sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Discernindo a Vontade de Deus na Escolha de Líderes(39)

 

(Ribeirão Preto, São Paulo)

A busca por cargos de liderança é uma realidade em muitas esferas da vida, e as instituições religiosas não estão imunes a essa dinâmica. No entanto, a simples candidatura a um cargo de liderança não garante que seja a vontade de Deus para aquela pessoa. É fundamental compreender e reconhecer que, na ordem divina, é Deus quem determina e designa os líderes para Sua obra.

Essa compreensão ressalta a soberania de Deus sobre a seleção de líderes e destaca a importância de discernir os chamados individuais. Não se trata apenas de habilidades ou ambições pessoais, mas de uma resposta ao chamado específico de Deus para servir em determinado papel de liderança. Assim, a busca por cargos de liderança deve ser permeada por uma profunda busca espiritual, na qual se busca alinhar os desejos individuais com a vontade divina.

As dificuldades enfrentadas pelas igrejas contemporâneas em relação à colocação de pessoas de acordo com seus chamados evidenciam a necessidade de um processo mais profundo de discernimento e acompanhamento espiritual. Isso implica em um investimento significativo em discipulado e mentoria, onde os líderes mais experientes ajudam os membros da comunidade a identificar e desenvolver seus dons e vocações.

Além disso, as igrejas podem se beneficiar ao adotar uma abordagem mais colaborativa e participativa na identificação e nomeação de líderes. Ao invés de confiar exclusivamente em processos formais ou eleitorais, as comunidades religiosas podem promover uma cultura de discernimento comunitário, onde a voz de Deus é buscada e reconhecida através da oração, estudo das Escrituras e conselho mútuo.

Em última análise, a busca por líderes que estejam verdadeiramente alinhados com a vontade de Deus requer humildade, sensibilidade espiritual e uma profunda confiança na soberania divina. É através desse processo de busca e submissão que as igrejas podem ser fortalecidas e capacitadas para cumprir sua missão de maneira eficaz e transformadora.

Jeremias 1:5 (NVI): "Antes de formá-lo no ventre materno, eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações."

Atos dos Apóstolos 13:2 (NVI): "Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: 'Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.'"

1 Timóteo 3:1-7 (NVI): "Esta é uma palavra verdadeira: se alguém aspira ao cargo de bispo, deseja uma nobre função. O bispo deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher, sobrio, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Deve governar bem a sua própria família, tendo seus filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como cuidará da igreja de Deus? Ele não deve ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação que o Diabo. Ele também deve ser bem conceituado pelos de fora, para que não caia em descrédito e na armadilha do Diabo."

Hebreus 5:4 (NVI): "Ninguém toma essa honra para si mesmo; ela vem somente quando chamado por Deus, como de fato aconteceu com Arão."

Tiago 3:1 (NVI): "Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor."

Não considerar a verdade sobre a escolha e designação de líderes por Deus pode acarretar diversos impactos negativos, tanto para os indivíduos quanto para as comunidades religiosas. Aqui estão alguns desses impactos:

Desvio da vontade de Deus: Ao ignorar a soberania divina na escolha de líderes, as comunidades religiosas correm o risco de colocar pessoas inadequadas em posições de liderança, que podem não estar alinhadas com a vontade de Deus para a sua obra.

Conflitos e divisões: A falta de discernimento espiritual na escolha de líderes pode levar a conflitos internos e divisões dentro das igrejas, à medida que diferentes facções discordam sobre quem deve liderar e como a liderança deve ser exercida.

Falta de direção espiritual: Líderes que não são chamados por Deus podem carecer da orientação espiritual necessária para conduzir efetivamente a comunidade religiosa, resultando em uma falta de direção e propósito na realização da missão da igreja.

Desilusão e desencorajamento: Os membros da comunidade religiosa podem se sentir desiludidos e desencorajados quando percebem que seus líderes não são verdadeiramente escolhidos por Deus, minando a sua confiança na integridade e na autoridade espiritual da liderança.

Perda de testemunho: Uma liderança que não reflete a vontade de Deus pode prejudicar o testemunho da igreja perante a sociedade, minando sua credibilidade e eficácia na proclamação do evangelho e no serviço aos outros.

Falta de alinhamento espiritual: Quando os líderes não são escolhidos segundo a vontade de Deus, pode haver uma falta de alinhamento espiritual entre a liderança e os membros da congregação. Isso pode resultar em uma desconexão entre a visão e os valores da igreja, levando a uma falta de unidade e propósito comum.

Estagnação espiritual: A liderança não direcionada por Deus pode levar à estagnação espiritual da comunidade religiosa. Sem uma liderança que busque ativamente a orientação divina e promova o crescimento espiritual dos membros, a igreja pode se tornar complacente e estagnar em seu desenvolvimento espiritual.

Abuso de poder: Quando os líderes não são escolhidos por Deus, há um maior risco de abuso de poder e manipulação dentro da igreja. Pessoas que buscam cargos de liderança por motivos egoístas ou pessoais podem utilizar sua posição para satisfazer seus próprios interesses, em vez de servir verdadeiramente à comunidade religiosa.

Perda de oportunidades de crescimento: Uma liderança não direcionada por Deus pode resultar na perda de oportunidades de crescimento e expansão da obra da igreja. Isso pode incluir a falta de discernimento para identificar novas áreas de ministério, negligência na capacitação de líderes emergentes e uma resistência à mudança necessária para acompanhar as necessidades da comunidade.

Desconfiança e desânimo: A falta de consideração pela vontade de Deus na escolha de líderes pode levar à desconfiança e ao desânimo entre os membros da igreja. Quando os fiéis percebem que a liderança não está buscando ativamente a orientação divina, eles podem se sentir desencorajados e desmotivados em relação ao futuro da comunidade religiosa.

A vida de Jesus e de Paulo oferece insights valiosos sobre como reconhecer a verdade da escolha divina de líderes. Aqui estão alguns pontos-chave:

Jesus, o exemplo supremo de liderança escolhida por Deus:

Jesus foi claramente identificado como o Messias, o Ungido de Deus, desde o seu nascimento e ao longo de todo o seu ministério terreno (Lucas 2:11; Mateus 3:17).

Ele foi chamado e enviado por Deus para cumprir uma missão específica de redenção e reconciliação da humanidade com Deus (João 3:16; Lucas 4:18-19).

Jesus demonstrou uma completa submissão à vontade do Pai, buscando constantemente a direção divina em sua vida e ministério (João 5:19; Lucas 22:42).

Sua liderança foi caracterizada pelo amor, humildade, serviço e compromisso com a justiça e a verdade (Mateus 20:28; João 13:1-17).

Paulo, um exemplo de chamado e capacitação divina:

Paulo experimentou uma dramática revelação de Jesus Cristo no caminho de Damasco, que o chamou para ser um apóstolo e um instrumento escolhido para levar o evangelho aos gentios (Atos 9:1-19).

Ele reconheceu e valorizou a soberania de Deus em sua vida e ministério, enfatizando que sua autoridade e capacitação vinham de Deus, não de si mesmo (Gálatas 1:15-16; 1 Coríntios 15:10).

Paulo enfrentou inúmeras adversidades e desafios em seu ministério, mas perseverou fielmente, confiando na graça e no poder de Deus para capacitá-lo a cumprir sua missão (2 Coríntios 12:9-10).

Sua liderança foi marcada por uma profunda paixão pelo evangelho, um compromisso inabalável com a verdade e um amor compassivo pelas pessoas a quem ele servia (1 Tessalonicenses 2:8; Filipenses 1:21-26).

Observando a vida de Jesus e de Paulo, podemos ver claramente que suas vocações e liderança não foram resultado de ambições pessoais ou conquistas humanas, mas sim de uma chamada divina e capacitação sobrenatural. Eles exemplificam a verdade de que os líderes verdadeiramente eficazes são aqueles que são escolhidos e capacitados por Deus para cumprir sua missão na terra.

Ó Deus soberano e gracioso,
Obrigado por revelar a Sua vontade e propósito em nossas vidas.
Reconhecemos que o Senhor é o único que escolhe e capacita líderes para a Sua obra,
e nos humilhamos diante da Sua soberania e sabedoria.

Ajude-nos, Senhor, a discernir e seguir a Sua vontade em todas as áreas de nossas vidas,
incluindo a escolha e designação de líderes na Sua igreja.
Que possamos buscar a Sua orientação e direção em todas as decisões que tomamos,
confiando na Sua sabedoria e conhecimento perfeitos.

Dê-nos corações submissos e obedientes,
dispostos a seguir onde quer que o Senhor nos conduza.
Que possamos ser instrumentos da Sua vontade,
servindo com humildade, amor e fidelidade em tudo o que fazemos.

Que a Sua graça abundante nos capacite a cumprir a missão que o Senhor nos confiou,
e que possamos glorificar o Seu nome em tudo o que dizemos e fazemos.
Em nome de Jesus, nosso Salvador e Senhor, oramos.
Amém.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Humildade e Serviço: Seguindo os Passos de Jesus.(10)

 

(Antiga base americana da 2° Guerra em Schweinfurt, Alemanha)

A grandeza na perspectiva divina é revelada através da humildade, do reconhecimento das nossas limitações e fraquezas. Essa afirmação ressalta uma inversão de valores entre o Reino de Deus e o mundo terreno. Enquanto a sociedade valoriza o poder, a autoconfiança e a autossuficiência, Deus enaltece a humildade, a submissão e a consciência da nossa fragilidade e dependência Dele. Na verdade, a verdadeira grandeza perante Deus emerge quando reconhecemos nossas fraquezas e limitações, confiando plenamente no Seu poder e graça para nos capacitar e fortalecer.

Tiago 4:10 (NVI): "Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará."

Mateus 23:12 (NVI): "Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado."

Filipenses 2:3-4 (NVI): "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros."

Provérbios 22:4 (NVI): "A recompensa da humildade e do temor do Senhor são a riqueza, a honra e a vida."

1 Pedro 5:6 (NVI): "Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido."

Mateus 5:3 (NVI): "Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o Reino dos céus."

O orgulho e a humildade são conceitos profundamente antagônicos e têm efeitos opostos tanto no mundo terreno quanto no Reino de Deus. Vamos explorar como esses conceitos se contrastam em ambas as realidades:

Orgulho no Mundo Terreno:
No mundo terreno, o orgulho é frequentemente associado à autoestima inflada, à arrogância e à busca por reconhecimento e poder.
As pessoas orgulhosas tendem a valorizar a própria importância acima dos outros, buscando constantemente validação e elogios.
O orgulho pode levar à competição desmedida, à falta de empatia e à busca implacável por sucesso material e status social.

Humildade no Mundo Terreno:
Por outro lado, a humildade no mundo terreno é vista como uma virtude admirável, mas muitas vezes mal interpretada como fraqueza ou submissão.
A verdadeira humildade envolve reconhecer nossas limitações, aprender com os outros e cultivar uma atitude de serviço e respeito para com todos, independentemente de sua posição social ou status.

Orgulho no Reino de Deus:
No Reino de Deus, o orgulho é considerado um pecado que separa o ser humano de Deus. Ele cria uma barreira entre a pessoa e o relacionamento genuíno com o Criador.
A Bíblia adverte contra o orgulho, ensinando que Deus resiste aos soberbos, mas concede graça aos humildes.

Humildade no Reino de Deus:
A humildade é exaltada no Reino de Deus como uma virtude essencial para uma vida piedosa e frutífera.
Jesus Cristo é o modelo supremo de humildade, conforme descrito em Filipenses 2:5-8, onde Ele renunciou à Sua posição divina para se tornar um servo e sacrificar-se pela humanidade.
A humildade no Reino de Deus envolve reconhecer nossa dependência total de Deus, submeter-nos à Sua vontade e colocar os interesses dos outros acima dos nossos próprios.

Em resumo, enquanto o orgulho promove a separação, a competição e a busca pelo próprio interesse, a humildade no mundo terreno e no Reino de Deus promove a união, o serviço e o amor ao próximo. É através da humildade que encontramos verdadeira grandeza e nos aproximamos de Deus.

Provérbios 16:18 (NVI): "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda."

Tiago 4:6 (NVI): "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes."

Filipenses 2:3-4 (NVI): "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros."

1 Pedro 5:5-6 (NVI): "Semelhantemente, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque 'Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes'. Humilhem-se, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido."

Mateus 23:12 (NVI): "Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado."

Lucas 14:11 (NVI): "Pois todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado."

Provérbios 11:2 (NVI): "Quando vem o orgulho, então vem a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes."

Jesus Cristo é o exemplo supremo de humildade, e Sua vida terrena revela profundamente esse conceito. Aqui estão algumas maneiras pelas quais Jesus demonstrou humildade durante Seu ministério:

Encarnação: O próprio ato de Jesus se tornar humano é um ato de humildade incomparável. Ele, sendo Deus, escolheu voluntariamente deixar Sua glória celestial para se tornar um de nós, nascendo em condições humildes e vivendo uma vida simples.

Serviço: Durante Seu ministério, Jesus constantemente serviu aos outros, demonstrando que o maior entre eles é aquele que serve. Ele lavou os pés dos discípulos (João 13:1-17), ensinou sobre a importância do serviço (Mateus 20:28) e mostrou compaixão ao curar os enfermos e alimentar os famintos.

Submissão à vontade do Pai: Em Sua agonia no Getsêmani, Jesus demonstrou humildade ao se submeter à vontade do Pai, mesmo que isso significasse enfrentar a crucificação. Ele orou: "Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua" (Lucas 22:42).

Convivência com os marginalizados: Jesus não apenas pregou sobre humildade, mas viveu entre os marginalizados e excluídos da sociedade de Sua época. Ele compartilhou refeições com pecadores, curou leprosos e demonstrou amor pelos marginalizados, mostrando que todos são dignos do amor e da graça de Deus.

Aceitação da morte na cruz: O ápice da humildade de Jesus foi Sua disposição em morrer na cruz pelos pecados da humanidade. Apesar de Sua inocência e poder para escapar da cruz, Ele voluntariamente se submeteu ao sofrimento e à vergonha da crucificação para cumprir o plano redentor de Deus.

"Oh Deus, Pai celestial,

Hoje, venho a Ti em humildade, reconhecendo que Tu és o Senhor soberano sobre todas as coisas.

Ajuda-me a seguir o exemplo de Jesus Cristo, que, em Sua infinita humildade, Se tornou um de nós, servo de todos.

Que eu possa aprender a servir aos outros com amor e compaixão, seguindo o exemplo daquele que lavou os pés de Seus discípulos.

Que a minha vontade se submeta à Tua, ó Deus, assim como Jesus se submeteu à Tua vontade, mesmo na agonia do Getsêmani.

Dá-me a graça de reconhecer a dignidade e o valor de todos os seres humanos, especialmente dos marginalizados e excluídos da sociedade.

E, acima de tudo, que eu possa entender profundamente o sacrifício de Jesus na cruz, onde Ele humildemente aceitou a morte para a redenção da humanidade.

Que a minha vida seja um reflexo da Sua humildade, Senhor, e que eu possa glorificar o Teu nome através do serviço e do amor aos outros.

Tudo isso eu peço em nome de Jesus Cristo, nosso Salvador e exemplo máximo de humildade.

Amém."

A Incompatibilidade entre os Princípios Seculares de Poder e os Valores Cristãos(4°)

  (Pomerode-Santa Catarina) Como cristãos, somos chamados a buscar a verdade e a manter nossos princípios e valores, mesmo em tempos difícei...