terça-feira, 25 de março de 2025

Líderes Ricos, Ovelhas Pobres: Hipocrisia ou Chamado Divino?(L11)


O fato de líderes religiosos receberem ofertas gera controvérsia por vários motivos, que variam conforme a perspectiva de cada pessoa. Aqui estão algumas razões principais para essa sensibilidade:

1. O Abuso de Alguns Líderes

Infelizmente, há casos de líderes que exploram financeiramente seus seguidores, usando ofertas para enriquecimento pessoal. Quando isso acontece, gera escândalo e desconfiança.

Pastores que vivem em luxo extremo enquanto suas igrejas enfrentam dificuldades.

Ezequiel 34:2-3 – “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! (...) Comeis a gordura, vesti-vos da lã, degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.”

2. A Falta de Transparência

Quando não há clareza na administração do dinheiro, as pessoas se sentem enganadas. Muitos se perguntam:

Isso não significa que as decisões financeiras devem ser expostas a influência de toda a igreja, para isso existem líderes escolhidos, conselho fiscal e tesouraria. 

Para onde realmente vai o dinheiro das ofertas? A igreja pode optar para evitar problemas a longo prazo expor uma planilha anual de recebimentos e gastos gerais. 

Está sendo usado para a obra de Deus ou para luxo pessoal? Lembrando que a vida pessoal do pastor, com isso me refiro ao orçamento financeiro, não deve ser público, afinal, ele tem família e em alguns aspectos merece privacidade como qualquer Cristão. O que falamos sempre é sobre coerência e modéstia. 

Apesar de que, os critérios não devem ser medidos por pessoas simplesmente críticas e incoerentes com a realidade dos fatos. Sabemos que em tudo que fazemos sempre vão existir críticos que nem sempre se apoiam em bom senso e coerência para julgar situações. 

Por isso, é importante existir um corpo de líderes maduros na administração da igreja, pessoas generosas, cheias de sabedoria e bondade, para que os critérios não sejam uma régua mesquinha e nem desproporcional com a prudência. 

2 Coríntios 8:20-21 – “Evitamos que alguém nos acuse por essa generosa quantia que administramos, pois zelamos pelo que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.”

A transparência é essencial para manter a confiança da igreja. Mesmo que alguns líderes tenham boas justificativas para não expor as contas, acaba que ele sempre vai estar enfrentando conflitos quando situações financeiras complexas surgirem, por exemplo, uma entrada de grande quantia de dinheiro em determinado momento em que não houver um destino definido para esse recurso. Eu particularmente prefiro a transparência, porque no final evita dezenas de situações desnecessárias. 

3. A Mentalidade de "Evangelho Gratuito"

Muitas pessoas acreditam que, por ser algo espiritual, o evangelho não deveria envolver dinheiro. Elas citam versículos como:

Mateus 10:8 – “De graça recebestes, de graça dai.”

Por outro lado, a Bíblia também ensina que aqueles que trabalham na obra de Deus devem ser sustentados:

Mateus 10:8 – “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.”

Esse versículo é frequentemente usado para argumentar que os líderes religiosos não deveriam receber sustento pelo ministério, pois Jesus instruiu os discípulos a oferecerem gratuitamente os milagres e a pregação do Reino. Mas como isso se encaixa com os outros textos que falam sobre sustento ministerial?

1. JESUS NÃO ESTAVA PROIBINDO O SUSTENTO, MAS ALERTANDO CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DO EVANGELHO

Quando Jesus disse “de graça recebestes, de graça dai”, Ele estava dizendo que os dons espirituais não devem ser comercializados.

Isso significa que a salvação, as curas e os milagres não podem ser cobrados como um serviço pago.

Atos 8:18-20 – Simão, o mago, tentou comprar o dom de Deus com dinheiro, e Pedro o repreendeu: “Teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.”

Isso mostra que as bênçãos e os dons de Deus não podem ser vendidos, mas isso não significa que um ministro não possa ser sustentado pelo povo que ele serve.

2. O PRÓPRIO JESUS ENSINOU QUE O TRABALHADOR É DIGNO DE SEU SALÁRIO

Logo após dizer “de graça recebestes, de graça dai”, Jesus continua sua instrução aos discípulos e diz:

Mateus 10:9-10 – “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre em vossos cintos; nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.”

Isso significa que, embora não devamos cobrar pelos milagres ou pelo Evangelho, aqueles que trabalham para Deus têm o direito de receber sustento de quem são beneficiados pelo ministério.

Ou seja, os discípulos não deveriam levar dinheiro porque seriam sustentados pelas pessoas que receberiam a mensagem. Dessa forma, podemos ver claramente que o chamado é um trabalho, de natureza diferente, mas, tão digno de sustento como qualquer outro. 

3. O ENSINO DE PAULO SOBRE O SUSTENTO DOS MINISTROS

Paulo reforça esse princípio e até usa a lei do Antigo Testamento para explicar que os ministros têm o direito de sustento:

1 Coríntios 9:13-14 – “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”

O próprio Paulo, que em alguns momentos renunciou a esse direito, deixa claro que ele existe e que é justo que os líderes recebam sustento pelo seu trabalho no Reino.

Mateus 10:8 não nega o sustento ministerial, apenas impede que se cobre por milagres ou pela mensagem do Evangelho.

Mateus 10:8 ensina que o Evangelho e os dons espirituais não podem ser comercializados.

Mas Mateus 10:9-10, 1 Coríntios 9 e 1 Timóteo 5 mostram que o sustento ministerial é legítimo.

O problema não está em receber sustento, mas em abusar ou transformar o ministério em um negócio.

Gálatas 6:6 – “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.”

Portanto, um líder pode viver bem do ministério, desde que sirva ao Reino com integridade e não transforme a fé em mercadoria. 🙏🔥

1 Timóteo 5:18 – “Digno é o trabalhador do seu salário.”

1 Coríntios 9:14 – “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”

A questão não é se devem receber, mas como fazem isso e com qual propósito.

4. Hipocrisia e Críticas Seletivas

Muitas pessoas aceitam pagar bem por entretenimento, esportes e serviços, mas rejeitam a ideia de sustentar um pastor. Eles acham muito justo pagar fortunas por cursos de desenvolvimento pessoal, terapias, aplicativos de celular, Netflix, filiação a clubes exclusivos, mas, criticam a ideia do Pastor receber ofertas, ou desfrutar de uma boa situação financeira. 

Pergunta: Se um médico, professor ou palestrante pode ser pago pelo seu trabalho, por que um pastor dedicado à vida espiritual das pessoas não pode?

Gálatas 6:6 – “O que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.”

Muitas vezes, opiniões são dadas pelo filtro do coração da pessoa, e não pelo entendimento claro dos ensinamentos de Cristo em sua palavra, e portanto, não devemos dar ouvidos a essas opiniões e vozes. 

Sim, líderes podem receber ofertas, desde que haja integridade e transparência.

A motivação importa! O líder deve estar servindo a Deus, não ao dinheiro.

Os membros da igreja devem contribuir voluntariamente, sem manipulação ou coação.

A pergunta não é se é certo contribuir, mas se aqueles que recebem estão realmente servindo a Deus ou a si mesmos. 

Existe também uma outra situação bem peculiar, pessoas que precisam das ofertas, mas parecem estar bloqueados em seu inconsciente a recebê-las. 

Essa resistência interna que alguns líderes religiosos sentem ao receber ofertas pode ter várias origens, muitas vezes ligadas a questões emocionais, espirituais e culturais. Aqui estão algumas razões para esse dilema:

1. O PESO DA RESPONSABILIDADE ESPIRITUAL

Muitos líderes veem o ministério como um chamado sagrado, e não como uma profissão. Eles sentem que aceitar ofertas pode:

Parecer que estão "cobrando" pelo evangelho.

Criar um peso extra para justificar cada centavo recebido.

Gerar medo de cair no erro de amar o dinheiro.

1 Coríntios 9:16 – “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”

Solução: Entender que Deus ordenou que os que servem na obra sejam sustentados, sem culpa (1 Coríntios 9:14).

2. TRAUMAS E MÁS EXPERIÊNCIAS

Alguns líderes já passaram por situações difíceis, como:

Acusações de interesse financeiro.

Pessoas que usaram ofertas como forma de controle.

Exposição pública de escândalos financeiros na igreja.

Mateus 10:16 – “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.”

Solução: Criar transparência e prestar contas para evitar mal-entendidos.

3. UMA MENTALIDADE DE AUTO-SACRIFÍCIO EXAGERADO

Muitos líderes cresceram ouvindo que o ministério deve ser um sofrimento constante, e que aceitar sustento financeiro seria sinal de egoísmo ou falta de fé.

Atos 20:35 – “Mais bem-aventurado é dar do que receber.”

Solução: Entender que viver da obra não significa exploração, mas sim um equilíbrio saudável. O próprio Paulo, embora trabalhasse como fazedor de tendas, também aceitou sustento em momentos específicos (Filipenses 4:16-18).

4. ORGULHO E FALSA HUMILDADE

Alguns líderes, mesmo precisando das ofertas, sentem que aceitá-las pode:

Fazer com que pareçam fracos ou dependentes.

Diminuir sua autoridade perante os membros.

Criar uma sensação de dívida com os ofertantes.

Provérbios 22:4 – “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.”

Solução: Aceitar com gratidão e sem medo, lembrando que Deus usa pessoas para suprir necessidades.

Aceitar ofertas não é sinal de fraqueza, mas sim parte do plano de Deus para sustentar Sua obra.

A chave é ter um coração puro e transparente, sem medo ou vergonha de receber aquilo que Deus está provendo.

Gálatas 6:6 – “O que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.”

Se Deus toca o coração das pessoas para contribuir, por que resistir? O problema não está em receber, mas no que se faz com o que se recebe. 

Vamos expor aqui mais uma situação bem ocorrente entre os cristãos: Pessoas que vivem  muito bem financeiramente, mas pregam uma mensagem de uma simplicidade/humildade pautada na pobreza e escassez para aqueles que pregam o Evangelho, sendo que:

Humildade e simplicidade são atitudes do coração, enquanto riqueza ou pobreza são condições externas. Uma pessoa pode ser rica e humilde ou pobre e arrogante. Vamos analisar isso biblicamente:

1. HUMILDADE E SIMPLICIDADE SÃO ATITUDES, NÃO STATUS FINANCEIRO

A Bíblia ensina que a verdadeira humildade vem do coração e não da conta bancária.

Existem pessoas ricas que são generosas e humildes, assim como há pessoas pobres orgulhosas e arrogantes.

Tiago 4:6 – “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”

O problema não é o dinheiro, mas o apego ao dinheiro e o orgulho que ele pode gerar.

2. ABRAÃO, JÓ E SALOMÃO ERAM RICOS, MAS SERVIAM A DEUS

A Bíblia mostra que algumas das pessoas mais fiéis a Deus eram extremamente ricas:

Gênesis 13:2 – “Era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro.”

Jó 1:3 – “De modo que este homem era o maior de todos os do Oriente.”

1 Reis 10:23 – “Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riqueza como em sabedoria.”

Eles tinham riquezas, mas a riqueza não tinha controle sobre eles.

3. JESUS E OS DISCÍPULOS NÃO ERAM MISERÁVEIS

Jesus não viveu em luxo, mas não era miserável ou mendigo.

Ele e seus discípulos tinham um tesoureiro (Judas), o que mostra que havia dinheiro sendo administrado.

João 12:6 – “Ora, ele [Judas] disse isso, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que ali se lançava.”

Se Jesus e os discípulos lidavam com dinheiro, isso indica que tinham um sustento.

4. O PROBLEMA ESTÁ NO APEGO ÀS RIQUEZAS

A advertência bíblica não é contra a riqueza em si, mas contra o amor ao dinheiro e a confiança nele.

1 Timóteo 6:10 – “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.”

O jovem rico (Mateus 19:21-22) não conseguiu seguir Jesus porque estava apegado às suas riquezas, não porque ser rico fosse pecado.

O problema não é ter dinheiro, mas quando o dinheiro tem você.

HUMILDADE NÃO É SINÔNIMO DE POBREZA

A humildade está no caráter, não na conta bancária.

Uma pessoa pode ser rica e humilde, assim como pode ser pobre e arrogante.

O perigo não é a riqueza em si, mas quando ela se torna um ídolo no coração.

Provérbios 11:28 – “Quem confia em suas riquezas cairá, mas os justos florescerão como a folhagem verdejante.”

Portanto, um servo de Deus pode ser próspero, desde que sua confiança esteja em Deus, e não no dinheiro. 🙏🔥

Essa contradição—pregar simplicidade enquanto se vive bem—pode ter várias explicações, dependendo da intenção e da motivação do líder. Aqui estão algumas razões possíveis:

1. CRENÇA GENUÍNA NA MENSAGEM, MAS APLICAÇÃO FLEXÍVEL

Alguns líderes realmente acreditam que o desapego e a simplicidade são virtudes bíblicas, mas não veem problema em desfrutar de conforto pessoal.

 Eles podem pensar: "Simplicidade não significa miséria, mas equilíbrio."

Filipenses 4:12 – “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade.”

Se a vida confortável deles não compromete sua integridade e serviço a Deus, talvez não vejam contradição.

2. MANUTENÇÃO DA IMAGEM E EXPECTATIVAS DA IGREJA

Alguns líderes percebem que uma mensagem de simplicidade atrai mais seguidores e gera mais empatia.

Muitos fiéis esperam que seus líderes sejam modelos de humildade e sacrifício, então alguns líderes preferem enfatizar a simplicidade para manter essa imagem.

No fundo, podem temer que, se forem vistos vivendo bem, sejam criticados ou percam autoridade espiritual.

Mateus 6:1 – “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles.”

Se isso for feito por manipulação ou hipocrisia, há um problema sério.

3. HERANÇA DE UMA CULTURA RELIGIOSA QUE EXALTA O SACRIFÍCIO

Muitas tradições religiosas ensinam que um líder espiritual deve abrir mão de tudo pelo Evangelho.

Mesmo que um líder tenha condições de viver bem, pode sentir-se culpado ou pressionado a manter uma imagem mais simples.

Mateus 19:21 – “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres.”

O problema não é ter bens, mas quando esses bens dominam o coração da pessoa.

4. POSSÍVEL HIPOCRISIA OU CONFLITO INTERNO

Em alguns casos, há um conflito entre o que a pessoa prega e o que realmente deseja viver.

Eles falam de simplicidade porque sabem que é o certo, mas não querem abrir mão de seu estilo de vida.

Em casos extremos, pode haver um uso estratégico da pregação para controlar fiéis e impedir que questionem sua vida pessoal.

Mateus 23:3-4 – “Fazei, pois, e guardai tudo quanto vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.”

Se um líder impõe um padrão aos outros que ele mesmo não segue, há incoerência.

O problema não é ter bens, mas ser desonesto na forma como se prega sobre isso.

Se um líder ensina simplicidade apenas para manter poder ou manipular, é hipocrisia.

Se ele realmente acredita na simplicidade, mas desfruta de conforto com consciência limpa, pode não ser uma contradição.

A chave é coerência e transparência. O verdadeiro líder vive o que prega e não prega aquilo que não está disposto a viver.

Passemos adiante em outra situação: (serve para ministros do Evangelho também)

Quanto àqueles que trabalham de forma autônoma e prestação de serviços e tem dificuldade em cobrar um preço justo por um serviço pode ter raízes psicológicas profundas, muitas vezes ligadas à autoimagem, crenças sobre dinheiro e dinâmica de poder nas relações. Algumas possíveis origens desse comportamento incluem:

1. Baixa autoestima e síndrome do impostor

Sensação de não ser bom o suficiente para cobrar mais.

Medo de que os outros descubram que você "não merece" aquele valor.

2. Crenças limitantes sobre dinheiro

Ver o dinheiro como algo negativo ou sujo.

Achar que cobrar bem faz de você uma pessoa "exploradora" ou "gananciosa".

Ideias internalizadas de que só se ganha dinheiro com muito sofrimento.

3. Medo de rejeição ou conflito

Receio de que o cliente se sinta ofendido e vá embora.

Dificuldade de impor limites e se posicionar.

4. Histórico de escassez ou comparação com o meio

Se cresceu em um ambiente onde o dinheiro era escasso, pode haver dificuldade em valorizar o próprio trabalho.

Se o meio em que vive desvaloriza aquele serviço, pode ser difícil confiar no próprio preço.

5. Padrões de auto sacrifício

Vontade excessiva de agradar e evitar desagradar.

Sensação de que ajudar os outros é mais importante do que cuidar das próprias necessidades.

Dessa forma, ajustes também precisam ser feitos, afim de que essa pessoa seja curada quanto a sua auto imagem e possa receber de forma justa pelo seu trabalho.

Concluindo o tema geral:

É lícito e bíblico que os líderes religiosos vivam bem e recebam um bom sustento enquanto se dedicam à pregação da Palavra, desde que haja integridade, transparência e equilíbrio. Aqui estão alguns pontos para refletirmos:

1. O PRINCÍPIO BÍBLICO DO SUSTENTO AOS MINISTROS

A Bíblia ensina claramente que aqueles que se dedicam ao ministério têm o direito de ser sustentados pela igreja:

1 Coríntios 9:14 – “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”

1 Timóteo 5:18 – “Digno é o trabalhador do seu salário.”

Se um pastor ou líder se entrega à obra de Deus, é justo que seja sustentado de maneira digna, assim como qualquer profissional em sua área.

2. O EQUILÍBRIO ENTRE CONFORTO E AVAREZA

O problema não é viver bem, mas quando o dinheiro se torna o foco principal do ministério.

A Bíblia alerta contra a avareza e o desejo de enriquecimento às custas da fé:

1 Timóteo 6:9-10 – “Os que querem tornar-se ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.”

O líder pode ter conforto, mas jamais deve fazer da riqueza sua prioridade.

3. TRANSPARÊNCIA E INTEGRIDADE NA ADMINISTRAÇÃO DAS OFERTAS

Muitos escândalos acontecem porque não há clareza sobre o uso das ofertas.

Jesus e os apóstolos nunca exploraram financeiramente seus seguidores.

2 Coríntios 8:20-21 – “Queremos evitar qualquer crítica quanto à forma como administramos essa generosa oferta, pois estamos zelando pelo que é correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas também aos olhos dos homens.”

Se há clareza no uso dos recursos e a vida do líder reflete integridade, não há problema algum em ele viver bem.

4. O EXEMPLO DE PAULO: LIBERDADE PARA ACEITAR OU RENUNCIAR

Paulo deixou claro que tinha o direito de ser sustentado, mas escolheu abrir mão desse direito em certos momentos.

1 Coríntios 9:12 – “Se outros têm direito de participar deste sustento, não o temos nós ainda mais? Entretanto, nós nunca usamos desse direito. Pelo contrário, suportamos tudo, para não pôr obstáculo algum ao evangelho de Cristo.”

Isso mostra que receber sustento não é errado, mas há momentos em que um líder pode escolher viver de forma mais simples para evitar críticas ou escândalos.

O PROBLEMA NÃO É O CONFORTO, MAS O CORAÇÃO

Sim, um líder pode viver bem e ser sustentado, desde que isso seja feito com honestidade e transparência.

O problema surge quando há ganância, manipulação ou abuso das ofertas.

O líder deve ser exemplo de equilíbrio: nem explorador, nem miserável – mas alguém que administra bem o que recebe.

Provérbios 30:8-9 – “Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para que, estando farto, não te negue, e, empobrecido, não venha a furtar.”

Se o sustento do líder vem de maneira justa, e ele serve ao Reino com dedicação, não há culpa em viver bem. 

Espero que esse ensino tenha te ajudado

Deus vos abençoe

Leonardo Lima Ribeiro 

segunda-feira, 24 de março de 2025

O cristão pode beber?

O vinho (e o álcool em geral) pode afetar a forma como as pessoas falam e se comportam. Isso acontece porque o álcool reduz as inibições, alterando o funcionamento do cérebro, especialmente no córtex pré-frontal, que é responsável pelo autocontrole, julgamento e filtragem das palavras antes de serem ditas.

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ISSO?

A Bíblia menciona os efeitos do vinho e do álcool, tanto positivos quanto negativos:

O vinho pode trazer alegria, mas deve ser usado com moderação

"O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio." (Provérbios 20:1)

"O vinho alegra o coração do homem". (Salmo 104:15)

O excesso de vinho pode levar a falar e agir sem sabedoria

"Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne." (Provérbios 23:20)

"Não vos embriagueis com vinho, em que há devassidão, mas enchei-vos do Espírito." (Efésios 5:18)

O álcool pode fazer alguém perder o filtro e falar o que não deveria

"Os sacerdotes e os profetas erram por causa da bebida forte, são vencidos pelo vinho, cambaleiam por causa da bebida forte; erram na visão, tropeçam no juízo." (Isaías 28:7)

Noé ficou embriagado e isso levou a uma situação vergonhosa (Gênesis 9:21-22).

O vinho pode "quebrar o filtro" das palavras das pessoas, pois afeta o controle e julgamento. A Bíblia ensina que, enquanto o vinho pode ser apreciado com moderação, o excesso pode levar a palavras e ações imprudentes.

O vinho (ou qualquer bebida alcoólica) pode, de certa forma, expor o que já está no coração das pessoas, porque ele reduz as inibições e o autocontrole. Quando alguém está sóbrio, pode esconder pensamentos, sentimentos e intenções, mas o álcool tende a afrouxar o filtro, revelando o que já estava dentro da pessoa.

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ISSO?

O álcool pode fazer as pessoas falarem e agirem sem controle

"O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio." (Provérbios 20:1)

Isso mostra que o álcool pode levar a comportamentos tolos e palavras impensadas.

O que sai da boca revela o coração

"A boca fala do que está cheio o coração." (Mateus 12:34)

O vinho não "cria" o pecado, mas pode trazer à tona o que já está dentro da pessoa.

O álcool pode expor a vergonha e o pecado

Noé ficou embriagado e isso resultou em uma situação vergonhosa (Gênesis 9:21-22).

Ló também se embriagou e acabou sendo enganado por suas próprias filhas (Gênesis 19:32-35).

A embriaguez leva à insensatez e à destruição

"Ai dos que são heróis para beber vinho, e valentes para misturar bebida forte!" (Isaías 5:22)

"Não vos embriagueis com vinho, em que há devassidão, mas enchei-vos do Espírito." (Efésios 5:18)

O vinho (ou qualquer álcool) não cria o pecado, mas pode expor o que já está no coração.

Quando uma pessoa está embriagada, sua falta de controle revela seus verdadeiros pensamentos e desejos.

O meu objetivo primário com a exposição desse assunto, novamente é, chamar meus irmãos á coerência e bom senso, pois, a religiosidade tem destruído relacionamentos e oportunidades de amadurecimento. Nós podemos ter atitudes tolas durante nossa vida, como o hábito da embriaguez, mas, classificar como pecado e condenar pessoas por essas atitudes é tolice, pois, a melhor forma de resgatá-las da condição de insensatez é sermos sensatos a ponto de ama-las e através do amor e compreensão trazê-las a reflexão da consequência de seus atos. 

Vejo muitos pastores e irmãos condenando pessoas que bebem e passando pano para outros de caráter reprovado, e isso, causa um ambiente de incoerência e injustiça. Alguns comportamentos e hábitos não são sensatos para nossas vidas, mas, classifica-los como pecado e demonizá-los só vai piorar mais a situação, além de propagar inverdades e critérios que a Bíblia não respalda. 

A Bíblia nos ensina a sermos guiados pelo Espírito Santo, e não pelo vinho.

Aqui vemos uma instrução de sensatez, e não uma condenação do hábito em si. Pessoas cheias de justiça própria tendem a julgar com sua própria regra os comportamentos alheios, e criam suas próprias listas de "pecados", e essa religiosidade tem atrapalhado muito no crescimento do corpo de Cristo em maturidade. Foi isso que Jesus quis dizer com a expressão:

 "Guias cegos! Que coais o mosquito e engolis o camelo." (Mateus 23:24)

O QUE ISSO SIGNIFICA?

Jesus usa essa metáfora para criticar a atitude dos fariseus, que se preocupavam obsessivamente com detalhes insignificantes da Lei, mas ignoravam princípios muito mais importantes, como a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23:23).

"Coar o mosquito" → Os fariseus seguiam regras minuciosas, evitando até mesmo impurezas pequenas, como um mosquito na bebida.

"Engolir o camelo" → Enquanto isso, eles cometiam erros muito mais graves, como a injustiça e a hipocrisia, sem perceber ou sem se importar.

Jesus mostra que não adianta ter zelo religioso se o coração está longe de Deus. Ele ensina que a prioridade deve ser a justiça, o amor e a sinceridade na fé, e não apenas rituais externos ou regras sem sentido.

Isso ainda acontece hoje?

Muitas vezes, as pessoas ainda "coam mosquitos e engolem camelos", dando mais importância a detalhes religiosos ou tradições, enquanto ignoram valores centrais do evangelho, como amar ao próximo, ser justo e agir com misericórdia.

Será que em algum momento também estamos focando em coisas pequenas e esquecendo o essencial da fé?

Em tudo que fazemos, nosso alvo deve ser a sabedoria e a sensatez. Vamos ajudar muito mais as pessoas entendendo a raiz do problemas e direcionando elas a Cristo do que levando a elas uma condenação que Jesus já retirou na cruz. Seja instrumento de libertação da mente das pessoas e não alguém que faz com que elas permaneçam no cativeiro. 

Em nenhum momento farei apologia ao vinho, ou muito menos a qualquer bebida alcoólica, mas, também não vou colocar o habito de beber num patamar em que a bíblia não o colocou. 

Olha que coisa interessante: Jesus não tinha pecado, então nada de ruim poderia ser exposto nele, independentemente de Ele beber vinho ou não. Como a Bíblia ensina:

"Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado." (Hebreus 4:15)

JESUS BEBIA VINHO?

Sim, a Bíblia indica que Jesus bebia vinho de forma moderada, sem exageros e sem pecado:

Jesus usou vinho na Santa Ceia

"E tomando um cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado por muitos, para remissão de pecados." (Mateus 26:27-28)

O vinho simbolizava Seu sangue, selando a Nova Aliança.

Jesus foi acusado injustamente de beber em excesso, assim como muitos fazem hoje com seus irmãos.

"Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!" (Mateus 11:19)

Isso mostra que Ele participava de refeições onde havia vinho, mas a acusação era exagerada e falsa.

Jesus transformou água em vinho

"Jesus lhe disse: Enchei de água essas talhas. (...) Então ele lhes disse: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho (...), chamou o noivo e lhe disse: Todo homem põe primeiro o bom vinho, e quando já beberam fartamente, então o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora." (João 2:7-10)

Jesus fez vinho de excelente qualidade no casamento em Caná, mostrando que o vinho não era proibido em si, mas deveria ser usado com sabedoria.

Jesus nunca pecou, então nada de ruim poderia ser exposto Nele, mesmo que bebesse vinho.

Ele participava de refeições e festividades onde o vinho era consumido, mas sempre com moderação e sabedoria.

O problema não é o vinho em si, mas o excesso e a embriaguez, que levam ao pecado.

O verdadeiro enchimento do cristão deve ser pelo Espírito Santo, e não pelo álcool (Efésios 5:18).

O vinho pode revelar o pecado nos homens, mas em Jesus apenas revelou sua glória! 🙌🔥

Algumas pessoas insistem que o vinho da época de Jesus não era alcoólico porque querem reconciliar o uso do vinho na Bíblia com uma postura mais rígida contra o consumo de álcool. Esse argumento geralmente vem de grupos cristãos que defendem a total abstinência de bebidas alcoólicas. No entanto, essa ideia não tem base histórica nem bíblica sólida.

Há um grande equívoco que acontece em muitos círculos cristãos: condenar o consumo de bebidas alcoólicas enquanto ignoram outros pecados relacionados ao excesso, como a glutonaria.

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ISSO?

A Bíblia não proíbe o consumo de bebida alcoólica, mas condena a embriaguez.

Jesus bebia vinho (Mateus 11:19) e até transformou água em vinho nas bodas de Caná (João 2:1-11).

O apóstolo Paulo recomenda vinho a Timóteo por questões de saúde (1 Timóteo 5:23).

No entanto, a embriaguez é claramente condenada (Efésios 5:18, Provérbios 20:1).

A Bíblia também condena a glutonaria, mas muitos ignoram isso.

Provérbios 23:20-21: "Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão cairão em pobreza..."

Filipenses 3:19 fala daqueles cujo deus é o próprio ventre, ou seja, que vivem para satisfazer seus desejos físicos.

A HIPOCRISIA NO MEIO CRISTÃO

Muitos cristãos criticam quem bebe moderadamente, mas ignoram aqueles que comem em excesso.

Em algumas igrejas, comer compulsivamente e viver para os prazeres da comida é tratado como algo normal, enquanto qualquer gole de álcool é visto como um grande pecado.

Ambos os comportamentos são formas de falta de domínio próprio e podem se tornar idolatria do prazer.

O QUE DEUS REALMENTE QUER?

Deus não quer que nos escravizemos a nada, seja bebida, comida ou qualquer outro desejo da carne.

O problema não está na substância em si, mas no excesso, na dependência e no descontrole.

Hipocrisia religiosa não agrada a Deus – Ele se importa mais com o coração sincero do que com regras externas seletivas.

Ou seja: se um cristão condena a bebida, mas ignora seu próprio descontrole na comida, está “coando o mosquito e engolindo o camelo” (Mateus 23:24).

O VINHO NA ÉPOCA DE JESUS ERA ALCOÓLICO? SIM!

O vinho fermentado era comum na cultura judaica e bíblica

O clima da Palestina era quente, o que fazia o suco de uva fermentar naturalmente em poucos dias após a colheita.

Não havia técnicas modernas de pasteurização para impedir a fermentação, como temos hoje no suco de uva industrializado.

A Bíblia faz distinção entre vinho fermentado e suco de uva

Em algumas passagens, o vinho é claramente descrito como algo que pode embriagar:

"O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio." (Provérbios 20:1)

Se o vinho fosse apenas suco de uva, não faria sentido advertir sobre seus efeitos negativos.

O milagre de Jesus em Caná envolvia vinho alcoólico

Quando Jesus transformou água em vinho (João 2:1-11), o mestre-sala elogiou a qualidade da bebida:

"Todo homem põe primeiro o bom vinho, e quando já beberam fartamente, então o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora." (João 2:10)

O termo grego usado para "vinho" é "οἶνος" (oinos), que sempre se refere a vinho fermentado na Bíblia.

Paulo aconselhou Timóteo a tomar vinho para problemas de saúde

"Não continues a beber somente água, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades." (1 Timóteo 5:23)

Se fosse apenas suco de uva, não haveria razão para essa recomendação médica.

POR QUE ALGUNS INSISTEM QUE O VINHO NÃO ERA ALCOÓLICO?

Defesa da abstinência total → Alguns cristãos acreditam que qualquer consumo de álcool é pecaminoso e, para justificar isso, tentam argumentar que o vinho bíblico era diferente do vinho de hoje.

Preocupação com o risco da embriaguez → Como a Bíblia condena a embriaguez (Efésios 5:18), algumas pessoas preferem ensinar que todo álcool deve ser evitado para não correr riscos.

Influência de movimentos protestantes e metodistas → No século XIX, com o surgimento do movimento da temperança, muitos cristãos começaram a pregar contra qualquer bebida alcoólica. Isso levou à tentativa de reinterpretar o vinho bíblico.

O vinho da época de Jesus era fermentado e continha álcool, como qualquer vinho natural.

A Bíblia não condena o consumo moderado de vinho, mas adverte contra o abuso e a embriaguez.

A ideia de que o vinho bíblico era só suco de uva não tem fundamento histórico ou bíblico.

O problema não é o vinho, mas como ele é usado. Como cristãos, devemos buscar equilíbrio e sabedoria em tudo!

Uma reflexão provocativa, mas com fundamento. O vinho (ou qualquer bebida alcoólica) pode sim expor o verdadeiro estado do coração de uma pessoa, pois ele reduz as inibições e o autocontrole. Se alguém, ao beber, se torna agressivo, lascivo, desonesto ou arrogante, isso pode indicar que esses sentimentos já estavam dentro da pessoa, apenas ocultos pela sobriedade.

📖 "A boca fala do que está cheio o coração." (Lucas 6:45)

O VINHO COMO "REVELADOR" DO CORAÇÃO

O álcool diminui o autocontrole e expõe a verdadeira natureza

Muitas pessoas, ao beberem, falam coisas que normalmente esconderiam, revelando desejos, mágoas, medos e intenções ocultas.

Isso não significa que o álcool cria pecado, mas que ele pode trazer à tona o que já está ali.

Exemplos bíblicos de pessoas que tiveram seu coração exposto pelo álcool

Noé → Ficou embriagado e sua nudez foi exposta, resultando em uma maldição para seu neto Canaã (Gênesis 9:20-25).

Ló → Foi embriagado por suas filhas, o que levou a um ato pecaminoso (Gênesis 19:30-36).

Belsazar → Durante uma festa regada a vinho, usou os utensílios sagrados do Templo de Deus para idolatria, e naquela mesma noite foi julgado por Deus (Daniel 5:1-31).

O vinho pode revelar tanto fraquezas quanto hipocrisia

Se alguém só consegue expressar amor, alegria ou sinceridade ao beber, isso pode indicar que na sobriedade está usando uma "máscara".

Da mesma forma, se alguém se torna violento ou imoral ao beber, é um sinal de que esses impulsos já estavam no coração, apenas reprimidos.

O LADO POLÊMICO DA REFLEXÃO

Se o vinho "tira o filtro", ele pode acabar expondo se estamos vivendo uma fé autêntica ou apenas mantendo aparências.

Isso não significa que beber seja sempre errado, mas se o álcool "revela" algo ruim, o problema real não é a bebida, mas o que está dentro do coração.

O melhor "revelador" e transformador do coração não é o vinho, mas o Espírito Santo:

"Não vos embriagueis com vinho, em que há devassidão, mas enchei-vos do Espírito." (Efésios 5:18)

Minha verdadeira sugestão é que você não beba, mas, caso tenha esse hábito esporádico, que seja com a devida moderação. Afinal, todo excesso revela uma falta, e se você bebe excessivamente com certeza está com um provável vazio de Deus, sendo assim, a melhor solução para parar de beber é se encher do Espírito Santo, assim como Paulo recomenda em seus escritos. 

Se o álcool expõe fraquezas que escondemos de nós mesmos, talvez seja um chamado para lidarmos com isso diante de Deus, sem precisar de um "revelador artificial".

A religiosidade vazia e hipócrita pode ser muito mais nociva do que o álcool, porque ela vem do coração e pode afetar profundamente o caráter de uma pessoa, enquanto o álcool é algo externo e passageiro, que pode ser resolvido em nosso relacionamento com Deus 

"Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim." (Isaías 29:13)

RELIGIOSIDADE HIPÓCRITA X ÁLCOOL: O QUE É MAIS PERIGOSO?

O álcool afeta momentaneamente; a religiosidade errada pode corromper o caráter

O álcool, quando ingerido, é expelido do corpo em algumas horas e não define quem a pessoa realmente é.

Já uma mentalidade religiosa hipócrita pode moldar uma vida inteira, levando alguém a viver de aparências, sem transformação real.

Jesus confrontou mais os religiosos hipócritas do que os beberrões

Jesus foi duro com os fariseus porque eles eram "limpos por fora, mas cheios de podridão por dentro" (Mateus 23:25-28).

Ele comia e bebia com pecadores e foi chamado de "amigo de publicanos e pecadores" (Mateus 11:19), mostrando que a religiosidade vazia era um problema maior do que o pecado visível dos marginalizados.

A religiosidade pode enganar a própria pessoa

Um bêbado sabe que está bêbado e pode reconhecer seu erro, mas o religioso hipócrita muitas vezes não percebe que está distante de Deus.

"Se alguém cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a sua religião é vã." (Tiago 1:26)

O problema real não é o vinho ou a religiosidade em si, mas o coração

Tanto o vinho (se usado em excesso) quanto a religiosidade (se for vazia) podem ser nocivos.

O que contamina o homem não é apenas o que entra pela boca, mas o que sai do coração (Marcos 7:15).

Quem usa o álcool para justificar pecados precisa de transformação.

Quem usa a religião para mascarar um coração frio também precisa de mudança.

Ao longo dos anos a igreja perde muitos irmãos por causa dos julgadores que afugentam as pessoas que ainda não vivem uma vida de sabedoria, o julgador afasta mais pessoas da igreja do que o diabo, e isso é algo a se pensar para quem deseja uma vida de sensatez

Devemos ter prudência e sensibilidade com pessoas que vieram do vício em álcool e drogas. A Bíblia nos ensina a agir com amor e consideração pelo próximo, especialmente aqueles que têm fraquezas em determinadas áreas.

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA LIDAR COM ESSA QUESTÃO

1. Não ser pedra de tropeço

"É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve o seu irmão a tropeçar." (Romanos 14:21)

Se alguém tem um histórico de dependência química, não devemos incentivá-lo a voltar a ambientes ou hábitos que possam levá-lo a cair novamente.

2. Amar e edificar o irmão

"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam." (1 Coríntios 10:23)

Ainda que o consumo moderado não seja pecado, precisamos avaliar se isso edifica aqueles ao nosso redor.

3. Ser compreensivo com a luta de cada um

"Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo." (Gálatas 6:2)

Para alguém que já foi viciado, qualquer contato com o álcool ou com drogas pode ser um gatilho para recaídas. O amor cristão nos chama a cuidar e apoiar, não a expor ao risco.

4. Discipulado e acompanhamento contínuo

Quem saiu do vício precisa de suporte espiritual, emocional e, muitas vezes, profissional.

O corpo de Cristo deve ser um lugar seguro, onde a pessoa encontra ajuda para se fortalecer e não voltar ao ciclo de dependência.

COMO AGIR COM PRUDÊNCIA?

Evite oferecer ou consumir álcool na presença de ex-viciados.

Tenha paciência e compaixão, sabendo que a recuperação é uma jornada.

Ajude a pessoa a se fortalecer na fé e a encontrar apoio em Deus.

Ensine a liberdade com responsabilidade, mostrando que o foco não deve ser regras, mas sim o amor ao próximo.

Nem todos tem a consciência de liberdade no Espírito que talvez você já tenha.

O verdadeiro Evangelho não é só sobre o que "podemos" ou "não podemos" fazer, mas sobre o que é melhor para edificar e proteger nossos irmãos. 

Que sua vida seja sóbria, sabia e coerente em Cristo

Leonardo Lima Ribeiro 

sexta-feira, 21 de março de 2025

Genealogia e nascimento de Jesus (Mateus 1 e 2)

(Haramsoya, Noruega)

Mateus 1 – A Genealogia de Jesus e Seu Nascimento

1. A Genealogia de Jesus (Mateus 1:1-17)

Mateus começa seu Evangelho apresentando a linhagem de Jesus Cristo, provando que Ele é o Messias prometido. A genealogia é dividida em três grupos de 14 gerações:

De Abraão a Davi – Mostra que Jesus vem da linhagem de Abraão, cumprindo a aliança que Deus fez com ele (Gênesis 12:3).

De Davi ao exílio na Babilônia – Confirma que Jesus é descendente do rei Davi, cumprindo a promessa de que o Messias viria de sua linhagem (2 Samuel 7:12-16).

Do exílio até Cristo – Mostra que mesmo após a crise do exílio, Deus continuou cumprindo Seu plano.

Pontos importantes: Inclui mulheres na genealogia (Tamar, Raabe, Rute, Bate-Seba), algo incomum na tradição judaica, mostrando que o plano de Deus envolve graça e redenção para todos.

Jesus é chamado de "Filho de Davi", título messiânico essencial para provar que Ele é o Rei prometido.

2. O Nascimento de Jesus (Mateus 1:18-25)

Mateus descreve o nascimento de Jesus, enfatizando a concepção virginal por obra do Espírito Santo. José, ao descobrir a gravidez de Maria, pensa em deixá-la, mas um anjo lhe aparece em sonho e confirma que o filho dela é obra de Deus.

O anjo ordena que o nome do menino seja "Jesus", que significa "o Senhor salva". Isso revela Seu propósito: salvar o povo de seus pecados.

O nascimento virginal cumpre a profecia de Isaías 7:14: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado Emanuel, que significa: Deus conosco."

José obedece e recebe Maria como esposa, demonstrando fé e submissão à vontade de Deus.

Lição principal: Jesus não é apenas um descendente de Davi, mas o próprio Emanuel – Deus entre nós!

Mateus 2 – A Visita dos Magos, a Fuga para o Egito e o Massacre dos Inocentes

1. A Visita dos Magos (Mateus 2:1-12)

Após o nascimento de Jesus, magos do Oriente chegam a Jerusalém procurando o "Rei dos judeus". Eles seguem uma estrela até Belém e encontram Jesus.

Os magos representam os gentios, mostrando que Jesus veio para todas as nações, não apenas para Israel.

Os presentes dos magos (ouro, incenso e mirra) têm significados simbólicos:

Ouro – Realeza (Jesus é Rei);

Incenso – Sacerdócio (Jesus é o Sumo Sacerdote);

Mirra – Sofrimento e morte (Jesus daria Sua vida pela humanidade).

O rei Herodes finge querer adorar Jesus, mas na verdade quer matá-lo.

Desde o início, Jesus é reconhecido como Rei, e até os gentios vêm adorá-Lo.

2. A Fuga para o Egito (Mateus 2:13-15)

Um anjo avisa José em sonho para fugir com Maria e Jesus para o Egito, pois Herodes quer matá-lo.

Isso cumpre a profecia de Oséias 11:1: "Do Egito chamei o meu filho.", fazendo um paralelo entre Jesus e Israel (que também foi chamado do Egito no Êxodo).

O Egito simboliza refúgio e proteção, mas também a ideia de que Jesus reviveria a história de Israel, sendo Ele o verdadeiro libertador.

3. O Massacre dos Inocentes (Mateus 2:16-18)

Herodes, furioso por ter sido enganado pelos magos, ordena a morte de todos os meninos com menos de dois anos em Belém.

Esse evento cumpre Jeremias 31:15, onde Raquel chora por seus filhos, simbolizando o lamento pelas crianças mortas por Herodes.

O massacre mostra como o mundo rejeita o verdadeiro Rei e busca eliminá-Lo.

4. O Retorno a Nazaré (Mateus 2:19-23)

Após a morte de Herodes, um anjo aparece a José e ordena que ele volte para Israel. Mas, por medo de Arquelau (filho de Herodes), José vai para Nazaré.

Isso cumpre a profecia de que Jesus seria chamado "Nazareno", uma referência ao desprezo que os nazarenos sofriam (Isaías 53:3 – "desprezado e rejeitado pelos homens").

Nazaré era uma cidade pequena e sem importância, contrastando com a grandeza de Jesus, o verdadeiro Rei.

Deus guia cada passo da vida de Jesus, protegendo-O até que chegue o tempo certo para Seu ministério.

O Que Mateus 1 e 2 Nos Ensinam?

Jesus é o Messias prometido – Mateus prova isso com a genealogia e as profecias cumpridas.

Deus age soberanamente na história – Ele guia José e protege Jesus do perigo.

Jesus veio para todos os povos – Os magos representam os gentios que reconhecem Sua realeza.

O mundo rejeita o verdadeiro Rei – Herodes representa aqueles que se opõem ao governo de Deus.

Jesus é o Emanuel – Deus conosco – Seu nascimento cumpre a promessa de que Deus habitaria entre Seu povo.

Aplicação para nós: Assim como os magos buscaram e adoraram Jesus, devemos também reconhecê-Lo como Senhor de nossas vidas, confiando que Deus nos guia e nos protege, assim como guiou Jesus e sua família.

Mateus 1 – A Genealogia e o Nascimento de Jesus

1. A Genealogia de Jesus (Mateus 1:1-17)

Mateus inicia seu Evangelho com uma longa lista de nomes, algo que pode parecer pouco relevante à primeira vista, mas que possui um significado profundo.

Por que Mateus começa com uma genealogia?

Os judeus davam grande importância às genealogias porque a identidade e os direitos da pessoa estavam ligados à sua linhagem.

Mateus quer provar que Jesus tem direito legal ao trono de Davi e que é o cumprimento das promessas feitas a Abraão.

Ele organiza os nomes em três grupos de 14 gerações, possivelmente para ajudar na memorização e para reforçar o simbolismo numérico.

Curiosidades sobre os nomes citados:

Inclui personagens controversos como Manassés, um dos piores reis de Judá, mostrando que a graça de Deus pode atuar em meio ao pecado humano.

Aparece Zorobabel, que liderou o retorno dos judeus do exílio, apontando para Jesus como o verdadeiro restaurador de Israel.

O uso do número 14 (associado ao nome de Davi no hebraico) enfatiza o papel de Jesus como o Rei esperado.

O Número 14 na Genealogia de Mateus

Mateus 1:17 diz: "Assim, todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; de Davi até a deportação para a Babilônia, catorze; e da deportação para a Babilônia até Cristo, catorze."

Aqui, Mateus organiza a genealogia em três grupos de 14 gerações. Isso não significa que cada geração histórica foi registrada, mas sim que Mateus estruturou a lista para enfatizar algo importante.

O Significado do Número 14

O número 14 está diretamente ligado ao nome de Davi (דָּוִד - DVD) no hebraico. Como?

No hebraico, as letras também têm valores numéricos (Gematria):

D (ד) = 4

V (ו) = 6

D (ד) = 4

Somando: 4 + 6 + 4 = 14

Isso significa que o nome DAVI no hebraico tem o valor numérico de 14.

Mateus, ao dividir a genealogia em três grupos de 14, está destacando que Jesus é o descendente legítimo de Davi, o Rei prometido. Essa estrutura reforça a identidade messiânica de Jesus.

Por que isso é importante?

No Antigo Testamento, Deus prometeu a Davi que um de seus descendentes reinaria para sempre:

2 Samuel 7:12-13: "Quando os seus dias se cumprirem e você descansar com os seus antepassados, então farei surgir depois de você o seu descendente, que procederá de você, e estabelecerei o seu reino. Ele edificará uma casa para o meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino."

Isaías 9:7 confirma essa promessa: "Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre."

Mateus está, portanto, mostrando que Jesus é o herdeiro do trono de Davi e o cumprimento dessas promessas messiânicas.

Três Vezes 14: A Progressão da História Judaica

Mateus organiza a genealogia em três estágios da história de Israel:

De Abraão a Davi → A fundação do povo escolhido, culminando no grande rei Davi.

De Davi ao Exílio na Babilônia → A decadência da monarquia e o castigo do exílio.

Do Exílio até Jesus → A restauração final com a chegada do Messias.

Essa estrutura sugere que Jesus é o ponto culminante da história de Israel, restaurando o reino de Deus e trazendo salvação ao povo.

O número 14 representa Davi, reforçando que Jesus é o Rei prometido.

Mateus usa a genealogia para conectar Jesus diretamente às profecias messiânicas.

Os três grupos de 14 mostram a progressão da história judaica, culminando na chegada do Messias.

Ou seja, Mateus não está apenas listando nomes, mas criando um argumento teológico forte: Jesus é o Cristo, o Rei descendente de Davi, que veio para estabelecer o Reino de Deus para sempre! 

A genealogia de Jesus nos lembra que Deus cumpre Suas promessas e usa pessoas falhas para realizar Seus propósitos.

2. O Nascimento Virginal de Jesus (Mateus 1:18-25)

Aqui vemos o relato do nascimento de Jesus sob a perspectiva de José, ao contrário de Lucas, que foca em Maria.

A importância do nascimento virginal

Cumpre a profecia de Isaías 7:14 sobre uma virgem que daria à luz o Emanuel ("Deus conosco").

Mostra que Jesus não tem um pai humano, destacando Sua natureza divina e sem pecado.

Ao nascer sem um pai biológico, Jesus não herda a maldição do pecado de Adão (Romanos 5:12).

O dilema de José

José era um homem justo e, segundo a Lei, poderia expor Maria ao julgamento público por suspeita de adultério. No entanto, ele escolhe deixá-la secretamente para não envergonhá-la. Isso revela:

Seu coração misericordioso, semelhante ao caráter de Deus.

Sua obediência à orientação divina, pois ele aceita Maria após a revelação do anjo.

Lição Espiritual: Às vezes, Deus nos chama para confiar n'Ele sem entender completamente a situação. Como José, precisamos obedecer mesmo quando não faz sentido humanamente.

Mateus 2 – Reações ao Nascimento de Jesus

1. A Visita dos Magos (Mateus 2:1-12)

Diferente dos pastores em Lucas, que eram judeus pobres, os magos do Oriente eram gentios ricos e estudiosos. Isso já indica que Jesus veio tanto para os humildes quanto para os sábios e poderosos.

Quem eram os magos?

Provavelmente astrônomos da Pérsia ou Babilônia, que estudavam sinais celestiais.

Podem ter tido contato com as profecias judaicas sobre um rei que viria, por meio de Daniel e os exilados.

Eram pagãos, mas reconheceram o sinal e viajaram longas distâncias para adorar Jesus.

A estrela de Belém

Alguns estudiosos sugerem que pode ter sido uma conjunção de planetas ou um fenômeno celestial raro.

Outros acreditam que foi um sinal sobrenatural enviado por Deus.

O importante é que ela guiou os magos diretamente a Jesus, mostrando que Deus revela Seu Filho àqueles que O buscam sinceramente.

Lição Espiritual: Os magos nos ensinam que a verdadeira sabedoria não está no conhecimento humano, mas em reconhecer e adorar a Cristo.

2. A Reação de Herodes – O Massacre dos Inocentes (Mateus 2:13-18)

Herodes, ao saber do nascimento de um novo "rei", vê isso como uma ameaça ao seu poder e decide eliminar todas as crianças pequenas de Belém.

Por que Herodes reagiu com tanta violência?

Ele já era conhecido por sua crueldade, tendo mandado matar até mesmo seus próprios filhos para manter o trono.

Os romanos o apoiavam, mas ele sabia que os judeus nunca o aceitaram como rei legítimo.

Ele temia que o nascimento do Messias levasse a uma revolta contra seu governo.

O massacre e o cumprimento da profecia

O choro das mães de Belém cumpre Jeremias 31:15, onde Raquel chora pelos filhos de Israel. Isso ecoa o sofrimento do povo judeu ao longo da história.

Lição Espiritual: O nascimento de Jesus provoca reações opostas: enquanto alguns O adoram, outros tentam destruí-Lo. Isso continua acontecendo hoje.

3. A Fuga para o Egito e o Retorno a Nazaré (Mateus 2:19-23)

José é novamente guiado por Deus por meio de sonhos e foge para o Egito, onde Jesus fica até a morte de Herodes.

Por que o Egito?

No Antigo Testamento, o Egito simbolizava proteção e exílio ao mesmo tempo (José, Moisés e Jacó também estiveram lá).

O retorno de Jesus ao sair do Egito cumpre Oséias 11:1 – "Do Egito chamei meu filho", comparando Jesus à história de Israel.

Nazaré: um lugar improvável

Nazaré era uma cidade pequena e desprezada (João 1:46: "Pode vir algo bom de Nazaré?").

Isso reforça que Jesus veio para os humildes e rejeitados.

Lição Espiritual: Deus muitas vezes nos leva para lugares inesperados antes de revelar Seu propósito. Precisamos confiar n'Ele, mesmo quando não entendemos o caminho.

Jesus é o Messias esperado – Mateus conecta Sua vida às profecias do Antigo Testamento.

As reações a Jesus revelam o coração das pessoas – Alguns O adoram (magos), outros O rejeitam (Herodes).

Deus guia aqueles que O buscam – José, Maria e os magos seguiram as instruções de Deus e foram protegidos.

O plano de Deus envolve os improváveis – Gentios, mulheres, pecadores e uma cidade insignificante fazem parte da história do Salvador.

Jesus é o Emanuel, Deus conosco – Desde Seu nascimento, Ele já mostrava que veio para trazer redenção ao mundo.

Assim como os magos buscaram Jesus de longe e José confiou na direção de Deus, somos chamados a seguir e adorar Cristo, mesmo quando o caminho não parece claro.

Deus abençoe 

domingo, 9 de março de 2025

O real significado da honra


A palavra honra no Antigo e Novo Testamento tem significados profundos e variados, mas, em geral, envolve respeito, valor e obediência.

No Antigo Testamento (Hebraico)

A palavra principal usada para "honra" é "kabod" (כָּבוֹד), que significa:

Peso, glória, valor → Algo pesado no sentido de importância e dignidade.

Respeito e reverência → Como em Êxodo 20:12, onde Deus ordena:

“Honra teu pai e tua mãe...”

Kabod também é usada para descrever a glória de Deus, indicando Sua majestade e presença divina (Salmo 19:1).

No Novo Testamento (Grego)

A palavra principal é "timē" (τιμή), que significa:

Valor, estima, respeito → Como em 1 Pedro 2:17:

“Tratai a todos com honra, amai os irmãos...”

Recompensa e reconhecimento → Como em 1 Timóteo 5:17, onde se fala da honra dada aos líderes da igreja.

No contexto bíblico, honrar significa reconhecer o valor de Deus, das pessoas e das autoridades, demonstrando respeito e obediência.

A Bíblia mostra diversas situações em que pessoas foram beneficiadas por terem atitudes de honra. Aqui estão alguns exemplos:

1. Rute foi abençoada por honrar sua sogra (Rute 1–4)

Rute 1:16-17 – "Para onde fores, irei eu, e onde pousares, ali pousarei; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus."

Rute honrou Noemi, sua sogra, permanecendo com ela e cuidando dela. Como resultado, Deus a honrou, e ela se casou com Boaz, tornando-se parte da linhagem de Jesus.

2. O rei Salomão foi abençoado por honrar Deus (1 Reis 3:3-14)

1 Reis 3:9-12 – "Dá, pois, ao teu servo coração entendido para julgar o teu povo."

Salomão honrou a Deus pedindo sabedoria em vez de riquezas. Como recompensa, Deus lhe deu sabedoria, riquezas e honra como nenhum outro rei.

3. A Sunamita recebeu um milagre por honrar o profeta Eliseu (2 Reis 4:8-17)

2 Reis 4:9-10 – "Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus."

Ela construiu um quarto para Eliseu, reconhecendo sua autoridade como profeta. Como resultado, Deus a abençoou com um filho, mesmo sendo estéril.

4. Ester foi exaltada por honrar seu povo (Ester 4–8)

Ester 4:16 – "Se perecer, pereci."

Ester arriscou sua vida para interceder pelo povo judeu diante do rei. Deus a honrou, e ela conseguiu reverter o decreto de morte contra seu povo.

5. O servo centurião teve seu pedido atendido por honrar Jesus (Mateus 8:5-13)

Mateus 8:8 – "Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar."

Ele reconheceu a autoridade de Jesus, e sua fé e honra foram recompensadas com a cura do seu servo.

6. Jesus foi exaltado por honrar o Pai (Filipenses 2:5-11)

Filipenses 2:9 – "Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome."

Jesus honrou a vontade do Pai, tornando-se obediente até a morte na cruz. Como resultado, foi exaltado e recebeu o nome acima de todo nome.

Esses exemplos mostram que a honra gera recompensa. Seja honrando pais, autoridades, profetas ou a Deus, a Bíblia ensina que quem age com honra é exaltado e abençoado. 

A Bíblia também nos mostra diversas situações em que pessoas foram prejudicadas por não terem atitudes de honra. Aqui estão alguns exemplos:

1. Caim foi amaldiçoado por não honrar a Deus (Gênesis 4:3-12)

Gênesis 4:5-7 – "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta."

Caim trouxe uma oferta qualquer a Deus, enquanto Abel ofereceu o melhor. Deus aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Por não honrar a Deus e deixar a inveja dominar seu coração, ele matou seu irmão e foi amaldiçoado.

2. Cam foi amaldiçoado por desonrar seu pai Noé (Gênesis 9:20-27)

Gênesis 9:22-25 – "Quando Noé despertou do seu vinho e soube o que o filho mais moço lhe fizera, disse: Maldito seja Canaã!"

Cam viu a nudez de seu pai, Noé, e zombou dele em vez de respeitá-lo. Seus irmãos, Sem e Jafé, cobriram Noé com honra. Como consequência, Cam foi amaldiçoado, e sua descendência sofreu as consequências.

3. Os filhos de Eli morreram por desonrar a Deus (1 Samuel 2:12-34)

1 Samuel 2:17 – "Era, pois, muito grande o pecado desses moços perante o Senhor, porque desprezavam a oferta do Senhor."

Hofni e Finéias, filhos do sacerdote Eli, desonraram a Deus roubando ofertas e se comportando de forma imoral. Como consequência, Deus os rejeitou, e ambos morreram no mesmo dia.

4. Mical foi estéril por zombar de Davi (2 Samuel 6:16-23)

2 Samuel 6:16 – "Mical, filha de Saul, olhou pela janela; e, vendo o rei Davi dançando e saltando perante o Senhor, o desprezou no seu coração."

Mical ridicularizou Davi por dançar diante de Deus. Como resultado, ela foi amaldiçoada e nunca teve filhos.

5. Uzias ficou leproso por não respeitar a ordem de Deus (2 Crônicas 26:16-21)

2 Crônicas 26:16 – "Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína e transgrediu contra o Senhor."

O rei Uzias tentou queimar incenso no templo, algo que apenas os sacerdotes podiam fazer. Por não respeitar a ordem de Deus, foi ferido com lepra e viveu isolado até sua morte.

6. Judas perdeu tudo por desonrar Jesus (Mateus 26:14-16; 27:3-5)

Mateus 26:15 – "Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei?"

Judas traiu Jesus por 30 moedas de prata. Depois, ao perceber seu erro, sentiu remorso, mas não se arrependeu verdadeiramente. Ele acabou tirando a própria vida.

Esses exemplos mostram que a desonra traz consequências sérias. Quando as pessoas desrespeitam Deus, pais, líderes ou princípios divinos, sofrem perdas e até destruição. A honra protege, mas a desonra traz ruína.

A honra pode ser considerada um traço de caráter, pois está relacionada à integridade, respeito e moralidade. O caráter de uma pessoa é definido por seus princípios e atitudes, e a honra reflete um compromisso com valores corretos.

Prova Bíblica de que a Honra é um Caráter

Honra vem do coração e reflete quem a pessoa é

Provérbios 22:1 – "Mais vale o bom nome do que muitas riquezas; e ser estimado é melhor do que a prata e o ouro."

Isso mostra que a honra está ligada à reputação e à integridade, características de um bom caráter.

Pessoas íntegras agem com honra

Provérbios 11:3 – "A integridade dos retos os guiará, mas a perversidade dos desleais os destruirá."

A honra faz parte do caráter de quem age com integridade, enquanto os desonestos sofrem as consequências.

O caráter de Jesus incluía a honra

João 8:49 – "Respondeu Jesus: Eu não tenho demônio; antes honro a meu Pai, e vós me desonrais."

Jesus demonstrou um caráter de honra ao sempre respeitar e obedecer ao Pai.

Quem tem caráter de honra recebe recompensa

Provérbios 3:9-10 – "Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e os teus celeiros se encherão abundantemente."

Honrar a Deus reflete um coração fiel e resulta em bênçãos.

A honra não é apenas uma ação, mas um reflexo do caráter da pessoa. Quem vive com honra demonstra valores como respeito, fidelidade e integridade, características fundamentais de um bom caráter.

A honra e a bajulação podem parecer semelhantes em algumas situações, mas são completamente diferentes em essência e motivação.

Diferença Principal

Honra é sincera, baseada em respeito e reconhecimento genuíno.

Bajulação é falsa, manipuladora e visa obter vantagens pessoais.

1. Honra vem do coração; bajulação é interesseira

Romanos 12:10 – "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros."

A honra nasce de um coração verdadeiro que reconhece o valor das pessoas.

A bajulação busca agradar os outros apenas para obter algo em troca.

2. Honra exalta a verdade; bajulação usa mentiras

Provérbios 26:28 – "A língua falsa odeia os que oprime, e a boca lisonjeira conduz à ruína."

Quem honra fala a verdade com amor, mesmo que seja difícil.

O bajulador mente para agradar e manipular.

3. Honra é justa; bajulação é enganosa

Provérbios 29:5 – "O homem que lisonjeia ao seu próximo arma-lhe uma rede para os passos."

Honrar é reconhecer mérito e valor de forma justa.

Bajular é inflar o ego dos outros com segundas intenções.

4. Honra vem da humildade; bajulação vem do orgulho

Mateus 23:12 – "Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado."

A honra nasce da humildade, reconhecendo o valor dos outros.

A bajulação busca manipular e se exaltar.

A honra vem de Deus e gera recompensas.

A bajulação vem da falsidade e leva à destruição.

Se queremos agradar a Deus, devemos praticar a honra verdadeira e evitar qualquer tipo de bajulação enganosa. 

Existe uma situação muito difícil de lidar, quando somos sujeitos a instruções de autoridades que ultrapassam os limites das verdades bíblicas, ou seja, quebram os princípios daquilo que acreditamos. Nesse caso o que devemos fazer?

Discordar de instruções absurdas sem ser desonroso exige sabedoria, respeito e firmeza. Aqui estão algumas estratégias baseadas na Bíblia e na boa comunicação:

Seja Respeitoso, Mesmo ao Discordar

1 Pedro 3:15 – "Antes, santificai a Cristo como Senhor em vosso coração, estando sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós."

Fale com calma e respeito, evitando tons agressivos ou desrespeitosos.

Use a Verdade com Sabedoria

Provérbios 15:1 – "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira."

Em vez de confrontar diretamente com dureza, argumente com lógica e paciência.

Apresente uma Alternativa Melhor

Daniel 1:8-14 – Daniel não quis se contaminar com a comida do rei, mas em vez de simplesmente recusar, ele propôs um teste com outra alimentação.

Se uma ordem parece errada, sugira uma solução alternativa que seja mais ética e eficaz.

Seja Firme, Mas com Humildade

Atos 5:29 – "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens."

Se a instrução vai contra princípios morais ou bíblicos, recuse com firmeza, mas sem arrogância.

Use Perguntas em Vez de Ataques

Em vez de dizer: "Isso não faz sentido, não vou fazer!"

"Você pode me ajudar a entender melhor essa decisão? Existe uma maneira diferente de resolver isso?"

Isso ajuda a abrir um diálogo em vez de criar confronto.

Você pode discordar sem ser desonroso ao:

Manter um tom respeitoso

Falar a verdade com mansidão

Oferecer soluções alternativas

Priorizar a obediência a Deus, mas com humildade

Dessa forma, você se posiciona com honra e sabedoria, sem comprometer seus valores.

A honra nos faz vencedores porque ela atrai o favor de Deus e das pessoas, abre portas e nos protege de consequências negativas. A Bíblia mostra que aqueles que viveram com honra foram exaltados, protegidos e abençoados.

1. Deus exalta os que honram

1 Samuel 2:30 – "Aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos."

Quando escolhemos honrar a Deus e aos outros, Ele nos eleva e nos faz vencer.

José honrou a Deus ao fugir do pecado (Gênesis 39). Resultado? Foi de escravo a governador do Egito!

2. A honra nos dá longevidade e bênçãos

Êxodo 20:12 – "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá."

Honrar traz vida longa e prosperidade.

Rute honrou Noemi, e Deus a recompensou com um novo casamento e uma descendência abençoada.

3. Honrar nos protege da derrota

Provérbios 29:23 – "A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra."

Quem honra, age com humildade e evita a queda.

Saul desonrou Deus, e perdeu seu trono (1 Samuel 15).

Davi honrou Saul, mesmo sendo perseguido, e Deus o fez rei (1 Samuel 24).

A honra nos faz vencedores porque:

Atrai o favor de Deus e dos homens

Nos dá promoção e crescimento

Nos protege de derrotas e quedas

Se queremos vencer na vida, a honra deve ser um princípio inegociável!

A vida de pessoas desonrosas é marcada por dificuldades, perda de oportunidades e, muitas vezes, destruição. A Bíblia mostra que aqueles que vivem sem honra enfrentam vergonha, fracasso e consequências dolorosas.

1. São rejeitadas e perdem oportunidades

Provérbios 22:1"Mais vale o bom nome do que muitas riquezas."
A desonra destrói a reputação e fecha portas.

Esaú desonrou sua primogenitura vendendo-a por um prato de comida (Gênesis 25:29-34). Resultado? Perdeu a bênção e se arrependeu tarde demais.

2. Sofrem consequências ruins

Gálatas 6:7"Tudo o que o homem semear, isso também ceifará."
Quem semeia desonra colhe vergonha e ruína.

Os filhos de Eli, Hofni e Finéias, desonraram a Deus roubando ofertas e sendo imorais (1 Samuel 2:12-34). Resultado? Morreram no mesmo dia e sua família perdeu o sacerdócio.

3. Não são respeitadas nem confiáveis

Provérbios 10:7"A memória do justo será abençoada, mas o nome dos ímpios apodrecerá."
Pessoas desonrosas perdem credibilidade e são esquecidas.

Judas desonrou Jesus, traindo-o por 30 moedas (Mateus 26:14-16). Resultado? Perdeu tudo e morreu de forma trágica.

4. Vivem sem paz e sem propósito

Isaías 57:20-21"Mas os ímpios são como o mar agitado, que não se pode aquietar [...]. Para os ímpios, diz o meu Deus, não há paz."
Quem desonra vive em conflitos e sem direção na vida.

Saul desonrou a Deus e perdeu a unção, tornando-se um rei atormentado (1 Samuel 16:14).

A vida de uma pessoa desonrosa é:

Cheia de portas fechadas
Marcada por perdas e fracassos
Sem paz e sem propósito

Se queremos uma vida abençoada e vitoriosa, devemos andar em honra, pois a desonra sempre leva à queda! 

A altivez e a honra não andam juntas, porque a honra vem da humildade, enquanto a altivez vem do orgulho.

O que a Bíblia diz?

Provérbios 18:12 – "Antes da ruína, eleva-se o coração do homem; e, antes da honra, vai a humildade."

Para receber honra, a pessoa precisa ser humilde.

A altivez leva à ruína.

Provérbios 16:18 – "A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda."

Quem é altivo acaba fracassando.

Exemplo de alguém altivo que perdeu tudo:

Nabucodonosor se exaltou e disse que todo seu império era mérito próprio (Daniel 4:30-37). Resultado? Deus o humilhou, e ele viveu como um animal até reconhecer que Deus era soberano.

Exemplo de alguém honroso e humilde:

Moisés foi chamado de o homem mais humilde da terra (Números 12:3). Resultado? Ele foi usado poderosamente por Deus para libertar Israel.

Não é possível ser altivo e honroso ao mesmo tempo, porque:

A honra vem da humildade.

A altivez leva à destruição.

Se queremos ser honrados por Deus e pelos homens, precisamos viver com humildade e respeito! 

O fato de talvez você não concordar com o princípio da honra pode mudar a maneira como você vê o mundo e como se relaciona com os outros, mas não altera a verdade sobre o princípio em si. A honra é um princípio que está enraizado em valores universais como respeito, dignidade e integridade, que são reconhecidos e valorizados em muitas culturas e sistemas de crenças, incluindo a Bíblia.

O que a Bíblia diz sobre a honra, mesmo se não concordarmos?

A honra é uma ordenança de Deus

Efésios 6:2 – "Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa."

Mesmo que alguém não concorde com o princípio de honra, isso não muda o fato de que é uma ordem de Deus, com promessas de bênção para quem a segue.

A honra traz benefícios, independentemente da nossa opinião sobre ela

Provérbios 3:9-10 – "Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e os teus celeiros se encherão abundantemente."

A honra a Deus e aos outros não depende de concordarmos ou não, ela traz frutos de bênção e prosperidade, pois é um princípio divino.

Desonrar pode trazer consequências negativas

Provérbios 29:23 – "A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra."

Ignorar ou desconsiderar o princípio de honra pode resultar em quedas ou consequências ruins. Isso não muda porque a honra está ligada a valores que promovem a harmonia e o bem-estar.

Mesmo que você não concorde com o princípio da honra, a prática da honra continua a ter efeitos poderosos em sua vida e nas relações. A desonra pode levar à destruição, enquanto a honra sempre será um princípio que traz vida e bênção.

Você pode escolher ignorar, mas isso não vai alterar os resultados que a honra traz. A sabedoria está em entender e aplicar esse princípio, seja pela fé, pela experiência ou pela observação dos resultados na vida dos outros.

A honra financeira é a prática de demonstrar respeito e responsabilidade em relação aos recursos financeiros, tanto no que diz respeito ao uso do dinheiro pessoal quanto ao compromisso com os outros e com Deus. Ela é aplicada de várias maneiras na vida cotidiana e, na perspectiva bíblica, está profundamente ligada a princípios de generosidade, honestidade e responsabilidade.

Como é aplicada a honra financeira na Bíblia?

Honrar a Deus com nossos recursos

Provérbios 3:9-10 – "Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e os teus celeiros se encherão abundantemente."

Aqui, a honra financeira começa com a obediência a Deus, reconhecendo que tudo o que temos vem Dele. Oferecer ao Senhor as nossas primícias (ou o melhor do que temos) é um ato de honra.

Aplicação: Contribuir com generosidade para a obra de Deus (dízimos, ofertas, ajuda aos necessitados) e fazer um uso responsável do dinheiro.

Honrar os outros financeiramente, sendo justo e transparente

Levítico 19:13 – "Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás. O salário do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã."

Honrar financeiramente é agir com justiça no relacionamento com os outros, pagando os que trabalham para nós de forma justa e em tempo hábil.

 Aplicação: Pagar dívidas, não enganar em transações comerciais e ser honesto em todas as questões financeiras.

Honrar nossos compromissos financeiros

Salmo 15:4 – "Que juram com dano para si mesmos e não mudam."

Uma pessoa que honra a Deus com suas finanças é fiel aos seus compromissos financeiros. Não faz promessas ou acordos que não pode cumprir.

Aplicação: Cumprir contratos, pagar empréstimos e ser transparente nas negociações financeiras.

Praticar generosidade e solidariedade

2 Coríntios 9:7 – "Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com tristeza ou por necessidade, pois Deus ama quem dá com alegria."

A honra financeira também envolve dar com alegria, seja para a obra de Deus ou para ajudar outras pessoas. A generosidade é um sinal de coração honroso.

Aplicação: Doar para causas e pessoas necessitadas, ajudar na comunidade, e sempre agir com alegria e sem buscar reconhecimento.

Deus abençoe sua vida 

Leonardo Lima Ribeiro 

quarta-feira, 5 de março de 2025

A riqueza de Deus é a salvação

(Pomerode - Santa Catarina)


A Verdadeira Riqueza: Uma Nova Realidade em Cristo

O ensino de Jesus em Mateus 6:19-21 é um chamado para uma mudança de mentalidade. No Sermão da Montanha, Ele diz:

"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." (Mateus 6:19-21)

Este ensino é revolucionário porque desafia um pensamento profundamente enraizado entre os judeus da época. Para muitos, a prosperidade material era vista como um sinal direto da bênção de Deus. As promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó estavam ligadas a uma herança tangível, e reis como Davi e Salomão foram exemplos de como a fidelidade a Deus poderia resultar em riquezas abundantes. Entretanto, Jesus não veio simplesmente para reafirmar a antiga aliança; Ele veio para inaugurá-la em sua plenitude, uma nova Aliança; 

A Transição da Antiga para a Nova Aliança

Jesus viveu em um período de transição entre a Antiga e a Nova Aliança. Ele mesmo declarou:

"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para os abolir, mas para cumpri-los." (Mateus 5:17)

O cumprimento da Lei em Cristo significava que Ele seria a oferta perfeita, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Até Sua morte e ressurreição, os princípios da Lei mosaica ainda estavam em vigor. No entanto, Ele já preparava Seus discípulos para uma nova realidade.

O Verdadeiro Tesouro

O ensino de Jesus sobre não ajuntar tesouros na terra não significa que bens materiais são, por si só, maus. O próprio Salomão escreveu:

"Na casa do sábio há tesouro desejável e azeite, mas o homem insensato o dissipa." (Provérbios 21:20)

A questão não está na posse de bens, mas no lugar que eles ocupam no coração do homem. O problema surge quando o desejo por riquezas se torna a prioridade da vida. Paulo reforça esse ponto em sua carta a Timóteo:

"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (1 Timóteo 6:10)

Jesus propõe um novo foco: não mais a busca pela riqueza terrena como sinal de bênção, mas sim a busca pelos tesouros celestiais. Esse novo paradigma se reflete na conversa que Ele teve com o jovem rico em Mateus 19:16-22. O jovem desejava a vida eterna, mas quando Jesus o desafiou a vender tudo e segui-Lo, ele se entristeceu porque possuía muitas riquezas. O problema não estava nos bens materiais, mas no fato de que seu coração estava preso a eles.

Uma Nova Prioridade: O Reino de Deus

A partir da ressurreição de Cristo, a Nova Aliança é plenamente estabelecida. O Espírito Santo passa a habitar nos crentes, permitindo-lhes viver segundo a vontade de Deus. Agora, a verdadeira prioridade não é mais a acumulação de riquezas terrenas, mas a busca pelo Reino:

"Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6:33)

Esse ensinamento não significa que Deus ignora nossas necessidades materiais, mas sim que Ele nos chama a confiar n'Ele. O apóstolo Paulo, que viveu tanto em abundância quanto em necessidade, declara:

"Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Filipenses 4:12-13)

O Reino de Deus traz uma nova perspectiva: agora vivemos por fé, investimos na eternidade e encontramos nossa satisfação em Cristo.

Onde Está o Nosso Tesouro?

Jesus nos convida a uma transformação de pensamento. Em um mundo que valoriza a ostentação e a busca incessante pelo sucesso material, Ele nos desafia a perguntar: Onde está o nosso tesouro? Se nossa vida está fundamentada nas riquezas terrenas, ela será passageira. Mas se nosso coração está voltado para o Reino de Deus, teremos um tesouro eterno.

O apóstolo Pedro reafirma essa verdade:

"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós." (1 Pedro 1:3-4)

Jesus, ao ensinar sobre as riquezas, trouxe uma nova perspectiva sobre a vida, sobre o coração humano e sobre as prioridades eternas. No Sermão da Montanha, especificamente em Mateus 6:19-21, Ele diz:

"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."

Essa afirmação de Jesus não se trata apenas de um alerta contra a idolatria ao dinheiro ou aos bens materiais, mas de uma revelação sobre o verdadeiro propósito da vida e o destino eterno do ser humano. O povo judeu, naquela época, via a prosperidade material como uma evidência da bênção divina. Isso tinha fundamento nas promessas do Antigo Testamento, onde Deus recompensava a fidelidade com fartura e segurança (Deuteronômio 28:1-14). No entanto, Jesus inaugura uma nova realidade, onde a ênfase não está na posse, mas no propósito.

O apóstolo Paulo reforça esse ensinamento em Colossenses 3:1-2: "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra." Aqui, Paulo reafirma que a vida do cristão deve estar ancorada no reino de Deus e não nas preocupações deste mundo.

Jesus não estava negando a importância do trabalho, da provisão ou do planejamento financeiro. Ele mesmo utilizou parábolas que falavam sobre a administração responsável dos recursos, como a Parábola dos Talentos (Mateus 25:14-30). No entanto, Ele estava ensinando que a prioridade do coração não pode estar nas riquezas passageiras, mas naquilo que tem valor eterno.

Muitas vezes, somos influenciados pela sociedade a medir nosso valor por aquilo que possuímos. As redes sociais potencializam essa comparação, gerando frustração, ansiedade e um desejo insaciável de status. No entanto, Jesus nos convida a confiar nEle como nossa verdadeira fonte de segurança e alegria. Como Ele mesmo declarou em Mateus 6:33: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

Isso não significa que Deus não abençoa materialmente Seus filhos, mas que a prioridade sempre deve ser espiritual. Em 2 Coríntios 8:9, Paulo diz: "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza vós enriquecêsseis." Esse enriquecimento, antes de ser financeiro, é espiritual, trazendo sabedoria, contentamento e uma nova perspectiva de vida.

A verdadeira prosperidade, então, não é medida pelo que acumulamos, mas pelo quanto nos tornamos semelhantes a Cristo. Quando entendemos essa verdade, vivemos livres da ansiedade pelo futuro e confiantes de que Deus suprirá todas as nossas necessidades, conforme Filipenses 4:19: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus."

O objetivo prático é alinhar nosso coração com as riquezas eternas, entendendo que nossa maior herança está nos céus e que nossa vida deve refletir essa esperança. Afinal, onde estiver nosso tesouro, ali estará também o nosso coração.

Você não precisa se preocupar ou colocar o seu coração nas riquezas da terra. As riquezas terrenas não são o sinal da bênção de Deus. Na antiga aliança, elas eram uma evidência da fidelidade de Deus ao povo judeu, mas, para nós, em Cristo, são apenas uma possível consequência da nossa fé incluída em nosso propósito. 

As coisas espirituais se manifestam em nossa vida através da nova realidade da Nova Aliança. Romanos 8 fala sobre uma vida no Espírito, e essa realidade se expressa por meio do fruto do Espírito, descrito em Gálatas 5. Esse fruto reflete o caráter de Cristo e se manifesta em amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. 

Jesus nos ensina sobre a relação entre o nosso coração e o tesouro em Mateus 6:21: "Onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração." Isso significa que aquilo que valorizamos e buscamos revela onde está o nosso coração. Se os nossos olhos estão fixos nas riquezas materiais, buscando incessantemente dinheiro, status e sucesso, então nosso coração pode estar distante de Deus.

Hoje, somos bombardeados por uma cultura que incentiva a comparação e a insatisfação. As redes sociais mostram apenas os momentos de conquistas das pessoas: a casa nova, o carro de luxo, as roupas de marca. Isso pode gerar frustração, pois muitos passam a medir sua bênção pela condição financeira.

No entanto, Jesus nos convida a uma nova perspectiva. Ele nos ensina a não acumular tesouros na terra, mas sim no céu. A verdadeira bênção não está nos bens materiais, mas na manifestação do Reino de Deus em nós. O nosso valor não está no que possuímos, mas em quem nos tornamos em Cristo. É muito fácil você desviar o foco de sua fé, e depois de um tempo estar vivendo em uma completa desilusão com tudo, confuso com suas convicções e o que acredita ser verdadeiro. 

Isso não significa que é errado desejar uma vida próspera. Deus nos deu sabedoria e capacidade para prosperar, e não há problema algum em querer o melhor para nossa vida e nossa família. O problema está quando o coração se apega excessivamente a isso, gerando ansiedade, frustração e uma sensação de insuficiência. A fé verdadeira está no descanso. Filipenses 4:6-7 nos ensina a apresentar a Deus nossas petições com oração e ação de graças, confiando que Ele cuida de nós. Quando colocamos nossos sonhos diante de Deus, precisamos aprender a confiar e agradecer, mesmo antes de ver a resposta.

Nosso coração deve estar ancorado em Cristo. O verdadeiro tesouro é a presença de Deus em nossa vida. Quando compreendemos isso, conseguimos valorizar o que realmente importa: a paz, a justiça e a alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17).

O Reino de Deus se manifesta em nós através da nossa consciência de filiação, da revelação da paternidade de Deus e do amor de Cristo em nós. Se continuarmos acreditando que riqueza é sinônimo de bênção, ainda estaremos presos à mentalidade da antiga aliança. No entanto, em Cristo, entendemos que a maior herança que possuímos é a vida eterna e a plenitude da presença de Deus habitando em nós. Portanto, continue crendo que Deus tem o melhor para você, mas que o verdadeiro tesouro é viver na plenitude do Seu amor e propósito. Seja grato pelo que tem hoje, confie no cuidado de Deus e viva uma vida abundante no Espírito!

Você pode estar vivendo hoje em um estado de muita riqueza material, ou talvez passando por um momento de escassez, mas isso não define quem você é em Deus. Você pode ter muita coisa, mas estar completamente fora da vida com Deus, sem alinhamento com aquilo que Jesus propõe. Na nova aliança, não discernimos mais as pessoas por questões externas, pois nosso coração está ligado às coisas do alto, ao caráter de Cristo. Em Deuteronômio, quando se fala sobre bênção e maldição, vê-se que a prosperidade estava ligada à obediência. Jesus, porém, foi obediente até o fim e cumpriu tudo. Assim, quando cremos n'Ele, recebemos, por fé, as bênçãos propostas em Deuteronômio, pois Ele cumpriu o que não podíamos cumprir.

Mas o que significa crer? O que é fé? Fé é a certeza das coisas que não vemos. Se você crê em Jesus como Salvador, recebe a salvação. Se crê Nele como Senhor, entra numa vida de obediência. O Espírito Santo nos guia nessa obediência, pois a fé também é obediência. Ninguém pode dizer que crê em Jesus e, ao mesmo tempo, não segui-Lo.

Por isso, o batismo é a ação da fé. Se você crê, você se batiza. Alguns questionam se o batismo salva, mas a Bíblia é clara: somos justificados pela fé. No entanto, a fé sempre se manifesta em ação. O batismo é o revestimento de Cristo. O ladrão na cruz não se batizou, mas foi revestido pelo próprio Cristo quando ouviu: "Hoje estarás comigo no Paraíso."

Muitas pessoas, por falta de entendimento bíblico, não se batizam, baseando-se no caso do ladrão na cruz. Mas Colossenses afirma que o batismo é o revestimento de Cristo. Quando somos batizados, é como se nos vestíssemos com Cristo. O batismo simboliza a morte do velho homem e o nascimento do novo. Quando cremos, o batismo é imediato; é a expressão pública da nossa fé. Não há desculpas para não se batizar. Mesmo em situações extremas, como um deserto, sempre haverá um meio, nem que seja um copo d'água. O batismo está presente em toda a Bíblia. Muitas vezes, só percebemos algo quando passamos a procurá-lo, assim como quando decidimos comprar um modelo específico de carro e, de repente, o enxergamos por toda parte.

O discipulado antes do batismo é um erro comum. Discipular quem ainda não nasceu de novo é ensinar coisas espirituais a quem não pode compreendê-las. Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer da água e do Espírito para entender as coisas espirituais. A salvação não vem por intelecto ou argumentação, mas pelo Espírito Santo. Muitas pessoas acham que a conversão ocorre por pregação eloquente, boa argumentação ou teologia impecável. Mas a verdade é que ninguém pode chamar Jesus de Senhor sem que o Espírito Santo o revele.

Um exemplo ilustra bem isso. Uma história que li em um livro quando fazia o curso de missiologia: um conferencista da Nova Era, altamente respeitado, foi ao Vietnã para meditação. Conversando com um camponês, expôs toda sua sabedoria esotérica. O camponês ouviu atentamente e, no final, fez uma simples pergunta: "Esse deus de quem você fala se relaciona com você?" O conferencista ficou confuso e sem resposta. Então, o camponês acrescentou: "O Deus que eu conheço, eu posso chamar de Pai." Isso transformou a vida do conferencista, que passou a estudar sobre Jesus e se converteu. Hoje, ele prega o evangelho para outras pessoas da Nova Era. Isso prova que não é pela eloquência, mas pela verdade revelada pelo Espírito Santo.

A fé não é apenas um conceito, mas uma experiência real e transformadora. O batismo é a resposta da fé em ação. Quem crê, obedece. Quem obedece, vive a nova vida em Cristo.

Irmãos, muitas vezes o homem pensa que basta pegar um papel e falar sobre Deus. Mas a verdade é que o homem não tem capacidade de falar de Deus com propriedade. O que podemos compartilhar é a nossa experiência com aquilo que Ele nos revelou. Se pensarmos em um nível de conhecimento sobre Deus, e esse nível fosse de 100%, talvez eu tenha alcançado apenas 0,001%. Isso porque Ele permite que O conheçamos apenas na medida em que nossa relação com Ele se aprofunda. Deus se faz entender na proporção que deseja, e nós nunca O entenderemos por completo.

Por isso, quando vejo teólogos debatendo, nem perco meu tempo. Uma coisa é estudar a Bíblia, analisar o contexto, a história, a exegese, a hermenêutica – e eu faço isso. Mas conhecer Deus em Sua totalidade? Isso está além da nossa capacidade. Ele nos conhece 100%, enquanto nós O conhecemos apenas até onde Ele nos permite.

Aí vem o homem e cria um mestrado chamado "Mestrado em Divindade". Sei que são apenas disciplinas acadêmicas, mas o próprio nome já soa estranho. Como alguém pode ser mestre em divindade? O homem acha que pode explicar Deus com propriedade, mas não pode. O que podemos compartilhar é aquilo que nos foi revelado e aquilo que nossa fé já alcançou.

Muitas vezes, me fazem perguntas sobre Deus e, se eu não sei a resposta, simplesmente digo: "Não sei." Mas algumas pessoas, em vez de aceitar essa limitação, procuram respostas na internet, onde encontram teorias – interpretações humanas baseadas em estudo e raciocínio. Deus, porém, Se revela à medida que nos relacionamos com Ele e, antes de tudo, para nos transformar. 

No contexto ministerial, sempre digo: se um ministério não revela aquilo que Deus está fazendo na vida da pessoa, é pura vaidade. Se alguém quer pregar sem ter vivido aquela transformação, está apenas tentando mostrar algo que não tem. O verdadeiro ministério deve revelar Cristo, e não a própria pessoa. Se eu era um viciado e fui liberto, eu posso testemunhar essa transformação. Se eu tinha problemas de rejeição e encontrei a paternidade de Deus, posso falar disso. Mas se eu falo sobre algo que ainda não vivi, estou apenas promovendo a mim mesmo, e não a Cristo.

Hoje em dia, vejo muitas pessoas querendo falar sobre a Bíblia após lerem um texto uma ou duas vezes, ou até mesmo depois de anos de leitura sem entendimento. E por quê? Por vaidade. Queremos reconhecimento, queremos ser vistos. Mas o verdadeiro chamado exige que mortifiquemos essa vaidade diariamente para que nosso ministério revele Cristo e não nossa própria imagem.

Isso me fez refletir sobre algo: quando buscamos ajuda para criar conteúdo na internet, sempre recebemos conselhos sobre postura, imagem, estratégias para atrair público. E sim, existem técnicas eficazes para isso. Mas se olharmos para a Bíblia, veremos que os maiores pregadores da história foram os apóstolos. Eles levaram a mensagem de Cristo a diversas nações do Império Romano.

E qual era a técnica deles? PNL? Oratória? Marketing de imagem? Nada disso. Eles apenas pregavam com verdade e unção. Muitos hoje seguem estratégias de crescimento digital, e pode ser que consigam seguidores, mas será que estão alcançando vidas para Deus? Porque o que realmente transforma é a unção, não a estética, o tom de voz ou o posicionamento de imagem. Quando Deus chama alguém, Ele já sabe como essa pessoa é, e é Ele quem capacita com poder sobrenatural.

Quando compreendemos isso, tudo muda. Paramos de tentar impressionar e de criar personagens para convencer os outros. Vejo muitos pregadores hoje que, no YouTube, são um personagem. Mas, no dia a dia, são pessoas completamente diferentes. Eles atraem as pessoas para si, e não para Cristo. Isso explica por que existe tanta idolatria no meio cristão. Muitos criam um posicionamento de imagem para prender os olhos e a alma das pessoas. E, se não tiverem conteúdo e unção, acabarão levando os outros a idolatrá-los em vez de conduzi-los à verdade de Cristo.

Se tiver dúvidas sobre isso, basta olhar para a situação das igrejas no Brasil. Muitos escândalos surgem, e as pessoas continuam seguindo líderes corruptos. Vejo casos de adultério, corrupção financeira, até crimes graves, e as pessoas ainda defendem certos líderes. O que eu sempre digo é: Jesus cuida da igreja d’Ele. O que nós temos que fazer é escolher onde vamos caminhar. Se o ambiente se corrompeu, agradeça a Deus pelo tempo que esteve ali e siga em frente.

Às vezes, situações difíceis ocorrem na igreja, e o pastor precisa lidar com elas. No entanto, quando essas situações envolvem a liderança, a complexidade aumenta. É importante lembrar que você tem o livre-arbítrio para escolher onde congregar. Como está escrito em Provérbios 16:9: "O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos". Se buscamos a verdade, Deus jamais nos negará esse conhecimento. Seja através de um livro, de uma pregação ou mesmo de um vídeo, a verdade chegará até nós, pois o próprio Jesus afirmou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).

Muitas vezes, quando ouvimos uma palavra profética, podemos reagir de diferentes formas. Alguns a recebem com alegria e edificação, enquanto outros a rejeitam por não quererem ser confrontados. O apóstolo Paulo nos ensina em 2 Timóteo 3:16-17 que "Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra". Isso significa que a Palavra também tem um papel corretivo, e aqueles que são sábios aceitam a correção, enquanto os tolos se iram (Provérbios 9:8-9).

Muitas vezes, aqueles que rejeitam a correção respondem com ironia, sarcasmo ou deboche. Isso ocorre porque o evangelho confronta nossas atitudes e nos convida ao arrependimento. Quando resistimos à transformação que Deus deseja operar em nós, acabamos sofrendo as consequências naturais de nossas escolhas.

A Bíblia nos ensina em Romanos 1:24-25: "Por isso Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seus corações, para a impureza sexual, para a degradação de seus corpos entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém."

Esse versículo não sugere que Deus pune arbitrariamente, mas sim que, quando uma pessoa persiste em rejeitar a verdade, Ele permite que siga seus próprios caminhos, colhendo as consequências naturais de suas escolhas. Quando nos afastamos de Deus, nos tornamos vulneráveis à ilusão do pecado e às suas repercussões. No entanto, Ele está sempre disposto a nos receber de volta quando escolhemos nos arrepender e retornar à Sua verdade.

Quando um pastor aconselha um irmão a perdoar, a agir com integridade nos negócios ou a viver em santidade, a pessoa tem a liberdade de escolher obedecer ou ignorar. No entanto, ao optar por ignorar esses conselhos, ela se coloca no caminho de consequências dolorosas. Deus, em Sua misericórdia, sempre envia Sua palavra de alerta — seja por meio das Escrituras, de um pastor, da família ou dos amigos. O verdadeiro problema ocorre quando a pessoa endurece seu coração diante desses avisos. Como está escrito em Provérbios 29:1: "O homem que muitas vezes é repreendido e endurece a cerviz será quebrantado de repente, sem que haja cura". Essa reação nos coloca na linha do risco de rejeitar repetidamente as correções divinas, o que pode resultar em uma queda irreversível, sem espaço para restauração.

Receber correção é essencial para o crescimento espiritual. A experiência de aprendizado sob uma liderança firme, que não tem medo de falar a verdade, é um presente. Hebreus 12:11 ensina: "Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porem, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados".

Muitas pessoas rejeitam a correção porque a interpretam como um ataque pessoal, mas, na verdade, a Palavra de Deus apenas revela áreas que precisam de transformação. Assim como o fogo refina o ouro, removendo as impurezas, a Palavra tem o poder de nos purificar e nos moldar, como está escrito em Zacarias 13:9. Quando alguém é corrigido em relação à vaidade, ganância ou soberba, a reação imediata pode ser de resistência e negação. No entanto, se houver humildade, com o tempo essa pessoa perceberá que a correção não é um castigo, mas um convite ao amadurecimento. A disciplina divina, longe de ser algo negativo, é um meio de nos tornar mais semelhantes a Cristo e mais preparados para viver segundo a Sua vontade.

É sábio ter um coração ensinável, aberto à transformação que vem pela Palavra e pelo Espírito Santo. Davi expressa essa atitude de rendição e disposição para a mudança no Salmo 139:23-24, quando clama: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas inquietações. Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno". Neste clamor, Davi nos ensina a importância de permitir que Deus examine nosso coração, identificando áreas que precisam de cura ou ajuste. A verdadeira sabedoria está em buscar constantemente a direção divina, reconhecendo que, ao nos submeter à Sua vontade, somos conduzidos ao caminho da vida plena e eterna.

Paulo nos ensina que nossas obras serão provadas pelo fogo (1 Coríntios 3:12-13). Se forem de ouro, prata e pedras preciosas, permanecerão, pois foram construídas em fé. Se forem de madeira, feno ou palha, serão consumidas, pois foram construídas na carne, na vaidade e no orgulho.

A melhor resposta para os altivos é seguir em frente e desejar-lhes a bênção de Deus. Como está escrito em Provérbios 15:1, "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira". Não precisamos nos preocupar em corrigi-los, pois o Espírito Santo é infinitamente mais eficiente para trabalhar em suas vidas do que qualquer um de nós.

Infelizmente, há muitos membros, líderes e até pastores que ainda vivem segundo a carne. No entanto, a obra da carne foi crucificada com Cristo (Gálatas 5:24). Quando nascemos de novo, tornamo-nos uma nova criação (2 Coríntios 5:17). Agora, somos espírito e nossa realidade é espiritual. Mas a nossa alma está em processo de renovação diária (Romanos 12:2).

Paulo instrui a não consagrar neófitos ao ministério (1 Timóteo 3:6), pois um imaturo pode cair em laças do inimigo por ainda não ter uma mente transformada. Por isso, ao estabelecer presbíteros, Tito recebeu orientações claras (Tito 1:5-9): deveriam ser irrepreensíveis, fiéis, moderados, conhecedores da Palavra e bons governantes do lar. Essas são características de maturidade e experiência com Deus.

O papel dos presbíteros era tomar decisões com sabedoria e misericórdia. Como podemos ter uma liderança eficaz se é composta por pessoas carnais e gananciosas? A igreja primitiva resolvia questões com oração e busca ao Espírito Santo (Atos 6:3-6). Hoje, muitas igrejas são tratadas como empresas, priorizando o lucro ao invés do crescimento espiritual.

No passado, Deus acrescentava os que haviam de ser salvos à igreja (Atos 2:47). Hoje, há estratégias humanas de marketing e persuasão para atrair pessoas. Jesus nos ensinou que o mundo reconhecerá os seus discípulos pelo amor que há entre eles (João 13:35). Se uma igreja precisa de técnicas de manipulação para manter seus membros, algo está errado.

De acordo com as Escrituras, é Deus quem acrescenta os salvos à Igreja. Em Atos 2:47, por exemplo, vemos que “o Senhor ia acrescentando, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Este versículo indica que, após o Pentecostes, a obra de salvação e o crescimento da Igreja eram diretamente obra de Deus, que, por meio do Espírito Santo, atraía e transformava corações, trazendo-os para a comunidade dos crentes.

A Igreja, como o Corpo de Cristo, não depende apenas de esforços humanos para crescer, mas é Deus quem chama e salva as pessoas. Ele utiliza diversos meios – como pregação, testemunho pessoal, e outros – para alcançar aqueles que Ele deseja salvar, mas é Ele quem realiza a obra de regeneração e os acrescenta à Sua Igreja.

Esse entendimento também é reforçado em 1 Coríntios 12:18, onde Paulo afirma: “Agora, Deus dispôs os membros no corpo, cada um deles, como lhe agradou”. Isso destaca que a inclusão de cada pessoa na Igreja é uma decisão soberana de Deus, que coloca cada um no lugar certo no Seu plano.

Assim como vimos ao longo deste capítulo, Deus é quem acrescenta os salvos à Igreja, guiando-os e moldando-os para cumprir Seus propósitos. Não é nossa tarefa forçar esse crescimento, mas estar sensíveis à Sua direção, permitindo que Ele nos coloque no Corpo de Cristo, de acordo com a Sua vontade. Em Atos 2:47, vemos que o Senhor ia acrescentando os salvos, mostrando que a obra da salvação e da edificação da Igreja é completamente Sua.

Essa verdade se conecta com o que Jesus ensina em Mateus 6:19-21: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde os ladrões roubam; mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não consomem, e onde os ladrões não roubam. Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração.” A acumulação de “tesouros no céu” não é uma busca por status ou bens materiais, mas pelo crescimento espiritual e pelo chamado que Deus nos dá na Sua Igreja. Quando somos acrescentados à Igreja de Cristo, nossa vida passa a ter um propósito eterno, e é nesse tesouro celestial que devemos investir — um tesouro que não é corrompido por coisas terrenas, mas que resiste à prova do tempo e da eternidade.

Portanto, ao refletirmos sobre nossa jornada espiritual e nossa inclusão no Corpo de Cristo, devemos sempre lembrar: o verdadeiro tesouro está em viver segundo a vontade de Deus, sendo moldados por Sua Palavra e pelo Espírito, e sendo acrescentados à Igreja, que é a Sua obra redentora na Terra. Onde nosso coração está investido nesse propósito eterno, aí estará também nossa verdadeira riqueza, que nunca será roubada nem corrompida.

Deus abençoe vocês

Leonardo Lima Ribeiro 



 

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