Hoje, minha intenção é trazer clareza para algumas pessoas que me perguntam sobre o nosso ministério, Ministério Apostólico Maná de Letras. Em outro momento, contarei mais detalhes de como surgiu, após passar pela Presbiteriana e pelo Ministério Pescador Sal da Terra. Desde antes de toda essa história, comecei uma página e escrevi nela sem saber ainda o que Deus tinha para mim, não entendendo muito bem minha vocação, meus dons e os propósitos de Deus. Depois de entendê-lo e meu chamado, minha esposa e eu decidimos buscar autonomia para nossa caminhada. Encontramos um ministério apostólico da Noruega, que já conhecíamos de viagens anteriores, o Springs of Revival International, do Missionário Hans Petter Thue.
Nossa visão ministerial é de edificação do corpo de Cristo. Temos um chamado de apascentar e edificar líderes vocacionados ministerialmente, auxiliando-os a amadurecer. Muitas igrejas começam com alguém sendo chamado e operando dons, pregando a salvação, formando um grupo de pessoas. Para manter essa estrutura, ensinamos e, muitas vezes, acabamos nos concentrando mais na manutenção do que na expansão do reino de Deus. Jesus não construiu nada físico; Ele apresentou um reino que se expande dentro das pessoas, formando o templo de Deus com pedras vivas, ou seja, a união dos salvos.
"Ele lhes respondeu: 'O Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: 'Eis aqui!' ou 'Eis ali!' Pois o Reino de Deus está dentro de vós." (Lucas 17:21, Nova Versão Internacional)
Deveria ser nossa prioridade edificar pessoas. Se o número de pessoas cresce, é natural alugar um local maior, mas o perigo é quando essa estrutura se torna o centro da existência dos salvos. Não é errado alugar um prédio e usar tecnologia, mas errado é quando a estrutura se torna o foco em vez do Espírito Santo dentro de cada um de nós.
Do que falo, os comentários são contrários e cada um tem sua opinião em relação às coisas. É bem difícil hoje conseguir falar sobre algum assunto e encontrar unidade e concordância. Mas isso faz parte do tempo em que vivemos, pois o conhecimento se multiplica e a disponibilidade de informação faz com que as pessoas fiquem inflamadas em suas conclusões.
Uma das propostas que fiz quando morava no Mato Grosso, e que acredito, foi quando fui enviado para Campo Verde. Minha proposta era alugar uma casa em vez de um prédio grande, tornando mais barato e eficiente. A ideia era ter uma casa com piscina para batismos e viver na cidade de forma próxima às pessoas, como fizemos em outros lugares. Entendo que nem sempre as propostas são aceitas, mas essa é a forma como prefiro trabalhar, e é assim como trabalho hoje onde moro, em Pomerode, Santa Catarina.
Mateus 18:20 (NVI): "Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles."
Mateus 25:40 (NVI): "O Rei responderá: 'Digo a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram.'"
Colossenses 1:27 (NVI): "A este Deus quis fazer conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória."
Gálatas 2:20 (NVI): "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim."
Acredito que é importante viver o evangelho em qualquer lugar. Por exemplo, frequentar a academia ou interagir com os vizinhos pode ser uma forma mais natural e eficaz de compartilhar a fé do que tentar atrair as pessoas para um prédio para ouvirem uma mensagem. Lembro de experiências passadas, como em Surubim, onde plantamos uma igreja ao nos envolvermos com a comunidade e fazer amizades.
Também tivemos experiências positivas em Chã Grande, Pernambuco, onde morávamos em um sítio e desenvolvemos relacionamentos com pessoas da região, sem abrir uma estrutura religiosa. Plantamos sementes do Evangelho e vimos vidas sendo transformadas, mesmo sem uma estrutura formal de igreja. Essas experiências me mostraram que é possível viver e compartilhar o evangelho de forma autêntica e relevante, sem depender de estruturas tradicionais de igreja.
Um pouco mais de um ano, ou um ano e meio, muitas dessas pessoas não conhecemos dentro do contexto ministerial que fazíamos parte. Elas se mantêm mais em contato conosco até hoje, justamente por essa questão denominacional. Quando você sai de uma denominação, por qualquer motivo que seja, no nosso caso, acredito que há vários fatores, um deles é o não enquadramento da nossa vocação.
João 2:19 (NVI):"Jesus respondeu: 'Destruam este templo, e eu o levantarei novamente em três dias.'"
Essa declaração de Jesus foi feita no contexto de uma discussão sobre o templo físico em Jerusalém. Ele estava se referindo ao templo do seu corpo, prevendo Sua própria morte e ressurreição.
Isso acontece no mundo inteiro. Não quero entrar especificamente nisso, mas esse fruto demonstra a operação dessa função apostólica de plantação e edificação. Hoje, em Pomerode, estamos no mesmo processo, conhecendo pessoas, pessoas sendo salvas. Tem uma irmã que era vizinha aqui, ela está indo numa igreja agora depois de ser evangelizada pela minha esposa. Ela se aproximou de nós, fizemos amizade com ela, pregamos para ela e a aconselhamos a procurar uma igreja, porque algumas pessoas precisam, é adequado que elas congreguem num prédio fisicamente, numa estrutura.
Algumas pessoas conseguimos ajudar quando ainda não estão preparadas para entender certas coisas. As acompanhamos presencialmente em suas casas ou na nossa, ou mesmo online. Essa é a proposta sempre. Se você for parar para pensar, sem nenhum tipo de pré-conceito, sem nenhum tipo de pré-formulação na sua mente, verá que esse é o método mais bíblico do que qualquer outro em termos de realidade.
Quando eu participava de algumas reuniões, seja na reformada ou na neopentecostal, muitas das decisões não eram pautadas em um propósito que fosse bíblico ou que fosse conduzido pela vontade de Deus. Muito das decisões eram pautadas em projetos denominacionais, que são, na maioria das vezes, muito custosos.
Na semana que vem, daqui a poucos dias, vamos para o Uruguai. Recebi essa palavra do Hans Peter logo que vim morar aqui. O meu projeto era ir para a Polônia e Eslovênia, mas ele falou para eu ir para Argentina e Uruguai. Fiquei orando, esperando o tempo e a provisão surgiu, e essa oportunidade veio. Qual é o propósito principal? Todo lugar que você vai, qualquer lugar que você viaja, a primeira coisa que você tem que fazer naquele lugar é orar, colocar diante de Deus, para que Ele fale no seu coração os propósitos dele naquele lugar. Depois, encontrar a pessoa que o Senhor escolheu para receber a semente do Evangelho, na bíblia chamada de pessoa de paz.
Mateus 10:40 (NVI): "Aquele que recebe vocês, a mim me recebe; e aquele que me recebe, recebe aquele que me enviou."
Lucas 10:5-6 (NVI): "Quando entrarem numa casa, primeiro digam: ‘Paz a esta casa’. Se houver ali um homem pacífico, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, voltará para vocês."
Então, a primeira coisa que você faz quando é enviado a um lugar é orar lá. Segundo propósito, por eu ter tido essas experiências, eu tentei fazer isso na Alemanha. Fiquei três meses lá, mas não vingou na Alemanha. Isso não é culpa da denominação que eu estava, mas minha cabeça estava muito bitolada com essa questão denominacional, sabe? Eu tentei trazer as pessoas para criarem uma bandeira daquele ministério lá na Alemanha, e isso as afastou. Não só isso, teve outros fatores naquela época de eleição, aquele negócio de Bolsonaro e Lula, era uma confusão. Eu não tenho partido, mas entre um e outro, tenho a minha preferência na hora de votar. Essas pessoas hoje não têm mais afinidade com a gente por causa de muitas coisas que aconteceram naquele tempo. Nesse caso reconheço que foi uma falha minha. mesmo assim, 10 pessoas foram salvas e batizadas, inclusive uma delas era alcoolista e viciada em heroína e foi livre definitivamente depois de ser batizada.
Essa é uma reflexão que gostaria de compartilhar com você. A estrutura hoje tem tomado todo o tempo e recurso das pessoas. Coloquei essa proposta para o Uruguai e quase que imediatamente surgiu 40 a 50% do valor para viajar. Eu vinha juntando dinheiro há um tempo das ofertas que recebo, para trocar meu celular e melhorar a qualidade das imagens, tanto de vídeo quanto de foto. Isso não é algo que eu queira, mas é algo que considero necessário para o meu trabalho. Para mim, é algo muito comum e natural. Eu peguei o recurso que ia comprar o celular e completei o valor para a viagem.
Agora em relação ao compromisso pessoal de cada um em crescer espiritualmente, isso não pode ser delegado a ninguém, nem ao líder, nem ao sistema estrutural da igreja. É uma responsabilidade individual. E muitas pessoas não conseguem por não terem uma organização de suas atividades e um foco em suas prioridades, e se não crescem consequentemente criam sempre atividades tendo como fonte a obra da carne.
Dentro da estrutura denominacional, muitas vezes enfrentamos o desafio de encontrar tempo para dedicar à oração e ao jejum. Pessoas hiperativas, como essa que mencionei, acabam se sentindo sobrecarregadas e incapazes de reservar momentos para buscar a Deus dessa forma. Além disso, existe a crença comum de que jejuar enfraquece e impossibilita a realização das tarefas diárias.
No entanto, minha experiência pessoal contradiz essa visão. Ao experimentar o jejum, descobri que, nas primeiras horas, pode-se sentir fraqueza, mas ela passa com o tempo. Eu mesmo vou para a academia em jejum, adaptando o treino para lidar com essa condição. Mesmo com o desgaste físico, percebi que o corpo tem energia suficiente para suportar dois ou três dias de jejum, mantendo a capacidade de realizar atividades cotidianas, seja trabalho braçal ou exercícios na academia.
Essa reflexão destaca a importância de encontrar equilíbrio entre as demandas da vida diária e a busca espiritual, mesmo dentro de uma estrutura denominacional, e como o jejum pode ser uma prática viável e energizante, apesar das preocupações comuns sobre sua eficácia e impacto nas atividades diárias. Uma das coisas que mais sobrecarregam as pessoas nas denominações é o calendário de eventos e as atividades de manutenção da crescente demanda estrutural.
As pessoas não conseguem jejuar, não conseguem orar em línguas, não conseguem abrir a Bíblia, porque elas estão correndo, fazendo coisas, comprando coisas, colando coisas, limpando coisas, preparando coisas para o evento. Chega no dia do evento, ah, porque no evento nós estamos celebrando Jesus. Eu quero que você chegue às suas conclusões. Eu não quero, ah, estou falando que é assim. Estou tentando fazer você pensar. No dia do evento, quem é celebrado geralmente é a denominação. As pessoas vão ali, elas se embriagam no sentido do foco da alma delas na decoração, na música, no ambiente, a denominação, elas celebram aquela instituição. Pode ser que algum pastor que esteja lendo discorde. mas, seja sincero. Se na maioria das vezes você está gastando seu tempo, sua energia, seu foco em apresentar sua instituição e não Jesus, muitas vezes, as pessoas também estarão.
É uma coisa muito inconsciente. Não é de uma fé, na maioria das vezes eu acredito, nós vamos sendo empurrados para isso.. Eu preciso carregar Jesus. Maná de letras é um nome para você identificar porque você vai abrir uma página. Talvez você até abra uma instituição, mas eu não posso trabalhar para essa instituição. Eu preciso trabalhar para que Jesus seja colocado dentro de pessoas, através da salvação. E as pessoas, elas insistem, em anunciar uma instituição como representantes de Deus, mas, Deus só pode ser visto em pessoas.
Essa reflexão ressalta a importância de reconhecer que nossa fé muitas vezes nos leva a buscar instituições religiosas em vez de nos concentrarmos na essência espiritual da fé. O nome "Maná de Letras" é uma referência à busca pela verdadeira essência da fé, representada pela alimentação espiritual proporcionada pelo maná no deserto. Enquanto algumas pessoas se concentram em promover instituições religiosas, o foco deve ser em compartilhar a presença de Jesus dentro de cada indivíduo, por meio da salvação e transformação interior.
2 Coríntios 3:3: "Evidentemente, vocês são uma carta de Cristo, resultante do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos."
Mateus 5:14: "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte."
João 13:35: "Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros."
E aí você pega líderes trabalhando hoje de uma forma mais desencaixada dessa estrutura, eles penam porque Deus provê na vida deles, mas eles penam porque eles estão a todo momento advogando uma causa que não é "tão nobre" quanto a causa institucional. Qual é a causa que não é tão nobre? a causa do Evangelho puro e simples, não é tão nobre para a mentalidade humana, porque não gera os resultados esperados por uma mente quantitativa e calculadora de resultados de eficiência e produtividade.
Se você tivesse R$1.000 para ofertar à obra de Deus, para onde você daria? Você escolheria doar para uma igreja que está realizando um grande evento, ou preferiria dar para um missionário ou pastor que está trabalhando individualmente, compartilhando o evangelho em casas e com pessoas? Muitas pessoas questionam a prática do dízimo e das ofertas, mas é algo natural da natureza humana.
Além de apenas ponderar para onde direcionar a oferta de R$1.000, podemos refletir sobre as diferentes abordagens e impactos dessas escolhas. Por exemplo, ao doar para uma igreja que está promovendo um mega evento, muitas pessoas podem sentir que estão contribuindo para algo visível e de grande alcance. No entanto, há questões sobre como esses recursos são utilizados e se realmente beneficiam diretamente as comunidades e indivíduos em necessidade.
Por outro lado, ao optar por apoiar um missionário ou pastor que trabalha de forma mais direta e pessoal, talvez não haja a oportunidade de ver o impacto imediato do apoio financeiro. Esses indivíduos frequentemente operam em contextos onde a ajuda é mais urgente e onde cada contribuição pode fazer uma diferença significativa na vida das pessoas, porém, quem oferta nem sempre vai visualizar esse impacto.
Também podemos considerar a importância de diversificar as doações, distribuindo recursos entre diferentes tipos de ministérios e necessidades. Isso permite que as contribuições atinjam uma variedade de áreas e grupos de pessoas, garantindo um impacto mais amplo e abrangente. Além disso, é crucial avaliar a transparência e prestação de contas das organizações e líderes religiosos aos quais estamos doando. Entender como os fundos são gerenciados e como são utilizados pode ajudar a garantir que nossas doações estejam verdadeiramente beneficiando aqueles que mais precisam. A clareza é uma das características que revelam que há luz no procedimento.
Portanto, ao decidir onde direcionar nossa oferta, é importante considerar não apenas o contexto imediato, mas também os valores, princípios e impactos a longo prazo de nossas escolhas de doação.
Mateus 6:19-21: "Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração."
2 Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
1 Timóteo 6:17-19: "Mande aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham a sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ensine-os a praticarem o bem, a serem ricos de boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e tomarão posse da verdadeira vida."
Essas pessoas optam por contribuir financeiramente com grandes estruturas porque é algo tangível e compreensível para elas. Elas não se conectam com a pessoa do pastor, mas sim com o CNPJ que representa a instituição, quase como se fosse uma entidade viva. Elas justificam suas ofertas pelo que veem fisicamente, como o ar condicionado, as cadeiras e outros elementos presentes na estrutura. Não se trata de certo ou errado, mas é importante refletir sobre como essa estrutura assume uma vida própria, absorvendo a energia, tempo e recursos das pessoa.
Quando proponho ofertas para missões na África ou no Nordeste, por exemplo, há uma certa resistência por parte das pessoas. Elas hesitam em contribuir porque não é algo que possam ver ou com o qual se envolver diretamente. Por exemplo, conheço uma igreja em Ribeirão Preto que realiza trabalhos no sertão e na África, e gostamos de apoiá-los. Tentamos convidar as pessoas a contribuir, mas muitas vezes encontramos essa dificuldade de participação.
A grande questão é: quem sustenta os pastores missionários? São as pessoas que ofertam ou é Deus? Na verdade, é Deus, e Ele usa pessoas como instrumentos para isso. Precisamos ser realistas, não idealistas. Deus usa pessoas, independentemente de quem sejam, Ele sempre usará pessoas. Há uma desconfiança sobre quem está sendo enviado. Se você não confia na pessoa, por que enviá-la? Uma das coisas que eu não aceitava no outro ministério do qual eu fazia parte era o tipo de vigilância exercida. Se não confiam em mim, por que me enviaram? Se não veem caráter suficiente em alguém para enviá-lo a algum lugar, então não enviem. É melhor esperar e enviar depois do que encher de especulações, vigilância e testes.
Um dos fatores que levei em consideração todas as vezes que decidi sair de uma instituição foi a falta de confiança no ambiente em que estava. Decidi que não permaneceria em um ambiente onde a confiança não existisse. Quando decido enviar alguém para ser luz em algum lugar, é uma responsabilidade que essa pessoa assume com Deus. Além disso, ao escolher alguém para enviar, estou confiando, pelo menos inicialmente, que essa pessoa é adequada para a tarefa. Posso me enganar, posso descobrir que estava errado, mas é crucial ter confiança naqueles que estou enviando. Se não existe confiança e transparência, todo o processo está comprometido. Portanto, nunca ande com pessoas que mentem para você.
Após a minha viagem para Uruguai e Argentina, já visualizo como seria um envio de um casal para esses países ou qualquer outro lugar, é mais econômico e eficaz proporcionar-lhes boas condições de vida do que gastar montando uma estrutura eclesiástica nessa localidade em um primeiro momento. Se a pessoa tem uma profissão ou habilidade específica, é possível oferecer um ano de salário, aluguel e suporte até que se adaptem ao local, aprendam o idioma e encontrem uma ocupação. Cada indivíduo tem suas habilidades únicas, e é importante sustentá-los de acordo com suas necessidades. Dessa forma, Deus os conduzirá às pessoas cujos corações estão prontos para serem alcançados, em vez de gastar recursos em atividades menos eficazes, como fazer um eventos ou construir enormes estruturas.
Mateus 10:9-10: "Não levem ouro, nem prata, nem cobre nos cintos; não levem nenhum saco para viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento."
Lucas 10:7: "Fiquem onde forem bem recebidos e comam e bebam do que eles tiverem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa."
1 Timóteo 5:18: "Pois a Escritura diz: 'Não amordace o boi enquanto está debulhando o grão' e 'O trabalhador merece o seu salário'."
Vejo isso como uma armadilha, porque ao apresentar algo denominacional, você não está apresentando o Jesus de Nazaré, mas sim o Jesus da sua denominação. Isso pode atrair muitas pessoas e encher o lugar, mas acaba por aprisioná-las. No entanto, quando a pessoa vive na sociedade, Deus abre portas. Temos experimentado isso onde estamos morando, onde Deus abre portas para alcançar pessoas.
Quando levamos Jesus, o Cristo, às pessoas, mesmo as não convertidas, estão tão acostumadas com isso que perguntam: "De que igreja você é?" E eu respondo: "Sou missionário, meu ministério é..." As pessoas estão condicionadas a perguntar sobre a denominação. Mas o que quero dar a elas é Jesus, não minha denominação. Não quero transformá-las em seguidores do Maná de Letras ou do Spring of Revival International. O que desejo é que elas se tornem luz em suas casas, em seus trabalhos, onde quer que estejam. Nossa conexão será determinada pelo propósito que Deus estabelecer para nós.
Existem pessoas que passaram por nossas vidas e estão bem, graças a Deus, em outros lugares, às vezes até em outras igrejas, mas meu papel foi cumprido ali. Eu falei de Jesus, elas se converteram, nasceram de novo e se batizaram, mas por algum motivo seguiram por outro caminho, talvez geográfico. No entanto, isso não significa que estão fora, porque o que as mantém dentro é Jesus. Não é a ideia de que Deus limitou o reino de Deus a estruturas institucionais, uma ideia que começou com Lutero e Calvino no século XVI, como se Deus tivesse institucionalizado o evangelho.
Mateus 18:20: "Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles."
Lucas 17:20-21: "Uma vez, interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: O Reino de Deus não vem ostensivamente, nem se poderá dizer: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus está dentro de vós."
João 4:23-24: "Mas vem a hora, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade."
Romanos 14:17: "Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo."
1 Coríntios 3:16: "Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?"
Colossenses 1:27: "a quem Deus quis dar a conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre as nações, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória."
Efésios 2:19-22: "Portanto, já não sois estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo edifício bem ajustado cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vocês estão sendo edificados juntamente, para habitação de Deus no Espírito."
Muitas vezes começamos a ouvir defensivamente. Quando estamos na defensiva, sempre esperamos para ver se é apenas uma ansiedade pessoal ou se é algo que Deus está propondo, pois já cometi erros o suficiente para entender que a precipitação é um sinal de tolice.
Hoje, converso com pessoas de diversos ministérios, não apenas de um, e todas estão ocupadas e enfrentando dificuldades financeiras por causa do carnaval, mesmo não sendo mais do mundo. Cada um tem sua justificativa, e não significa que todos esses empreendimentos sejam dispersivos. Muitos desses lugares proporcionam experiências com Deus, edificação, crescimento e comunhão, o que é válido. O que estou colocando aqui é a questão de não tornar isso normativo na igreja, não transformar isso em um calendário institucional.
Agora que estamos nos aproximando da Páscoa, começam os preparativos, os 40 dias de antecedência, certo? Começamos a planejar o que faremos durante a Páscoa, quanto será gasto, e analisamos o orçamento disponível. Enquanto isso, as oportunidades que Deus nos apresenta para sermos eficazes onde as pessoas estão diariamente são negligenciadas. Pessoas comuns, como aqueles que trabalham em shoppings, advogados, padeiros, farmacêuticos, donas de casa, são muitas vezes deixadas de lado. Em alguns retiros, por exemplo, se alguém não tem dinheiro para participar, simplesmente não pode ir. Ou, se uma pessoa precisa levar seus filhos e não tem recursos suficientes, torna-se algo inacessível. Isso cria uma exclusão. Precisamos repensar muitas coisas.
Este texto não é para aqueles que já têm suas crenças denominacionais estabelecidas e firmes, mas sim para aqueles que estão questionando se tudo isso faz sentido. Eu uso parte dos recursos provenientes dos meus livros para apoiar certas iniciativas missionárias, como minha próxima viagem. Às vezes, as pessoas hesitam em comprar meus livros, esperando que você ofereça gratuitamente. Em alguns casos, eu acabo realmente dando, alguns por que realmente tem uma renda muito limitada, e outros porque ainda não são aperfeiçoados na generosidade, em alguns casos acabo pagando o frete também, e isso não é uma bem feitoria minha, mas, do Senhor, porque é Ele que me provê o meu recurso. Muitas vezes não há tantas resistências da parte das pessoas de participar financeiramente da compra de estrutura para o prédio ministerial, por motivos que eu já explanei.
Na minha perspectiva, isso reforça ainda mais a importância de ensinarmos as pessoas a caminharem no Espírito, pois é por meio do Espírito Santo que elas manifestarão o fruto do Espírito, como descrito em Gálatas 5:22-23. Ao viverem de acordo com os princípios do Espírito, elas gradualmente se alinharão com a mente de Cristo e realizarão aquilo que verdadeiramente está no coração de Deus. Esse fruto do Espírito inclui amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Quando estão enraizadas no Espírito, as pessoas são guiadas por princípios mais profundos do que simplesmente seguir uma agenda institucional. Elas buscam a orientação de Deus em todas as áreas de suas vidas, priorizando Seus propósitos acima de qualquer sistema religioso. Essa jornada espiritual não apenas transforma suas vidas individualmente, mas também impacta positivamente suas comunidades e o mundo ao seu redor, à medida que refletem o amor, a graça e a sabedoria divina em suas ações e decisões. Portanto, investir no ensino e na prática da vida no Espírito é fundamental para que as pessoas se tornem verdadeiros agentes de mudança, alinhados com os propósitos eternos de Deus.
Gálatas 5:16 - "Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne."
Gálatas 5:25 - "Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito."
Romanos 8:5 - "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito."
Romanos 8:14 - "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus."
Efésios 5:9 - "Pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade."
Colossenses 3:12-14 - "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição."
Veja, se você pertence a uma igreja comum, onde seu pastor tem um emprego ou trabalha em tempo integral para o ministério, abençoar sua vida é muito mais produtivo para o Reino de Deus. Oferecer boas condições, não estou falando de excessos ou ostentação, mas sim de abençoar, é diferente. Abençoar significa proporcionar para alguém aquilo que você gostaria que fosse proporcionado a você.
Algumas pessoas dizem: 'Eu acredito que Deus pode me dar isso ou aquilo.' E eu respondo: 'Você dá? Você teria coragem de dar para alguém aquilo que você deseja?' Você só pode ter fé para receber aquilo que tem fé para dar. Se você deseja a bênção de Deus, mas não consegue nem ser um bom ofertante, está pedindo graça sem praticá-la. A graça não se baseia em merecimento, nem aquele que você vai abençoar precisa ser merecedor. É uma questão de entender que a graça de Deus não se mede pela merecimento humano.
Efésios 2:8-9 - "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie."
Romanos 3:23-24 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus."
2 Coríntios 12:9 - "E ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo."
Tiago 4:6 - "Ele, porém, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes."
Romanos 5:8 - "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores."
Tito 2:11 - "Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens."
2 Timóteo 1:9 - "Que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos."
Diante de tudo que foi compartilhado até agora, é possível concluir que há uma reflexão profunda sobre a natureza da fé, ação religiosa e a relação com a estrutura denominacional. Observa-se uma preocupação em enfatizar a essência da mensagem cristã, destacando a importância de viver o evangelho de forma autêntica, centrada em Jesus Cristo, e não em instituições ou tradições humanas.
Além disso, a ênfase na graça de Deus como base da salvação e da conduta cristã ressalta a importância de vivermos em resposta a esse presente divino, manifestando amor, humildade e generosidade para com os outros. Isso implica em repensar práticas e prioridades, priorizando a edificação espiritual e o serviço genuíno ao próximo sobre rituais ou estruturas que possam distanciar-se do propósito original da fé.
Em suma, a conclusão destaca a necessidade de uma abordagem autêntica e centrada em Cristo no exercício da fé, valorizando a graça de Deus e seu chamado para vivermos em amor e serviço aos outros, independentemente de construções denominacionais ou práticas rituais.
Leonardo Lima Ribeiro
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