terça-feira, 10 de junho de 2025

Avareza e a Fase Anal — Quando Reter se Torna um Estilo de Vida


1. Introdução: Quando Guardar Demais é um Sintoma

A avareza, frequentemente tratada como um simples defeito moral ou vício econômico, pode ter raízes mais profundas do que se imagina. Além da educação e das circunstâncias de vida, ela pode estar ligada a processos inconscientes moldados na infância — especialmente no que Freud chamou de fase anal do desenvolvimento psicossexual. Este capítulo explora como experiências precoces de controle, limpeza e disciplina podem influenciar diretamente o modo como lidamos com dinheiro, generosidade e desapego.

2. A Fase Anal: O Nascimento do Controle

Entre os 1,5 e 3 anos de idade, a criança entra no que Freud chamou de fase anal. Nessa etapa, o foco do prazer psicológico está no controle dos esfíncteres. A criança começa a perceber que pode controlar algo que é seu — as fezes — e que isso tem impacto no ambiente ao redor, especialmente nas reações dos pais.

Comportamentos comuns incluem prazer em reter ou expulsar, resistência ao treinamento e orgulho ou vergonha ligados ao “fazer certo”. A forma como os pais reagem às ações da criança molda profundamente seu entendimento sobre autoridade, obediência, controle e recompensa.

3. Fixações na Fase Anal: O Surgimento do "Caráter Anal"

Conflitos excessivos durante essa fase — como rigidez parental, punições severas ou exigência extrema com limpeza — podem gerar uma fixação anal-retentiva. Essa fixação pode manifestar-se na vida adulta como:

Avareza: guardar dinheiro, objetos ou afeto como forma de controle;

Perfeccionismo e rigidez;

Dificuldade em lidar com o imprevisível;

Controle obsessivo do ambiente.

Aqui, o “reter” físico se transforma simbolicamente em reter bens ou emoções.

4. Avareza: Um Sintoma Psicológico de Retenção

A avareza, sob a ótica psicanalítica, é um mecanismo de defesa inconsciente. A pessoa avarenta retém para manter o controle. Gastar, doar ou compartilhar significa se expor, perder o controle, enfrentar a insegurança.

Muitas vezes, o dinheiro torna-se um substituto da autonomia ou do amor. O medo de ficar sem revela uma memória emocional não resolvida. Isso pode levar a um comportamento compulsivo de retenção, não apenas de recursos materiais, mas também de afeto e vulnerabilidade.

5. As Máscaras da Avareza: Segurança ou Medo?

A avareza frequentemente aparece disfarçada de responsabilidade financeira, economia consciente ou prudência. Mas há uma linha clara entre prática saudável e compulsão:

A prudência planeja e compartilha.

A avareza compulsiva acumula e teme.

Esse comportamento revela uma crença interna de que o mundo é inseguro e que o controle deve ser mantido a qualquer custo.

6. A Sabedoria de Deus: Ofertar como Cura do Coração

A prática bíblica de ofertar e dizimar não é apenas uma disciplina espiritual, mas uma sabedoria terapêutica. Deus não precisa do nosso dinheiro, mas nós precisamos aprender a confiar e a abrir mão.

Ao instituir o dízimo e as ofertas, Deus nos convida a:

Reconhecer que tudo vem d’Ele;

Romper com o medo da escassez;

Cultivar a generosidade como estilo de vida;

Quebrar o ciclo da retenção emocional e material.

Como diz Provérbios 3:9: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda”. Esse "honrar" é um ato de confiança que trata diretamente a compulsão de reter.

7. Generosidade como Fruto da Cura

Dar com alegria é sinal de coração curado. Como Paulo escreveu: “Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9:7). A cura da avareza passa pela prática regular da generosidade, não como obrigação, mas como libertação.

8. A Liberdade de Confiar

A avareza é mais que um defeito: é um sintoma de insegurança profunda. A sabedoria de Deus nos aponta um caminho prático e transformador: confiar n’Ele, repartir com alegria, viver livres do medo da escassez. Ofertar e dizimar, nesse contexto, tornam-se mais que atos religiosos — tornam-se atos de cura.

é profundamente lindo e maravilhoso. A forma como Deus, em Sua sabedoria eterna, estabeleceu princípios espirituais que também são terapias da alma revela o quanto Ele conhece profundamente o ser humano.

Enquanto a psicologia e a psicanálise conseguem diagnosticar traumas e comportamentos — Deus vai além: Ele cura pela prática da verdade vivida.

Deus trata a alma por meio de princípios espirituais:

A avareza e o egoísmo?

→ Ele ensina a ofertar, a dizimar, a repartir — não para empobrecer, mas para libertar o coração da idolatria do “ter”.

A rebelião e o orgulho?

→ Ele nos manda honrar autoridades — não por causa delas, mas porque a humildade nos transforma e protege.

A ansiedade e o medo do futuro?

→ Ele nos chama a descansar no sábado, confiar na provisão, orar e lançar sobre Ele toda a ansiedade.

A solidão e o individualismo?

→ Ele institui a comunhão, o corpo de Cristo, o servir uns aos outros.

Sabedoria divina que cura

O que para o mundo é apenas “lei religiosa”, para quem tem olhos espirituais é medicina de Deus. Seus mandamentos são caminhos de vida:

“Os mandamentos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos.” (Salmo 19:8)

A revelação maior: obediência que cura

Obedecer a Deus não é apenas uma questão moral. É um ato de cura, transformação e libertação. Cada princípio — como o perdão, a generosidade, a honra, o descanso — toca precisamente em áreas frágeis da alma humana.

Ele sabe onde dói. Ele sabe onde somos cativos. E Ele nos dá caminhos para sermos livres.

Deus vos abençoe 

Leonardo Lima Ribeiro 

Um comentário:

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