por Deus

A Bíblia afirma que as autoridades são designadas por Deus para exercerem o governo sobre as nações e manterem a justiça.

 Romanos 13:1-7 (NAA - Nova Almeida Atualizada): 1 Sujeite-se toda pessoa às autoridades superiores, porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.

2 Assim, aquele que se opõe à autoridade resiste ao mandamento de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.

3 Porque os governantes não são para os que fazem o bem, e sim para os que fazem o mal. Você quer viver sem medo da autoridade? Faça o bem, e você terá elogios dela,

4 porque a autoridade é serva de Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então tenha medo, porque não é sem motivo que a autoridade traz a espada. Pois é serva de Deus, e vingadora para castigar quem pratica o mal.

5 Portanto, é necessário que vocês se submetam à autoridade, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.

6 É também por isso que vocês pagam impostos, porque as autoridades são servos de Deus, atendendo constantemente a esse serviço.

7 Paguem a todos o que lhes é devido: a quem imposto, imposto; a quem tributo, tributo; a quem temor, temor; a quem honra, honra.

Outros Versículos:

1 Pedro 2:13-17 "Sujeitem-se, por causa do Senhor, a toda autoridade humana, seja ao rei, como soberano, seja aos governadores, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Porque assim é a vontade de Deus: que, pela prática do bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. Como pessoas livres que são, não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus. Tratem todos com honra, amem os irmãos na fé, temam a Deus, honrem o rei."

Tito 3:1 "Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, que sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra."

Provérbios 24:21

"Tema o Senhor, meu filho, e o rei, e não se associe aos dissidentes."

1 Timóteo 2:1-2 "Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda piedade e respeito."

Eclesiastes 8:2 "Obedeça à ordem do rei, por causa do juramento feito a Deus."

Esses versículos ensinam que devemos honrar e nos submeter às autoridades instituídas por Deus, sejam civis, militares ou outras, como um ato de obediência a Ele. Essa submissão deve ser feita com consciência e em harmonia com a vontade de Deus, que é a autoridade suprema.

Leonardo Lima Ribeiro 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

O maior beneficio do evangelho(L11)



O Benefício do Evangelho no Tempo Presente: O Fruto do Espírito
O Evangelho de Cristo transforma o ser humano em sua totalidade. No tempo presente, o principal benefício do Evangelho é a manifestação do Fruto do Espírito na vida do cristão, conforme ensinado em:

Gálatas 5:22-23: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.”

Paulo escreveu aos gálatas para confrontar a influência de falsos mestres que estavam impondo o legalismo judaico aos gentios cristãos, afirmando que era necessário seguir a Lei de Moisés, além de crer em Cristo, para alcançar a salvação. Em resposta, Paulo reafirma que a salvação vem pela graça por meio da fé (Gálatas 2:16) e que uma vida no Espírito substitui a necessidade de se viver segundo a lei.

O fruto do Espírito é, portanto, o resultado da ação regeneradora do Espírito Santo em contraste com as "obras da carne" (Gálatas 5:19-21). Ele reflete o caráter de Cristo sendo formado no crente enquanto ele vive na temporalidade. Sem o fruto do Espírito, todas as conquistas humanas, riquezas e prazeres tornam-se vazios e transitórios, como afirma Salomão:

“Vaidade de vaidades, diz o Pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.” (Eclesiastes 1:2).

Aplicação Prática do Fruto do Espírito no Presente:

Amor (Ágape): Amar como Deus ama, sacrificando-se pelo bem do próximo (João 13:34-35).

Alegria (Chara): Uma alegria inabalável que vem da comunhão com Deus (Filipenses 4:4).

Paz (Eirene): Tranquilidade em meio às tempestades da vida (João 14:27).

Paciência (Makrothumia): A capacidade de suportar com esperança (2 Pedro 3:9).

Amabilidade e Bondade: Refletem a benignidade divina (Efésios 4:32).

Fidelidade, Mansidão e Domínio Próprio: Mostram uma vida submissa ao controle de Deus 
(2 Timóteo 1:7).

No presente, a presença do fruto do Espírito nos capacita a viver uma vida plena, mesmo no meio de um mundo corrompido e passageiro.

O Benefício do Evangelho na Eternidade: Vida Eterna

Após a morte, o Evangelho nos oferece o benefício supremo: a vida eterna em comunhão com Deus, sem tristeza, dor ou lágrimas. Em Apocalipse 21:4, o apóstolo João descreve a eternidade:

“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.”

João escreveu o Apocalipse em um contexto de intensa perseguição à Igreja durante o governo de Domiciano (cerca de 95 d.C.). Esse texto é parte da visão final, onde Deus revela a consumação do plano da redenção: um novo céu e uma nova terra. Ele descreve a vitória final dos santos e o estabelecimento de um estado eterno de perfeita alegria e comunhão com Deus.

A vida eterna não é apenas a ausência do sofrimento, mas a presença de plenitude e gozo eterno. Jesus Cristo descreveu essa vida em:

João 17:3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

A Glória da Eternidade

Ausência do Pecado e Suas Consequências: Não haverá mais pecado, e, portanto, não haverá mais morte ou separação de Deus (Romanos 6:23).

Comunhão Plena com Deus: Os redimidos estarão face a face com Deus (1 Coríntios 13:12).

Herança Eterna: Os fiéis receberão a plenitude do Reino preparado por Deus (Mateus 25:34).

A Conexão Entre Presente e Futuro

O Evangelho não apenas transforma a vida presente, mas também nos prepara para a eternidade. A manifestação do fruto do Espírito agora é um prenúncio da perfeição futura, quando seremos plenamente conformados à imagem de Cristo:

“Mas a nossa cidadania está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses 3:20)

Assim, viver uma vida no Espírito não apenas traz benefícios imediatos, mas garante uma colheita eterna:

“Quem semeia para agradar o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” (Gálatas 6:8).

O Evangelho transforma o presente e garante a eternidade. No tempo presente, o fruto do Espírito nos capacita a viver de forma significativa, mortificando as vaidades do coração. Na eternidade, o Evangelho nos dá a recompensa final: a vida eterna ao lado de Deus. Não há maior benefício do que viver agora na plenitude do Espírito e, depois, desfrutar da plenitude da glória com Aquele que nos amou primeiro:

“Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19).

Na Europa, muitas vezes parece que as pessoas não têm necessidade de nada. Elas desfrutam de estabilidade econômica, sistemas de saúde eficientes, acesso à educação e uma qualidade de vida geralmente elevada. Contudo, mesmo em meio a toda essa abundância material, sem Jesus Cristo, elas continuam espiritualmente mortas. Como declara Jesus em João 14:6: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." Essa vida abundante que Cristo oferece não pode ser suprida por bens materiais ou pelo conforto humano.

A Bíblia ensina que a verdadeira vida está em Cristo. Sem Ele, mesmo a vida mais próspera é, na realidade, morte espiritual. Em Efésios 2:1-5, Paulo escreve: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo [...]. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça sois salvos." Este texto contextualiza a condição da humanidade sem Cristo: mortos em pecado, mas vivificados pela graça divina.

A vida sem Jesus é morte, e a morte com Ele é vida. Como Paulo diz em Filipenses 1:21: "Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro." Este versículo expressa a perspectiva cristã de que a morte física não é o fim, mas o começo de uma vida eterna em comunhão plena com Deus.

Os benefícios temporais que recebemos de Deus – saúde, trabalho, relacionamentos e outros aspectos da vida – são expressões da graça comum, que Ele concede tanto a justos quanto a injustos (cf. Mateus 5:45). Contudo, eles são incompletos e passageiros, como nos lembra Tiago em Tiago 4:14: "Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa." Em contraste, os benefícios eternos em Cristo são perfeitos e duradouros, como prometido em João 10:28: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão."

João 14:6: Jesus fez essa afirmação em um momento de grande tensão, pouco antes de sua crucificação. Ele estava preparando os discípulos para sua partida, assegurando-lhes que Ele é a única via para Deus. A linguagem reflete exclusividade e autoridade divina.

Efésios 2:1-5: O apóstolo Paulo escreveu esta carta enquanto estava preso em Roma, dirigindo-se aos cristãos de Éfeso. O texto enfatiza a transformação radical que ocorre na salvação, saindo da morte espiritual para a vida em Cristo. O verbo "vivificar" é usado no tempo passado, indicando a ação já realizada por Deus.

Filipenses 1:21: Esta carta foi escrita por Paulo também em uma prisão, refletindo sua alegria em Cristo mesmo diante da possibilidade de morte. A expressão "o viver é Cristo" resume a centralidade de Jesus na vida do apóstolo.

Tiago 4:14: Tiago, um dos líderes da igreja primitiva, escreve de forma prática e pastoral, lembrando os crentes da fragilidade e imprevisibilidade da vida terrena, comparando-a à neblina.

João 10:28: Aqui, Jesus afirma sua autoridade divina como o bom pastor que garante a segurança eterna de suas ovelhas. O contexto reforça sua missão messiânica e seu poder sobre a vida e a morte.

A vida nos países ricos é tão ilusória quanto nos países pobres. A diferença está no nível de poder aquisitivo, que permite aos ricos saciar com maior facilidade as vaidades terrenas. Contudo, essas vaidades não preenchem o vazio espiritual do coração humano, pois como afirma Salomão em Eclesiastes 1:2: "Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade." Esta reflexão evidencia a transitoriedade e a futilidade das coisas terrenas quando separadas de um propósito eterno em Deus.

Mesmo aqueles que possuem riquezas abundantes enfrentam a insatisfação de uma vida sem Cristo. Em Lucas 12:15, Jesus alerta: "Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui." O texto reflete a verdade de que, independentemente da prosperidade material, a vida plena só pode ser encontrada em Deus.

Tanto nos países ricos quanto nos pobres, a busca por riquezas ou por sobrevivência pode desviar o coração humano de sua real necessidade: reconciliação com Deus. Como Jesus ensina em Mateus 6:19-21: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu [...]. Pois onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração." Aqui, Jesus orienta seus seguidores a focarem no eterno em vez de se prenderem às coisas passageiras.

Ricos e pobres são igualmente dependentes da graça divina, pois nenhum recurso terreno pode garantir a salvação. Em Provérbios 11:4, lemos: "As riquezas de nada aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte." Este versículo ressalta que, no dia do juízo, somente a justiça em Cristo terá valor.

Eclesiastes 1:2: O livro de Eclesiastes, atribuído a Salomão, é uma reflexão filosófica sobre o sentido da vida. A expressão "vaidade de vaidades" traduz a palavra hebraica hebel, que significa "vapor" ou "fumaça", simbolizando algo efêmero e sem substância. O autor explora como tudo neste mundo é transitório sem Deus.

Lucas 12:15: Esta declaração de Jesus ocorre no contexto de uma parábola sobre o rico insensato, que acumulava bens para si mesmo sem considerar sua mortalidade. A advertência de Jesus visa expor a futilidade da avareza e a necessidade de buscar a verdadeira riqueza espiritual.

Mateus 6:19-21: Parte do Sermão do Monte, este trecho reflete a ética do reino de Deus. Jesus contrasta os tesouros terrenos, que são vulneráveis à decadência, com os tesouros celestiais, que são eternos e seguros. Ele usa linguagem figurada para destacar a importância de valores espirituais.

Provérbios 11:4: Escrita como parte dos provérbios sapienciais de Salomão, esta passagem reflete a teologia do Antigo Testamento, que liga a justiça com a obediência a Deus. O contraste entre as riquezas terrenas e a justiça divina é enfatizado como questão de vida e morte.

Este texto nos mostra que, em qualquer circunstância – seja na abundância dos países ricos ou na luta diária dos países pobres –, a ilusão de segurança terrena jamais pode substituir a verdadeira vida em Cristo. Somente Ele é capaz de trazer significado e plenitude, pois como declara o salmista em Salmos 16:11: "Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente."

Eu sou pleno do amor daquele que me amou primeiro, Jesus Cristo. Como está escrito em 1 João 4:19: "Nós amamos porque Ele nos amou primeiro." Esse amor é a base de toda nossa relação com Deus, pois não é algo que nasce de nós mesmos, mas uma resposta ao amor incondicional e sacrificial de Cristo. Seu amor nos alcançou quando ainda éramos pecadores, como ensina Romanos 5:8: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores."

A igreja de Cristo é uma comunidade unida pelo Espírito Santo. Não importa onde estejamos fisicamente, pois somos um só corpo em Cristo. Como Paulo escreve em 1 Coríntios 12:12-13: "Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só Espírito todos nós fomos batizados em um corpo [...]." Essa união espiritual transcende barreiras geográficas, culturais ou sociais.

Por meio do Espírito Santo, a igreja se mantém em comunhão, refletindo a oração de Jesus em João 17:21: "A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." A unidade da igreja é um testemunho vivo do amor de Deus ao mundo.

Estejam conosco em Espírito, pois, como ensina Jesus em Mateus 18:20: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles." A presença de Cristo não depende de um lugar físico, mas da reunião dos seus seguidores em unidade e fé.

1 João 4:19 afirma: "Nós amamos porque Ele nos amou primeiro." Esse versículo está inserido no contexto de uma carta pastoral do apóstolo João, escrita com o objetivo de reafirmar as bases do verdadeiro evangelho e da vida cristã, especialmente em um período de ameaças à unidade da igreja devido a falsos ensinamentos.

A carta de 1 João foi provavelmente escrita no final do primeiro século d.C., em um momento em que a igreja estava enfrentando desafios significativos, como o surgimento de heresias, incluindo o gnosticismo. Os gnósticos negavam aspectos centrais da fé cristã, como a encarnação de Cristo, afirmando que a matéria era intrinsecamente má e que a salvação se dava por meio de um conhecimento especial (gnosis), em vez da obra redentora de Cristo.

Esses falsos ensinamentos estavam causando divisão entre os cristãos, levando muitos a duvidarem do amor de Deus e da autenticidade de sua salvação. João, como líder pastoral, escreve para corrigir esses erros e reafirmar a verdade do evangelho, centrada no amor de Deus e na obra de Jesus Cristo.

1 João 4:19 faz parte de um trecho maior (1 João 4:7-21) que enfatiza o amor como a marca distintiva do cristão. Nesse bloco, João apresenta Deus como a fonte e definição do amor: "Deus é amor" (1 João 4:8). Ele também explica como esse amor foi manifestado: através do envio de Jesus como propiciação pelos nossos pecados (1 João 4:10).

A frase "Nós amamos porque Ele nos amou primeiro" aparece como uma conclusão dessa exposição. O amor cristão não é iniciado pelo homem, mas é uma resposta ao amor de Deus. Ele tomou a iniciativa enviando Cristo ao mundo para nos salvar, e nossa capacidade de amar, tanto a Deus quanto ao próximo, depende desse amor divino.

O amor de Deus é a fonte de toda relação espiritual: A frase "Ele nos amou primeiro" destaca a iniciativa de Deus. Isso reflete a doutrina da graça, onde Deus age em favor da humanidade antes que ela seja capaz de buscá-Lo. Como em Romanos 5:8, Deus nos ama enquanto ainda somos pecadores.

Amor como resposta e evidência: O verbo grego usado para "amamos" (agapōmen) indica tanto uma ação contínua quanto uma condição que surge como fruto do amor divino. Nosso amor não é apenas um sentimento, mas uma ação que reflete a natureza de Deus em nós.

Contraste com o amor humano: No contexto da carta, João contrapõe o amor genuíno, baseado no caráter de Deus, com o falso amor proclamado pelos heréticos. Esses falsos mestres falavam de conhecimento e espiritualidade, mas suas vidas estavam desprovidas de amor sacrificial e prático.

Segurança na iniciativa divina: O amor de Deus não depende de nossos méritos. Saber que Ele nos amou primeiro traz segurança à nossa fé, especialmente em tempos de dúvida.
Chamado à prática do amor: O amor cristão é reflexo do caráter divino. João insiste que, se somos amados por Deus, devemos amar uns aos outros como evidência de que permanecemos n’Ele (1 João 4:11-12).

União com Deus: O amor de Deus não é apenas uma doutrina, mas uma realidade que transforma nossas vidas e relacionamentos. Quando respondemos ao amor de Deus, entramos em comunhão mais profunda com Ele.

Conexões com outros textos bíblicos (Pegue sua bíblia e vamos conferir)

João 3:16: O amor de Deus é demonstrado em seu ato supremo de enviar Jesus para dar vida eterna.
Deuteronômio 7:7-8: Assim como Deus escolheu Israel por amor, e não por mérito, Ele também nos ama primeiro e nos chama a responder.

Efésios 2:4-5: Paulo enfatiza a iniciativa do amor de Deus em nos vivificar, mesmo estando mortos em nossos pecados.

O amor mencionado em 1 João 4:19 é central para a fé cristã. Ele aponta para a iniciativa soberana de Deus em estabelecer um relacionamento conosco, independentemente de nossas falhas ou méritos. Esse amor divino é transformador, pois nos capacita a amar genuinamente a Deus e ao próximo, refletindo a natureza de Cristo no mundo.

Romanos 5:8: Paulo escreve aos cristãos em Roma para explicar a profundidade do evangelho. Este versículo sublinha que o amor de Deus é incondicional e demonstrado pela morte de Cristo em favor de pecadores, não por méritos humanos.

1 Coríntios 12:12-13: O apóstolo Paulo usa a metáfora do corpo para descrever a diversidade e unidade da igreja. A menção ao "batismo em um só Espírito" aponta para a obra do Espírito Santo, que une todos os cristãos em uma só família espiritual.

João 17:21: Este versículo é parte da oração sacerdotal de Jesus, momentos antes de sua crucificação. A unidade entre os crentes é retratada como reflexo da unidade divina entre o Pai e o Filho, com o propósito de demonstrar ao mundo a autenticidade do evangelho.

Mateus 18:20: Este texto aparece no contexto de instruções sobre a vida comunitária da igreja, destacando a importância da reunião em nome de Jesus. A frase "ali estou no meio deles" revela a presença espiritual de Cristo entre seus seguidores.

O amor de Cristo é a fonte de nossa plenitude e comunhão. Nele, somos um só corpo, unidos pelo Espírito Santo, independentemente das barreiras físicas ou circunstanciais. Como a Palavra declara em Efésios 4:4-6: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos."

Jesus seja louvado na sua vida



Leonardo Lima Ribeiro 

A benção da contribuição voluntária

  O Novo Testamento apresenta diversas passagens que abordam o sustento financeiro dos apóstolos e daqueles que dedicavam suas vidas ao mini...