O fato de líderes religiosos receberem ofertas gera controvérsia por vários motivos, que variam conforme a perspectiva de cada pessoa. Aqui estão algumas razões principais para essa sensibilidade:
1. O Abuso de Alguns Líderes
Infelizmente, há casos de líderes que exploram financeiramente seus seguidores, usando ofertas para enriquecimento pessoal. Quando isso acontece, gera escândalo e desconfiança.
Pastores que vivem em luxo extremo enquanto suas igrejas enfrentam dificuldades.
Ezequiel 34:2-3 – “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! (...) Comeis a gordura, vesti-vos da lã, degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.”
2. A Falta de Transparência
Quando não há clareza na administração do dinheiro, as pessoas se sentem enganadas. Muitos se perguntam:
Isso não significa que as decisões financeiras devem ser expostas a influência de toda a igreja, para isso existem líderes escolhidos, conselho fiscal e tesouraria.
Para onde realmente vai o dinheiro das ofertas? A igreja pode optar para evitar problemas a longo prazo expor uma planilha anual de recebimentos e gastos gerais.
Está sendo usado para a obra de Deus ou para luxo pessoal? Lembrando que a vida pessoal do pastor, com isso me refiro ao orçamento financeiro, não deve ser público, afinal, ele tem família e em alguns aspectos merece privacidade como qualquer Cristão. O que falamos sempre é sobre coerência e modéstia.
Apesar de que, os critérios não devem ser medidos por pessoas simplesmente críticas e incoerentes com a realidade dos fatos. Sabemos que em tudo que fazemos sempre vão existir críticos que nem sempre se apoiam em bom senso e coerência para julgar situações.
Por isso, é importante existir um corpo de líderes maduros na administração da igreja, pessoas generosas, cheias de sabedoria e bondade, para que os critérios não sejam uma régua mesquinha e nem desproporcional com a prudência.
2 Coríntios 8:20-21 – “Evitamos que alguém nos acuse por essa generosa quantia que administramos, pois zelamos pelo que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.”
A transparência é essencial para manter a confiança da igreja. Mesmo que alguns líderes tenham boas justificativas para não expor as contas, acaba que ele sempre vai estar enfrentando conflitos quando situações financeiras complexas surgirem, por exemplo, uma entrada de grande quantia de dinheiro em determinado momento em que não houver um destino definido para esse recurso. Eu particularmente prefiro a transparência, porque no final evita dezenas de situações desnecessárias.
3. A Mentalidade de "Evangelho Gratuito"
Muitas pessoas acreditam que, por ser algo espiritual, o evangelho não deveria envolver dinheiro. Elas citam versículos como:
Mateus 10:8 – “De graça recebestes, de graça dai.”
Por outro lado, a Bíblia também ensina que aqueles que trabalham na obra de Deus devem ser sustentados:
Mateus 10:8 – “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.”
Esse versículo é frequentemente usado para argumentar que os líderes religiosos não deveriam receber sustento pelo ministério, pois Jesus instruiu os discípulos a oferecerem gratuitamente os milagres e a pregação do Reino. Mas como isso se encaixa com os outros textos que falam sobre sustento ministerial?
1. JESUS NÃO ESTAVA PROIBINDO O SUSTENTO, MAS ALERTANDO CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DO EVANGELHO
Quando Jesus disse “de graça recebestes, de graça dai”, Ele estava dizendo que os dons espirituais não devem ser comercializados.
Isso significa que a salvação, as curas e os milagres não podem ser cobrados como um serviço pago.
Atos 8:18-20 – Simão, o mago, tentou comprar o dom de Deus com dinheiro, e Pedro o repreendeu: “Teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.”
Isso mostra que as bênçãos e os dons de Deus não podem ser vendidos, mas isso não significa que um ministro não possa ser sustentado pelo povo que ele serve.
2. O PRÓPRIO JESUS ENSINOU QUE O TRABALHADOR É DIGNO DE SEU SALÁRIO
Logo após dizer “de graça recebestes, de graça dai”, Jesus continua sua instrução aos discípulos e diz:
Mateus 10:9-10 – “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre em vossos cintos; nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.”
Isso significa que, embora não devamos cobrar pelos milagres ou pelo Evangelho, aqueles que trabalham para Deus têm o direito de receber sustento de quem são beneficiados pelo ministério.
Ou seja, os discípulos não deveriam levar dinheiro porque seriam sustentados pelas pessoas que receberiam a mensagem. Dessa forma, podemos ver claramente que o chamado é um trabalho, de natureza diferente, mas, tão digno de sustento como qualquer outro.
3. O ENSINO DE PAULO SOBRE O SUSTENTO DOS MINISTROS
Paulo reforça esse princípio e até usa a lei do Antigo Testamento para explicar que os ministros têm o direito de sustento:
1 Coríntios 9:13-14 – “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”
O próprio Paulo, que em alguns momentos renunciou a esse direito, deixa claro que ele existe e que é justo que os líderes recebam sustento pelo seu trabalho no Reino.
Mateus 10:8 não nega o sustento ministerial, apenas impede que se cobre por milagres ou pela mensagem do Evangelho.
Mateus 10:8 ensina que o Evangelho e os dons espirituais não podem ser comercializados.
Mas Mateus 10:9-10, 1 Coríntios 9 e 1 Timóteo 5 mostram que o sustento ministerial é legítimo.
O problema não está em receber sustento, mas em abusar ou transformar o ministério em um negócio.
Gálatas 6:6 – “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.”
Portanto, um líder pode viver bem do ministério, desde que sirva ao Reino com integridade e não transforme a fé em mercadoria. 🙏🔥
1 Timóteo 5:18 – “Digno é o trabalhador do seu salário.”
1 Coríntios 9:14 – “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”
A questão não é se devem receber, mas como fazem isso e com qual propósito.
4. Hipocrisia e Críticas Seletivas
Muitas pessoas aceitam pagar bem por entretenimento, esportes e serviços, mas rejeitam a ideia de sustentar um pastor. Eles acham muito justo pagar fortunas por cursos de desenvolvimento pessoal, terapias, aplicativos de celular, Netflix, filiação a clubes exclusivos, mas, criticam a ideia do Pastor receber ofertas, ou desfrutar de uma boa situação financeira.
Pergunta: Se um médico, professor ou palestrante pode ser pago pelo seu trabalho, por que um pastor dedicado à vida espiritual das pessoas não pode?
Gálatas 6:6 – “O que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.”
Muitas vezes, opiniões são dadas pelo filtro do coração da pessoa, e não pelo entendimento claro dos ensinamentos de Cristo em sua palavra, e portanto, não devemos dar ouvidos a essas opiniões e vozes.
Sim, líderes podem receber ofertas, desde que haja integridade e transparência.
A motivação importa! O líder deve estar servindo a Deus, não ao dinheiro.
Os membros da igreja devem contribuir voluntariamente, sem manipulação ou coação.
A pergunta não é se é certo contribuir, mas se aqueles que recebem estão realmente servindo a Deus ou a si mesmos.
Existe também uma outra situação bem peculiar, pessoas que precisam das ofertas, mas parecem estar bloqueados em seu inconsciente a recebê-las.
Essa resistência interna que alguns líderes religiosos sentem ao receber ofertas pode ter várias origens, muitas vezes ligadas a questões emocionais, espirituais e culturais. Aqui estão algumas razões para esse dilema:
1. O PESO DA RESPONSABILIDADE ESPIRITUAL
Muitos líderes veem o ministério como um chamado sagrado, e não como uma profissão. Eles sentem que aceitar ofertas pode:
Parecer que estão "cobrando" pelo evangelho.
Criar um peso extra para justificar cada centavo recebido.
Gerar medo de cair no erro de amar o dinheiro.
1 Coríntios 9:16 – “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”
Solução: Entender que Deus ordenou que os que servem na obra sejam sustentados, sem culpa (1 Coríntios 9:14).
2. TRAUMAS E MÁS EXPERIÊNCIAS
Alguns líderes já passaram por situações difíceis, como:
Acusações de interesse financeiro.
Pessoas que usaram ofertas como forma de controle.
Exposição pública de escândalos financeiros na igreja.
Mateus 10:16 – “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.”
Solução: Criar transparência e prestar contas para evitar mal-entendidos.
3. UMA MENTALIDADE DE AUTO-SACRIFÍCIO EXAGERADO
Muitos líderes cresceram ouvindo que o ministério deve ser um sofrimento constante, e que aceitar sustento financeiro seria sinal de egoísmo ou falta de fé.
Atos 20:35 – “Mais bem-aventurado é dar do que receber.”
Solução: Entender que viver da obra não significa exploração, mas sim um equilíbrio saudável. O próprio Paulo, embora trabalhasse como fazedor de tendas, também aceitou sustento em momentos específicos (Filipenses 4:16-18).
4. ORGULHO E FALSA HUMILDADE
Alguns líderes, mesmo precisando das ofertas, sentem que aceitá-las pode:
Fazer com que pareçam fracos ou dependentes.
Diminuir sua autoridade perante os membros.
Criar uma sensação de dívida com os ofertantes.
Provérbios 22:4 – “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.”
Solução: Aceitar com gratidão e sem medo, lembrando que Deus usa pessoas para suprir necessidades.
Aceitar ofertas não é sinal de fraqueza, mas sim parte do plano de Deus para sustentar Sua obra.
A chave é ter um coração puro e transparente, sem medo ou vergonha de receber aquilo que Deus está provendo.
Gálatas 6:6 – “O que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.”
Se Deus toca o coração das pessoas para contribuir, por que resistir? O problema não está em receber, mas no que se faz com o que se recebe.
Vamos expor aqui mais uma situação bem ocorrente entre os cristãos: Pessoas que vivem muito bem financeiramente, mas pregam uma mensagem de uma simplicidade/humildade pautada na pobreza e escassez para aqueles que pregam o Evangelho, sendo que:
Humildade e simplicidade são atitudes do coração, enquanto riqueza ou pobreza são condições externas. Uma pessoa pode ser rica e humilde ou pobre e arrogante. Vamos analisar isso biblicamente:
1. HUMILDADE E SIMPLICIDADE SÃO ATITUDES, NÃO STATUS FINANCEIRO
A Bíblia ensina que a verdadeira humildade vem do coração e não da conta bancária.
Existem pessoas ricas que são generosas e humildes, assim como há pessoas pobres orgulhosas e arrogantes.
Tiago 4:6 – “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
O problema não é o dinheiro, mas o apego ao dinheiro e o orgulho que ele pode gerar.
2. ABRAÃO, JÓ E SALOMÃO ERAM RICOS, MAS SERVIAM A DEUS
A Bíblia mostra que algumas das pessoas mais fiéis a Deus eram extremamente ricas:
Gênesis 13:2 – “Era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro.”
Jó 1:3 – “De modo que este homem era o maior de todos os do Oriente.”
1 Reis 10:23 – “Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riqueza como em sabedoria.”
Eles tinham riquezas, mas a riqueza não tinha controle sobre eles.
3. JESUS E OS DISCÍPULOS NÃO ERAM MISERÁVEIS
Jesus não viveu em luxo, mas não era miserável ou mendigo.
Ele e seus discípulos tinham um tesoureiro (Judas), o que mostra que havia dinheiro sendo administrado.
João 12:6 – “Ora, ele [Judas] disse isso, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que ali se lançava.”
Se Jesus e os discípulos lidavam com dinheiro, isso indica que tinham um sustento.
4. O PROBLEMA ESTÁ NO APEGO ÀS RIQUEZAS
A advertência bíblica não é contra a riqueza em si, mas contra o amor ao dinheiro e a confiança nele.
1 Timóteo 6:10 – “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.”
O jovem rico (Mateus 19:21-22) não conseguiu seguir Jesus porque estava apegado às suas riquezas, não porque ser rico fosse pecado.
O problema não é ter dinheiro, mas quando o dinheiro tem você.
HUMILDADE NÃO É SINÔNIMO DE POBREZA
A humildade está no caráter, não na conta bancária.
Uma pessoa pode ser rica e humilde, assim como pode ser pobre e arrogante.
O perigo não é a riqueza em si, mas quando ela se torna um ídolo no coração.
Provérbios 11:28 – “Quem confia em suas riquezas cairá, mas os justos florescerão como a folhagem verdejante.”
Portanto, um servo de Deus pode ser próspero, desde que sua confiança esteja em Deus, e não no dinheiro. 🙏🔥
Essa contradição—pregar simplicidade enquanto se vive bem—pode ter várias explicações, dependendo da intenção e da motivação do líder. Aqui estão algumas razões possíveis:
1. CRENÇA GENUÍNA NA MENSAGEM, MAS APLICAÇÃO FLEXÍVEL
Alguns líderes realmente acreditam que o desapego e a simplicidade são virtudes bíblicas, mas não veem problema em desfrutar de conforto pessoal.
Eles podem pensar: "Simplicidade não significa miséria, mas equilíbrio."
Filipenses 4:12 – “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade.”
Se a vida confortável deles não compromete sua integridade e serviço a Deus, talvez não vejam contradição.
2. MANUTENÇÃO DA IMAGEM E EXPECTATIVAS DA IGREJA
Alguns líderes percebem que uma mensagem de simplicidade atrai mais seguidores e gera mais empatia.
Muitos fiéis esperam que seus líderes sejam modelos de humildade e sacrifício, então alguns líderes preferem enfatizar a simplicidade para manter essa imagem.
No fundo, podem temer que, se forem vistos vivendo bem, sejam criticados ou percam autoridade espiritual.
Mateus 6:1 – “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles.”
Se isso for feito por manipulação ou hipocrisia, há um problema sério.
3. HERANÇA DE UMA CULTURA RELIGIOSA QUE EXALTA O SACRIFÍCIO
Muitas tradições religiosas ensinam que um líder espiritual deve abrir mão de tudo pelo Evangelho.
Mesmo que um líder tenha condições de viver bem, pode sentir-se culpado ou pressionado a manter uma imagem mais simples.
Mateus 19:21 – “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres.”
O problema não é ter bens, mas quando esses bens dominam o coração da pessoa.
4. POSSÍVEL HIPOCRISIA OU CONFLITO INTERNO
Em alguns casos, há um conflito entre o que a pessoa prega e o que realmente deseja viver.
Eles falam de simplicidade porque sabem que é o certo, mas não querem abrir mão de seu estilo de vida.
Em casos extremos, pode haver um uso estratégico da pregação para controlar fiéis e impedir que questionem sua vida pessoal.
Mateus 23:3-4 – “Fazei, pois, e guardai tudo quanto vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.”
Se um líder impõe um padrão aos outros que ele mesmo não segue, há incoerência.
O problema não é ter bens, mas ser desonesto na forma como se prega sobre isso.
Se um líder ensina simplicidade apenas para manter poder ou manipular, é hipocrisia.
Se ele realmente acredita na simplicidade, mas desfruta de conforto com consciência limpa, pode não ser uma contradição.
A chave é coerência e transparência. O verdadeiro líder vive o que prega e não prega aquilo que não está disposto a viver.
Passemos adiante em outra situação: (serve para ministros do Evangelho também)
Quanto àqueles que trabalham de forma autônoma e prestação de serviços e tem dificuldade em cobrar um preço justo por um serviço pode ter raízes psicológicas profundas, muitas vezes ligadas à autoimagem, crenças sobre dinheiro e dinâmica de poder nas relações. Algumas possíveis origens desse comportamento incluem:
1. Baixa autoestima e síndrome do impostor
Sensação de não ser bom o suficiente para cobrar mais.
Medo de que os outros descubram que você "não merece" aquele valor.
2. Crenças limitantes sobre dinheiro
Ver o dinheiro como algo negativo ou sujo.
Achar que cobrar bem faz de você uma pessoa "exploradora" ou "gananciosa".
Ideias internalizadas de que só se ganha dinheiro com muito sofrimento.
3. Medo de rejeição ou conflito
Receio de que o cliente se sinta ofendido e vá embora.
Dificuldade de impor limites e se posicionar.
4. Histórico de escassez ou comparação com o meio
Se cresceu em um ambiente onde o dinheiro era escasso, pode haver dificuldade em valorizar o próprio trabalho.
Se o meio em que vive desvaloriza aquele serviço, pode ser difícil confiar no próprio preço.
5. Padrões de auto sacrifício
Vontade excessiva de agradar e evitar desagradar.
Sensação de que ajudar os outros é mais importante do que cuidar das próprias necessidades.
Dessa forma, ajustes também precisam ser feitos, afim de que essa pessoa seja curada quanto a sua auto imagem e possa receber de forma justa pelo seu trabalho.
Concluindo o tema geral:
É lícito e bíblico que os líderes religiosos vivam bem e recebam um bom sustento enquanto se dedicam à pregação da Palavra, desde que haja integridade, transparência e equilíbrio. Aqui estão alguns pontos para refletirmos:
1. O PRINCÍPIO BÍBLICO DO SUSTENTO AOS MINISTROS
A Bíblia ensina claramente que aqueles que se dedicam ao ministério têm o direito de ser sustentados pela igreja:
1 Coríntios 9:14 – “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”
1 Timóteo 5:18 – “Digno é o trabalhador do seu salário.”
Se um pastor ou líder se entrega à obra de Deus, é justo que seja sustentado de maneira digna, assim como qualquer profissional em sua área.
2. O EQUILÍBRIO ENTRE CONFORTO E AVAREZA
O problema não é viver bem, mas quando o dinheiro se torna o foco principal do ministério.
A Bíblia alerta contra a avareza e o desejo de enriquecimento às custas da fé:
1 Timóteo 6:9-10 – “Os que querem tornar-se ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.”
O líder pode ter conforto, mas jamais deve fazer da riqueza sua prioridade.
3. TRANSPARÊNCIA E INTEGRIDADE NA ADMINISTRAÇÃO DAS OFERTAS
Muitos escândalos acontecem porque não há clareza sobre o uso das ofertas.
Jesus e os apóstolos nunca exploraram financeiramente seus seguidores.
2 Coríntios 8:20-21 – “Queremos evitar qualquer crítica quanto à forma como administramos essa generosa oferta, pois estamos zelando pelo que é correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas também aos olhos dos homens.”
Se há clareza no uso dos recursos e a vida do líder reflete integridade, não há problema algum em ele viver bem.
4. O EXEMPLO DE PAULO: LIBERDADE PARA ACEITAR OU RENUNCIAR
Paulo deixou claro que tinha o direito de ser sustentado, mas escolheu abrir mão desse direito em certos momentos.
1 Coríntios 9:12 – “Se outros têm direito de participar deste sustento, não o temos nós ainda mais? Entretanto, nós nunca usamos desse direito. Pelo contrário, suportamos tudo, para não pôr obstáculo algum ao evangelho de Cristo.”
Isso mostra que receber sustento não é errado, mas há momentos em que um líder pode escolher viver de forma mais simples para evitar críticas ou escândalos.
O PROBLEMA NÃO É O CONFORTO, MAS O CORAÇÃO
Sim, um líder pode viver bem e ser sustentado, desde que isso seja feito com honestidade e transparência.
O problema surge quando há ganância, manipulação ou abuso das ofertas.
O líder deve ser exemplo de equilíbrio: nem explorador, nem miserável – mas alguém que administra bem o que recebe.
Provérbios 30:8-9 – “Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para que, estando farto, não te negue, e, empobrecido, não venha a furtar.”
Se o sustento do líder vem de maneira justa, e ele serve ao Reino com dedicação, não há culpa em viver bem.
Espero que esse ensino tenha te ajudado
Deus vos abençoe
Leonardo Lima Ribeiro