O versículo de Êxodo 23:25 faz parte de um contexto mais amplo onde Deus está instruindo o povo de Israel sobre a obediência e as bênçãos que viriam como consequência da fidelidade a Ele. O texto afirma: “E servireis ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.” Esse versículo é uma promessa de Deus de que Ele irá providenciar sustento físico e curar as enfermidades do Seu povo, mas também traz consigo uma profunda implicação teológica sobre a relação entre fé, obediência e vontade divina.
Ao interpretar esse versículo dentro de uma perspectiva mais ampla da Bíblia, podemos refletir sobre três elementos importantes:
1. A Obediência como Condição para a Bênção
O versículo começa com a palavra "E servireis". O verbo "servir" aqui implica em mais do que uma ação religiosa superficial; trata-se de uma disposição de viver em conformidade com os mandamentos e a vontade de Deus. Em outras palavras, Deus está fazendo uma aliança com o povo de Israel, dizendo que, se eles O servirem com fidelidade, Ele cuidará de suas necessidades materiais e os protegerá das enfermidades. A obediência, portanto, é apresentada como a chave para acessar essas bênçãos. Isso implica que, no contexto da aliança entre Deus e Seu povo, o serviço a Deus não é uma opção, mas uma condição para o recebimento das promessas divinas, sendo que obedecer na Nova aliança está ligado diretamente ao crer, já que Jesus obedeceu toda a lei e pela fé Nele recebemos a salvação e as promessas que estão inclusas nela.
2. A Promessa de Cura e Provisão
A segunda parte do versículo afirma que Deus abençoará o pão e a água do povo, um símbolo claro de provisão material. Além disso, Ele promete retirar as enfermidades do meio deles. Esse é um reflexo do cuidado paternal de Deus pelo Seu povo. A promessa de cura física não é algo aleatório, mas um reflexo do poder de Deus para trazer restauração e saúde. O povo de Israel, ao seguir os mandamentos de Deus, experimentaria uma vida marcada pela prosperidade e pela cura, e nós recebemos o mesmo pela fé, já que o crer implica receber aquilo que Jesus é, por causa de sua obediência perfeita, logo quem crê automaticamente demonstra sua fé em um andar como Jesus andou.
No entanto, é importante notar que a Bíblia também apresenta uma visão multifacetada sobre a saúde e a doença. Enquanto Deus se apresenta como curador, também há momentos em que Ele permite que Seus servos enfrentem doenças ou dificuldades, como forma de aperfeiçoamento espiritual ou para cumprir propósitos maiores (cf. João 9:1-3, onde Jesus cura um cego de nascença e explica que a doença não era um castigo, mas para que as obras de Deus se manifestassem). `Precisamos apenas entender que sua permissão não implica que Ele seja o causador da doença, e nem que seja sua vontade.
A cura divina, assim como outras bênçãos, está sujeita à vontade soberana de Deus. Ele pode, em Sua sabedoria, escolher agir de uma maneira que vai além da nossa compreensão imediata, seja trazendo cura física ou permitindo que a doença seja um meio para o fortalecimento espiritual e a glória de Seu nome.
O apóstolo então compreende que a graça de Deus é suficiente, e que, mesmo na fraqueza, Deus revela o Seu poder. Isso demonstra que a resposta de Deus à oração nem sempre é a cura imediata ou a remoção da dor, mas pode ser uma oportunidade de vivenciar Sua presença e graça de maneira mais profunda.
3. A Cura e a Fé
Por fim, a fé tem um papel fundamental nas promessas de cura na Bíblia, mas é importante entender que a fé não é uma fórmula mágica para obter resultados desejados. A fé bíblica não é apenas acreditar que Deus pode curar, mas confiar em Sua vontade soberana, seja qual for o desfecho. Em Mateus 17:20, Jesus fala sobre a fé do tamanho de um grão de mostarda movendo montanhas, mas Ele também ensina que, em última instância, a vontade de Deus é o que prevalece.
Portanto, a promessa de cura em Êxodo 23:25 é válida e verdadeira, mas a experiência da cura está sujeita à vontade soberana de Deus, que pode agir de maneiras diferentes conforme Seu plano divino para cada pessoa. O importante é crermos que se recebemos a cura e a provisão pela fé em Jesus, devemos nos apropriarmos dessa verdade e recebê-la, pois, ele nos deu por amor.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. (Isaías 53:4) Essa é a verdade sobre nossa condição em Cristo.
Agora vamos para o entendimento de prosperidade e generosidade:
A verdade de Deus é imutável em todos os seus princípios, preceitos e verdades. A fé é o meio de ação de todos eles. Pela fé você foi curado lá na Cruz, mesmo que seus sintomas neguem isso. Fé não crê no que vemos, mas naquilo que está escrito na palavra. Se a palavra diz que você é curado, e seu diagnóstico médico diz que esta enfermo, resta agora escolher em qual voz acreditar. E declarar aquilo que acredita:
O versículo de Malaquias 3:10 traz uma poderosa promessa de Deus sobre a fidelidade no ato de dar os dízimos. A passagem diz: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” Este versículo está inserido em um contexto mais amplo onde Deus exorta o povo de Israel a voltar à fidelidade em suas práticas de adoração e oferta, especialmente no que se refere ao dízimo, uma prática fundamental para o sustento do templo e a manutenção da obra de Deus.
Jesus foi a oferta perfeita, ele foi a oferta e o ofertante, portanto, é pela fé Nele que recebemos toda a realidade de prosperidade e abundância, a generosidade é uma característica dessa nova natureza que recebi depois do novo nascimento. Dessa forma o dar tem muito mais a ver com o que Jesus fez do que com o que eu faço, pois a ação e experiência do ofertar é relativo a quem me tornei através do novo nascimento. Uma mente caída, nunca vai desejar fazer algo que só pode ser feito por amor incondicional que vem da nova natureza em Cristo. A gratidão e a generosidade não são parte da antiga natureza do homem.
Nós não lemos Malaquias como Saulo, mas, lemos Malaquias como Paulo, com a mente de Cristo, entendendo que o dizimo e a oferta são apenas um fruto de generosidade que brota de um coração transformado, um coração fértil e transbordante de amor do pai.
1. O Contexto Histórico e Teológico
O livro de Malaquias é a última profecia do Antigo Testamento, e o contexto histórico é importante para entender a profundidade dessa mensagem. Os israelitas, após o exílio babilônico, estavam enfrentando um período de apatia espiritual, desobediência e negligência no cumprimento das obrigações religiosas. A prática do dízimo, que deveria ser um ato de gratidão e fidelidade, estava sendo negligenciada, e isso afetava tanto o sustento do templo quanto a prosperidade espiritual do povo. Deus, através de Malaquias, confronta essa negligência e chama os israelitas de volta ao cumprimento dos Seus mandamentos.
O dízimo, que representa a décima parte daquilo que se recebe, é um princípio bíblico que remonta a Abraão e à lei mosaica. O objetivo do dízimo não era apenas o sustento do templo ou dos levitas, mas um reflexo da fé do povo em confiar que tudo o que tinham vinha de Deus. Assim, ao devolver a décima parte, o povo expressava a gratidão a Deus e a confiança em Sua provisão.
E toda essa fé hoje depositamos em Cristo que cumpriu tudo de forma perfeita. Nós não cumprimos mais mandamentos, nós cremos naquele que os cumpriu de forma perfeita, e portanto recebemos essa justiça perfeita. As nossas ações não são mais para receber algo, mas, por já ter recebido em Cristo, de forma plena.
2. A Exortação de Deus: "Trazei Todos os Dízimos"
A primeira parte do versículo é uma exortação direta: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro". Isso significa que Deus não está pedindo apenas uma parte, mas todos os dízimos, ou seja, a totalidade do que é devido. O dízimo não é uma opção ou algo a ser dado conforme a conveniência, mas uma prática de obediência a Deus. A "casa do tesouro" era o local onde se armazenavam os bens que sustentavam o templo, os sacerdotes e os levitas. Isso indica que o dízimo não é somente uma questão de caridade, mas de obediência ao plano divino para a manutenção de Sua obra na Terra.
Percebe que tudo aponta para Cristo? Porque toda a obediência que Deus exigia e que os homens não eram capazes de cumprir, foi cumprida plenamente através de Jesus Cristo, e pela fé, recebemos o Espirito Santo, que nos dá uma nova natureza e o poder que nos livra do pecado, e dessa forma podemos desfrutar dessa realidade proporcionada pela obediência, primeiro em Cristo e depois refletida em nós, pois nos tornamos um com Ele através do espírito renascido.
3. Fazer Prova de Deus
A segunda parte do versículo traz uma instrução única: "Fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos". Em todo o Antigo Testamento, a palavra de Deus frequentemente nos ensina a não colocar Deus à prova (Deuteronômio 6:16), mas aqui há uma exceção, um convite divino para que o povo teste Sua fidelidade. Esse convite é tanto uma demonstração da confiança que Deus tem em Suas promessas, quanto um desafio para que o povo experimente a fidelidade e a provisão de Deus de maneira prática.
A fidelidade de Deus foi manifestada em sua plenitude quando Ele deu seu filho como oferta perfeita para cumprimento de sua própria justiça e dessa forma nos proporcionou a oportunidade de pela fé receber tudo que Cristo é, a realidade da plenitude de quem Deus é, seu caráter e seu poder.
Deus está dizendo que, ao trazer os dízimos à casa do tesouro, o povo pode testar a veracidade de Sua palavra. O próprio Deus convida os fiéis a experimentarem Sua generosidade e fidelidade. Este é um desafio para confiar em Sua capacidade de suprir todas as necessidades, além de demonstrar que a verdadeira bênção de Deus vai além do material e se reflete em toda a vida do crente, só que agora como um fruto da fé, e não em caráter de obrigação e cumprimento de regra. Observe a diferença de naturezas e realidades.
4. A Promessa de Bênçãos Sobrenaturais
Em seguida, Deus faz uma promessa ousada e grandiosa: “Se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” A imagem de "abrir as janelas do céu" evoca a ideia de um suprimento divino abundante, vindo diretamente do trono de Deus. Quando Deus promete "derramar uma bênção tal", está falando de uma bênção não só material, mas de um favor divino que é incontável e incontrolável.
E esse favor divino está na nossa unidade com Cristo, pois Ele diz:
"Se vós estivereis em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito." (João 15:7)
Essa promessa de bênção não é apenas sobre prosperidade financeira, mas sobre a abundância de Deus em todas as áreas da vida: espiritual, emocional e até material. Deus está afirmando que, ao ser fiel nos dízimos, o crente não só estará cuidando da obra de Deus, mas também será enriquecido em todos os aspectos de sua vida. A bênção de Deus é um reflexo de Sua generosidade e graça, e Ele promete que será tão abundante que não haverá espaço suficiente para recebê-la.
Mas, agora na Nova aliança, nós não recebemos as bençãos porque damos o dizimo, mas, nós dizimamos porque já recebemos as bençãos em Cristo quando nascemos do espírito. Não é mais sobre o que devemos dar, mas, é relativo ao que Ele nos deu e o que isso produziu em nós. Agora, temos uma nova natureza que expressa gratidão, generosidade, honra, amor, e todas as características do caráter de Cristo, pois, somos um com Ele.
5. A Imutabilidade da Promessa
O versículo de Malaquias 3:10 é, de fato, uma verdade imutável. Não se trata de uma promessa condicional no sentido de que Deus poderia decidir se abençoaria ou não com base no comportamento do povo, mas uma expressão de um princípio de fé e obediência que gera um impacto positivo na vida do crente. A promessa de que "Deus abrirá as janelas do céu" não é algo que dependa de circunstâncias ou de mudanças no plano divino, mas é uma verdade atemporal de que Deus abençoa com abundância aqueles que são fiéis a Ele.
A imutabilidade das promessas, está no fato de que tudo está Nele, e sem Ele nada se fez:
"Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste." (Colossenses 1:16-17, NVI)
Cristo já era antes de tudo e será para sempre!
1. "Tudo está Nele"
Quando a Bíblia afirma que "tudo está Nele", ela nos lembra de que Jesus Cristo é a fonte e o sustentador de toda a criação. Ele não é apenas parte da criação, mas a própria razão pela qual o mundo existe. Ele é descrito como o Verbo de Deus (em grego, Logos), que traz ordem, significado e propósito à criação. Toda a criação, visível e invisível, encontra sua origem e seu sentido em Cristo, pois Ele é o princípio de todas as coisas.
Além disso, isso nos ensina que, para que possamos compreender plenamente o universo, a humanidade e a nossa existência, precisamos entender que Cristo é o centro de tudo. Ele é a chave para interpretarmos corretamente o significado da vida e da criação.
2. "Sem Ele nada se fez"
Essa segunda parte afirma a dependência absoluta da criação de Jesus Cristo. Tudo o que existe foi criado por Ele, e sem Ele, nada teria surgido. A palavra "nada" aqui é abrangente, incluindo tanto o que é material quanto o espiritual. Esse versículo nos lembra que Jesus não é um mero ser criado, mas o Criador absoluto e soberano. Ele está por trás de tudo o que vemos e experimentamos no mundo, e sem a Sua vontade e poder, a criação não teria surgido nem se mantido.
Esse ensinamento também está em linha com outras passagens bíblicas que confirmam que Deus criou todas as coisas através de Seu Filho. Em Colossenses 1:16-17, Paulo escreve:
"Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste." (Colossenses 1:16-17, NVI)
3. Implicações Espirituais
A afirmação de que "sem Ele nada se fez" também implica que a salvação e o plano de redenção só são possíveis por meio de Cristo. A partir d'Ele, a vida e a restauração da humanidade são viáveis, porque, ao se encarnar, Ele trouxe a reconciliação entre o homem e Deus.
No contexto cristão, isso significa que Jesus é a única resposta para a humanidade. Ele não apenas criou o universo, mas também redimiu e restaurou o que foi quebrado pelo pecado. Em Sua vida, morte e ressurreição, Ele possibilitou que todos aqueles que creem Nele possam ter vida e vida eterna.
4. Cristo como o Centro de Tudo
A mensagem fundamental deste versículo é que Cristo é o centro de tudo, tanto da criação quanto da nossa fé. Ele é a razão pela qual existimos e a razão pela qual o universo funciona da maneira como funciona. Ao compreender isso, o cristão pode ver sua vida, seus relacionamentos e seu propósito à luz de Jesus, que é o Criador e Sustentador de tudo.
Assim, a frase "Tudo está Nele, e sem Ele nada se fez" é um lembrete poderoso da soberania de Cristo e de Seu papel central na criação e na história da redenção. Para o crente, isso significa que a verdadeira vida, a verdadeira paz e a verdadeira compreensão só podem ser encontradas em Cristo, o Criador e Redentor de tudo.
Para os cristãos, o princípio do dízimo permanece válido, mas é importante compreender que, sob a nova aliança em Cristo, a motivação para dar vai além da obediência à lei, por que na verdade se dar o dizimo era uma obediência a lei, e Cristo cumpriu a lei, a fé na obra consumada já seria o cumprimento da nossa parte, e porque ainda o fazemos se já está completa a ordenança em Cristo? porque agora não é mais ordenança, mas fruto do que nos tornamos por crer no que Cristo fez.
Note que não dizimamos ou ofertamos como ordenança, mas, por fé no que Jesus fez, obedecendo a lei de forma completa, e nos dando a condição de sermos justificados pela fé Nele. Irmãos, parece difícil porque talvez você ainda queira entender, ou esteja tentando obedecer. Mas, a obediência se completa na fé em Cristo, pois, Ele obedeceu de forma perfeita, e pela minha fé Nele, eu posso desfrutar dessa realidade da justificação. Eu sou justo Nele, não na obediência de qualquer ordenança, porém, essa fé produz um fruto, revelado em expressões de amor, generosidade, alegria, honra...pois agora, temos um novo caráter, como o Dele, pois ressuscitamos com Ele, após receber sua morte.
"Ou não sabeis que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, portanto, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, também andemos em novidade de vida."
(Romanos 6:3-4, NVI)
O apóstolo Paulo ensina que o cristão deve dar com alegria e generosidade, conforme o propósito do coração (2 Coríntios 9:7). Não se trata de uma obrigação, mas de uma resposta ao amor de Deus e à Sua graça abundante.
Portanto, a prática do dízimo não é apenas um ato de obediência legalista, mas uma expressão de confiança em Deus como provedor, refletindo a fé de que Ele é digno de receber o primeiro e o melhor de nossas posses. A promessa de Malaquias 3:10 continua válida, não como um contrato comercial, mas como um convite divino para vivermos uma vida de abundância espiritual, material e emocional, sempre buscando a glória de Deus em tudo o que fazemos, pois Deus é glorificado em Cristo que é revelado em nós quando damos frutos da arvore que nos tornamos, a arvore da vida.
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança; contra estas coisas não há lei."
(Gálatas 5:22-23, Almeida)
A afirmação de que "a religião é a tentativa de tornar Deus algo controlável e empírico" reflete um dos maiores desafios que os seres humanos enfrentam ao tentar compreender a natureza divina. A tentativa de "controlar" Deus ou entender Sua ação de maneira meramente racional pode ser uma expressão do desejo humano de entender e lidar com a imensidão do divino, algo que, por sua própria natureza, transcende a compreensão limitada do homem. Isso pode se manifestar de várias formas, desde o ritualismo vazio até o pensamento de que a fé é algo que deve ser manipulável e previsível.
No entanto, a verdadeira natureza da fé cristã é muito mais profunda e relacional. Nós, como cristãos, não somos chamados a tratar Deus como uma entidade que pode ser "controlada" ou tratada como uma mera variável dentro de um sistema empírico, mas como Filhos de um Deus amoroso e soberano. Em vez de ver Deus como uma força a ser compreendida e manipulada, somos convidados a desenvolver um relacionamento pessoal com Ele, baseado no amor, na confiança e na entrega. Isso implica em reconhecer que Deus é infinitamente mais grandioso do que nossa capacidade de compreendê-Lo e, portanto, a fé cristã se baseia no reconhecimento dessa limitação humana e na confiança no Seu caráter divino.
A noção de que as doenças e o sofrimento entraram no mundo através do pecado remonta à queda do homem no Gênesis 3. A separação entre o homem e Deus que resultou do pecado original trouxe consigo uma série de consequências, incluindo a dor, o sofrimento e a morte. O pecado introduziu a desarmonia na criação, afetando tanto a relação com Deus quanto com o próximo e com o próprio ambiente. As doenças, assim como o sofrimento físico e emocional, podem ser vistas como parte dessa desordem cósmica provocada pelo pecado. O mundo não foi feito para ser um lugar de dor, mas para ser um lugar de harmonia e paz, refletindo a perfeição da criação de Deus.
No entanto, o Novo Testamento revela que, em Cristo, há uma solução definitiva para essa condição. Jesus não apenas morreu para perdoar os nossos pecados, mas também para curar as nossas enfermidades. Isaías 53:5 já profetizava que o Messias levaria sobre si as nossas dores e doenças:
"Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados." (Isaías 53:5)
Esse versículo não só aponta para a redenção espiritual, mas também para a restauração física que Jesus trouxe ao assumir o castigo pelos nossos pecados e doenças.
O sacrifício de Jesus na cruz é a expressão máxima do amor de Deus pela humanidade. Ao morrer por nossos pecados, Ele não apenas garantiu o perdão, mas também tomou sobre si todas as consequências do pecado, incluindo as enfermidades e as consequências da queda. Em Mateus 8:17, lemos que Jesus, ao curar os doentes, cumpriu a profecia de Isaías:
"Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças." (Mateus 8:17)
Esse versículo afirma que a cura física, tal como a cura espiritual, é parte da obra redentora de Cristo. Jesus, ao morrer na cruz, não apenas tratou das nossas ofensas espirituais, mas também abriu o caminho para a restauração completa da humanidade, oferecendo-nos cura e libertação.
O conceito do novo nascimento, como ensinado por Jesus a Nicodemos em João 3:3, é fundamental para a fé cristã. Ao nascermos de novo, passamos a ser herdeiros de Deus e participantes da Sua natureza divina. Esse novo nascimento não apenas nos reconcilia com Deus, mas também nos coloca em uma posição em que podemos receber Suas dádivas, inclusive a cura, como parte do que significa ser membro do Seu Reino.
Quando falamos de cura, seja espiritual ou física, é importante lembrar que isso não significa que todos os cristãos estarão isentos de sofrimento ou doenças neste mundo caído. Contudo, como herdeiros da salvação, temos a promessa de que Deus está conosco em meio às dificuldades e que, no Seu devido tempo, Ele pode nos curar. A Bíblia ensina que, em Cristo, a morte foi vencida e que, no fim dos tempos, haverá uma completa restauração de todas as coisas (Apocalipse 21:4).
Além disso, enquanto vivemos nesta terra, Deus também nos dá a Sua graça suficiente para enfrentar os desafios e as doenças que surgem. Às vezes, Ele escolhe curar de maneira sobrenatural, outras vezes, Ele usa meios naturais ou dá forças para suportarmos a adversidade. O que importa é saber que a cura de Jesus não se limita apenas à dimensão física, mas se estende à cura emocional, espiritual e até mesmo à restauração das nossas relações com os outros e com Deus.
Viver na fé não é uma tentativa de tornar Deus controlável, mas um convite para nos entregarmos à Sua vontade e confiar em Sua soberania. Jesus, ao morrer na cruz, tomou sobre Si tanto os pecados quanto as doenças da humanidade, oferecendo-nos a cura e a salvação como dádivas do Pai. O novo nascimento nos torna herdeiros de Deus, com a esperança de uma transformação plena, tanto espiritual quanto física, no futuro. Enquanto aguardamos a plenitude dessa restauração, temos acesso à graça divina e à cura de Deus em muitas formas, confiando que Ele está conosco em todas as circunstâncias.
A verdade de Deus é imutável em todos os seus princípios, preceitos e verdades. A fé é o meio de ação de todos eles. Pela fé você foi curado lá na Cruz, mesmo que seus sintomas neguem isso. Fé não crê no que vemos, mas naquilo que está escrito na palavra. Se a palavra diz que você é curado, e seu diagnóstico médico diz que esta enfermo, resta agora escolher em qual voz acreditar. E declarar aquilo que acredita:
Estou doente?!!! ou Sou curado em Nome de Jesus.
Faça sua escolha. Você é aquilo que você crê.
Mesmo que o que você vê seja diferente.
A Graça Te dá tudo aquilo que Jesus conquistou lá na Cruz, e a cura é uma dessas conquistas. Que seus olhos sejam aberto hoje, Pelo Nome de Jesus. Aleluia.
Leonardo Lima Ribeiro
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