segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

A benção da contribuição voluntária

 


O Novo Testamento apresenta diversas passagens que abordam o sustento financeiro dos apóstolos e daqueles que dedicavam suas vidas ao ministério. A Bíblia ensina que aqueles que pregam o evangelho têm o direito de receber sustento, mas também destaca a importância da integridade, do desprendimento e da confiança em Deus para prover.

1. O Direito ao Sustento Ministerial

O apóstolo Paulo ensina claramente que aqueles que trabalham na obra de Deus têm o direito de receber sustento material da comunidade cristã:

1 Coríntios 9:7-14 – Paulo usa exemplos da vida cotidiana (soldados, agricultores e pastores) para mostrar que aqueles que servem têm o direito de receber sustento. Ele afirma:

“Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1 Coríntios 9:14)

Lucas 10:7 – Jesus instrui os discípulos enviados a não levarem provisões, pois aqueles a quem pregassem deveriam sustentá-los:

"Permanecei naquela mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o trabalhador do seu salário."

1 Timóteo 5:17-18 – Paulo reforça que aqueles que ensinam a Palavra devem ser bem tratados:

“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.”

2. O Exemplo de Paulo: Trabalho e Renúncia

Embora Paulo defendesse o direito dos ministros do evangelho ao sustento, ele mesmo escolheu, em várias ocasiões, não usufruir desse direito para não ser um peso para a igreja e para dar exemplo:

Atos 18:3 – Paulo trabalhava como fabricante de tendas para se sustentar enquanto pregava.

1 Coríntios 9:12 – Ele diz que não fez uso do direito ao sustento para não colocar impedimento ao evangelho.

2 Tessalonicenses 3:7-9 – Paulo ensina que trabalhou dia e noite para não ser pesado a ninguém, mostrando um exemplo de autossustento.

3. A Generosidade das Igrejas no Sustento Apostólico

Muitas igrejas ajudaram financeiramente os apóstolos e missionários:

Filipenses 4:15-17 – A igreja de Filipos ajudou financeiramente Paulo mais de uma vez:

“Nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão vós somente.”

Romanos 15:26 – Paulo menciona ofertas levantadas por igrejas da Macedônia e Acaia para ajudar os irmãos pobres em Jerusalém.

4. O Perigo do Amor ao Dinheiro e a Piedade como Fonte de Lucro

O Novo Testamento alerta contra o uso do evangelho como meio de enriquecimento pessoal:

Mateus 10:8 – Jesus instrui os discípulos: "De graça recebestes, de graça dai."

1 Timóteo 6:5-10 – Paulo adverte sobre aqueles que usam a piedade como fonte de lucro e sobre o amor ao dinheiro como raiz de todos os males.

Atos 8:18-21 – Simão, o mago, tenta comprar o dom do Espírito Santo, e Pedro o repreende severamente.

O Novo Testamento ensina que os apóstolos e ministros do evangelho têm direito ao sustento, mas esse sustento deve ser oferecido voluntariamente pelas igrejas e administrado com integridade. O exemplo de Paulo mostra que, embora o sustento seja legítimo, o ministério não deve ser visto como meio de enriquecimento. A ênfase está na dependência de Deus e na generosidade da comunidade cristã para suprir as necessidades dos que servem ao Senhor.

A Responsabilidade dos Fiéis em Sustentar o Ministério

No Novo Testamento, encontramos uma clara ênfase no princípio da reciprocidade espiritual e material dentro da comunidade cristã. A ideia central é que aqueles que recebem bênçãos espirituais através do ministério devem, em gratidão e responsabilidade, contribuir para o sustento da obra de Deus. No entanto, muitas pessoas desejam usufruir dos benefícios do ministério sem assumir a responsabilidade de apoiá-lo financeiramente ou de outra forma.

1. O Princípio Bíblico da Reciprocidade

A Bíblia ensina que há uma relação de mutualidade entre aqueles que ensinam e aqueles que são ensinados:

Gálatas 6:6 "E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui."

Aqui, Paulo destaca que quem recebe ensino deve contribuir materialmente para o sustento daquele que ensina. Isso não é uma troca comercial, mas um princípio de gratidão e apoio mútuo no Corpo de Cristo.

Romanos 15:27 "Isto lhes pareceu bem, e devedores são para com eles; porque, se os gentios têm sido participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais."

Neste versículo, Paulo mostra que os gentios, que receberam benefícios espirituais, tinham a obrigação moral de contribuir financeiramente com os judeus crentes em Jerusalém que passavam necessidade.

2. O Exemplo dos Macedônios: Contribuição com Alegria e Generosidade

Paulo exalta a igreja da Macedônia como um modelo de generosidade, apesar das dificuldades financeiras:

2 Coríntios 8:2-4 "Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria e a sua profunda pobreza superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima delas, deram voluntariamente, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos."

Isso mostra que a disposição de contribuir não deve depender de riqueza material, mas de um coração generoso.

3. O Problema da Ingratidão e da Negligência no Sustento do Ministério

Embora a Bíblia ensine sobre a importância de sustentar a obra de Deus, muitos se beneficiam do ministério sem contribuir para ele. Essa atitude pode ser fruto de egoísmo, falta de entendimento ou negligência espiritual.

Malaquias 3:8-10 "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas."

Embora este texto esteja no contexto do Antigo Testamento, o princípio continua relevante: reter aquilo que pertence ao sustento da obra de Deus é visto como um ato de infidelidade.

1 Coríntios 9:11 "Se nós semeamos para vós as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as materiais?"

Paulo confronta diretamente a mentalidade de quem quer receber benefícios espirituais sem estar disposto a apoiar financeiramente a obra.

4. O Perigo do Consumo Espiritual sem Compromisso

Nos tempos modernos, essa questão se manifesta de diversas formas:

Pessoas que frequentam igrejas, assistem a cultos online e recebem ensinamentos, mas nunca contribuem financeiramente.

Crentes que esperam que a igreja esteja sempre disponível para ajudá-los em momentos difíceis, mas não investem no crescimento da própria comunidade.

Indivíduos que querem pastores disponíveis para aconselhamento, discipulado e visitação, mas não se preocupam com a subsistência desses líderes.

Essa atitude demonstra uma visão utilitarista da fé, onde o cristianismo é visto apenas como um serviço gratuito ao invés de um compromisso comunitário.

5. A Bênção da Contribuição Voluntária

A Bíblia ensina que aqueles que dão generosamente não apenas sustentam a obra de Deus, mas também recebem bênçãos espirituais e materiais:

2 Coríntios 9:6-7 "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

Lucas 6:38 "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque, com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo."

A contribuição não é uma obrigação legalista, mas uma oportunidade de participar da obra de Deus e experimentar sua provisão abundante.

O Novo Testamento ensina claramente que aqueles que são beneficiados pelo ministério devem contribuir para seu sustento. Essa contribuição deve ser feita com gratidão, generosidade e alegria, e não por obrigação ou coação. O maior problema não é a falta de dinheiro, mas a falta de compromisso e visão espiritual.

Leonardo Lima Ribeiro 


A pergunta que cada cristão deve fazer é: "Estou apenas recebendo do ministério ou também estou contribuindo para que a obra de Deus avance?"

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Meu antidenominacionalismo

 


Hoje, quero falar sobre nossa percepção, capacidade de avaliação e análise, que têm sido comprometidas pelo sistema de pensamento introduzido em muitas igrejas.

O Sistema de Pensamento e a Mentalidade do Reino

Você que ainda não conhece nosso conteúdo, recomendo que fale conosco. Se tem interesse em nosso discipulado para abrir sua mente em relação ao Reino de Deus e quebrar barreiras denominacionais, este é o caminho. Muitos me perguntam se sou contra igrejas ou denominações. Meu livro Destronando o Bezerro de Ouro trata claramente desse tema e você pode adquiri-lo através de nosso ministério

A questão central não é a instituição em si, mas o sistema de pensamento. A diferença entre unidade e uniformidade é crucial.

"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo." (1 Coríntios 12:4-5)

As denominações estabelecem padrões de pensamento, doutrina e até mesmo personalidade. Isso pode desconsiderar as diferenças individuais, a identidade ministerial e a vocação de cada um.

Os Cinco Ministérios e as Diferenças Individuais

A Palavra nos ensina que Deus concedeu cinco ministérios:

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo." (Efésios 4:11-12)

Pedro não era como Paulo, Tiago não era como André. Cada um tinha um estilo, um público e uma cultura diferente. Paulo plantou igrejas em Tessalônica, Filipos, Corinto e Éfeso, cada uma com sua realidade cultural. A fé nunca anula a personalidade ou a cultura de um povo.

O Perigo da Uniformização Religiosa

*Uniformização significa tornar algo uniforme, padronizado ou homogêneo. Esse conceito pode ser aplicado em diferentes contextos, como:

Organizacional: Quando uma empresa padroniza processos, regras ou vestimentas para garantir coerência e identidade.

Jurídico: Quando há uma padronização de interpretações de leis para evitar decisões contraditórias.

Educacional: Quando o ensino segue um currículo ou metodologia única para manter a qualidade e a igualdade.

Cultural: Quando costumes ou práticas se tornam mais homogêneos dentro de uma sociedade.

No geral, a uniformização busca reduzir variações para manter ordem, coerência e eficiência.

Quando uma denominação padroniza a fé, pode acabar ignorando o chamado individual. Muitas pessoas se sentem deslocadas porque a estrutura proposta não opera em suas vidas. Você já passou por isso? Talvez tenha tentado funcionar dentro de um ministério e sentiu que aquilo não fluía na sua vida.

Eu mesmo, em minha experiência, ouvi líderes dizendo: "Você pode aprender de tudo e servir em todas as áreas". Isso é uma meia verdade. Podemos aprender de tudo, mas operar com unção e eficiência só é possível naquilo para o qual fomos chamados.

"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (1 Coríntios 12:7)

Quando a igreja se torna uma máquina, forçando as pessoas a se encaixarem em um molde, perde-se a dinâmica do Corpo de Cristo.

Fluir no Chamado de Deus

Hoje, no nosso ministério, ajudamos pessoas a entrar na vontade de Deus entendendo suas características específicas. Não impomos um modelo. Nosso papel é reconhecer a vocação de cada um e ajudá-los a florescer.

Esta semana, um pastor me perguntou se deveria seguir um certo padrão. Respondi: "Siga o que flui na sua vida". Sofremos resistências do mundo, do inimigo e da nossa velha natureza. Mas o que vem de Deus é espontâneo e flui com paz.

"Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mateus 11:30)

O que você faz para Deus precisa fluir naturalmente, não por esforço humano, mas porque é algo que faz parte de quem você é em Cristo.

Um amigo comentou algo muito pertinente: "As igrejas deveriam ensinar as pessoas a descobrirem suas identidades em Cristo para viverem os seus propósitos." Exatamente! Essa é a função da igreja. Os cinco ministérios que existem na Igreja de Cristo servem precisamente para isso. Conforme Efésios 4:11-13:

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo."

A minha única função como pastor, na vida de alguém, é, enquanto essa pessoa ainda é "criança na fé", instruí-la na Palavra e ajudá-la na caminhada, até que alcance a maturidade espiritual. Quando a maturidade chega, a identidade de cada um em Cristo começa a florescer.

Por exemplo, há pessoas que são pastores, mas não de púlpito. Eles pastoreiam individualmente, cuidando das pessoas sem estarem em evidência. Outros, no entanto, têm chamado para o púlpito e precisam estar em evidência, pois são anunciadores da Verdade. São pregadores, evangelistas que fazem cruzadas, ensinam, escrevem e disseminam a Palavra. Cada um tem sua função específica, e não devemos estabelecer um padrão único para todos.

Infelizmente, as denominações, muitas vezes, criam moldes que não levam em consideração essas diferenças. Eu mesmo fiz parte de denominações reformadas e pentecostais e percebi que cada uma estabelece seu próprio padrão. Na tradição reformada, por exemplo, se alguém demonstra boa comunicação, raciocínio rápido e conhecimento acadêmico, logo é enviado para o seminário para se tornar pastor. Mas nem todos que possuem essas características foram chamados para o pastorado. Talvez Deus tenha dado a essa pessoa um talento para os negócios, para o ensino ou para outro ministério dentro do corpo de Cristo.

Essa padronização sufoca o propósito específico de cada um e desconsidera os dons e talentos distribuídos pelo Espírito Santo. Paulo nos ensina em 1 Coríntios 12:4-6:

"Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas é o mesmo Deus quem opera tudo em todos."

Além disso, temos visto uma tendência preocupante: muitos pastores sentem necessidade de fazer psicologia para entender as pessoas. Mas, quando os cinco ministérios foram estabelecidos após a ressurreição de Jesus, era o Espírito Santo quem capacitava os pastores a cuidar das pessoas. Não existia psicologia entre os apóstolos; eles eram completamente dependentes da direção do Espírito Santo.

Hoje, infelizmente, muitas igrejas se baseiam mais em habilidades humanas do que nos dons espirituais. Consequentemente, há uma escassez de palavras de conhecimento, palavras de sabedoria e discernimento espiritual. Em seu lugar, multiplicam-se profecias imaturas ou até mesmo falsas, que muitas vezes são dadas para agradar pessoas influentes, ao invés de transmitir a Verdade de Deus. Isso nos lembra Efésios 4:14:

"Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro."

Muitas pessoas buscam mestres segundo suas próprias vontades, conforme predito em 2 Timóteo 4:3-4:

"Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas."

Quando trazemos a verdade da Palavra de Deus, algumas pessoas se incomodam, pois não querem ser confrontadas. Elas preferem quem as "afague" e lhes diga apenas o que querem ouvir. A Bíblia chama isso de "lamber feridas", algo que nos lembra a metáfora dos cães mencionada em Filipenses 3:2:

"Cuidado com os cães, cuidado com os maus obreiros, cuidado com a falsa circuncisão!"

Assim como um bom médico ou veterinário precisa primeiro limpar uma ferida e até retirar tecidos mortos para que a cicatrização ocorra corretamente, a verdade da Palavra de Deus muitas vezes causa desconforto inicial. É um processo de poda espiritual que gera crescimento. Como Jesus disse em João 15:2:

"Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, ele o limpa, para que produza mais fruto ainda."

Portanto, precisamos de igrejas e líderes que ensinem a identidade em Cristo, respeitando os dons e chamados individuais, e que estejam dispostos a ministrar a verdade, mesmo que ela gere desconforto inicial. Somente assim o corpo de Cristo crescerá em maturidade e cumprirá o propósito de Deus nesta terra.

Uma vez aconselhei um pastor e disse a ele: "Olha, cuidado! Há pessoas que passaram por algum desconforto onde estavam e correm para você. Aí você pega e ainda entra num terreno perigoso de desonra, pois começa a ouvir as reclamações daquela pessoa sobre o pastor dela." Por exemplo, alguém diz: "Ah, eu fui falar com meu pastor e ele é muito duro, inflexível, não entende a minha dor". E você, sem perceber, começa a pensar: "Nossa, que cara ruim! Fica com a gente porque nós não somos ruins assim". Eu já fiz isso muitas vezes, e é um erro.

Acontece que, depois de um tempo, quando você começa a tratar aquela pessoa com a verdade e a conduzi-la ao crescimento, agora o ruim é você. Porque essa pessoa não quer cura, quer apenas alguém que lamba suas feridas. E, então, ela vai para outro pastor e falará mal de você.

Isso acontece porque algumas pessoas estão fechadas para a verdade. Elas não querem ser transformadas, mas sim encontrar alguém que as conforte sem confronto. A Palavra de Deus nos alerta sobre isso: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências" (2 Timóteo 4:3).

Por isso, sempre aconselho pastores que me procuram dizendo: "Pastor, tem problema se fulano saiu da igreja tal e veio falar comigo?" Eu digo: "Problema, não. Mas você precisa conhecer a versão do outro lado, a versão do pastor anterior." Muitas vezes, a pessoa chega contando uma história em que o pastor dela era rígido demais, insensível, e você acaba acreditando. Mas é questão de tempo para ela causar os mesmos problemas com você, porque o problema não estava no pastor anterior, mas na própria pessoa.

Infelizmente, há muitas igrejas sendo formadas a partir de dissidentes de outras igrejas. Isso, para mim, é uma maldição. Se a pessoa causou problemas lá, muito provavelmente causará problemas aqui também, porque não está interessada na transformação e no crescimento espiritual.

O pastor que apenas lambe feridas sempre terá ao seu redor pessoas que não querem mudança genuína. Já fui esse tipo de pastor em alguns momentos, sem perceber, até que entendi que meu papel não é agradar, mas falar a verdade em amor. Jesus disse: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). Verdade liberta, mas, antes, dói. A correção dói, mas gera fruto de justiça (Hebreus 12:11).

Muitos pastores começam seu ministério com base apenas na teoria, mas esquecem que o verdadeiro aprendizado vem da combinação de três fatores: teoria, prática e fruto. Só saber teoria não basta. É preciso aplicar, ver os resultados e aprender com eles. "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16).

Igrejas que se formam apenas com dissidentes de outras igrejas não prosperam no Reino. Já passei por isso. Já tive grupos onde, ao olhar, percebi que quase ninguém ali era novo convertido. Eram apenas pessoas que não se encaixavam em lugar nenhum, que saíam de igreja em igreja, procurando um pastor que dissesse o que queriam ouvir. Esse não é o evangelho! O evangelho é transformação, arrependimento e frutos dignos dessa mudança (Mateus 3:8).

Precisamos nos apegar à verdade e deixar que o Espírito Santo faça a obra. Se não há fruto do Espírito, não é evangelho. Pode ser psicologia, filosofia, boas ações – mas não é evangelho. O evangelho genuíno gera transformação e maturidade espiritual.

Que possamos sempre ensinar com amor, mas sem abrir mão da verdade. Pois é a verdade, e não a bajulação, que realmente liberta e traz vida abundante em Cristo.

Eu já cheguei a ouvir uma pessoa falar por quatro horas sem intervalo e sem me dar espaço para responder. Isso aconteceu na Alemanha. Imagine-se sentado, ouvindo alguém por quatro horas seguidas, sem pausas e sem a oportunidade de expor sua visão. Enquanto você se mantém nessa posição de ouvinte, a pessoa deseja estar com você. Mas no momento em que você diz: "Agora que te ouvi, permita-me falar", a situação muda. Quando você começa a trazer a verdade em amor (“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” – Efésios 4:15), muitos se afastam, porque não buscavam a verdade, mas apenas um ouvido disposto a escutá-los. Quando o remédio é oferecido, muitos rejeitam, pois não estavam interessados na cura, apenas em um alívio momentâneo.

Isso não ocorre apenas no contexto da igreja ou da conversão, mas no mundo de forma geral. Muitas pessoas não querem mudança ou transformação, apenas um espaço para desabafar. Ao longo dos ministérios por onde passei, cometi erros — é impossível conviver com pessoas sem falhar com elas — mas percebi que um dos maiores problemas das denominações é a necessidade de se enquadrar em um padrão que, muitas vezes, não condiz com a identidade e o chamado de cada um.

Hoje, no Brasil, há muitos apóstolos, apesar de a teologia reformada, que respeito como irmãos em Cristo, não reconhecer esse ministério. No entanto, biblicamente, o ministério apostólico também forma apóstolos, assim como Paulo formou Barnabé (“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” – Atos 13:2). No entanto, o que acontece hoje é que muitos apóstolos não formam outros apóstolos porque veem isso como uma ameaça, como uma competição por posição.

Essa falta de entendimento é um reflexo de uma mentalidade errada dentro das denominações, que transforma o ministério em um ambiente de competição. Em vez de treinar pessoas para serem excelentes, muitos acabam sabotando aqueles que possuem potencial, por medo de perderem sua própria posição. Isso é um reflexo do espírito do anticristo, pois “anticristo” pode significar tanto “oposto” quanto “no lugar de” Cristo (“Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora” – 1 João 2:18).

Muitos hoje estão cegos por ideologias, seja da direita ou da esquerda, sem perceberem que só existem dois reinos: o de Cristo e o do mundo (“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” – Mateus 12:30). Esse sistema mundial, independente de partidos ou ideologias, trabalha para que os cristãos não percebam a verdadeira batalha espiritual em curso.

Dentro das igrejas, muitos estão utilizando princípios de manipulação, como os descritos no livro "As 48 Leis do Poder" de Robert Greene. Esse livro é usado por políticos e líderes para gerir e manipular pessoas, e alguns pastores têm aplicado essas estratégias dentro da igreja, o que é um erro gravíssimo. A gestão da igreja não pode se basear em estratégias mundanas, mas sim na direção do Espírito Santo (“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” – Romanos 12:2).

Meu livro "Destronando Bezerros de Ouro" trata exatamente disso: a adoção de um sistema mundano dentro da igreja. Algumas pessoas, quando lancei meus livros anteriores, chegaram a me chamar de "desigrejado" e acusaram-me de querer criar uma seita. Mas a verdade é que muitas pessoas idolatram a estrutura e o CNPJ de suas igrejas, sem perceberem que estão colocando o sistema institucional acima do Reino de Deus. Quando a prioridade deixa de ser as pessoas e passa a ser a manutenção da estrutura, algo está profundamente errado.

A verdadeira batalha não é contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades (“Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” – Efésios 6:12). A igreja precisa despertar e compreender que sua luta é espiritual, e que precisamos voltar à simplicidade do evangelho, onde Cristo é o centro e não um sistema religioso que aprisiona seus membros.

É vital reavaliar onde estamos caminhando e lembrar que Jesus nunca precisou de estruturas humanas para operar. Ele nos chamou para sermos luz e sal (“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” – Mateus 5:14), e não para ficarmos presos a um sistema que muitas vezes impede o avanço do Reino de Deus. 

O objetivo desta escrita é libertar as pessoas, não fechar as igrejas. O propósito não é o encerramento de congregações, mas sim a libertação dos indivíduos para que os vocacionados exerçam o chamado de Deus através do Espírito Santo. Quando se fala a verdade para alguém e essa verdade gera resistência e afastamento, qual espírito está operando nessa pessoa? Certamente, não o Espírito de Cristo, pois aquele que é de Deus ama e recebe a verdade (João 8:47). Em 2 Tessalonicenses 2:10-12, está escrito que Deus envia a operação do erro para aqueles que rejeitaram a verdade:

"E com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade." (2 Tessalonicenses 2:10-12)

Quando alguém rejeita a verdade repetidamente, Deus permite que essa pessoa seja entregue ao engano. Assim, aqueles que rejeitam a verdade acabam se unindo a falsos profetas que falam aquilo que lhes agrada. A própria Palavra já nos alerta sobre isso:

"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2 Timóteo 4:3-4)

Não é à toa que hoje há tantos falsos profetas. Eles são levantados como juízo sobre aqueles que rejeitam a verdade. Deus não apenas permite, mas envia essa operação do erro para que os rebeldes sejam iludidos pelos enganos que escolheram seguir. Como está escrito em Mateus 24:24:

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos."

Por isso, Paulo adverte Timóteo a cuidar da sua doutrina para que ele mesmo e aqueles que o ouvem sejam salvos:

"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem." (1 Timóteo 4:16)

Seguir a verdade pode trazer perdas materiais, amigos, apoiadores e até ofertas, mas o importante é perseverar até o fim:

"Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo." (Mateus 24:13)

Aqueles que rejeitam a verdade buscarão mestres que falem aquilo que querem ouvir. Eles encontrarão falsos profetas que ensinarão um evangelho distorcido, centrado em dogmas, regras e benefícios materiais, sem a verdadeira essência de Cristo.

Muitos desses líderes utilizam técnicas de manipulação e controle para manter as pessoas presas às suas igrejas e doutrinas. Em vez de serem guiados pelo Espírito Santo, usam estratégias humanas, como política e diplomacia, para controlar a mente e as emoções dos fiéis. Isso não vem de Deus, pois Jesus nos chamou para a liberdade:

"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão." (Gálatas 5:1)

A verdadeira Igreja de Cristo não está limitada a um prédio. Onde houver dois ou mais reunidos em nome de Jesus, ali Ele estará (Mateus 18:20). Isso não significa que não devemos congregar ou ter líderes espirituais. Pelo contrário, a comunhão e a liderança são princípios bíblicos fundamentais:

"Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas." (Hebreus 13:17)

O Espírito Santo não isola os crentes em suas convicções. Ele promove a unidade do Corpo de Cristo:

"Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Efésios 4:15-16)

Portanto, ninguém pode estar acima de Deus em sua vida. Devemos honrar e respeitar os nossos líderes, mas sem torná-los intermediários entre nós e Deus. Os verdadeiros líderes nos ajudam a crescer em Cristo, tornando-nos cada vez mais dependentes do Espírito Santo e menos deles mesmos:

"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem." (1 Timóteo 2:5)

Muitos novos convertidos acabam caindo em grupos que pregam que não há necessidade de igreja, de liderança ou de comunhão. Isso gera um espírito de autossuficiência e orgulho que impede essas pessoas de se submeterem à correção e ao crescimento espiritual. O orgulho e a falta de submissão são evidências da carne, e não do Espírito:

"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo." (Filipenses 2:3)

Infelizmente, por motivos de uma mentalidade enraizada na imaturidade da vaidade, alguns ministérios são administrados com base em estratégias humanas e não pela direção do Espírito Santo. Há uma tentação constante de seguir atalhos para o crescimento ministerial, aceitando parcerias e métodos que não vêm de Deus. Mas a verdadeira obra de Deus deve ser guiada pelo Espírito e não por artimanhas humanas:

"Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." (1 Coríntios 3:9)

Portanto, precisamos ter discernimento espiritual para não cairmos no engano. Precisamos permanecer firmes na verdade, buscar a direção do Espírito Santo e rejeitar tudo o que não está alinhado com a Palavra de Deus. Sempre nos manter fiéis a Cristo, sendo luz neste mundo de trevas.

"Examinai tudo. Retende o bem." (1 Tessalonicenses 5:21)

O versículo 1 Tessalonicenses 5:21 – "Examinai tudo. Retende o bem." – faz parte das exortações finais que o apóstolo Paulo dá à igreja de Tessalônica. Para entender melhor o contexto, vamos analisar o trecho completo:

Contexto: 1 Tessalonicenses 5:19-22

"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal."

Paulo está orientando os cristãos a manterem uma postura equilibrada diante das manifestações espirituais, especialmente das profecias. Ele ensina que:

"Não extingais o Espírito" – Eles não deveriam resistir ou impedir a atuação do Espírito Santo.

"Não desprezeis as profecias" – As profecias eram uma forma de Deus comunicar Sua vontade, e os crentes não deveriam rejeitá-las sem discernimento.

"Examinai tudo. Retende o bem." – Os tessalonicenses deviam testar todas as coisas, julgando pela verdade bíblica, e segurar apenas aquilo que era bom e verdadeiro.

"Abstende-vos de toda aparência do mal." – Depois de examinar, deveriam evitar tudo o que fosse errado ou enganoso.

Esse versículo nos ensina sobre discernimento espiritual. Devemos:

Ouvir e aprender, mas sem aceitar tudo de forma cega.

Comparar qualquer ensinamento com a Palavra de Deus.

Guardar o que é bom e rejeitar o que não está alinhado com a verdade bíblica.

Essa orientação é muito útil nos dias de hoje, quando há tantas doutrinas e ensinamentos sendo espalhados. A Palavra de Deus nos convida a sermos criteriosos, buscando sempre a verdade em Cristo

Depois que você entra nesse caminho, muitas vezes não tem mais como voltar atrás sem um grande custo. A única opção pode ser começar do zero. Mas aí surge outro dilema: o que dizer às pessoas que você envolveu nesse sistema? Como explicar para elas que aquilo que você mesmo apresentou agora já não faz sentido? Muitas podem até duvidar de sua credibilidade, dizendo: "você me trouxe para isso e agora saiu? Como confiar em você?" Esse é o peso da responsabilidade. Por isso, não ceda! Permaneça firme até o fim.

Jesus nos alertou sobre a importância da perseverança: "Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:13). Pode haver momentos difíceis, portas que se fecham, mas manter-se na verdade é essencial. No fim, quando estivermos diante de Cristo, só poderemos apresentar aquilo que foi proposto por Ele. Nossa missão não é agradar os homens, mas cumprir a vontade de Deus.

Muitas vezes, tentamos fazer para Deus aquilo que Ele não nos pediu. Mas será que conseguimos impressionar Deus com isso? "Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade" (2 Coríntios 13:8). O grande perigo é que, no fundo, algumas dessas tentativas são motivadas pela vaidade. Todos gostamos de reconhecimento, de ser respeitados, de prosperar. Mas será que estamos realmente buscando a glória de Deus ou apenas nos tornando o reflexo de nossa vaidade expressa em "ostentação espiritual"?

É um autoexame constante. A alma pode tentar nos convencer de que há um atalho, uma maneira mais fácil, mais lucrativa, mais confortável. Mas "há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Provérbios 14:12). A verdadeira prosperidade não está em riquezas materiais ou status, mas na paz e na plenitude que vêm de andar em obediência a Deus.

Além disso, ter fé não significa ser soberano sobre Deus. O fato de jejuarmos, orarmos e declararmos a Palavra não nos torna senhores do nosso destino. Continuamos dependentes do nosso Senhor. "O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Provérbios 16:9). Fé não é ferramenta de manipulação; é confiança e submissão à vontade de Deus.

Há quem já tenha cruzado a linha para a feitiçaria sem perceber, usando princípios espirituais para controlar pessoas e circunstâncias. A Bíblia é clara: "Porque a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a iniquidade e idolatria" (1 Samuel 15:23). Quando a fé se torna uma ferramenta de manipulação em vez de uma expressão de confiança em Deus, estamos em perigo espiritual.

Então, o melhor caminho é sempre o relacionamento genuíno com o Espirito Santo, buscando saber exatamente o que Ele quer para nós, ao invés de tentarmos impor nossa própria vontade. "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5-6).

Leonardo Lima Ribeiro 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Será que entendemos do que falamos?

 


Nos últimos tempos, temos ouvido falar muito sobre teologias diversas, principalmente em meio a escândalos e divergências. Como cristãos, infelizmente, muitas vezes temos nos tornado motivo de constrangimento perante o mundo, em vez de sermos um verdadeiro testemunho do Evangelho. Isso nos leva a refletir: o que temos transmitido como Igreja?

Sabemos que as notícias ruins se espalham mais rápido e que os ministérios de grande alcance acabam sendo mais expostos quando ocorre algum escândalo. No entanto, isso não significa que não existam frutos bons sendo produzidos. A grande questão é: e nós, que não estamos em evidência midiática? Como tem sido o nosso testemunho no lar, no trabalho e na comunidade? (Mateus 5:16)

Este capítulo é para você, cristão comum, que tem sua vida cotidiana, seu trabalho, sua igreja local e o desejo sincero de conhecer a verdade e andar nela. Também é para aqueles que têm um chamado ministerial, sejam pastores, líderes ou pessoas buscando amadurecimento e entendimento sobre a maturidade cristã.

Nas redes sociais, temos observado quatro pontos divergentes ou antagônicos:

Graça e Lei;

Religião e Vida no Espírito;

Coerência entre discurso e ações;

Realidade e Idealismo.

Graça e Lei

O Evangelho da Graça enfatiza a obra consumada de Cristo, enquanto alguns o interpretam erroneamente como "Hipergraça", sugerindo que é uma permissão para o pecado (Romanos 6:1-2). Por outro lado, há aqueles que ainda se apegam aos rudimentos da Lei, esquecendo-se de que Jesus cumpriu a Lei e estabeleceu uma Nova Aliança (Hebreus 8:6-13).

A questão não é apenas discutir qual doutrina é correta, mas refletir: qual é o nosso testemunho para a sociedade? O mundo não entende teologia, mas observa nossas atitudes. Podemos falar sobre a graça, mas se ainda agimos conforme um legalismo interior, demonstramos incoerência (Tiago 1:22).

Testemunho e o Mundo

Muitas vezes, tentamos ensinar conceitos complexos sem primeiro estabelecer os fundamentos. Para um novo convertido, conceitos como "Lei" e "Graça" são desconhecidos. Ele precisa ser acompanhado em fundamentos como arrependimento, fé, amor e identidade em Cristo (Hebreus 6:1-2).

A questão essencial é: quem nos tornamos após conhecer a Cristo? "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2 Coríntios 5:17). Nosso testemunho fala mais alto do que nossa pregação. Podemos ter um vasto conhecimento doutrinário, mas se nossas atitudes não refletem Cristo, nossa mensagem perde força (Mateus 7:16-20).

Caráter e Vida no Espírito

O verdadeiro cristianismo não é apenas argumentação teológica, mas uma transformação de caráter. O apóstolo Paulo nos ensina que o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22-23). O primeiro traço do novo nascimento é um caráter benigno, ou seja, inclinado para o bem.

Jesus nos alertou que seríamos conhecidos pelo amor que demonstramos uns pelos outros (João 13:35). Um coração regenerado transparece essa realidade em suas atitudes, e não apenas em discursos eloquentes.

O desafio que lanço é este: ao invés de nos preocuparmos apenas em defender um ponto de vista teológico, que possamos refletir sobre como nossa vida tem expressado a graça de Deus. Que possamos crescer na compreensão das Escrituras, mas também amadurecer no testemunho. A doutrina é essencial, mas sem uma vida transformada, ela se torna vazia (Tiago 2:17).

Portanto, seja você um líder ou um cristão comum, lembre-se: nosso maior chamado é refletir a imagem de Cristo ao mundo (Romanos 8:29). Como Paulo disse: "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo." (1 Coríntios 11:1). Que possamos viver não apenas em palavras, mas em espírito e em verdade (João 4:24).

Deus é bom, Ele é benigno, e o Seu caráter é benigno. Assim, a pessoa que é nascida de novo e verdadeiramente convertida manifestará, em primeiro lugar, a benignidade. Como está escrito em Gálatas 5:22-23: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança; contra estas coisas não há lei."

Não adianta apenas ter conhecimento teológico se esse conhecimento não resulta em transformação de vida. Muitos se apoiam na teologia da graça, mas, na prática, não expressam essa graça através de um comportamento transformado. O apóstolo Paulo enfatiza isso em Romanos 6:1-2: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum! Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?"

O comportamento é o reflexo do que realmente cremos. Existe uma grande diferença entre a benignidade e a autoindulgência. Alguns podem afirmar que entenderam a graça, mas, na realidade, justificam suas falhas e pecados sem arrependimento verdadeiro. Entretanto, o verdadeiro arrependimento envolve mudança de mente e comportamento, conforme Romanos 12:2: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."

A religiosidade muitas vezes leva ao legalismo, onde a pessoa tenta alcançar justiça própria, esquecendo que a justificação vem somente por Cristo (Efésios 2:8-9). No entanto, um grande perigo é usar a teologia da graça como um pretexto para não viver uma vida de transformação genuína. Tiago 1:22 adverte: "E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos."

O verdadeiro convertido não apenas entende intelectualmente a graça, mas a manifesta em sua vida diária. Um dos maiores sinais de uma vida transformada é a disposição para reconhecer erros e pedir perdão. A humildade para admitir falhas e buscar reconciliação demonstra maturidade espiritual. Como está escrito em Mateus 5:23-24: "Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta."

A benignidade se manifesta na ausência de malícia, na integridade e na coerência entre o que se prega e o que se vive. Jesus disse em Mateus 7:16: "Por seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" Portanto, devemos buscar não apenas conhecer a graça, mas vivê-la, permitindo que o Espírito Santo produza em nós os frutos que testificam da nossa nova vida em Cristo.

A mensagem da graça é poderosa e transformadora, pois revela o amor imensurável de Deus e a justificação que temos em Cristo (Efésios 2:8-9). No entanto, a verdadeira compreensão da graça se reflete no comportamento, e não apenas no discurso. Quando se observa malícia, má fé, arrogância, mentira e autoindulgência sob o pretexto de viver a graça, há uma distorção grave do evangelho (Gálatas 5:13).

A fé nos leva à semelhança com Cristo, que é benigno e imutável (Hebreus 13:8). Jesus ensinou claramente: “Amai ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12:30-31). Essa expressão do amor é incompatível com uma vida de engano, orgulho e dureza de coração. O verdadeiro arrependimento, que é uma mudança de mente (metanoia), implica transformação de vida e frutos visíveis (Mateus 3:8).

Muitos se apropriam do discurso da graça, mas não demonstram os frutos do Espírito, como amor, bondade e benignidade (Gálatas 5:22-23). A justificação em Cristo não anula a necessidade de pedir perdão quando erramos, pois a reconciliação é essencial nas relações cristãs (Mateus 5:23-24). Não se trata de viver em culpa, mas de compreender que a graça nos ensina a renunciar à impiedade e viver de forma justa (Tito 2:11-12).

Infelizmente, o que se vê são relações superficiais e falta de responsabilidade interpessoal. Poucos chegam e dizem: "Me perdoa, eu errei" (Tiago 5:16). Em vez disso, vê-se autojustificação mascarada como entendimento da graça. Mas Cristo nos chama à verdade e à humildade (Filipenses 2:3-5).

A hipergraça, mal compreendida, leva alguns a negligenciarem os princípios básicos da ética e moral. No entanto, Paulo orienta que líderes espirituais devem ter um caráter irrepreensível, ser sensatos e justos (Tito 1:7-9). A ética e o respeito nas relações são expressões práticas do amor ao próximo.

Essa falta de responsabilidade relacional tem feito com que muitos busquem nos pregadores da lei e nos "coachs" seculares aquilo que deveria ser encontrado na comunidade cristã: integridade e maturidade. A igreja deveria ser o lugar onde se ensina não só a justificação pela fé, mas também a vivência da nova vida em Cristo (2 Coríntios 5:17).

O desafio é claro: se a graça verdadeiramente nos alcançou, ela deve nos tornar pessoas mais humildes, reconciliadoras e dispostas a pedir e oferecer perdão (Colossenses 3:13). A graça não nos isenta de responsabilidade, pelo contrário, ela nos chama à maturidade e à verdade (Efésios 4:15).

Assim, que cada um reflita: há alguém que precisamos procurar para pedir perdão? Há algo que devemos corrigir? Se a resposta for sim, então que a graça nos leve ao quebrantamento e à restauração, pois "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (Tiago 4:6).

A pessoa adultera, trai a esposa e tenta usar a justificação do Evangelho para tal ato, esquecendo que o adultério, mesmo fora do contexto do Evangelho, continua sendo um erro. Socialmente e em termos de relações, permanece errado. Assim, mesmo que a pessoa não fosse crente, ela precisaria se retratar e restaurar a situação.

No entanto, alguns entram no Evangelho e dizem: "Agora estou coberto, posso fazer o que quero porque estou sob a graça". Mas isso é uma confusão, pois a graça não permite o pecado. Como está escrito: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum! Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (Romanos 6:1-2).

O problema se agrava quando as atitudes daqueles que pregam e ensinam mostram uma incongruência com o que é ensinado. Todo ensino precisa ser justificado em uma realidade; do contrário, ele é apenas uma teoria. Assim como a lei da gravidade foi provada e é uma realidade, a verdade do Evangelho também precisa ser manifesta na vida dos que o seguem. "Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" (Mateus 7:16).

Se o Evangelho que pregamos é verdadeiro, ele deve ser eficaz em nossa vida a ponto de nos tornar mais humildes, quebrantados e respeitosos. Se, ao contrário, ele nos torna mais prepotentes, inflexíveis e orgulhosos em nossas convicções teológicas, algo está errado. Como disse Tiago: "Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma" (Tiago 2:17). A justificação é pela fé, mas a prova de que a fé é verdadeira se dá através das obras.

Muitos dizem que a justificação não é por obras, mas por fé, e está correto. Contudo, as obras testificam a fé verdadeira. Jesus comparou aqueles que têm apenas aparência de piedade a "nuvens sem água" (Judas 1:12). Assim, um crente que apenas crê, mas não produz frutos, é como uma árvore estéril: "Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo" (Mateus 7:19).

O que temos visto são pessoas que dizem ter fé, mas não apresentam transformação. Como pode o Evangelho não mudar nem mesmo o mensageiro? A graça verdadeira gera frutos, caso contrário, trata-se apenas de um discurso vazio. "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:36).

A verdade, quando transmitida, primeiramente transforma o mensageiro. Se a verdade passa por alguém e não produz frutos, então ou o coração dessa pessoa está endurecido ou o que ela está ouvindo não é a verdade. "O que caiu na boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão fruto com perseverança" (Lucas 8:15).

A transformação é o que testifica o verdadeiro Evangelho. O mundo conhecerá os cristãos pelo amor que existe entre eles (João 13:35). Não é através de pirotecnia, luzes, efeitos sensoriais ou discursos intelectualmente sofisticados que o Evangelho será reconhecido. "Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder" (1 Coríntios 4:20).

A intelectualidade pode embriagar, mas a verdade liberta. O que converte não é um discurso bem elaborado ou uma falsa unção produzida por artifícios humanos. "Se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber" (1 Coríntios 8:2).

Por fim, precisamos sair do idealismo e viver a realidade que Cristo nos oferece. O idealismo é a projeção de nossas expectativas e carências em alguma ideologia. A realidade é Cristo e a nova vida que Ele nos proporciona. "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2).

O alvo deve ser sempre colocar nossa completa dependência em Jesus para que, pelo Espírito Santo, sejamos guiados à verdade que transforma e frutifica. Essa é a realidade que Ele nos oferece. Jesus não nos proporciona idealismo, mas sim uma realidade transformadora e concreta.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

A proposta para você hoje é: saia do idealismo e entre na realidade do Evangelho verdadeiro. Pergunte a si mesmo: Você é benigno? As pessoas te reconhecem pela sua benignidade, pelo seu amor, pelo seu testemunho de Cristo? Ou você é mais conhecido por sua intelectualidade e capacidade argumentativa?

“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mateus 7:16)

Muitas vezes podemos nos apegar tanto à lógica e ao conhecimento teológico que nos esquecemos do essencial: os frutos do Espírito em nossa vida. O conhecimento por si só, sem transformação e sem frutos dignos de arrependimento, torna-se vazio.

“Se eu tivesse o dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tivesse amor, nada seria.” (1 Coríntios 13:2)

Talvez você assista a algum vídeo, leia um livro ou ouça uma pregação e pense: “Isso está errado, não concordo.” Mas a pergunta que devemos nos fazer é: qual é o fruto dessa mensagem? Nenhum teólogo ou pastor na Terra conseguirá expor 100% correto todo o conselho de Deus, pois estamos todos aprendendo e sendo moldados por Ele.

Devemos nos apegar aos fundamentos inegociáveis da fé: a obra da cruz, a ressurreição de Cristo, a justificação pela fé. Esses pontos são claros nas Escrituras e nos conduzem à verdade.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)

Mas e quanto à nossa vida? O Evangelho que pregamos está gerando fruto? A Graça de Deus tem transformado o nosso coração?

O verdadeiro arrependimento (metanoia) é a mudança de mente, da mente do orgulho para a mente de Cristo. E o que significa ter a mente de Cristo? Significa viver em humildade, quebrantamento, amor e disposição para servir e perdoar.

“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Filipenses 2:5-7)

Se a Graça não está produzindo frutos em sua vida, talvez você esteja apenas acumulando conhecimento e não permitindo que a Palavra transforme seu coração. O Evangelho verdadeiro produz amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22-23).

“Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.” (Filipenses 4:5)

Reflita: a Graça de Deus está transformando sua vida? Sua caminhada com Cristo tem sido marcada por frutos do Espírito? Se não, talvez seja o momento de deixar o conhecimento descer da mente para o coração, permitindo que Ele realmente mude sua vida.

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

Assista a esta mensagem mais de uma vez, leia, medite, ore, e permita que o Espírito Santo guie você à verdade plena. Deus abençoe sua vida e que você viva a realidade do Evangelho de Cristo!

Leonardo Lima Ribeiro 

sábado, 25 de janeiro de 2025

Pastorear é fazer "acepção" de pessoas

 


Nosso tempo é, sem dúvida, o bem mais valioso que possuímos. Ele é um recurso finito e insubstituível, que, uma vez perdido, jamais poderá ser recuperado. Cada instante que vivemos é uma oportunidade concedida por Deus, um presente divino que devemos administrar com sabedoria. Diante dessa realidade, é fundamental que aprendamos a valorizar mais aqueles que respeitam e reconhecem o valor do nosso tempo, pois isso demonstra apreço, consideração e amor genuíno.

A Bíblia nos ensina que o tempo deve ser usado com propósito e discernimento. Em Efésios 5:15-16, o apóstolo Paulo adverte: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus." Esse conselho nos incentiva a refletir sobre como investimos nossos momentos e com quem os compartilhamos, escolhendo sabiamente as pessoas e atividades que agregam valor às nossas vidas.

Valorizar aqueles que respeitam nosso tempo é, também, uma demonstração de amor-próprio e de maturidade. Jesus, em sua vida terrena, exemplificou essa sabedoria ao dedicar tempo àqueles que estavam dispostos a ouvir, aprender e se transformar, enquanto se afastava daqueles que rejeitavam a verdade. Em Provérbios 13:20, lemos: "Quem anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal." Assim, devemos buscar relacionamentos que nos edifiquem e que reconheçam o valor do tempo mútuo, promovendo crescimento espiritual e emocional.

Além disso, valorizar o tempo significa viver de acordo com os propósitos de Deus para nós. Cada segundo deve ser empregado com um propósito divino, seja no trabalho, na família ou nos momentos de descanso. Em Eclesiastes 3:1, encontramos a sabedoria atemporal de Salomão: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu." Esse versículo nos lembra que devemos viver em harmonia com o plano de Deus, entendendo que há momentos para cada aspecto da vida, e devemos escolher sabiamente onde e com quem os investimos.

É nossa responsabilidade ser bons administradores do tempo que Deus nos confiou, buscando a companhia de pessoas que compartilham dos mesmos valores, que nos inspiram e nos motivam a crescer. É maduro que nossas escolhas diárias reflitam a importância que damos ao tempo, para que, no final de nossa jornada, possamos olhar para trás com a certeza de que cada momento foi vivido com propósito, gratidão e amor.

Salmos 90:12 nos ensina uma oração poderosa: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." Que possamos, então, aplicar essa sabedoria em nossa vida, honrando a Deus por meio da forma como usamos nosso tempo e com quem o compartilhamos.

Se concordamos que o tempo é o bem mais precioso que temos, então é justo e coerente dedicarmos mais tempo àqueles que o valorizam, em vez de desperdiçá-lo com quem o despreza. A boa administração do tempo é um princípio bíblico de sabedoria e mordomia, e Jesus nos deixou exemplos claros de como devemos aplicá-lo com discernimento.

Infelizmente, muitas pessoas subestimam o valor do tempo de um pastor, acreditando, de forma equivocada, que sua dedicação ao ministério é menos importante ou menos digna de reconhecimento do que o tempo de outros profissionais, que, além de tudo, são remunerados por seus serviços. No entanto, o chamado pastoral é um dos mais nobres e exigentes, pois lida com aquilo que é eterno: as almas das pessoas.

A Bíblia nos ensina que todo trabalhador é digno de honra e recompensa pelo seu esforço. Em 1 Timóteo 5:17, está escrito: "Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino." Esse versículo deixa claro que os líderes espirituais merecem reconhecimento e respeito, não apenas por suas palavras, mas pelo tempo e dedicação que investem em cuidar das vidas sob sua responsabilidade.

Jesus, durante seu ministério terreno, soube administrar seu tempo com sabedoria. Ele dedicava tempo às multidões, mas investia ainda mais em seus discípulos, aqueles que realmente valorizavam seus ensinamentos e estavam dispostos a segui-lo.  "E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra, senão na sua pátria, entre os seus parentes e na sua casa. E não podia fazer ali nenhuma obra poderosa; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos." (Marcos 6:4-5, ARA)

Esse trecho mostra que a falta de honra e fé limitou o que Jesus poderia realizar entre eles, pois não estavam dispostos a recebê-lo com o devido reconhecimento e respeito.

A falta de valorização do tempo pastoral revela, muitas vezes, uma mentalidade que não compreende o verdadeiro propósito do chamado ministerial. O pastor não é apenas alguém que presta serviços religiosos, mas um guia espiritual, conselheiro e intercessor. Quando seu tempo é desvalorizado, o próprio Reino de Deus é tratado com desdém. Em Hebreus 13:17, encontramos a exortação: "Obedecei a vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma como quem deve prestar contas." Isso mostra a grande responsabilidade que os líderes espirituais carregam e o respeito que lhes é devido.

Portanto, é justo e necessário que aprendamos a investir nosso tempo onde ele é mais frutífero e valorizado. O próprio Jesus nos ensina em João 15:16: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça." Para que o fruto do nosso tempo permaneça, devemos aplicá-lo sabiamente, priorizando aqueles que reconhecem sua importância e têm um coração disposto a receber.

Valorizar o tempo pastoral é, acima de tudo, reconhecer a importância da obra de Deus em nossas vidas. Que possamos ser gratos e conscientes, honrando aqueles que dedicam suas vidas ao serviço do Senhor, entendendo que, ao respeitar seu tempo, estamos honrando a Deus e Sua obra. Afinal, como nos lembra Eclesiastes 3:1, "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu."

Infelizmente, pessoas egocêntricas tendem a criticar, exigir atenção constante e buscar incessantemente serem o centro das atenções. Elas colocam suas próprias necessidades acima das dos outros, raramente oferecendo reciprocidade ou valorizando aqueles que as servem com dedicação. Essa postura egoísta e desrespeitosa revela uma falta de maturidade e empatia, tornando-se um grande desafio para líderes espirituais, como os pastores, que são chamados para servir com amor, mas também com discernimento.

A Bíblia nos alerta sobre a necessidade de sabedoria ao lidar com esse tipo de comportamento. Em Provérbios 9:7-8, lemos: “Quem repreende o zombador atrai sobre si mesmo o insulto; quem corrige o ímpio recebe afronta. Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” Isso nos ensina que é preciso prudência para investir tempo e esforços apenas naqueles que realmente estão dispostos a aprender e crescer espiritualmente.

Os pastores, como mordomos do rebanho de Deus, devem ter sabedoria extrema para não desperdiçar seu tempo e unção com aqueles que desprezam e desonram seu serviço. Jesus nos deixou um exemplo claro disso ao focar seu ministério em pessoas de coração receptivo e disposto, evitando discussões infrutíferas com aqueles que resistiam à verdade. Em Mateus 10:14, Ele instruiu seus discípulos: “Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, sacudi o pó dos vossos pés ao sairdes daquela casa ou cidade.” Esse ensinamento mostra que é legítimo, e até necessário, seguir adiante quando encontramos resistência e desvalorização.

Além disso, a liderança espiritual exige discernimento para não cair nas armadilhas da manipulação emocional. Muitas vezes, aqueles que exigem prioridade e atenção constantes fazem isso por motivações egoístas, sem reconhecer o valor do tempo pastoral ou a responsabilidade que um líder carrega. Em Provérbios 4:7, somos lembrados de que “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento.” A sabedoria é uma ferramenta essencial para identificar quais investidas são genuínas e quais são apenas uma tentativa de desviar o foco da missão.

Os pastores, como servos de Deus, não estão isentos do cansaço emocional causado por essas demandas desequilibradas. Por isso, é crucial lembrar das palavras de Jesus em Mateus 11:28-29: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Assim, devem buscar descanso no Senhor e manter o equilíbrio entre servir com amor e estabelecer limites saudáveis.

Além de tudo, um pastor deve concentrar-se em edificar aqueles que demonstram verdadeiro desejo de mudança e crescimento espiritual. 2 Timóteo 2:2 instrui: “E o que de mim ouviste diante de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” Isso significa que o tempo e os ensinamentos devem ser direcionados àqueles que, de fato, valorizam e multiplicam o conhecimento recebido.

Portanto, é fundamental que os pastores tenham discernimento para não se deixarem consumir por demandas injustas e por pessoas que desonram seu chamado. Seu tempo deve ser direcionado àqueles que realmente buscam a Deus com sinceridade, permitindo que seu ministério seja frutífero e abençoado. Como afirma Colossenses 4:5, “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, aproveitando bem cada oportunidade.” Que cada minuto investido no ministério pastoral seja um reflexo da sabedoria divina e do propósito maior do Reino de Deus.

É evidente que há uma graça especial concedida por Deus para cada vocação, pois Ele distribui dons conforme Sua vontade soberana. No entanto, qualquer vocação, por mais divina que seja, precisa ser exercida com sabedoria, discernimento e humildade. Sem esses pilares, o chamado pode ser comprometido pelo orgulho e pela falta de maturidade espiritual.

Uma das formas de identificar pessoas que ainda não desenvolveram essa sabedoria é por meio de certas características em sua conduta. Muitas vezes, elas apresentam uma postura exacerbada de liderança, demonstrando uma incapacidade de se posicionarem como aprendizes, mesmo quando claramente ainda o são. A Palavra de Deus nos ensina que o verdadeiro crescimento começa com a humildade, como está escrito em Provérbios 15:33: "O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra." Aqueles que se recusam a aprender revelam um coração endurecido, que prioriza a autopromoção em vez do aprendizado genuíno.

Além disso, essas pessoas costumam demonstrar uma falta de lealdade e fidelidade para com aqueles que investem em suas vidas espirituais. Não permanecem firmes sob uma liderança pastoral, mas estão sempre em busca de novos mestres e influências, segundo sua conveniência e interesses momentâneos. O apóstolo Paulo adverte sobre essa atitude em 2 Timóteo 4:3-4, dizendo: "Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos, juntarão para si mestres, e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas." Essa inquietação e instabilidade espiritual demonstram um coração que busca satisfação pessoal em vez de compromisso com a verdade de Deus.

O verdadeiro discípulo, por outro lado, entende a importância da constância e da fidelidade no aprendizado. Jesus disse em Lucas 16:10: "Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito." O caráter de um servo fiel se revela na disposição de permanecer sob autoridade, mesmo nos momentos de dificuldade, aprendizado ou correção.

Outro sinal característico dessa postura imatura é a busca constante por ambientes e lideranças que apenas confirmam suas próprias opiniões, em vez de desafiarem seu crescimento espiritual. Essas pessoas escolhem mestres segundo sua própria concordância, rejeitando a correção e a exortação necessárias para o amadurecimento. No entanto, a Bíblia nos ensina que é através da correção que encontramos o caminho da vida, como diz Provérbios 12:1: "Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido."

O pastor, como líder espiritual, deve estar atento a essas atitudes e ter discernimento para lidar com aqueles que não valorizam seu tempo e ministério. Em Hebreus 13:17, somos exortados a obedecer aos líderes espirituais com um espírito de submissão: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." Aqueles que desprezam essa orientação demonstram uma falta de compreensão sobre a seriedade do cuidado espiritual.

Portanto, é essencial que cada vocação seja exercida com sabedoria, humildade e respeito pela autoridade estabelecida por Deus. A maturidade espiritual se manifesta não apenas no desejo de liderar, mas também na capacidade de ser liderado, aprender e crescer sob a direção divina. Afinal, como ensina Tiago 4:10, "Humilhai-vos diante do Senhor, e Ele vos exaltará." Somente aqueles que se submetem ao processo de aprendizado com humildade poderão ser usados poderosamente no tempo certo por Deus.

Confesso que, quando era mais novo na fé, cometi muitos erros semelhantes. Na minha imaturidade espiritual, achava que alguns pastores faziam acepção de pessoas, escolhendo a quem dar mais atenção por interesses pessoais. Contudo, à medida que cresci na caminhada com Deus e fui chamado para o ministério pastoral, comecei a enxergar as coisas sob uma nova perspectiva.

Percebi que, de fato, há líderes que agem com parcialidade por motivações erradas, buscando apenas benefícios próprios, e a Bíblia nos alerta contra isso. Em Tiago 2:1, somos advertidos: "Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas." A verdadeira liderança deve ser pautada pela justiça e pelo amor ao próximo, sem distinção por interesses egoístas.

No entanto, com o tempo e a experiência ministerial, compreendi que muitos pastores não estavam agindo com acepção, mas sim com discernimento. Eles aprendiam a valorizar aqueles que, por sua vez, os valorizavam, reconhecendo sua função como líderes espirituais. Passei a entender que há uma diferença entre acepção injusta e o princípio de honra, que é algo bíblico e legítimo. Em 1 Samuel 2:30, o Senhor declara: "Aos que me honram, honrarei; porém os que me desprezam serão desprezados." Assim, honrar um líder espiritual é uma atitude que atrai bênçãos e não deve ser vista como interesse pessoal por parte do pastor, mas sim como um reflexo do princípio divino de honra mútua.

Vi que esses pastores estavam dando mais atenção àqueles que recebiam o ensino com respeito e consideração, que valorizavam a unção presente em suas vidas. Eles estavam investindo tempo naqueles que demonstravam fome pela Palavra e ofereciam honra, não apenas em palavras, mas também em ações, ajudando a suprir as necessidades do ministério. Como ensina Gálatas 6:6, "Aquele que está sendo instruído na Palavra deve repartir todas as coisas boas com aquele que o instrui."

Comecei a perceber que a honra genuína é acompanhada pelo desejo sincero de ver o ministro bem, de contribuir para que ele continue cumprindo seu chamado com alegria e sem limitações. Em Filipenses 4:16-17, o apóstolo Paulo expressa gratidão pelos irmãos que o sustentaram: "Porque até mesmo quando eu estava em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Não que eu procure ofertas, mas o que realmente me interessa é que vocês sejam recompensados pelo que têm feito." Esse princípio mostra que o ato de contribuir com aqueles que nos ensinam é uma semente que gera frutos espirituais tanto para quem dá quanto para quem recebe.

Hoje entendo que essa valorização não se trata de favoritismo, mas de reconhecer onde há terreno fértil para o crescimento espiritual. Assim como Jesus dedicava tempo aos discípulos mais próximos, que estavam dispostos a aprender e a caminhar com Ele, os pastores também devem focar em quem tem um coração ensinável e uma postura de honra. Em Mateus 13:12, Jesus ensina: "Pois a quem tem, mais será dado, e terá em abundância; mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado." Isso demonstra que aqueles que valorizam o ensino, a liderança e a unção, naturalmente receberão mais, pois seu coração está alinhado com os princípios do Reino.

Assim, compreendi que a verdadeira sabedoria ministerial está em discernir quem realmente valoriza a unção e quem apenas deseja usufruir dela sem compromisso. O pastor deve ter um coração aberto para todos, mas investir tempo e energia naqueles que honram, pois são esses que ajudam a edificar o corpo de Cristo de maneira saudável e equilibrada.

Aprendi que a honra não é apenas uma questão de dinheiro ou presentes, mas de atitude, respeito e reconhecimento do papel que Deus concede a cada um em Sua obra. Como está escrito em 1 Tessalonicenses 5:12-13, "Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles."

Hoje sou grato por ter crescido e compreendido que valorizar os pastores e líderes espirituais é, acima de tudo, um princípio de Reino. É por meio dessa valorização que a obra de Deus avança e que todos, tanto os que ensinam quanto os que aprendem, são edificados para a glória de Cristo.

Você, que é pastor ou tem um pastor, já parou para refletir: a quem ele deve dedicar seu tempo e cuidado? Àqueles que realmente desejam crescer espiritualmente ou àqueles que permanecem indiferentes? Àqueles que o honram e reconhecem seu chamado, ou àqueles que desprezam sua vida, sua unção e seu ensino?

Sejamos justos em nossa consideração. O pastor é um mordomo dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4:1), chamado para apascentar o rebanho, mas sua responsabilidade exige discernimento sobre onde investir seu tempo e esforço. Assim como o bom agricultor sabe onde lançar a semente para colher frutos, o pastor deve priorizar aqueles que demonstram um coração ensinável e uma atitude de honra.

A Bíblia nos ensina em Mateus 7:6: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.” Esse princípio nos mostra que o ensino e o tempo pastoral devem ser direcionados àqueles que realmente valorizam o que é sagrado, pois de nada adianta investir em quem não reconhece o valor da instrução espiritual.

Além disso, o próprio Jesus estabeleceu um padrão claro de priorização em Seu ministério. Embora Ele amasse a todos, Ele escolheu investir mais tempo em doze discípulos, e dentre eles, três receberam uma atenção ainda mais especial. Isso nos ensina que o tempo deve ser direcionado com sabedoria, focando nos que estão dispostos a seguir o caminho do discipulado com compromisso. Em Marcos 4:10-11, vemos que os mistérios do Reino eram explicados com mais profundidade apenas àqueles que buscavam entendimento: "Quando Jesus ficou sozinho, os que estavam junto dele, com os doze, o interrogaram acerca da parábola. Ele lhes disse: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas aos de fora tudo se ensina por parábolas."

Então, por que se esperaria que um pastor gastasse sua energia com aqueles que não valorizam sua missão, seu tempo e seu ensino? A sabedoria bíblica nos ensina a priorizar aqueles que demonstram honra e compromisso. Em 1 Timóteo 5:17, está escrito: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina." A honra é um princípio divino, e aqueles que entendem esse princípio naturalmente atraem mais investimento pastoral.

A questão financeira também reflete esse princípio de valorização. Quando alguém oferta ao pastor, está não apenas suprindo suas necessidades, mas demonstrando apreço pelo seu ministério e pela unção que carrega. Em Gálatas 6:6, Paulo ensina: "Aquele que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui." Esse ato de contribuição não é uma simples troca, mas uma expressão de honra e reconhecimento pelo papel espiritual exercido pelo líder.

Por outro lado, aqueles que não se importam com a vida do pastor e seu chamado, muitas vezes não percebem que, ao desprezarem o mensageiro, desprezam também a mensagem e, consequentemente, o próprio Deus que o enviou. Jesus declarou em Lucas 10:16: "Quem vos ouve, a mim me ouve; quem vos rejeita, a mim me rejeita."

Diante disso, cabe refletirmos: a quem o pastor deve dar mais atenção? Aos que o desprezam ou aos que o honram? Aos que ignoram seu esforço ou àqueles que demonstram gratidão e reconhecimento? A resposta é clara. O pastor deve investir naqueles que valorizam seu chamado, pois é com essas pessoas que o Reino de Deus avança de forma frutífera e eficaz.

Que possamos, como igreja, valorizar aqueles que Deus colocou como líderes sobre nós, honrando seu tempo, sua vida e seu ministério, conforme ensina Hebreus 13:17: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas como quem há de prestar contas, para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil."

Lembre-se: honrar seu pastor é honrar a Deus, e aqueles que entendem esse princípio desfrutam da bênção que vem por meio da autoridade espiritual estabelecida pelo Senhor.

Pessoas desonrosas não têm como receber o que você tem a oferecer, porque a honra é uma característica do caráter de Cristo. Quem não tem esse princípio formado em sua consciência jamais entenderá o verdadeiro significado do que estamos falando aqui. A honra não é apenas uma atitude externa, mas uma postura do coração que reflete maturidade espiritual e compreensão do Reino de Deus. Como está escrito em Romanos 13:7, devemos "dar a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra."

Infelizmente, aqueles que não compreendem a honra muitas vezes vivem de forma egocêntrica, utilizando as pessoas conforme seus interesses momentâneos. Estão presos à consciência do seu ego e ainda não foram libertos pelo verdadeiro entendimento do Evangelho. Pensam que tudo gira em torno de suas próprias vontades, opiniões e conveniências, esquecendo-se de que o Evangelho é sobre Cristo, Sua vontade e Seu propósito.

A Bíblia nos alerta sobre essa mentalidade egoísta em Filipenses 2:3-4, onde o apóstolo Paulo nos exorta: "Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros." A verdadeira fé em Cristo nos conduz ao serviço e à humildade, e não à exploração ou manipulação dos outros.

Nem todos os pastores fazem acepção de pessoas. Muitos, na verdade, amadureceram espiritualmente ao longo dos anos e aprenderam a discernir com sabedoria a quem devem dedicar seu tempo, dons e cuidado. Eles compreendem que sua missão é servir, mas com discernimento, para que seus esforços não sejam desperdiçados em solo infértil. Provérbios 4:7 nos ensina: "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento." O verdadeiro pastor, guiado pelo Espírito Santo, entende que deve investir onde há um coração aberto para aprender, crescer e frutificar.

Aqui, não estamos nos referindo aos perdidos, pois, por ainda estarem cegos espiritualmente, não compreendem esses princípios. Como disse o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4:4, "o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo." Devemos ter paciência e amor com os que ainda não conhecem a verdade.

No entanto, estamos falando daqueles que já foram alcançados pela graça de Deus, que são considerados irmãos na fé. Esses, por já terem recebido a revelação da verdade, deveriam andar em maturidade, valorizando a liderança espiritual que Deus estabeleceu. Hebreus 5:12 nos adverte sobre a falta de crescimento: "Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, ainda precisais de que alguém vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; e vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido."

Aqueles que não honram seus líderes espirituais revelam uma imaturidade persistente, tornando-se um peso em vez de serem cooperadores na obra do Senhor. 1 Tessalonicenses 5:12-13 nos instrui: "Agora vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra."

O pastor sábio aprendeu, com o tempo, que sua atenção deve ser dedicada àqueles que honram, aprendem e valorizam o chamado que Deus lhe confiou. Ele entende que seu papel não é agradar a todos, mas ser fiel ao Senhor e cuidar bem daqueles que têm um coração disposto a seguir os caminhos de Deus.

Que possamos refletir sobre isso e entender que a honra é um princípio divino. Quem aprende a honrar a liderança espiritual está, na verdade, honrando o próprio Deus, pois foi Ele quem instituiu autoridades em nosso meio para nosso crescimento e edificação. Como Jesus disse em Mateus 10:41, "Quem recebe um profeta em qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo receberá galardão de justo."

Que possamos, portanto, ser reconhecidos como aqueles que valorizam, honram e caminham em humildade, para que Deus continue derramando Suas bênçãos sobre nossas vidas.

Irmãos, pastores, não gastem seu tempo com pessoas que não valorizam princípios básicos como honra, respeito, lealdade e fidelidade. Essas qualidades são fundamentais na vida cristã e revelam o caráter de uma pessoa. Jesus disse: “Pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:16), ou seja, observando atentamente como alguém trata seu cônjuge, seus familiares e aqueles ao seu redor, podemos discernir muito sobre quem essa pessoa realmente é.

Muitas vezes, essas pessoas chegam mostrando grande interesse e entusiasmo, mas com o tempo tornam-se críticas e começam a desprezar sutilmente aquilo que você ensina e faz. Esse desprezo pode não ser manifestado diretamente em palavras, mas se revela em atitudes. A Bíblia nos alerta sobre aqueles que têm aparência de piedade, mas negam o poder de Deus em suas vidas. 2 Timóteo 3:5 diz: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.”

Essas pessoas desconsideram princípios fundamentais do Reino, como o princípio das ofertas, o valor do tempo dedicado a elas e a importância da honra aos seus líderes espirituais. Elas acreditam que o pastor deve estar sempre disponível para atender exclusivamente aos seus interesses, sem reconhecer a necessidade de equilíbrio e a prioridade daqueles que verdadeiramente valorizam o ministério. Em Hebreus 13:17, a Palavra nos ensina: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas como quem há de prestar contas, para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.”

Esses indivíduos, por falta de maturidade e entendimento, acusam injustamente os pastores de fazerem acepção de pessoas quando percebem que sua atenção está voltada para aqueles que valorizam e respeitam o seu chamado. Eles não compreendem que a liderança cristã envolve mordomia e sabedoria na administração do tempo e dos recursos espirituais. Como ensina Provérbios 9:8, “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” O pastor deve focar em quem está disposto a ouvir, aprender e crescer na graça.

O próprio Jesus demonstrou esse princípio em seu ministério. Ele dedicava atenção especial àqueles que demonstravam fé e compromisso. Em Marcos 6:5-6, lemos que Jesus não pôde realizar muitos milagres em sua própria terra devido à incredulidade do povo, mostrando que a honra e a fé são essenciais para recebermos o que Deus deseja nos dar.

Pastores, saibam que investir tempo e energia em pessoas que desprezam a unção, a Palavra e os princípios do Reino é desperdiçar um recurso precioso. Jesus nos ensinou em Mateus 10:14: “Se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.” Isso demonstra que devemos avançar e focar em terrenos férteis, onde a semente da Palavra pode gerar frutos duradouros.

Lembrem-se de que há aqueles que honram, respeitam e compreendem a seriedade do ministério pastoral. Estes são os que realmente merecem atenção e cuidado. Como Paulo instruiu em Gálatas 6:9, “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Portanto, perseverem em servir com sabedoria, discernindo a quem investir e confiando que Deus recompensa aqueles que exercem seu ministério com fidelidade.

Novos convertidos não têm a responsabilidade de ensinar a Palavra ou os fundamentos do Evangelho; seu papel é simplesmente anunciar a salvação, compartilhando seu testemunho de transformação. Eles devem, antes de tudo, crescer na fé, se aprofundar no conhecimento das Escrituras e viver uma vida de obediência antes de se tornarem aptos a ensinar. O apóstolo Paulo instruiu Timóteo a ter cuidado com a liderança prematura, dizendo em 1 Timóteo 3:6, "Não seja neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo." A maturidade espiritual é um processo, e aqueles que são recém-chegados à fé precisam primeiro ser ensinados antes de tentarem ensinar os outros.

Hoje, vivemos em uma época em que a internet está repleta de “teólogos” formados por cortes de redes sociais, pessoas que absorvem trechos isolados de pregações sem uma compreensão profunda e contextual da Palavra. Essas ideias fragmentadas e misturadas geram confusão e afastam do verdadeiro propósito do Evangelho. A Bíblia nos adverte em 2 Timóteo 4:3-4, "Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si mestres segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas."

Muitos desses autoproclamados mestres podem tomar seu tempo precioso, tentando consolidar suas ideias confusas, sem um verdadeiro desejo de aprender e crescer na graça. Provérbios 18:2 diz: "O insensato não tem prazer no entendimento, mas sim em expor os seus pensamentos." Essas pessoas frequentemente estão mais preocupadas em debater e impor suas opiniões do que em submeter-se à verdade da Palavra de Deus.

É fundamental que os líderes e cristãos maduros fiquem atentos a esse tipo de armadilha. O próprio Jesus alertou em Mateus 7:6, "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem." Ou seja, devemos discernir onde investir nosso tempo e esforço, para que não sejam desperdiçados em solos inférteis.

Falo por experiência: envolver-se nessas discussões infrutíferas e tentar corrigir aqueles que não estão realmente abertos ao aprendizado sincero quase sempre termina em frustração e desgaste. O apóstolo Paulo escreveu em Tito 3:9, "Mas evita questões tolas, genealogias e contendas, e debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs." Em outras palavras, não devemos nos perder em discussões que não produzem frutos espirituais.

Nosso foco deve estar em discipular aqueles que realmente têm fome e sede de justiça, aqueles que estão dispostos a serem ensinados e transformados pelo poder do Espírito Santo. Como disse Jesus em Mateus 5:6, "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos."

Portanto, invista seu tempo naquilo que edifica e contribui para o avanço do Reino de Deus. Efésios 5:15-16 nos exorta: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus."

Diante de tudo o que foi refletido, fica claro que o tempo é um recurso valioso que precisa ser investido com sabedoria. A Palavra de Deus nos ensina a sermos mordomos responsáveis, discernindo a quem devemos dedicar nosso tempo, dons e esforços. É necessário compreender que a honra, o respeito, a lealdade e a fidelidade são princípios fundamentais no Reino de Deus, e aqueles que os desprezam acabam se tornando obstáculos ao avanço da obra.

Nem todos estão prontos para receber o que temos a oferecer, e não devemos nos desgastar tentando convencer aqueles que não valorizam a unção, o ensino e o tempo investido. Jesus mesmo nos ensinou a priorizar aqueles que estão dispostos a aprender e crescer, dizendo em Mateus 10:14, "Se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés." Assim, devemos seguir em frente, investindo em solos férteis que darão frutos para a glória de Deus.

A verdadeira maturidade cristã envolve saber diferenciar entre aqueles que têm um coração ensinável e aqueles que apenas desejam discutir e impor suas opiniões. Como ensina Provérbios 9:9, "Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo, e ele crescerá em entendimento."

Portanto, irmãos, sejamos sábios na administração do nosso tempo e ministério. Foquemos naqueles que honram, valorizam e demonstram um desejo genuíno de crescimento espiritual. Que possamos, como orienta Efésios 5:16, "remir o tempo, porque os dias são maus," dedicando-nos ao que realmente edifica e glorifica ao Senhor.

No final, o mais importante é permanecermos fiéis ao nosso chamado, servindo com amor, mas também com discernimento, e confiando que Deus honrará aqueles que O honram.

Leonardo Lima Ribeiro 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Por que tenho certeza que somos ricos em Cristo?


Na Bíblia, existem várias palavras em hebraico e grego que indicam a riqueza espiritual que temos em Cristo. Aqui estão algumas delas:

1. Hebraico (Antigo Testamento)

עָשַׁר (ashar) – "ser rico, tornar-se rico"

Referência: Provérbios 10:22 – "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores com ela."

חֵפֶץ (chefets) – "prazer, desejo, bem-estar" (riqueza no sentido de satisfação em Deus)

Referência: Salmo 37:4 – "Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá os desejos do teu coração."

שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, bem-estar"

Referência: Jeremias 29:11 –

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal..."

2. Grego (Novo Testamento)

πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância, plenitude"

Referência: Efésios 1:7 – "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça."

πλουτίζω (ploutizó) – "enriquecer, ser feito rico"

Referência: 2 Coríntios 8:9 – "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis."

χάρις (charis) – "graça, favor imerecido" (como fonte de riqueza espiritual)

Referência: Efésios 2:7 – "Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça..."

πλήρωμα (plērōma) – "plenitude, preenchimento completo"

Referência: Colossenses 2:10 – "E estais completos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade."

Essas palavras demonstram que a verdadeira riqueza em Cristo não é apenas material, mas inclui a graça, a paz, a plenitude e a vida eterna que Ele nos oferece.

Mesmo assim:

A Bíblia ensina que a riqueza em Cristo abrange tanto aspectos espirituais quanto materiais. Embora a ênfase esteja na riqueza espiritual, há várias passagens que indicam que Deus também pode prover recursos materiais para suprir as necessidades de Seus filhos e transbordar para que exerçam a generosidade. Aqui estão algumas palavras em hebraico e grego que mostram essa verdade:

1. Hebraico (Antigo Testamento)

עָשַׁר (ashar) – "ser rico, tornar-se rico, prosperar materialmente"

Referência: Provérbios 10:22 – "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores com ela."

Gênesis 13:2 – "Abrão era muito rico em gado, em prata e em ouro."

חוֹסֶן (chosén) – "riqueza, bens materiais, recursos"

Referência: Provérbios 8:18 – "Riquezas e honra estão comigo; bens duráveis e justiça."

שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, bem-estar material e espiritual"

Referência: Jeremias 29:11 – "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz (prosperidade) e não de mal."

רְכוּשׁ (rekhush) – "bens, posses, propriedades materiais"

Referência: Gênesis 12:5 – "E tomaram Abrão e Sarai sua mulher, e toda a sua riqueza que haviam adquirido..."

2. Grego (Novo Testamento)

πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância material e espiritual"

Referência: Filipenses 4:19 – "O meu Deus, segundo as suas riquezas em glória, suprirá todas as vossas necessidades em Cristo Jesus."

πλουτίζω (ploutizó) – "enriquecer, fazer abundante materialmente"

Referência: 2 Coríntios 9:11 – "Para que em tudo enriqueçais para toda a generosidade, a qual faz que por nós se deem graças a Deus."

χρημα (chrēma) – "dinheiro, recursos financeiros"

Referência: Marcos 10:23 – "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!" (referindo-se às riquezas materiais)

εὐοδόω (euodoó) – "ser próspero, bem-sucedido"

Referência: 3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."

A Bíblia ensina que, em Cristo, somos abençoados tanto espiritualmente quanto materialmente, conforme Sua vontade e propósito. Deus supre nossas necessidades materiais, concede prosperidade e nos chama a administrar os recursos com sabedoria, gratidão e generosidade.

Jesus disse que "é difícil um rico entrar no Reino de Deus" em passagens como Mateus 19:23-24, Marcos 10:23-25 e Lucas 18:24-25, onde Ele afirmou:

"Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus. E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus." (Mateus 19:23-24)

Essa afirmação de Jesus foi feita após o encontro com o jovem rico, que queria seguir a Cristo, mas não quis abrir mão de suas riquezas. Jesus não estava condenando a riqueza em si, mas sim a dependência das riquezas e o perigo de colocar os bens materiais acima de Deus.

Razões pelas quais Jesus disse que é difícil para os ricos entrarem no Reino de Deus:

Apego às riquezas

A riqueza pode criar um sentimento de autossuficiência, levando a pessoa a confiar mais nos bens materiais do que em Deus.

O jovem rico (Mateus 19:16-22) demonstrou que suas posses eram mais importantes do que seguir Jesus.

Tendência ao orgulho e à autoconfiança

As riquezas podem expressar o que estava oculto no coração da pessoa, o orgulho, fazendo com que a pessoa acredite que não precisa de Deus.

Em Provérbios 18:11, está escrito: "A riqueza do rico é sua cidade forte, e como um muro alto na sua imaginação."

Prioridade equivocada

Jesus ensinou que "onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mateus 6:21).

Os ricos podem ser tentados a colocar as riquezas em primeiro lugar, em vez de buscar o Reino de Deus.

Dificuldade em ser generoso e desprendido

Jesus chama Seus seguidores a serem generosos e desapegados (Lucas 12:33), algo que pode ser mais difícil para quem tem muito.

A parábola do rico insensato (Lucas 12:16-21), que acumulou para si, mas não era "rico para com Deus".

Falsa sensação de segurança

A riqueza pode dar uma falsa sensação de controle sobre a vida, fazendo a pessoa se esquecer de sua dependência de Deus (1 Timóteo 6:17 – "Não confiem na incerteza das riquezas").

Jesus condena as riquezas?

Não. A Bíblia não ensina que ser rico é pecado. Na verdade, Deus pode abençoar as pessoas com recursos materiais. O problema é o amor ao dinheiro, como está escrito em 1 Timóteo 6:10:

"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé."

Cristo ensina que a verdadeira riqueza é a espiritual, e que devemos ser mordomos fiéis dos recursos que Deus nos confia.

Jesus alerta sobre o perigo das riquezas porque elas podem facilmente tornar-se um obstáculo à fé, promovendo o orgulho, a autossuficiência e a ganância. No entanto, os ricos que colocam Deus em primeiro lugar e usam seus bens para glorificá-Lo podem, sim, entrar no Reino de Deus, como foi o caso de figuras bíblicas como Abraão, Davi e Jó, que eram ricos e fiéis a Deus.

A Bíblia ensina que Deus deseja abençoar Seu povo em todas as áreas da vida, incluindo a prosperidade material e espiritual. Embora o conceito de "unção de prosperidade" não seja encontrado diretamente nas Escrituras, há diversas palavras em hebraico e grego que indicam a provisão abundante de Deus para Seu povo. Essas palavras mostram que a prosperidade é uma manifestação da graça divina, mas sempre em conexão com a fidelidade e obediência a Deus.

1. Hebraico (Antigo Testamento): A prosperidade como bênção de Deus

מָשַׁח (mashach) – "ungir, consagrar com óleo" (Unção divina para propósitos específicos)

Referência: Salmo 23:5 – "Unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda."

Este versículo sugere uma unção que resulta em abundância e provisão.

בָּרַךְ (barak) – "abençoar, conceder prosperidade"

Referência: Deuteronômio 28:2-6 – "E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus."

A bênção de Deus inclui prosperidade material para aqueles que seguem Seus caminhos.

שָׁלוֹם (shalom) – "paz, prosperidade, plenitude, bem-estar"

Referência: Jeremias 29:11 – "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança."

A prosperidade divina inclui não apenas bens materiais, mas também um estado de bem-estar completo.

חֵן (chen) – "graça, favor imerecido"

Referência: Provérbios 3:4 – "Assim acharás favor e boa compreensão aos olhos de Deus e dos homens."

A prosperidade também vem como resultado do favor divino.

2. Grego (Novo Testamento): A prosperidade em Cristo

χρίσμα (chrisma) – "unção, capacitação divina"

Referência: 1 João 2:27 –  "E a unção que dele recebestes permanece em vós..."

A unção capacita o crente em todas as áreas da vida, inclusive para prosperar.

πλοῦτος (ploutos) – "riqueza, abundância"

Referência: Efésios 1:18 – "Para que saibais quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos."

Em Cristo, recebemos riquezas espirituais e materiais para cumprir o propósito de Deus.

εὐοδόω (euodóō) – "ter sucesso, prosperar"

Referência: 3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."

João expressa o desejo divino de prosperidade integral para os crentes.

χάρις (charis) – "graça, favor divino que resulta em bênçãos"

Referência: 2 Coríntios 9:8 – "E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra."

A graça de Deus capacita o crente a prosperar para que ele seja generoso.

αὐξάνω (auxanō) – "crescer, aumentar, multiplicar"

Referência: 2 Coríntios 9:10 – "Ora, aquele que dá semente ao que semeia também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça."

Deus promete multiplicação como resultado da fidelidade em semear.

A Unção de Prosperidade para o Corpo de Cristo

A Bíblia revela que a prosperidade é um princípio divino, e Deus deseja que Seus filhos prosperem para cumprirem Seus propósitos. Essa prosperidade inclui:

Unção para provisão material, conforme as promessas de bênçãos em Deuteronômio 28.

Unção para crescimento espiritual, garantindo riquezas eternas em Cristo (Efésios 1:18).

Unção para generosidade, permitindo que os crentes sejam canais de bênção (2 Coríntios 9:8-10).

Portanto, a prosperidade no corpo de Cristo não é apenas material, mas abrange uma vida completa de abundância, crescimento e impacto positivo para o Reino de Deus.

Muitos cristãos rejeitam a ideia de que podem ser ricos e prósperos mantendo seus valores por uma série de razões teológicas, culturais e históricas. Essas razões incluem interpretações erradas das Escrituras, crenças sobre a humildade cristã e uma visão negativa sobre o dinheiro. Vamos analisar algumas dessas razões em detalhes:

1. Má interpretação das Escrituras

Alguns cristãos acreditam que a Bíblia condena a riqueza com base em passagens mal interpretadas, como:

Mateus 19:24 – "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus."

Essa passagem não condena a riqueza em si, mas sim o apego às riquezas que impedem uma vida de dependência de Deus.

1 Timóteo 6:10 – "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males."

Muitos leem erroneamente como "o dinheiro é a raiz de todos os males", quando na verdade a ênfase está no amor ao dinheiro, que pode levar à idolatria.

A Bíblia ensina que a prosperidade é uma bênção de Deus (Deuteronômio 8:18), mas deve ser administrada com sabedoria e para a glória d'Ele.

2. Influência do ascetismo e da tradição religiosa

Ao longo da história, movimentos cristãos influenciados pelo ascetismo (práticas de negação material para buscar a santidade) promoveram a ideia de que a verdadeira espiritualidade exige pobreza ou renúncia total dos bens materiais.

Alguns líderes e monges nos primeiros séculos do cristianismo enfatizavam uma vida de simplicidade extrema, o que moldou a visão de que a riqueza era incompatível com a fé.

Essa mentalidade perdurou e influenciou até mesmo denominações modernas, que enxergam a riqueza como uma possível distração da fé.

3. Medo de cair na idolatria e na corrupção

Muitos cristãos temem que, se forem ricos, acabarão se desviando dos princípios bíblicos e se tornando materialistas. Esse temor é justificado por passagens como:

Mateus 6:24 – "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas."

Contudo, essa passagem ensina que Deus deve ser prioridade, e não que as riquezas sejam intrinsecamente más. Cristãos podem ser prósperos e manter Deus no centro de suas vidas, usando os recursos para o bem.

4. Visão limitada da prosperidade

Alguns cristãos limitam a definição de prosperidade apenas ao aspecto material, enquanto a Bíblia ensina que a verdadeira prosperidade é integral:

3 João 1:2 – "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma."

A verdadeira prosperidade bíblica envolve:

Saúde espiritual e emocional

Provisão financeira suficiente para cumprir o propósito de Deus

Generosidade e impacto positivo no Reino de Deus

5. Falsas dicotomias entre pobreza e espiritualidade

Alguns cristãos acreditam que há apenas duas opções:

Ser rico e pecador

Ser pobre e santo

No entanto, a Bíblia apresenta exemplos de pessoas que foram ricas e justas, como:

Abraão – Um homem extremamente rico, mas chamado "amigo de Deus" (Gênesis 13:2; Tiago 2:23).

Jó – Próspero e íntegro, mesmo após ser testado (Jó 1:1-3).

Salomão – Recebeu riquezas de Deus, mas sua queda foi resultado de desobediência, não das riquezas em si (1 Reis 3:13).

Isso mostra que é possível ser próspero e fiel a Deus.

6. Influência de ensinos extremos sobre prosperidade

Muitos cristãos rejeitam a prosperidade porque associam a ideia com os excessos da chamada "teologia da prosperidade", que ensina que todos devem ser ricos e que a prosperidade é sinal exclusivo da bênção de Deus.

Alguns pregadores distorcem a mensagem bíblica, enfatizando riquezas materiais acima de valores espirituais.

Isso causa rejeição por parte de cristãos sinceros, que não querem cair em um evangelho centrado apenas em bens terrenos.

7. Falta de ensino equilibrado sobre mordomia

A Bíblia ensina que Deus nos dá recursos para administrarmos com sabedoria e generosidade:

Deuteronômio 8:18 – "Antes te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas."

Provérbios 3:9-10 – "Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente."

Um ensino equilibrado mostra que a riqueza é uma ferramenta para servir a Deus e ao próximo, e não um fim em si mesma.

Cristãos podem ser prósperos e manter seus valores?

Sim, cristãos podem ser prósperos financeiramente e manter uma vida piedosa, desde que:

Coloquem Deus em primeiro lugar (Mateus 6:33).

Sejam bons mordomos e generosos (2 Coríntios 9:6-7).

Não façam do dinheiro um ídolo, mas usem-no para glorificar a Deus (1 Timóteo 6:17-18).

Tenham uma visão equilibrada da prosperidade, que envolve saúde, relacionamentos, crescimento espiritual e recursos materiais.

A prosperidade não deve ser vista como um obstáculo à fé, mas como uma ferramenta para expandir o Reino de Deus e abençoar outras pessoas.

Outros motivos pelos quais a prosperidade é motivo de desconfiança de muitos cristãos:

O gnosticismo, uma antiga corrente filosófico-religiosa que influenciou o pensamento cristão primitivo, teve um impacto significativo na forma como muitos cristãos passaram a enxergar a riqueza material como algo negativo. Essa influência gnóstica ajudou a moldar uma mentalidade de dualismo, onde o mundo material era visto como mau e o mundo espiritual como bom. Esse pensamento foi absorvido, direta ou indiretamente, por alguns segmentos do cristianismo ao longo dos séculos.

1. O que é o gnosticismo?

O gnosticismo era um sistema de crenças que floresceu nos primeiros séculos da era cristã e ensinava que:

O mundo material foi criado por um "demiurgo" (um deus inferior) e, portanto, é imperfeito e maligno.

A salvação vinha por meio de um conhecimento secreto (gnosis) que libertava o espírito da prisão do corpo material.

A matéria era considerada um obstáculo ao crescimento espiritual, e, portanto, os bens materiais eram vistos como uma distração ou até mesmo uma corrupção da alma.

Embora os pais da Igreja tenham rejeitado o gnosticismo como heresia, suas ideias infiltraram-se na cultura cristã, influenciando a visão de muitos crentes sobre riqueza e prosperidade.

2. Influências do gnosticismo na visão cristã sobre a riqueza

A influência gnóstica levou muitos cristãos a desenvolverem certas crenças erradas sobre o dinheiro e os bens materiais, tais como:

Dualismo espiritual versus material

O gnosticismo ensinava que o espírito é puro e divino, enquanto a matéria é corrupta e pecaminosa.

Essa ideia fez com que muitos cristãos acreditassem que buscar prosperidade ou desfrutar dos bens materiais fosse errado, pois desviaria a atenção da busca espiritual.

No entanto, a Bíblia ensina que Deus criou o mundo material e chamou tudo de "muito bom" (Gênesis 1:31), e que os bens materiais podem ser usados para glorificá-Lo (1 Timóteo 6:17).

Ascetismo extremo (desprezo pelo mundo material)

Influenciados pela ideia gnóstica de que o corpo e os bens materiais são maus, surgiram práticas ascéticas no cristianismo, onde monges e líderes religiosos rejeitavam qualquer forma de riqueza.

Essa influência levou à ideia de que o verdadeiro cristão deveria viver em pobreza extrema para alcançar a santidade, algo que não é uma exigência bíblica para todos (1 Timóteo 5:8, Provérbios 10:22).

A ideia de que a riqueza é uma tentação inevitável

Para os gnósticos, a riqueza era vista como uma forma de aprisionamento da alma, impedindo-a de alcançar a iluminação.

Essa ideia levou muitos cristãos a acreditarem que o dinheiro, por si só, é uma fonte de corrupção, esquecendo-se de que o problema não é a riqueza, mas o amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10).

Fuga do mundo e desprezo pelo trabalho

O pensamento gnóstico via a vida neste mundo como algo a ser evitado e rejeitado. Assim, o trabalho e os negócios eram considerados indignos para os verdadeiros buscadores da espiritualidade.

No entanto, a Bíblia valoriza o trabalho honesto e ensina que Deus abençoa aqueles que trabalham diligentemente (Provérbios 22:29; Colossenses 3:23-24).

3. O ensino bíblico sobre a riqueza e o mundo material

A Bíblia se opõe à visão gnóstica, pois ensina que:

Deus criou o mundo material para ser desfrutado com gratidão (1 Timóteo 4:4 – "Porque tudo o que Deus criou é bom").

A riqueza, quando administrada com sabedoria e generosidade, é uma bênção (Deuteronômio 8:18 – "Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque é ele que te dá força para adquirir riquezas").

O dinheiro deve ser uma ferramenta para servir a Deus e ao próximo, e não um fim em si mesmo (Lucas 16:9).

4. Como o pensamento gnóstico ainda influencia os cristãos hoje?

Embora o gnosticismo tenha sido rejeitado como heresia pela Igreja, suas ideias ainda aparecem nas seguintes formas:

Cristãos que acreditam que pobreza é sinônimo de santidade

Alguns acreditam que viver sem bens materiais é a única maneira de demonstrar humildade e espiritualidade.

Desconfiança em relação a cristãos prósperos

Há uma crença de que um cristão rico necessariamente comprometeu seus valores para alcançar sua riqueza.

Resistência ao ensino sobre prosperidade bíblica

Muitos rejeitam os ensinamentos sobre prosperidade, pois os associam ao materialismo, sem perceber que a Bíblia tem princípios claros sobre riqueza.

Superando a mentalidade gnóstica sobre prosperidade

Para superar essa visão errada, os cristãos precisam ter uma perspectiva bíblica e equilibrada sobre a prosperidade:

Entender que a riqueza é neutra – Ela pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo do coração de quem a possui (Lucas 12:34).

Ser bons mordomos – Deus nos confia recursos para que os administremos com sabedoria (Mateus 25:14-30).

Buscar primeiro o Reino de Deus – A prosperidade deve ser uma ferramenta para cumprir os propósitos divinos, não uma obsessão pessoal (Mateus 6:33).

Portanto, a riqueza material não é algo ruim em si, mas precisa ser compreendida e utilizada dentro dos princípios de Deus. Ao rejeitar as influências gnósticas e abraçar o ensino equilibrado da Bíblia, os cristãos podem prosperar mantendo sua fé e integridade.

Sem recursos, a capacidade de ajudar os outros fica limitada. A Bíblia ensina que a prosperidade tem um propósito, que é suprir nossas necessidades e permitir que sejamos generosos com os outros.

1. A generosidade e a prosperidade andam juntas

A Palavra de Deus mostra que ser generoso é uma responsabilidade do cristão, mas para ser generoso, é necessário ter algo para oferecer. Veja alguns versículos que apoiam essa ideia:

2 Coríntios 9:8-11 – “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra.”

Deus deseja que tenhamos suficiência para abundar em boas obras, ou seja, ajudar outras pessoas.

Efésios 4:28 – “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.”

O trabalho e a prosperidade nos capacitam a repartir com os necessitados.

Provérbios 11:25 – “A alma generosa prosperará, e aquele que atende também será atendido.”

A generosidade e a prosperidade formam um ciclo de bênção.

2. A pobreza limita a generosidade

Embora uma pessoa pobre possa ajudar de outras formas (com tempo, amor, encorajamento), a ajuda prática muitas vezes exige recursos materiais, como:

Alimentos para quem tem fome

Apoio financeiro para quem está em crise

Investimento em projetos do Reino de Deus

Se o cristão vive em escassez, sua capacidade de contribuir é severamente reduzida. Por isso, a Bíblia incentiva o trabalho, a sabedoria financeira e a prosperidade para que possamos ser canais de bênção.

3. O propósito da prosperidade na Bíblia

A Bíblia não ensina prosperidade apenas como um benefício pessoal, mas como uma ferramenta para:

Sustentar a própria família – "Mas, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos da sua própria casa, tem negado a fé e é pior que o infiel." (1 Timóteo 5:8)

Apoiar os necessitados – "Há mais felicidade em dar do que em receber." (Atos 20:35)

Financiar a obra de Deus – "Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa." (Malaquias 3:10)

Expandir o Reino de Deus – Exemplo da igreja primitiva, que vendia propriedades para ajudar os irmãos (Atos 4:34-35).

4. Generosidade não depende apenas de riqueza, mas riqueza amplifica o impacto

Mesmo pessoas com poucos recursos podem ser generosas, mas aqueles que prosperam financeiramente têm mais condições de impactar positivamente um número maior de pessoas.

Um outro olhar também:

A viúva pobre que deu duas moedas (Lucas 21:1-4) foi generosa, mas sua contribuição foi pequena em comparação ao impacto que homens ricos podem causar quando são generosos.

O relato da viúva pobre e suas duas moedas, encontrado em Lucas 21:1-4 e Marcos 12:41-44, tem um contexto espiritual profundo, que envolve temas como sacrifício, confiança em Deus, hipocrisia religiosa e verdadeira adoração. Vamos analisar esse episódio à luz do contexto histórico e espiritual.

1. O texto bíblico

Lucas 21:1-4 (ARA): "Jesus, levantando os olhos, viu os ricos deitarem as suas ofertas no gazofilácio; viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos; porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza, deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.”

2. Contexto histórico cultural

No tempo de Jesus, o gazofilácio era uma espécie de caixa de ofertas localizada no Templo de Jerusalém, onde os judeus depositavam contribuições para sustentar as despesas do Templo e ajudar os pobres.

As moedas da viúva: As "duas pequenas moedas" (no grego: "λεπτόν" – leptón) eram as menores unidades monetárias da época, de valor quase insignificante.

As ofertas dos ricos: Os ricos davam grandes quantias, muitas vezes em busca de reconhecimento público e status.

A situação da viúva: Viúvas eram uma das classes mais vulneráveis na sociedade judaica, pois não tinham marido para sustentá-las, dependendo muitas vezes da caridade.

3. O contexto espiritual do texto

Esse relato tem um significado espiritual profundo, revelando princípios importantes sobre o coração de Deus e a verdadeira adoração.

A. A fé e a confiança em Deus 

A viúva demonstrou uma fé radical, pois deu tudo o que tinha, confiando totalmente em Deus para o sustento.

Hebreus 11:6 – "Sem fé é impossível agradar a Deus."

A viúva confiava que Deus supriria suas necessidades, colocando sua dependência n'Ele, enquanto os ricos davam apenas do que lhes sobrava, sem risco ou fé genuína.

B. Sacrifício e entrega total

Jesus ensina que a verdadeira oferta não é medida pelo valor absoluto, mas pelo custo pessoal e pela intenção do coração.

O sacrifício da viúva reflete o princípio do amor sacrificial, semelhante ao que Cristo ensinou e viveu.

Deus valoriza mais uma oferta feita de coração do que grandes quantias dadas sem entrega verdadeira (Salmo 51:17 – "O coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.").

C. Humildade vs. orgulho religioso

Jesus frequentemente confrontava a hipocrisia dos fariseus, que faziam suas obras publicamente para serem vistos pelos homens. Este episódio contrasta a humildade da viúva com o orgulho dos ricos religiosos.

Mateus 6:1-4 – Jesus ensina que as ofertas devem ser feitas em segredo, sem buscar reconhecimento humano.

A viúva deu em segredo e com humildade, enquanto os ricos buscavam autopromoção.

D. O Reino de Deus valoriza o interior, não o exterior

Esse evento ilustra um princípio fundamental do Reino de Deus: Deus olha para o coração, não para a aparência exterior.

1 Samuel 16:7 – "O Senhor não vê como o homem: o homem olha para a aparência, mas o Senhor olha para o coração."

O mundo mede o valor pelas posses e status, mas Deus mede pela intenção e fidelidade.

E. A Soberania de Deus no sustento dos Seus

A ação da viúva demonstra sua confiança na soberania de Deus, lembrando-nos que Deus é o provedor fiel.

Mateus 6:25-34 – Jesus ensina que não devemos nos preocupar com o sustento, pois Deus cuida de nós.

A viúva aplicou esse princípio na prática, confiando que Deus supriria suas necessidades.

Este relato continua sendo relevante, ensinando-nos que:

A generosidade deve vir do coração, não da abundância.

Deus se agrada mais da intenção do que da quantia.

Deus honra aqueles que confiam Nele completamente.

A entrega total, mesmo em pequenas coisas, tem grande valor para Deus.

O coração humilde e sacrificial é precioso diante de Deus.

Deus vê e recompensa o sacrifício genuíno, mesmo quando o mundo não valoriza.

Nossa dependência deve estar em Deus, e não em recursos materiais.

Precisamos confiar que Ele provê, mesmo quando temos pouco.

A Viúva é um exemplo de fé e entrega total

O exemplo da viúva pobre nos ensina que:

Deus valoriza mais a qualidade da oferta do que a quantidade.

A verdadeira generosidade vem de um coração dependente de Deus, e não de riquezas.

Jesus exalta a viúva como um modelo de entrega total e confiança em Deus, mostrando que o verdadeiro tesouro está no céu.

O que oferecemos a Deus – seja tempo, recursos ou talentos – deve ser feito com um coração sincero e cheio de fé, confiando Nele para o nosso sustento.

Mediante o esclarecimento desse conceito, voltemos à prosperidade material:

Prosperidade é um meio para a generosidade eficaz

1. A pobreza limita o alcance da generosidade.

2. Deus deseja que prosperemos para sermos uma bênção para os outros.

3. A riqueza é uma ferramenta que deve ser usada para glorificar a Deus e ajudar o próximo.

Portanto, a generosidade sem recursos financeiros tem limitações. Cristãos prósperos podem fazer mais pelo Reino de Deus e pelas pessoas necessitadas.

O espírito de engano do gnosticismo entrou no cristianismo afim de gerar confusão sobre o caráter de Deus e a realidade de quem somos em Cristo

A ideia de que o gnosticismo é um espírito se baseia na compreensão de que ele representa um "espírito de engano" que se opõe à verdade de Deus. Na Bíblia, o termo "espírito" é frequentemente usado para descrever ideologias, filosofias e influências malignas que desviam os crentes da fé genuína em Cristo.

Embora a Bíblia não mencione o gnosticismo explicitamente (pois o movimento se desenvolveu mais fortemente após o período do Novo Testamento), suas ideias já estavam presentes nos tempos apostólicos, e os escritores bíblicos alertaram contra elas.

1. O gnosticismo como "espírito do erro"

A Bíblia ensina que existem espíritos de erro e engano que tentam desviar os cristãos da verdade. O gnosticismo, com sua ênfase na rejeição do mundo material e busca de conhecimento secreto, pode ser visto como parte desses espíritos mencionados.

1 João 4:1-3 – “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus; este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”

O gnosticismo negava que Jesus veio em carne, pois considerava a matéria como má. Isso demonstra que essa doutrina falsa estava alinhada ao espírito do anticristo, ou seja, uma força espiritual que se opõe à verdade de Deus.

2. O apóstolo Paulo combate o espírito gnóstico

Paulo combate diretamente as influências gnósticas emergentes, chamando-as de "filosofias vãs" e advertindo os crentes a não se deixarem enganar por essas ideias:

Colossenses 2:8 – “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.”

O gnosticismo promovia uma filosofia baseada em "rudimentos do mundo" e conhecimentos humanos, desviando os crentes da simplicidade do evangelho.

1 Timóteo 4:1 – “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.”

O gnosticismo, como doutrina de engano, pode ser considerado uma dessas "doutrinas de demônios" que distorcem a verdade do evangelho.

3. O gnosticismo e o espírito do anticristo

O gnosticismo ensina que:

O mundo material é mau e criado por um "deus inferior".

A salvação vem por meio de conhecimento secreto (gnose), não por fé em Cristo.

Jesus não veio realmente em carne, mas era um ser espiritual.

Essas crenças refletem o espírito do anticristo, que tenta negar a obra redentora de Cristo na carne e apresenta um "falso evangelho".

2 Tessalonicenses 2:9-10 – “A vinda desse iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem.”

O gnosticismo promove uma falsa espiritualidade, negando a suficiência de Cristo, e assim opera como um engano satânico.

4. Como identificar e resistir ao espírito gnóstico

A Bíblia nos chama a testar os espíritos e nos revestir da verdade para não sermos enganados:

Testar os ensinamentos à luz da Palavra de Deus (1 João 4:1).

Permanecer firmes na fé simples do evangelho (Colossenses 2:6-7).

Rejeitar doutrinas que negam a encarnação de Cristo e a bondade da criação (Gênesis 1:31).

O gnosticismo é um espírito de engano

O gnosticismo não é apenas uma filosofia humana, mas um espírito de engano que trabalha contra o evangelho de Cristo.

Ele nega verdades centrais do cristianismo, como a encarnação e a bondade da criação de Deus, e a nossa identidade como filhos atuantes através da materialidade também. 

Os cristãos devem estar alertas contra esse espírito, firmando-se na Palavra de Deus e rejeitando toda doutrina que se opõe à verdade de Cristo.

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:32)

Deus vos abençoe com a revelação da Verdade

Leonardo Lima Ribeiro 

A benção da contribuição voluntária

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