A falta de apoio de pessoas próximas quando você decide avançar, crescer ou romper ciclos pode acontecer por alguns motivos emocionais e inconscientes. Aqui estão os principais:
1. Seu avanço confronta o comodismo delas
Quando você decide mudar, sonhar alto, romper limites, sua vida passa a ser um espelho involuntário para quem está parado.
Eles não dizem isso, mas o pensamento inconsciente pode ser: “Se ele conseguir, o que isso diz sobre mim que nunca tentei?”
2. Medo de te perder
Para muitos, sua evolução parece uma ameaça à relação.
Eles pensam: “E se ele mudar e não quiser mais andar conosco?”
Então, em vez de apoiar, preferem desvalorizar ou duvidar, como forma de manter você por perto, mesmo que isso signifique te manter preso ou limitado.
3. Eles te conhecem pela sua versão antiga
Pessoas próximas tendem a te ver como você era, não como você está se tornando.
É difícil para alguns aceitarem que o menino(a) que eles conheceram agora virou líder, empreendedor, referência, autoridade espiritual…
4. Nem todo mundo está pronto para o seu recomeço
Alguns se sentem ameaçados pela sua coragem de recomeçar, porque isso evidencia a covardia deles de continuar estagnados.
Mas há uma chave espiritual aqui:
"Deus escondeu Jesus em Nazaré, porque os de casa não estavam prontos para reconhecer o Cristo."
Assim também acontece contigo. Às vezes, Deus permite essa rejeição para te proteger, forjar e redirecionar.
Palavra de ânimo: Continue. Mesmo sem aplausos, continue.
O apoio que falta de alguns é o sinal de que Deus está te separando para algo maior.
Ele vai levantar pessoas certas, em lugares improváveis, que reconhecerão a unção que os familiares ignoraram.
"Por que pessoas próximas não nos apoiam quando decidimos crescer?" — à luz de dois clássicos do pensamento estratégico e político:
"As 48 Leis do Poder", de Robert Greene
"O Príncipe", de Nicolau Maquiavel
Ambos os livros não são espirituais, mas revelam mecanismos de poder, inveja e comportamento humano — que também aparecem na Bíblia e na vida real. Vamos entrelaçar tudo com sabedoria e propósito.
1. Seu crescimento desperta ameaças silenciosas
→ Lei 1 (Robert Greene): "Nunca ofusque o mestre."
Quando você começa a crescer, mesmo sem querer, ofusca pessoas que estavam acostumadas com sua versão anterior. Isso vale para amigos, familiares, líderes e até pessoas da igreja.
Eles se sentem ameaçados porque você passou a representar o que eles não tiveram coragem de ser.
Exemplo bíblico: Os irmãos de José o jogaram numa cova por inveja dos sonhos dele (Gênesis 37). Eles o conheciam como "irmão mais novo", e não aceitaram que ele fosse governar.
Exemplo maquiavélico: Maquiavel diz que as pessoas preferem o status quo, mesmo que não seja bom, do que arriscar mudanças que podem tirá-las da zona de conforto. Elas atacam o novo, mesmo que não saibam por quê.
2. Familiaridade mata o respeito
→ Lei 34 (Greene): "Seja real com sua presença. O comum é desprezado."
Quem te viu quebrado, inseguro, errando, muitas vezes não consegue assimilar sua transformação.
Eles pensam: “Quem ele pensa que é agora?”
Não por maldade pura, mas por limitação de percepção. Eles te congelaram numa versão antiga.
Jesus disse: “Um profeta não tem honra em sua própria terra.” (João 4:44)
Até Jesus foi desacreditado pelos seus.
3. A inveja é mais comum entre os próximos do que entre os distantes
→ Lei 46 (Greene): "Nunca pareça ser perfeito demais."
Pessoas distantes te admiram.
Pessoas próximas, se não forem curadas, te invejam em silêncio.
Maquiavel afirma que os amigos não suportam ver alguém próximo conquistar mais poder que eles, porque isso revela as próprias fraquezas e covardias.
Exemplo: Saul amava Davi, até que ouviu o povo cantar:
"Saul matou milhares, Davi dezenas de milhares."
Daí em diante, quis matá-lo (1 Samuel 18:7-9).
4. Crescer é romper alianças emocionais com a mediocridade
→ Lei 10 (Greene): "Evite os infelizes e azarados."
Muitas vezes, nossos laços são construídos em cima da dor compartilhada. Quando você decide se curar e crescer, quebra esse pacto emocional.
Quem ainda está no mesmo buraco pode reagir com abandono, crítica ou frieza — não porque você errou, mas porque você saiu.
Exemplo de ruptura: Jesus não voltou para buscar os discípulos de forma convencional. Ele chamou quem estava disposto a deixar tudo e seguir.
A caminhada para o propósito exige separações.
Conclusão profética: Você não está sendo rejeitado — está sendo separado.
O que parece desprezo é, na verdade, um deslocamento estratégico.
“Deus tira você do meio dos irmãos para fazer de você um referencial para eles.”
(Como com José, Moisés, Davi, Jesus…)
"A dor de não ser reconhecido por quem te viu crescer"
1. José — Sonhar te faz alvo de quem te conhece
Gênesis 37 José teve sonhos dados por Deus, que apontavam para um futuro de autoridade.
Mas seus irmãos — os mais próximos — não celebraram, zombaram e o traíram.
"E odiaram-no ainda mais por causa dos seus sonhos." (Gn 37:8)
Por quê?
Porque o sonho de José confrontava a mediocridade confortável deles.
Eles não estavam prontos para aceitar que Deus poderia usar o irmão mais novo para fazer o que nenhum deles ousou tentar.
Aplicação: Quem anda com você pode até amar sua versão ferida, mas nem sempre aceitará sua versão curada e empoderada.
2. Davi — A família vê o exterior, Deus vê o coração
1 Samuel 16 Quando o profeta Samuel foi ungir o novo rei, Jessé nem chamou Davi entre os filhos.
"Faltam ainda os menores, que estão com as ovelhas..."
Eliabe, o irmão mais velho, foi a primeira escolha do homem — mas não a de Deus.
Depois, já ungido, Davi foi questionado por seus irmãos quando apareceu no campo de batalha contra Golias:
“Por que vieste aqui? Com quem deixaste aquelas poucas ovelhas?” (1Sm 17:28)
Davi foi ungido em secreto e desprezado em público — até que o gigante o revelou.
Aplicação: Não se espante se sua própria casa não enxergar sua unção.
Foi assim com Davi. Foi assim com Jesus.
3. Jesus — O desprezo dos que o viram crescer
Marcos 6:3-4 "Não é este o carpinteiro, filho de Maria? E escandalizavam-se nele."
"Um profeta não tem honra senão em sua própria terra, entre os seus parentes e na sua casa."
Mesmo com milagres, sabedoria e autoridade divina, Jesus foi desacreditado em Nazaré.
Por quê?
Porque a familiaridade mata o respeito quando o coração está cego.
Aplicação: Não é sua falta de unção — é a cegueira espiritual deles.
Você carrega algo que seus vizinhos não conseguem reconhecer, mas os céus já confirmaram.
4. Moisés — Quem te viu falhar, nem sempre aceita seu chamado
Êxodo 2-3 Moisés matou um egípcio tentando ajudar seu povo. Foi rejeitado e fugiu.
Anos depois, Deus o chamou da sarça ardente para libertar Israel.
Mas o próprio Moisés respondeu: “Quem sou eu para ir a Faraó?”
Ele sentia o peso do desprezo do passado.
E quando voltou, o povo questionava sua autoridade.
Mas Deus o respaldou com sinais que ninguém podia negar.
Aplicação: Deus te chama mesmo quando os homens te descartam.
O que te desqualificou diante dos homens, é o que Deus vai usar para libertar outros.
5. Paulo — O perseguidor que virou apóstolo
Atos 9 Paulo, antes conhecido como Saulo, era perseguidor da igreja.
Quando se converte, os apóstolos têm medo e desconfiança dele.
“Não é este o que perseguia os santos em Jerusalém?”
Mesmo assim, Deus o comissiona com poder.
Ele escreve grande parte do Novo Testamento — mesmo sem o apoio pleno da "velha guarda".
Aplicação: Nem sempre quem está no sistema vai te apoiar.
Mas se Deus te levantou, Ele mesmo abrirá as portas e confirmará tua missão.
"Você não precisa da validação de quem viu suas dores. Precisa da confirmação de quem conhece seu destino."
Se até Jesus foi desacreditado na própria casa, não se abale com o silêncio de quem não te aplaude.
José, Davi, Moisés, Paulo — foram todos desacreditados antes de serem estabelecidos.
Quem hoje te ignora, amanhã testemunhará tua unção.
Deus está te separando, não te rejeitando.
Abordagem Psicanalítica:
Tema: “Por que o crescimento do outro nos incomoda — e por que isso dói mais vindo de quem amamos?”
1. O crescimento de alguém próximo fere nossas identificações inconscientes
Freud nos ensina que a identidade do sujeito é construída por identificações primitivas — muitas vezes com figuras próximas.
Quando alguém do nosso círculo rompe com os padrões e avança, isso quebra uma referência emocional.
Exemplo: Se você e seu irmão sempre foram "iguais", quando ele cresce e você não, isso desequilibra a simetria narcísica que sustentava o laço.
Resultado?
Inconscientemente, o outro se sente diminuído, humilhado — mesmo sem você ter feito nada.
2. A ascensão do outro ativa inveja e ressentimento reprimidos
Segundo Mélanie Klein, a inveja é um sentimento primitivo que pode ser ativado sempre que o outro possui algo que eu inconscientemente desejo, mas não reconheço ou admito.
Essa inveja não é racional, é inconsciente e vem disfarçada de crítica, ironia, distanciamento ou desvalorização.
Exemplo clínico: Uma mãe que, ao ver a filha florescendo emocionalmente, sabota ou desencoraja com frases do tipo:
"Você não era assim antes", ou "Vamos ver até quando isso dura..."
Na verdade?
Ela está projetando seu próprio desejo frustrado de ter tido aquela liberdade emocional.
3. Projeção: quando o outro é usado como tela para meu conflito interno
Na teoria psicanalítica, projeção é um mecanismo de defesa no qual atribuo ao outro o que recuso em mim.
Quando alguém próximo rompe ciclos, muda, cresce, isso ativa angústias inconscientes em quem ficou.
Exemplo: Um amigo que nunca teve coragem de empreender pode zombar de você quando você decide arriscar — não porque acha ruim, mas porque não suportaria ver você conseguir o que ele não ousou tentar.
A crítica não é sobre você — é sobre o que você representa no inconsciente dele.
4. O complexo de Caim: o desejo inconsciente de destruir o que nos humilha por existir
Caim matou Abel não porque ele fez algo errado, mas porque sua oferta foi aceita.
A psicanálise enxerga aí um recalque primitivo da própria inadequação — em vez de transformar a dor, ele destrói o objeto que o faz sentir menor.
É o que acontece quando pessoas próximas preferem ver você falhar do que enfrentar a própria sensação de fracasso.
5. Laços narcísicos: “Se você mudar, eu me perco de mim”
Muitas relações se sustentam por espelhamentos inconscientes:
Somos “as duas solteiras”
Os “filhos rejeitados”
Os “que não deram certo”
Quando um se cura ou cresce, o outro sente que perde parte da própria identidade.
É como se dissesse:
“Se você sair dessa dor e eu ficar, então quem eu sou agora?”
Essa angústia leva muitos a sabotar o crescimento do outro, mesmo sem perceber.
Conclusão com escuta simbólica:
“A dor de não ser apoiado por quem amamos revela muito mais sobre eles do que sobre nós.
O inconsciente se incomoda quando o espelho se move.”
Seu avanço é uma convocação silenciosa para que outros também despertem.
Nem todos estão prontos para essa jornada — e tudo bem.
Deus abençoe
(Venha fazer mentoria conosco)
Leonardo Lima Ribeiro
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