Gostaria de discutir um texto que escrevi em agosto de 2013 sobre missões e igreja nas casas. Encontrei esse texto recentemente em meio a algumas lembranças, o que me levou a refletir sobre a minha jornada desde então. Em particular, uma palavra profética que recebi ao ser consagrado pastor tem sido uma âncora para minha compreensão da minha chamada.
Essa palavra profética, aliada ao texto de Tito, tem sido fundamental para minha compreensão da paternidade espiritual e do papel de estabelecer líderes em diferentes contextos. O texto de Tito destaca a importância de estabelecer presbíteros que sejam exemplos de caráter e comprometimento com a verdade.
Tito 1:7-9:
Em sua carta a Tito, Paulo estabelece requisitos semelhantes para os líderes na igreja, descrevendo um bispo como alguém que é irrepreensível, marido de uma só mulher, com filhos fiéis, não acusados de dissolução ou insubordinação, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem violento, mas hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, temperante, retendo firme a palavra fiel, que é conforme a doutrina, para que seja capaz tanto de exortar com a sã doutrina como de convencer os contradizentes.
Nesta exposição, o foco está na preparação, adequação e filtragem daqueles que desejam integrar a comunidade cristã como líderes que de alguma forma se identificaram dentro de uma vocação ou chamado. É destacado que a transformação não é imposta por líderes humanos, mas ocorre pela graça de Deus. Esta dádiva está disponível a todos, mas cabe a cada indivíduo decidir se a aceitará ou rejeitará. Aqueles que resistem obstinadamente devem ser separados, pois não demonstram interesse no ethos que a comunidade cristã oferece.
No contexto bíblico, o termo "ethos" vem do grego antigo e tem significados diversos, mas geralmente está relacionado à ética, caráter ou comportamento moral de uma pessoa ou comunidade. No Novo Testamento, o termo grego "ethos" não é tão comum quanto em algumas outras áreas da literatura grega clássica, mas é relevante para entender o modo como os cristãos são chamados a viver.
O "ethos" na Bíblia, particularmente no Novo Testamento, refere-se ao padrão moral e ético que os crentes devem seguir como parte de sua vida cristã. Isso inclui a prática da justiça, amor ao próximo, humildade, honestidade, pureza e outros valores morais que são ensinados por Jesus Cristo e seus apóstolos. Por exemplo, em Efésios 4:22-24, Paulo fala sobre "despir-se do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renovardes no espírito do vosso entendimento, e vos revestirdes do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade". Esse é um exemplo do ethos cristão, que envolve a transformação do caráter para se alinhar com os princípios de Deus.
Paulo utiliza uma linguagem forte ao lidar com aqueles que resistem ao Evangelho, sugerindo que sejam "entregues a Satanás". Essa ação simboliza uma exclusão da comunidade cristã. No entanto, mesmo aqueles que foram entregues a Satanás não são excluídos para sempre. Paulo instrui a restauração à comunidade daqueles que demonstram arrependimento genuíno.
Aqui estão alguns exemplos de passagens em suas epístolas onde ele emprega uma linguagem enérgica:
Gálatas 1:6-9: Nesta passagem, Paulo expressa sua surpresa e indignação com os Gálatas por estarem se desviando do evangelho que ele pregou. Ele os adverte fortemente contra seguir um evangelho diferente, mesmo que fosse pregado por um anjo.
Gálatas 5:12: Aqui, Paulo faz uma declaração muito forte em relação aos que estavam perturbando a igreja de Gálatas, sugerindo que preferiria que aqueles que estavam ensinando doutrinas falsas sobre a circuncisão se castrassem.
1 Coríntios 5:1-5: Nesta passagem, Paulo aborda um caso de imoralidade sexual na igreja de Corinto. Ele ordena à igreja que entregue o homem que está vivendo em pecado à Satanás para destruição da carne, para que seu espírito possa ser salvo.
2 Coríntios 10:1-6: Aqui, Paulo defende sua autoridade apostólica e exorta os coríntios a obedecerem a Cristo. Ele adverte contra a desobediência e promete lidar com aqueles que se exaltam contra o conhecimento de Deus.
Esses são apenas alguns exemplos em que Paulo usa uma linguagem forte ao confrontar resistência ao evangelho ou comportamento pecaminoso dentro das igrejas que ele estava instruindo. Sua intenção ao fazer isso era corrigir, instruir e trazer arrependimento àqueles que estavam se desviando da verdade.
Portanto, é crucial discernir entre aqueles que estão abertos à transformação pela graça e aqueles que resistem obstinadamente. A paciência, o amor e a sabedoria são requisitos essenciais para lidar com cada caso individual, reconhecendo a singularidade do processo de transformação em cada pessoa.
Outros textos que Paulo fala sobre o ethos do ministro da palavra:
1 Timóteo 3:1-7:
Paulo descreve os requisitos para líderes na igreja, incluindo bispos e diáconos. Ele destaca que um bispo deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho, não violento, mas gentil, não contencioso, não ganancioso, que governe bem sua própria casa, tendo seus filhos sob disciplina com todo o respeito.
2 Timóteo 2:24-26:
Paulo instrui Timóteo sobre a maneira como um ministro da palavra deve se comportar, enfatizando a necessidade de ser amável para com todos, capaz de ensinar, paciente quando enfrenta oposição e corrigir com mansidão aqueles que estão em oposição, na esperança de que Deus possa conceder-lhes o arrependimento e o conhecimento da verdade.
2 Timóteo 4:2:
Paulo encoraja Timóteo a pregar a palavra, estar pronto em tempo e fora de tempo, repreender, corrigir e exortar com toda a paciência e doutrina. Isso ressalta a importância da perseverança e da fidelidade na ministração da palavra, independentemente das circunstâncias.
Além disso, é enfatizada a importância de valorizar o tempo. A vida é um presente precioso de Deus, e cada momento deve ser investido sabiamente em prol do Reino de Deus. Assim como Paulo dedicou seu tempo e energia para ensinar e orientar os fiéis, devemos estar dispostos a investir nosso tempo naqueles que genuinamente buscam a verdade e a transformação em Cristo.
Diferentes atitudes com diferentes tipos de pessoas:
Pessoas que desejam o Evangelho: Os ministros do Evangelho podem ser comparados a agricultores que cuidam das plantas que estão crescendo bem em seu campo. Eles nutrem e fortalecem aqueles que demonstram um desejo sincero de conhecer a Palavra de Deus, regando essas sementes espirituais por meio do ensino, do discipulado e da comunhão na fé.
Pessoas que resistem ao Evangelho: Os ministros do Evangelho enfrentam resistência daqueles que não estão receptivos à mensagem de Cristo, semelhante aos obstáculos como pragas e ervas daninhas em um campo agrícola. Nesses casos, é necessário paciência e discernimento para lidar com as situações, enquanto se mantém firme na verdade do Evangelho.
Assim como um agricultor trabalha com diferentes condições em seu campo, os ministros do Evangelho adaptam sua abordagem conforme a receptividade e a prontidão espiritual das pessoas ao seu redor. Eles continuam a semear a Palavra de Deus, confiando que Ele é quem traz o crescimento e a transformação espiritual.
Refletindo sobre o capítulo de Tito, percebo que Paulo delineia as características essenciais de um presbítero, que são implicitamente ligadas ao papel de governar e administrar a doutrina na igreja. Um presbítero, que também pode ser entendido como um pastor ou bispo, deve ser mais do que habilidoso em suas funções; seu caráter é de suma importância. Enquanto a habilidade de ensinar é necessária e pode ser desenvolvida, as outras qualidades são intrínsecas ao caráter do indivíduo.
Paulo destaca que o caráter é uma prioridade para o ministro do Evangelho. Não é apenas uma parte, mas o aspecto mais importante de seu serviço. Se as características dos líderes de uma igreja não correspondem às diretrizes delineadas por Paulo em pelo menos 50%, surge uma questão crucial: Jesus deseja que permaneçamos nessa igreja?
Filipenses 2:3-4 (Paulo): "Não façam nada por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros."
1 Timóteo 3:1-7 (Paulo): Nestes versículos, Paulo descreve os requisitos para líderes na igreja, incluindo qualidades de caráter como sobriedade, dignidade, não ser violento, nem amante do dinheiro, ser hospitaleiro, não ser dado ao vinho, nem violento, mas gentil, não briguento, nem avarento.
Gálatas 5:22-23 (Paulo): "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei."
Mateus 23:25-28 (Jesus): Neste trecho, Jesus repreende os líderes religiosos hipócritas, enfatizando que a limpeza interior é mais importante do que a exterior. Ele os compara a sepulcros caiados, belos por fora, mas cheios de ossos de mortos e de toda imundície por dentro.
Mateus 7:15-20 (Jesus): Jesus adverte sobre os falsos profetas, dizendo que se conhecem pelas suas obras, e que uma árvore boa não pode dar frutos ruins, nem uma árvore má dar frutos bons.
Essa questão nos leva a considerar a natureza humana e nossa inclinação para justificar nossos desvios, ao invés de usarmos a Bíblia como uma ferramenta para crescimento espiritual. Muitas vezes, as pessoas toleram desvios graves, como adultério e desonestidade, sob o pretexto de que "a graça opera no meio do caos". No entanto, quando tais desvios são encontrados na liderança da igreja, surge uma contradição grave. Como podemos seguir o caminho apontado por alguém que está em uma condição espiritual pior do que a nossa?
1 Coríntios 5:11-13: "Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo."
2 Tessalonicenses 3:14-15: "E, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta epístola, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia, não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão."
Tito 3:10-11: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado."
Romanos 16:17-18: "Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em contraposição ao ensino que recebestes; afastai-vos deles. Porque esses tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples."
Este versículo enfatiza a importância de se afastar daqueles que causam divisões e escândalos na comunidade cristã, destacando que tais pessoas não estão servindo ao Senhor, mas a seus próprios interesses. A orientação é clara: evitar a companhia daqueles que persistem na rebeldia e não se submetem ao ensino cristão.
Paulo, ao enviar suas cartas às igrejas, não estava simplesmente descrevendo a situação; ele estava corrigindo. Ele chamava as pessoas ao bom senso, à coerência e à justiça. As características delineadas para os presbíteros não são apenas sugestões; são padrões pelos quais os líderes da igreja devem ser avaliados e, se necessário, transformados pela graça de Deus.
É importante entender que o amor de Deus não é uma desculpa para tolerar o pecado e a complacência espiritual. Quando alguém rejeita abertamente a graça e zomba da verdade, como Paulo indica em sua carta aos Coríntios, medidas sérias devem ser tomadas para preservar a integridade da comunidade de fé.
Há várias razões pelas quais líderes podem temer repreender outros líderes por condutas vergonhosas na igreja:
Medo do Conflito: Muitos líderes temem confrontações e conflitos dentro da igreja, especialmente quando envolvem outros líderes. O medo de causar divisões ou tensões pode levar à hesitação em abordar questões delicadas.
Receio de Represálias: O receio de enfrentar retaliação por parte do líder que está sendo repreendido é outra preocupação comum. Isso pode incluir a perda de apoio, críticas públicas ou até mesmo o risco de divisões na igreja.
Preocupação com a Imagem da Igreja: Líderes muitas vezes estão preocupados com a reputação da igreja. Eles podem temer que expor condutas vergonhosas de outros líderes possa manchar a imagem da congregação perante a comunidade ou até mesmo afetar negativamente a credibilidade do ministério.
Relutância em Julgar: Alguns líderes podem hesitar em repreender outros por medo de parecerem julgadores ou arrogantes. Eles podem temer serem percebidos como moralistas autoproclamados, em vez de simplesmente seguir os princípios bíblicos.
Laços Pessoais e Lealdades: Em algumas situações, líderes podem ter relacionamentos pessoais ou laços de amizade com aqueles cujo comportamento precisa ser corrigido. Essas conexões pessoais podem tornar difícil a tarefa de repreender ou confrontar o comportamento inadequado.
No entanto, é importante que os líderes se lembrem de sua responsabilidade de manter os padrões éticos e morais dentro da igreja, conforme ensinado na Bíblia. A correção amorosa é uma parte vital do cuidado pastoral e do zelo pela saúde espiritual da comunidade de fé.
Gálatas 6:1: "Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado."
Mateus 18:15: "Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão."
1 Coríntios 5:11-13: "Mas agora lhes escrevo que não se associem com qualquer que, dizendo-se irmão, for imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer. Que direito tenho eu de julgar os de fora? Vocês não devem julgar os de dentro. Deus julgará os de fora. Expulsem de entre vocês o que é mau."
1 Timóteo 5:20: "Aos que pecarem, repreenda-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor."
2 Tessalonicenses 3:14-15: "Se alguém não obedecer à nossa palavra por meio desta carta, anotem-no e não se associem com ele, para que se sinta envergonhado. Contudo, não o considerem como inimigo, mas advirtam-no como irmão."
Em resumo, embora o amor seja fundamental, não podemos permitir que ele seja mal interpretado como uma aceitação passiva do erro. A liderança da igreja deve estar em conformidade com os padrões estabelecidos por Paulo em suas epístolas, e a graça de Deus está disponível para capacitar e transformar aqueles que sinceramente buscam seguir esses padrões.
Refletindo sobre as palavras de Paulo, onde ele menciona a entrega de alguém a Satanás, compreendi que esta ação não se trata de uma imposição arbitrária de autoridade, mas sim de um processo cuidadosamente delineado para direcionar a pessoa de volta aos princípios do Evangelho. Anteriormente, interpretava erroneamente esse ato como uma demonstração brusca de poder por parte de Paulo, quando na verdade ele buscava preservar a integridade da comunidade de fé, convidando o transgressor a se realinhar com os valores cristãos.
O texto em questão está em 1 Coríntios 5:5, onde Paulo escreve:
"entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo dele seja destruído, mas seu espírito seja salvo no dia do Senhor."
Neste verso, Paulo está tratando de um caso de imoralidade sexual dentro da igreja de Corinto e instrui os membros a removerem esse homem da comunhão da igreja como uma forma de disciplina, para que ele possa compreender a gravidade de seu pecado e, assim, ser restaurado espiritualmente. Essa entrega a Satanás, embora pareça severa, é vista como uma medida extrema de disciplina, visando à correção e à salvação do indivíduo.
Paulo não agia por capricho, mas sim em conformidade com os princípios divinos que regem a vida da comunidade cristã. Ele compreendia que sua autoridade não derivava do desejo de controlar as vidas alheias, mas sim do compromisso em promover a verdade e o amor entre os irmãos. Ao remover alguém da comunhão, não o fazia por falta de amor, mas sim como um ato de cuidado, visando proteger a comunidade da influência nociva daquele que persistia em viver em desacordo com os ensinamentos de Cristo.
O texto em que Paulo permite a volta do irmão arrependido está em 2 Coríntios 2:6-8, onde ele escreve:
"Para esse homem basta-lhe esta repreensão feita pela maioria. De modo que agora deveis pelo contrário perdoar-lhe e consolá-lo, para que não seja ele consumido por excessiva tristeza. Portanto, eu vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor."
Neste trecho, Paulo está incentivando os membros da igreja de Corinto a perdoarem e consolarem o irmão que havia sido disciplinado anteriormente. Ele enfatiza a importância do perdão e do amor na restauração do irmão arrependido à comunhão da igreja.
Essa compreensão transformou minha visão sobre o papel da autoridade na comunidade de fé. Percebi que não se trata de exercer controle sobre as vidas dos outros, mas sim de agir com discernimento e amor, buscando o bem-estar espiritual de todos os membros da comunidade. Embora não tenhamos autoridade sobre a vida das pessoas, podemos e devemos exercer autoridade sobre nossas próprias vidas, tomando decisões que promovam a verdade e a justiça, mesmo que isso signifique afastar-se daqueles que persistem no erro.
O exemplo do homem entregue a Satanás em Coríntios ilustra essa dinâmica complexa entre disciplina e restauração. Ao ser removido da comunidade, ele teve a oportunidade de confrontar suas escolhas e reconhecer a necessidade de arrependimento. O sofrimento resultante de sua separação da comunidade o levou a um estado de contrição sincera, permitindo que o Espírito Santo operasse em seu coração, trazendo-o de volta à comunhão dos santos. Isso demonstra que a disciplina, quando exercida com amor e sabedoria, pode conduzir à restauração e à renovação espiritual.
2 Coríntios 7:10: "Pois a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte."
Neste versículo, Paulo destaca a diferença entre dois tipos de tristeza: a tristeza segundo Deus, que leva ao arrependimento e à salvação, e a tristeza do mundo, que leva à morte espiritual. Ele enfatiza a importância de uma tristeza genuína, motivada pela consciência dos nossos pecados, que nos conduz ao arrependimento e à transformação.
Além disso, aprendi a importância de não agir por dó ou insensibilidade, mas sim com sensibilidade e paciência em relação àqueles que enfrentam dificuldades em seu caminho espiritual. Cada indivíduo progride em seu próprio ritmo, e devemos estar dispostos a oferecer apoio e orientação, respeitando os limites e as necessidades de cada pessoa.
Por fim, compreendi que o tempo é um recurso precioso que deve ser valorizado e utilizado com sabedoria. Cada segundo de vida é uma dádiva de Deus, e devemos investi-lo em atividades que promovam o crescimento espiritual e o cumprimento da vontade divina em nossas vidas. Seja no ministério integral ou no exercício de habilidades profissionais, devemos buscar glorificar a Deus em todas as áreas de nossas vidas, reconhecendo que somos chamados a ser luz no mundo, independentemente do contexto em que atuamos.
Portanto, que possamos exercer a autoridade espiritual com discernimento e amor, buscando a edificação mútua e o fortalecimento da comunidade de fé, sempre guiados pelos princípios do Evangelho e pela orientação do Espírito Santo.
Ao longo da minha jornada, tenho testemunhado a fidelidade de Deus em prover todas as minhas necessidades, mesmo quando outros duvidavam da minha capacidade de sustento por não possuir um emprego convencional ou um contrato formal. Enquanto alguns questionavam minha dignidade em receber salário, Deus sempre cuidou de mim, suprindo todas as minhas necessidades.
Filipenses 4:19: "E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades."
É crucial não dar ouvidos às vozes que desvalorizam o serviço integral no ministério ou que questionam a dignidade de receber apoio financeiro por essa causa. Muitas vezes, aqueles que exercem uma profissão secular são incentivados a abandoná-la em favor do ministério, apesar de que me alguns casos isso pode ser uma armadilha de Satanás para nos levar à condenação e impedir que experimentemos a plenitude da graça de Deus.
Aqui está uma explicação mais detalhada:
Desvalorização do serviço integral no ministério: Algumas pessoas podem desvalorizar ou menosprezar aqueles que se dedicam integralmente ao ministério, sugerindo que é uma opção menos digna ou menos importante do que uma carreira secular. Isso pode levar os ministros a duvidarem da validade ou do propósito de seu chamado, minando sua confiança e compromisso.
Questionamento da dignidade de receber apoio financeiro: Há também uma tendência em questionar a dignidade de receber apoio financeiro pelo trabalho no ministério. Algumas pessoas podem ver isso como uma forma de exploração ou preguiça, em vez de reconhecer o valor do serviço prestado à comunidade religiosa e à sociedade como um todo.
Pressão para abandonar uma profissão secular: Muitas vezes, os indivíduos que sentem um chamado para o ministério são incentivados a abandonar suas carreiras seculares para se dedicarem exclusivamente ao serviço religioso. Embora esse seja um passo válido para muitos, em alguns casos, pode não ser a vontade de Deus para aquela pessoa específica naquele momento. Essa pressão pode resultar em conflitos internos e até mesmo em desvio do propósito original de Deus.
A armadilha de Satanás: A referência à armadilha de Satanás destaca a importância de discernir a vontade de Deus em relação ao nosso chamado e sustento. Satanás pode distorcer a mensagem, levando os crentes a tomarem decisões precipitadas ou a se desviarem do caminho correto. Portanto, é crucial buscar discernimento espiritual e confiar na direção de Deus em vez de ceder a pressões externas ou tentações enganosas.
Em resumo, a ideia é que, embora o ministério seja uma vocação nobre e valiosa, é importante discernir a vontade de Deus de maneira sábia e não ceder a pressões ou expectativas externas que possam desviar do propósito genuíno de servir a Deus e aos outros.
Devemos compreender que o trabalho no Reino de Deus não se limita ao ministério pastoral ou missionário, mas inclui todas as vocações e profissões. O valor do nosso trabalho não está na forma como é remunerado, mas sim na disposição de servir ao próximo e cumprir o propósito para o qual Deus nos chamou. Não devemos permitir que a opinião dos outros nos faça duvidar da nossa vocação ou nos leve à autocondenação.
É importante reconhecer que o reconhecimento humano não é o objetivo principal do nosso serviço a Deus. Mesmo que outros não reconheçam ou valorizem o que fazemos, devemos encontrar nossa identidade e segurança no amor e na aprovação de Deus. Ele é o único que verdadeiramente nos conhece e nos capacita para cumprir a nossa missão neste mundo.
Portanto, não devemos nos deixar influenciar por palavras de desencorajamento ou críticas infundadas. Devemos escolher com sabedoria quem ouvimos e permanecer firmes na convicção da nossa vocação, independentemente das opiniões alheias. Que possamos relacionar-nos bem com todos, mas sempre discernindo as vozes que nos levam mais perto de Deus e da Sua vontade para as nossas vidas.
1 Coríntios 10:31 (NVI): "Portanto, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus."
Colossenses 3:23-24 (NVI): "Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo."
Romanos 12:2 (NVI): "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
1 Pedro 2:9 (NVI): "Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."
Gálatas 1:10 (NVI): "Acaso estou buscando a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo."
Que esta reflexão traga clareza e encorajamento a todos os que se sentem questionados ou desvalorizados pelo serviço que prestam a Deus, lembrando que a aprovação divina é o único reconhecimento que verdadeiramente importa.
Leonardo Lima Ribeiro
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