(Innsbruck, Áustria)
Portanto, a verdadeira mudança e a verdadeira justiça vêm de viver em conformidade com os princípios do Reino de Deus, agindo com integridade, amor e discernimento. Este chamado para viver segundo os valores do Reino não é apenas uma opção, mas uma responsabilidade que cada cristão deve assumir em sua caminhada diária. Os princípios do Reino de Deus são profundamente enraizados na verdade, na justiça e na compaixão, e nossa adesão a eles transforma tanto nossas vidas quanto as comunidades ao nosso redor.
Integridade é um alicerce essencial do caráter cristão. Ela implica em viver de maneira honesta e coerente com os ensinamentos de Jesus, independentemente das circunstâncias. A integridade nos chama a ser verdadeiros tanto em público quanto em privado, a manter nossa palavra e a agir de maneira justa. Provérbios 11:3 nos lembra que "A integridade dos justos os guia, mas a falsidade dos infiéis os destrói." A integridade, portanto, não é apenas uma virtude pessoal, mas uma força transformadora que guia nossas ações e influencia positivamente aqueles ao nosso redor.
O amor é o mandamento central de Cristo e o núcleo dos princípios do Reino de Deus. Jesus ensinou que devemos amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-39). Este amor não é um sentimento passageiro, mas uma decisão ativa de buscar o bem-estar dos outros, mesmo à custa de nossos próprios interesses. O amor verdadeiro é paciente, bondoso e sacrificial, refletindo a natureza de Deus. Em 1 Coríntios 13:4-7, Paulo descreve as características desse amor: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Agir com amor, especialmente em tempos de conflito e adversidade, é uma poderosa testemunha do poder transformador de Cristo em nossas vidas.
Discernimento é crucial para navegar pelas complexidades da vida. O discernimento espiritual, que vem do Espírito Santo, nos capacita a distinguir entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, e a tomar decisões sábias que honram a Deus. Em Filipenses 1:9-10, Paulo ora para que o amor dos crentes "aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor." O discernimento nos ajuda a ver além das aparências superficiais e a entender as motivações e consequências das ações, permitindo-nos agir com justiça e compaixão.
Quando enfrentamos situações de injustiça ou desonestidade, a nossa resposta deve ser sempre guiada pelo Espírito Santo. Ele nos capacita a agir com sabedoria e compaixão, mesmo diante das adversidades. Isso significa que, ao invés de reagir impulsivamente ou com ressentimento, buscamos a orientação divina para nossas ações. Em Tiago 1:5, somos encorajados a pedir sabedoria a Deus, que a concede generosamente a todos os que pedem com fé. Essa sabedoria divina nos ajuda a responder de maneira que reflita o caráter de Cristo, promovendo a reconciliação e a justiça.
Agir com sabedoria e compaixão não significa ignorar a injustiça ou ser passivo diante do mal. Pelo contrário, significa confrontar o erro com a verdade, mas fazê-lo de uma maneira que construa e edifique, ao invés de destruir. Jesus nos mostrou que é possível ser firme na verdade e ao mesmo tempo ser profundamente amoroso e compassivo. Ele confrontou os fariseus e líderes religiosos com coragem, mas também ofereceu perdão e restauração aos pecadores arrependidos. Este equilíbrio é fundamental para efetuar mudanças duradouras e justas em nossa sociedade.
A verdadeira mudança e a verdadeira justiça são alcançadas quando vivemos em conformidade com os princípios do Reino de Deus. Agir com integridade, amor e discernimento é não apenas um reflexo de nosso compromisso com Cristo, mas também uma poderosa influência transformadora em nosso mundo. Ao permitir que o Espírito Santo nos guie, respondemos às adversidades com sabedoria e compaixão, promovendo a justiça e a paz que são marcas do Reino de Deus. Dessa maneira, honramos a Deus e testemunhamos Seu amor e graça a todos ao nosso redor.
Achando que estou fazendo justiça ao derrubar um ministério ou pessoas, acabarei sendo atingido de volta. A Bíblia nos adverte claramente sobre os perigos do julgamento precipitado e da vingança. Em Mateus 7:1-2, Jesus diz: "Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês." Este ensino nos lembra que a justiça verdadeira não é alcançada através de ações punitivas ou destrutivas, mas sim através do amor, da compaixão e do discernimento.
Quando julgamos os outros com severidade e buscamos derrubar seus ministérios ou vidas, estamos, na verdade, assumindo um papel que pertence unicamente a Deus. Deus é o justo juiz, e Ele vê e conhece todas as coisas, incluindo os corações e motivações das pessoas. Quando tentamos tomar a justiça em nossas próprias mãos, frequentemente falhamos em ver o quadro completo e acabamos causando mais dano do que benefício. Isso porque nossas ações são muitas vezes motivadas por orgulho, ressentimento ou mal-entendidos, e não pela justiça divina.
A advertência de Jesus sobre não lançar pérolas aos porcos, encontrada em Mateus 7:6, também é aplicável aqui. Ele diz: "Não deem aos cães o que é sagrado; não atirem suas pérolas aos porcos. Caso contrário, estes as pisarão, e aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão." Este versículo ilustra a insensatez de desperdiçar o que é precioso com aqueles que não podem ou não querem apreciá-lo. Aplicado ao julgamento, significa que nossas tentativas de impor justiça ou correção em situações inadequadas ou de maneira imprópria podem resultar em reações adversas, prejudicando a nós mesmos e aos outros.
Em Romanos 12:19, Paulo nos exorta: "Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor." Aqui, somos chamados a confiar na justiça de Deus em vez de buscar a nossa própria retribuição. Isso não significa que devemos ignorar o pecado ou a injustiça, mas que devemos abordar essas questões com uma atitude de humildade e graça, confiando que Deus agirá no tempo e da maneira correta.
Além disso, o princípio de que "a pedra que lançamos retornará para nós" é uma reflexão sobre a lei da semeadura e colheita, como descrito em Gálatas 6:7-8: "Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna." Nossas ações e atitudes têm consequências. Quando semeamos julgamento, crítica e divisão, colhemos os mesmos em retorno. Quando semeamos misericórdia, perdão e reconciliação, colhemos os frutos da paz e da justiça.
A verdadeira justiça e mudança vêm de um coração transformado pelo Espírito Santo, que busca refletir o caráter de Cristo em todas as suas ações. Jesus nos ensinou a amar nossos inimigos e a orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44). Ele nos mostrou que a força do amor e da misericórdia tem o poder de transformar vidas e curar corações feridos.
Portanto, ao invés de buscar derrubar outros em nome da justiça, devemos nos empenhar em ser agentes de reconciliação e paz. Em 2 Coríntios 5:18-19, Paulo escreve: "Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a mensagem da reconciliação." Este é o chamado para cada cristão: promover a reconciliação, não a divisão; buscar restaurar, não destruir.
Em última análise, seremos julgados pela mesma medida que usamos para julgar os outros. Nosso chamado é viver em humildade, sempre conscientes de nossa própria necessidade de graça e perdão, e dispostos a estender essa mesma graça aos outros. Ao fazermos isso, honramos a Deus e contribuímos para a edificação do Seu Reino na terra.
Isso não significa ser um negacionista das situações de ultraje ou injustiça. Não é ignorar que você foi injustiçado ou prejudicado, mas entender que é melhor perdoar, mesmo sem concordar, e seguir em frente com aquilo em que você acredita. Deus é o juiz e Ele cuidará da Sua igreja.
Reconhecer a realidade da injustiça é um passo essencial na jornada de cura e reconciliação. A Bíblia é clara em relação à justiça de Deus e à importância de lidar com o pecado e a injustiça de maneira adequada. Em Miqueias 6:8, lemos: "Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com o seu Deus." Este versículo ressalta o equilíbrio entre a justiça e a misericórdia, e a importância de andar em humildade diante de Deus.
Perdoar não significa que concordamos com a injustiça ou que ignoramos o dano causado. Pelo contrário, o perdão é uma escolha deliberada de liberar a amargura e o ressentimento, confiando que Deus trará a justiça final. Em Efésios 4:31-32, Paulo nos exorta: "Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo." O perdão é um reflexo da graça que recebemos de Deus e um passo vital para nossa própria libertação emocional e espiritual.
Seguir em frente com aquilo em que acreditamos significa manter nosso foco nas promessas e nos propósitos de Deus, apesar das adversidades. Em Filipenses 3:13-14, Paulo escreve: "Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus." Esta passagem nos incentiva a deixar para trás as mágoas e ofensas do passado e a olhar para o futuro com esperança e determinação, buscando o propósito divino para nossas vidas.
Entender que Deus é o juiz nos liberta da necessidade de buscar vingança ou retribuição. Romanos 12:19 nos lembra: "Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor." Confiar na justiça de Deus nos permite liberar o controle sobre a situação e confiar que Ele agirá de acordo com Sua sabedoria e bondade perfeitas. Deus vê todas as coisas e, em Seu tempo, trará à luz a verdade e estabelecerá a justiça.
Além disso, reconhecer Deus como o juiz nos ajuda a manter a humildade e a perspectiva correta. Jesus ensinou em Mateus 7:3-5: "Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer a seu irmão: 'Deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando há uma viga no seu? Hipócrita! Tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão." Este ensino nos chama a auto-reflexão e à humildade, reconhecendo nossas próprias falhas e a necessidade de graça, antes de apontar as falhas dos outros.
Seguir em frente com fé e confiança em Deus significa também buscar a paz e a reconciliação sempre que possível. Em Romanos 12:18, Paulo aconselha: "Se for possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todos." Este versículo nos lembra da importância de fazer tudo o que está ao nosso alcance para promover a paz, mesmo em situações de conflito e injustiça.
Assim, reconhecer e enfrentar a injustiça não nos exime da responsabilidade de perdoar e seguir em frente. O perdão é uma escolha que nos liberta do ciclo de amargura e vingança, permitindo-nos confiar na justiça divina. Deus, o juiz perfeito, cuidará de Sua igreja e trará a justiça no tempo certo. Enquanto isso, somos chamados a viver com integridade, amor e humildade, refletindo o caráter de Cristo em todas as nossas ações. Ao fazermos isso, não apenas encontramos paz e liberdade, mas também testemunhamos o poder transformador da graça de Deus em nossas vidas e na comunidade ao nosso redor.
Em uma ocasião, algumas pessoas me procuraram dizendo que eu estava amargurado por discordar de certas situações. Eu respondo que não estou amargurado, continuo não concordando, mas estou bem, vivendo minha vida. Perdoar não significa concordar com o erro; é possível perdoar sem validar a ação errada.
A distinção entre discordância e amargura é crucial para um entendimento saudável das relações e da própria vida espiritual. Discordar de uma situação ou de uma ação que julgamos errada é um direito e, muitas vezes, um dever moral. O problema surge quando essa discordância se transforma em amargura, prejudicando nossa paz interior e nossas relações com os outros. No entanto, é perfeitamente possível manter nossa integridade e convicções sem permitir que o ressentimento nos domine.
Perdoar sem concordar é um conceito que pode ser difícil de compreender e ainda mais difícil de praticar. No entanto, ele é fundamental para uma vida cristã equilibrada e saudável. Jesus exemplificou isso em Sua própria vida. Quando Ele foi crucificado, Ele orou: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo" (Lucas 23:34). Jesus não estava validando as ações dos que o crucificaram, mas estava escolhendo perdoar, demonstrando que o perdão é uma escolha independente das ações do outro.
O perdão é um ato de libertação, tanto para a pessoa que perdoa quanto para a que é perdoada. Quando perdoamos, liberamos o poder que o erro do outro tem sobre nós. Isso não significa que estamos de acordo com o que foi feito ou que minimizamos a gravidade da ação, mas que escolhemos não permitir que o ressentimento e a amargura controlem nossas vidas. Em Efésios 4:31-32, Paulo nos aconselha: "Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo."
Viver em paz consigo mesmo e com os outros, mesmo em meio a discordâncias, é uma marca de maturidade espiritual. O apóstolo Paulo nos exorta em Romanos 12:18: "Se for possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todos." Este versículo destaca a importância de fazer tudo o que está ao nosso alcance para manter a paz, reconhecendo que nem sempre é possível alcançar um consenso ou acordo completo. Viver em paz significa, em parte, aprender a perdoar sem necessariamente concordar.
A distinção entre perdoar e validar é fundamental. Validar uma ação errada significaria concordar com ela ou minimizá-la, o que não é o propósito do perdão. O perdão, na verdade, reconhece a gravidade do erro, mas escolhe não retaliar ou nutrir ressentimento. É um reflexo da graça de Deus em nossas vidas. Em Mateus 18:21-22, Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deve perdoar seu irmão. Jesus responde: "Não até sete, mas até setenta vezes sete." Isso indica que o perdão deve ser ilimitado, mesmo que a ação errada seja repetida.
Perdoar sem concordar é também um ato de fé. É confiar que Deus é o justo juiz e que Ele trará a justiça em Seu tempo. Em Romanos 12:19, somos lembrados: "Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor." Confiar na justiça divina nos libera do fardo de tentar corrigir todas as injustiças por conta própria, permitindo-nos viver em paz e seguir em frente.
Além disso, viver em paz e perdoar sem concordar permite que nossa própria vida floresça. A amargura e o ressentimento são como venenos que corroem nossa alegria e nossa saúde espiritual e emocional. Quando escolhemos perdoar, abrimos espaço para a alegria, a paz e o crescimento pessoal. Em Filipenses 4:7, Paulo fala sobre "a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus." Esta paz é um dom que recebemos quando confiamos em Deus e escolhemos perdoar.
Em conclusão, discordar de certas situações não significa estar amargurado. É possível manter nossas convicções e nossa integridade sem permitir que o ressentimento tome conta de nossos corações. Perdoar sem concordar é um princípio poderoso que Jesus nos ensinou e que nos permite viver em paz e liberdade. Ao escolher perdoar, mesmo quando não concordamos com as ações erradas, refletimos a graça de Deus em nossas vidas e nos libertamos do fardo da amargura. Confiamos que Deus, o justo juiz, cuidará de todas as coisas em Seu tempo e de Sua maneira, e continuamos a viver nossa vida com alegria e paz.
Deus te dê paz e integridade
Leonardo Lima Ribeiro
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