(Campo verde, Mato Grosso, Brasil)
Esses dias me perguntei, na verdade perguntei ao meu Senhor, onde foi criado esse sistema eclesiástico que de certa forma estava matando a essência do Evangelho de Cristo, pois nos meus anos de caminhada cristã pude observar que os "leigos" não tem amadurecido, nem entendido o propósito de suas vidas, enquanto que o clero, avança e se torna cada vez mais poderoso na terra, influentes na sociedade e não passiveis de serem de alguma forma questionados em seus desvios.
Eu pensei que isso tinha acontecido no período da reforma, onde apesar de ter ocorrido uma abertura para o povo, e a possibilidade de deixá-los ter acesso a palavra, foi lhes negado a possibilidade de vivenciar o corpo de Cristo da forma original, como era na igreja primitiva, onde a função dos líderes era servir no amadurecimento da fé das pessoas, e não no propósito de criar uma instituição de controle em um formato piramidal de poder, onde a base e o meio da pirâmide sustentariam o topo.
Mas, descobri que não foi na reforma, e também não se encerrou na reforma. O surgimento do protestantismo apenas criou alguns ajustes, mas, continuou mantendo as pessoas cativas ao sistema de poder social, vide as lideranças do movimento e os critérios para ascensão dentro das principais instituições nos dias de hoje. Mas, a confusão toda começou como Imperador Constantino, após vencer batalhas através de uma suposta confiança no Deus dos Cristãos, Ele faz algumas reformas no império, como abolição da morte por crucificação, o sistema de impostos começou a favorecer as igrejas e outras propriedades cristãs. Ele escolheu a cidade de Bizâncio para ser sua capital, mudando o nome para Constantinopla (atual Istambul), construiu igrejas em terrenos bem situados, em 321d.c. decretou que Roma devia reconhecer o domingo como dia especial, e com mais vários outros decretos em favor da agora "sua religião", de certa forma se considerou um cristão, até porque sua mãe era uma cristã fervorosa.
Porém, antes de morrer em 337d.c. pediu que fosse enterrado junto ao altar da Igreja Santa dos Apóstolos em meio as relíquias de São Pedro e os outros apóstolos. Alguns líderes cristãos, consideraram um sacrilégio e pediram que o corpo dele fosse removido para um mausoléu. Ele fez inúmeras mudanças de leis favoráveis aos cristãos, mas, não tinha passado pelos sacrifícios de um santo, alegaram os líderes. Onde quero chegar com essa história?
A igreja se perdeu na aliança com o estado. Mesmo que venhamos a comparar com Israel, que foi governado por reis escolhidos por Deus, ainda sim não seria possível a analogia, pois esse povo existia debaixo de uma aliança teocrática, regida por 3 poderes, rei, sacerdote e profeta, conduzidos por uma liderança divina, e dessa forma Deus estabeleceu um formato único que os diferenciava. Roma, era um império pagão, regido por leis completamente diferentes dos judeus, onde o Imperador era um líder considerado deus, e dessa forma era exigido que o povo se prostrasse e o adorasse, depois vieram outras formas de governo ao longo da história, a mais recente a Republica, originária dos conceitos democráticos dos gregos, sendo todos fundamentados em princípios não cristãos. O pacto de paz de Westfália criou a soberania das nações e o estado laico, fortalecido depois com a revolução francesa também pautada nos conceitos iluministas de razão e ateísmo.
Sendo assim, o erro da igreja está em acreditar que na ordem de Paulo para se sujeitar as autoridades esteja incluído o fato de se aliançar nos contextos políticos e permitir que líderes sociais se tornem lideres da fé cristã. Atualmente, nosso pais passa novamente por essa confusão, onde a igreja acredita que o presidente por se declarar cristão (católico) precisa atuar e agir como um pastor, e transformar o pais em uma teocracia. Isso é impossível, já que o modelo é de republica, e as leis estão pautadas no conceito jurídico romano. Essa confusão tem gerado idolatria no coração dos leigos, guiados pelo clero que por desinformação ou por interesses ocultos, não esclarecem o verdadeiro papel da igreja no meio da sociedade.
"No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Senhor Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém. (Esdras 1:1-3)
Deus ungiu Ciro, mesmo que Ciro não fosse crente em Jeová, porém, Deus queria cumprir um propósito, e nesse texto podemos ver sua soberania em conduzir seus intentos:
Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer. (Provérbios 21:1)
Deus levanta autoridades e muda as leis, muda os decretos, mesmo que eles não sejam cristãos, porém, precisamos entender a função da igreja na sociedade para que ela não se torne mundana, e nem que ela exija que o presidente faça do país uma teocracia. O estado não tem função eclesiástica, e a igreja não tem função política. Observe o contexto dos apóstolos e também o de Jesus, eles não mudaram a sociedade através da politica, mas sua posição de fé, e sua vida de luz, mudou pessoas, e essas pessoas mudaram as leis em favor dos cristãos. É necessário esse entendimento, a igreja está confusa, e acaba se deixando perder na sedução da politica, porque muitos líderes e pastores aceitam os privilégios oferecidos por essas personalidades do cenário político e acabam por vender a autoridade da igreja ao estado.
Igrejas nesse tempo de transição entre governos de esquerda e direita, perderam sua autoridade, saíram do propósito, líderes se venderam, outros deixaram sua vocação pastoral e entraram para a função governamental. Há ainda aqueles que passaram esses anos exigindo uma postura de pastor ao presidente, como se ele estivesse governando uma igreja, e não uma nação. Essa confusão fez muito mal para muita gente. Mas, também expôs muitos corações em suas ocultas e diabólicas intenções.
Mesmo assim, o avivamento já começou dentro daqueles que creram e continuam crendo no único Salvador, Jesus Cristo. O Avivamento virá quando sua casa for alinhada com a verdade, de tal forma que vai contagiar todos ao seu redor, as pessoas vão ver as famílias mudando a partir da unidade. Não adianta pedir mudanças de lei, segunda a palavra de Deus, se na minha própria casa isso não é um comportamento real. O Avivamento virá, de família em família. Não virá de ministério nenhum, de líder nenhum. Jesus não vai dividir a glória dele com nenhuma instituição, nem com algum líder. Ele é poderoso para mudar cada casa, que vai influenciar outras vivendo o verdadeiro evangelho.
A maquina religiosa criada por Constantino e depois aperfeiçoada por Lutero, já não funciona mais de forma eficaz, Deus está vindo com seu Espírito da verdade mudar corações e transformar famílias, gerando igrejas a partir das casas, com líderes que são forjados por Ele, e edificados na Rocha, curados o suficientes para apontar Jesus e não a si mesmos. Leia novamente o começo do texto, Deus levantou Constantino, mas não pedia a ele que transformasse o estado em uma religião. A religião surgiu na tentativa de manutenção de poder, e a vangloria dos seus atos em prol dos cristãos. A justiça própria e a vaidade criam a religião.
Ore no Espirito, medite na palavra
Deus vai te dar entendimento desse tempo que vivemos
Leonardo Lima Ribeiro
Boa tarde muita paz❗a cada vamos sendo libertado do engano que aprisiona pessoas pelo poder de querer ser ou fazer o outro ser
ResponderExcluir.Isto tem resultado na glória que muitos tem buscado.Em tudo só a Jesus devemos dá glória.O ser humano só vai reconhecer que nada substitui Deus Pai quando não lhe sobrar nada.Porque nada temos aqui tudo é do criador.E tudo que Deus deseja de nós que não foi i ventando pelo homem é apenas um relacionamento e quando isto acontece aprendemos a relacionar com os outros pq iremos fazer no que aprendemos de Deus não por medo mais por amor.Hoje eu aprendi que relacionamento com o Pai pode até ser falado nas igrejas como um tudo.Mas êxito mesmo quando temos este encontro com o Espírito Santo e nós fala do nosso caminhar.Daí tantas tentativas como foi mostrado aqui na história da função pastoral do Presidente e do entendimento que muitos tem.Obrigada pastor Léo por este contexto
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"A igreja se perdeu na aliança com o estado." Vi e senti isto de perto, no sertão..
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