quinta-feira, 9 de julho de 2015

Deus não envia cristãos ao inferno, mas nossa mentalidade pode estar enviando

 

(São José, Santa Catarina)

Compreende a ironia presente na afirmação?. Ela destaca uma realidade paradoxal na experiência religiosa, na qual indivíduos que se identificam como cristãos, motivados por uma suposta busca pela justiça ou pela correção dos outros, podem, na verdade, agir de maneiras que contradizem os ensinamentos fundamentais do cristianismo, como amor, perdão e compaixão.

Esse comportamento muitas vezes reflete a tendência humana para julgar os outros com base em padrões próprios, sem considerar a graça, a misericórdia e a compaixão que são centrais no ensinamento de Jesus Cristo. Em vez de se concentrarem em corrigir os próprios defeitos ou em buscar genuinamente o bem-estar dos outros, esses indivíduos podem se tornar presunçosos, críticos e até mesmo prejudiciais nas suas interações com os outros.

Essa ironia ressalta a importância da humildade, da autocrítica e da empatia na prática da fé cristã. Em vez de se colocarem em posição de juízes dos outros, os cristãos são chamados a olhar para si mesmos com honestidade, reconhecendo suas próprias falhas e limitações. Além disso, são incentivados a oferecer amor, apoio e compreensão aos outros, em vez de julgamento e condenação.

Portanto, a ironia presente na afirmação serve como um lembrete poderoso para os cristãos sobre a necessidade de viver de acordo com os princípios do evangelho, evitando a armadilha da autojustiça e da hipocrisia, e buscando em vez disso manifestar o amor e a graça de Cristo em todas as suas interações com os outros.

Mateus 7:1-5 (NVI):
"Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão."

Romanos 2:1-3 (NVI): "Portanto, você, que julga os outros, é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas. Agora sabemos que o juízo de Deus contra os que praticam tais coisas é conforme a verdade. Assim, você, homem, não tem desculpa quando julga os outros; pois, no que julga alguém, está condenando a si mesmo, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas."

Lucas 6:37 (NVI): "Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados."

Gálatas 6:1-2 (NVI): "Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo."

A crença sobre se o Espírito Santo sai ou não de uma pessoa que já foi salva quando ela peca pode variar dependendo da perspectiva teológica e doutrinária dentro do Cristianismo. Vou explicar duas visões comuns sobre esse assunto:

Permanência do Espírito Santo: Algumas correntes teológicas ensinam que, uma vez que alguém é verdadeiramente salvo e recebe o Espírito Santo, o Espírito permanece na pessoa de forma permanente e irrevogável. Segundo essa visão, os pecados cometidos após a conversão não resultam na expulsão do Espírito Santo, mas podem criar obstáculos na comunhão com Deus e na experiência do poder do Espírito na vida do crente. Nesse entendimento, o Espírito Santo é visto como o selo da redenção, garantindo a segurança eterna do crente.

Possibilidade de afastamento do Espírito Santo: Outras correntes teológicas ensinam que a pessoa pode, de fato, perder a presença do Espírito Santo se persistir em pecados graves ou recusar-se a se arrepender. Isso geralmente é associado à ideia de apostasia, onde alguém abandona conscientemente a fé ou vive em oposição contínua aos princípios do Evangelho. Segundo essa visão, o Espírito Santo pode se retirar da vida da pessoa devido à resistência persistente ao trabalho de convicção e transformação.

É importante ressaltar que diferentes tradições cristãs têm interpretações variadas sobre esse assunto, e as opiniões individuais também podem divergir. Além disso, a compreensão da obra do Espírito Santo na vida dos crentes é uma área complexa e muitas vezes sujeita a debates teológicos. O mais importante é buscar compreender e viver de acordo com os ensinamentos da Escritura e cultivar uma relação contínua de arrependimento, fé e obediência a Deus.

Efésios 1:13-14 (NVI): "Nele também vocês, quando ouviram a palavra da verdade, o evangelho da sua salvação, e creram em Cristo, foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória."

João 14:16-17 (NVI): "E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês."

Romanos 8:9-11 (NVI): "Vocês, porém, não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. Mas, se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida aos seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês."

1 Coríntios 6:19 (NVI): "Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?"

Gálatas 5:22-23 (NVI): "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei."

A Bíblia não contém versículos específicos que afirmam que o Espírito Santo sai de uma pessoa que peca. No entanto, algumas passagens bíblicas abordam o tema da tristeza ou entristecimento do Espírito Santo diante do pecado humano. Aqui estão dois exemplos:

Efésios 4:30 (NVI): "E não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção."

Isaías 63:10 (NVI): "Contudo, eles se rebelaram e entristeceram o seu Espírito Santo. Por isso ele se tornou inimigo deles e lutou contra eles."

Alguns versículos bíblicos enfatizam a permanência do Espírito Santo na vida dos crentes, mesmo diante do pecado. Aqui estão alguns exemplos:

João 14:16 (NVI): "E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre." Este versículo destaca a promessa de Jesus de que o Espírito Santo estaria com os discípulos para sempre, indicando sua presença contínua na vida dos crentes.

Efésios 1:13-14 (NVI): "Nele também vocês, quando ouviram a palavra da verdade, o evangelho da sua salvação, e creram em Cristo, foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória."
Neste versículo, Paulo fala sobre o selo do Espírito Santo como garantia da herança dos crentes, destacando sua presença contínua e sua obra de preservação até o dia da redenção.

Romanos 8:38-39 (NVI): "Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Embora este versículo não mencione especificamente o Espírito Santo, ele fala sobre a impossibilidade de qualquer coisa na criação nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus. Isso pode ser entendido como incluindo a presença e o cuidado contínuos do Espírito Santo na vida dos crentes.

Esses versículos destacam a confiança na promessa de Deus de que o Espírito Santo permanece na vida dos crentes, mesmo diante do pecado ou de outras dificuldades. Eles reforçam a doutrina da segurança e da preservação dos santos na fé cristã.

A maneira como olhamos para os outros muitas vezes reflete nossa própria visão de mundo, nossas experiências passadas e nossa autoimagem. Aqui estão algumas maneiras pelas quais isso pode ser verdade:

Percepção de virtudes e defeitos: Quando vemos virtudes ou defeitos nos outros, muitas vezes estamos refletindo nossas próprias virtudes e defeitos. Por exemplo, se somos generosos e compassivos, é mais provável que reconheçamos essas qualidades nos outros. Da mesma forma, se somos críticos ou invejosos, podemos ser mais propensos a perceber falhas nos outros.

Misericórdia e compreensão: Nossa capacidade de ser empáticos e compreensivos com os outros muitas vezes reflete nossa própria experiência de compaixão e aceitação. Se nos vemos como dignos de amor e perdão, é mais fácil estender esses sentimentos aos outros. Por outro lado, se lutamos com a autoaceitação ou o perdão próprio, podemos ser mais críticos e julgadores em relação aos outros.

Julgamento e preconceito: Nossos próprios preconceitos e julgamentos podem influenciar como vemos os outros. Se temos preconceitos internalizados ou suposições injustas sobre certos grupos de pessoas, é mais provável que projetemos esses preconceitos em nossas interações com os outros. Por outro lado, se trabalhamos para reconhecer e superar nossos preconceitos, podemos ser mais abertos e compassivos em nossas relações.

Projeção de desejos e medos: Às vezes, projetamos nossos próprios desejos, medos e inseguranças nos outros. Por exemplo, podemos idealizar ou criticar alguém com base em nossas próprias aspirações não realizadas ou medos ocultos. Reconhecer e entender essas projeções pode nos ajudar a ter uma visão mais clara e compassiva dos outros.

Em resumo, como olhamos para os outros muitas vezes reflete como nos vemos e como experimentamos o mundo ao nosso redor. Cultivar autoconsciência, compaixão e aceitação própria pode nos ajudar a desenvolver uma visão mais empática, amorosa e genuína dos outros.

Essa é uma reflexão profunda. A maneira como interpretamos a ação de Deus, seja como punição ou como amor, muitas vezes reflete nossa compreensão de quem Deus é e como Ele se relaciona conosco. Aqui estão algumas maneiras pelas quais nossa percepção da punição de Deus pode ser influenciada pela nossa compreensão do amor de Deus:

Visão de Deus como juiz vs. visão de Deus como Pai amoroso: Algumas pessoas veem Deus predominantemente como um juiz que pune o pecado e recompensa a justiça. Nessa perspectiva, a punição é vista como uma expressão da justiça divina. Outras pessoas enfatizam a imagem de Deus como um Pai amoroso, que disciplina seus filhos por amor e desejo de restauração, em vez de retribuição.

Interpretação das Escrituras: Nossa interpretação das Escrituras Sagradas também influencia nossa visão de como Deus age em relação ao pecado. Alguns textos bíblicos enfatizam o julgamento e a punição de Deus, enquanto outros destacam seu amor, graça e perdão. A maneira como equilibramos essas diferentes ênfases pode moldar nossa compreensão do caráter de Deus.

Experiências pessoais e culturais: Nossas experiências de vida e o contexto cultural em que vivemos também influenciam nossa percepção de Deus e sua ação no mundo. Por exemplo, pessoas que experimentaram trauma ou abuso podem ter uma visão mais negativa de Deus como um juiz punitivo. Da mesma forma, culturas que enfatizam a honra, a vergonha ou a justiça retributiva podem interpretar os eventos de maneira diferente daquelas que valorizam a misericórdia e a restauração.

Desafios teológicos: Existem desafios teológicos significativos em reconciliar a ideia de um Deus amoroso com a realidade do sofrimento e da injustiça no mundo. Como conciliamos o amor de Deus com a existência do mal e do sofrimento? Essa questão complexa pode influenciar nossa compreensão da punição divina e do amor de Deus.

Nossa visão da punição e do amor de Deus é moldada por uma variedade de fatores, incluindo nossa compreensão teológica, nossas experiências pessoais e nossa interpretação das Escrituras. À medida que buscamos entender o caráter de Deus mais profundamente, é importante considerar todas essas influências e estar abertos ao crescimento e à transformação em nossa fé.

Quando experimentamos o amor incondicional de Deus de forma pessoal e profunda, isso naturalmente influencia nossa maneira de ver e interagir com as pessoas ao nosso redor. Aqui estão algumas maneiras pelas quais isso pode acontecer:

Compaixão e misericórdia: Quando nos sentimos amados por Deus, somos mais propensos a desenvolver compaixão e empatia pelos outros. Reconhecemos que somos todos seres humanos imperfeitos, todos necessitados do amor e da graça de Deus, e isso nos ajuda a olhar para os outros com um coração compassivo.

Aceitação e perdão: O amor de Deus nos ensina sobre aceitação incondicional e perdão. Quando experimentamos esse amor em nossas vidas, somos capacitados a estender a mesma aceitação e perdão aos outros, independentemente de seus erros ou falhas.

Generosidade e serviço: O amor de Deus nos inspira a viver uma vida de generosidade e serviço aos outros. Quando nos sentimos profundamente amados por Deus, somos motivados a compartilhar esse amor com os outros por meio de nossas ações e palavras, buscando atender às suas necessidades e promover seu bem-estar.

Paciência e tolerância: Reconhecendo a paciência e a tolerância de Deus conosco, somos desafiados a demonstrar essas mesmas qualidades em nossos relacionamentos com os outros. Estamos mais inclinados a dar às pessoas o benefício da dúvida, a mostrar paciência em momentos difíceis e a praticar a tolerância diante das diferenças.

O amor de Deus não apenas transforma nossa relação com Ele, mas também influencia positivamente nossos relacionamentos com os outros. Quanto mais nos sentimos amados por Deus, mais somos capacitados a ver as pessoas com olhos de amor, demonstrando compaixão, aceitação, generosidade e paciência em nossas interações diárias.

1 João 4:11 (NVI): "Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros."

Efésios 4:32 (NVI): "Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo."

Colossenses 3:12 (NVI): "Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência."

Lucas 6:36 (NVI): "Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso."

Gálatas 5:13 (NVI): "Vocês, irmãos, foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor."

Esses versículos enfatizam a importância de amar e servir os outros como resposta ao amor que recebemos de Deus. Eles nos lembram que o amor de Deus não é algo que apenas recebemos, mas algo que também devemos estender aos outros em nossas vidas cotidianas. Ao experimentarmos o amor de Deus, somos capacitados a viver uma vida de amor e serviço aos outros, refletindo o amor transformador de Cristo em nossas palavras e ações.

Em nossas jornadas espirituais, podemos nos deparar com diversas interpretações sobre como o Espírito Santo atua em relação ao pecado. Alguns argumentam que Ele permanece inabalável em meio às nossas falhas, enquanto outros sugerem que Ele se afasta ou até mesmo nos abandona diante da transgressão. No entanto, independente de como compreendemos essa dinâmica, há um aspecto fundamental que transcende qualquer debate teológico: o amor de Deus.

A essência da nossa fé reside no entendimento e na vivência do amor de Deus. Ele nos ama incondicionalmente, independentemente das nossas imperfeições e fracassos. Este amor é um presente gratuito, uma graça que não merecemos, mas que nos é concedida generosamente por meio de Cristo. Quando compreendemos e internalizamos este amor, somos transformados por ele.

Esse amor divino nos capacita a amar não apenas a Deus, mas também ao próximo. Somos chamados a refletir o amor de Deus em nossas vidas, a sermos canais desse amor para o mundo ao nosso redor. Isso significa que nosso papel primordial como seguidores de Cristo é amar o próximo como a nós mesmos, demonstrando compaixão, perdão, bondade e serviço.

No entanto, quando nos prendemos ao legalismo e nos perdemos em debates teológicos infrutíferos sobre a natureza do Espírito Santo em relação ao pecado, corremos o risco de perder de vista o que realmente importa: amar. O legalismo muitas vezes nos leva a conclusões que não transformam nossas vidas nem as daqueles ao nosso redor. Pior ainda, pode nos afastar do nosso verdadeiro chamado de amar e servir.

Portanto, que possamos manter nossos olhos fixos no amor de Deus, que transcende todas as nossas compreensões e debates teológicos. Que possamos nos enraizar profundamente neste amor, permitindo que ele nos transforme e transborde para os outros. Pois, no final das contas, o amor é o que realmente importa. É o amor que muda vidas, restaura corações e transforma o mundo.

1 João 4:7-8 (NVI): "Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."

Efésios 2:4-5 (NVI): "Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos."

Mateus 22:37-39 (NVI): "Respondeu Jesus: ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’."

1 Pedro 4:8 (NVI): "Acima de tudo, porém, tenham amor intenso uns para com os outros, pois o amor cobre uma multidão de pecados."

Romanos 13:10 (NVI): "O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei."

Leonardo Lima Ribeiro 

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